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Aprenda definitivamente a usar a vírgula com 4 regras simples

Publicado por Prof. André

A vírgula é um dos elementos que causam mais confusão na língua


portuguesa. Pouca gente sabe ao certo onde deve e onde não deve usá-la. O
motivo disso é bem simples: sempre nos ensinaram do jeito errado!
Você deve lembrar da sua professora falando coisas como “a vírgula é usada
para indicar pausa”, “prestem atenção em como vocês falam, quando tiver
pausa, usem vírgula”. Isso é besteira, pois cada um de nós fala de um jeito
diferente, usa pausas diferentes e, basicamente, decide como quer falar.
Mas não podemos simplesmente decidir onde vai e onde não vai vírgula. Ela
tem poder demais para ser arbitrária. Quer ver o poder da vírgula? Assista esse
vídeo:

Viu como a vírgula é importante?


Pois bem, existem algumas regras para o uso da vírgula, e elas são baseadas na
gramática. Deu medo, né? Calma, o meu objetivo aqui é mastigar a gramática
pra que você não estrague seus dentes ;-)
1. Use a vírgula para separar elementos que você poderia listar
Veja esta frase:
João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.
Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:
Foram almoçar:
João
Maria
Ricardo
Pedro
Augusto
Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase original:
João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar.
Note que antes de “e Augusto” não vai vírgula. Como regra geral, não se usa
vírgula antes de “e”. Há um caso específico que eu explico daqui a pouco. Um
outro exemplo:
A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de
formas e de cores… (Teixeira de Pascoaes)
2. Use a vírgula para separar explicações que estão no meio da frase
Explicações que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem
ser separadas por vírgula. Exemplos:
Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje.
Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classificar
sintaticamente o trecho, seria um aposto.
Eu e você, que somos amigos, não devemos brigar.
O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre
vírgulas. A classificação do trecho seria oração adjetiva explicativa.
3. Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no
início da frase.
Quando um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar,
modo e outros — iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se
o adjunto adverbial antecipado. Exemplos:
Lá fora, o sol está de rachar!
“Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.
Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.
“Semana passada” indica tempo. Adjunto adverbial de tempo.
De um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas.
“De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo,
por isso vai vírgula.
4. Use a vírgula para separar orações independentes
Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do
texto. Nós já vimos um tipo dessas, que são as orações coordenadas
assindéticas, mas também há outros casos. Vamos ver os exemplos:
Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em
Mana Maria. (A. de Alcântara Machado)
Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são
coordenadas assindéticas.
Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.
Capiche? Antes de todas essas palavras aí, chamadas de conjunções
adversativas, vai vírgula. Pra quem gosta de saber os nomes (se é que tem
alguém), elas se chamam orações coordenadas sindéticas adversativas.
(medo!)
Agora só faltam mais duas coisinhas:
Quando se usa vírgula antes de “e”?
Vimos aí em cima que, como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Tem
só um caso em que vai vírgula, que é quando a frase depois do “e” fala de uma
pessoa, coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim:
O sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha)
Note que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os
sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo:
A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (F. Namora)
Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.
Existem casos em que a vírgula é opcional?
Existe um caso. Lembra do item 3, aí em cima? Se a expressão de tempo,
modo, lugar etc. não for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a
vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da velocidade que
você quer dar para a frase. Exemplos:
Depois vamos sair para jantar.
Depois, vamos sair para jantar.
Geralmente gosto de almoçar no shopping.
Geralmente, gosto de almoçar no shopping.
Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.
Semana passada todos vieram jantar aqui em casa.
Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a
frase também fica correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra,
dificilmente algum professor dará errado se você omitir a vírgula.
Não se usa a vírgula!
Com as regras acima, pode ter certeza de que você vai acertar 99% dos casos
em que precisará da vírgula. Um erro muito comum que vejo é gente
separando sujeito e predicado com vírgula. Isso é errado, e você pode ser
preso se for pego usando!
Jeito errado:
João, gosta de comer batatas.
Alice, Maria e Luíza, querem ir para a escola amanhã.
Jeito certo:
João gosta de comer batatas.
Alice, Maria e Luíza querem ir para a escola amanhã.
Exercício sobre vírgula e pontuação
O seu Alfredo estava já no fim da vida e escreveu seu testamento.
Infelizmente, ele esqueceu da pontuação, e o texto ficou assim:
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não à minha irmã jamais pagarei a conta
do alfaiate nada aos pobres
Reescreva o testamento 4 vezes, de forma que em cada uma delas você deve
dar a herança pra alguém diferente. Você pode usar qualquer sinal de
pontuação, mas não pode mudar as palavras.
1. Interjeições excessivas? Evite-as!!!!
2. Não abuse de metáforas futebolísticas. Esse tipo de tabelinha com a
linguagem do futebol nem sempre satisfaz a galera. O leitor pode se
sentir driblado e dar cartão vermelho para o escritor, mandando-o antes
do tempo para o chuveiro.
3. Falhas na concordância denuncia falta de conhecimento gramatical.
Evite-a.
4. Não misture as pessoas gramaticais. Tu podes pode fazer isso quando
usares a linguagem coloquial, mas nunca em sua redação para vestibular
ou concurso. Nela escrevemos com alguma formalidade e você tem que
seguir a norma culta.
5. Das inversões fuja. Comprometem elas das idéias a clareza.
6. Evite repetições, pois elas dão a impressão de que o texto não progride.
Repetir gera no leitor a sensação de que as idéias ficam no mesmo
lugar, não evoluem. Quem repete permanece no mesmo círculo de
idéias e faz o texto circular em torno de um mesmo tema, sem sair do
canto.
7. Tenha cuidado ao usar as reticências, pois elas… lacunas no
pensamento e… sem saber direito o que o autor quer dizer.
8. As longas intercalações entre sujeito e predicado, por fazerem o leitor
esquecer o que o que foi dito no início, levando-o a suspender a leitura e
ter de reler toda a frase, o que termina prejudicando a compreensão do
texto como um todo, devem ser evitadas.
9. Evite exageros. A hipérbole é o pior entre os piores pecados que podem
acometer um escritor em todos os tempos.
10.Há que escoimar o texto de vocábulos preciosos ou pernósticos. O uso
de tais palavras é próprio dos alarves e apedeutas. Indica, outrossim,
uma mente deslumbrada com as reverberações de um saber
despiciendo, que leva a conclusões inanes sobre os transcendentais
enigmas do Homo sapiens.
11.Prefira a linguagem denotativa; ela é um lago transparente de onde
emerge com clareza o sentido das palavras.
12.Evite em seu texto manifestar preconceito contra as mulheres. Do
contrário, elas vão reclamar de você o tempo todo sem lhe dar chance
de se defender. Mulher – todo o mundo sabe – não tem paciência para
compreender as razões do outro e termina transformando o que deveria
ser um diálogo esclarecedor num monólogo interminável – em que,
obviamente, só ela fala.
13.Medite nesta verdade preciosa: rima é bom em poesia, não em prosa.
14.Fuja dos enunciados vagos e genéricos. Eles dão aquela sensação de
algo que não se sabe bem o que é, embora todos de alguma forma já
tenham sentido em certos momentos da vida. Alguns têm disso uma
longínqua idéia, mas só conseguem defini-la em determinados
contextos ou por algum tipo de sugestão diferente da que
experimentaram no início, antes de tudo fazer sentido. Ou não.
15.Ao estar fugindo do gerundismo, você não estará fazendo mais do que
sua obrigação. Vá ficando atento.
16.Você acha que o excesso de perguntas retóricas torna mais eficiente o
seu texto? Será que elas necessariamente facilitam o diálogo com o
leitor? Ou podem deixar o discurso redundante, sugerindo questões que
na verdade não existem? Não será melhor usar frases afirmativas,
deixando logo claro o que se quer dizer?
17.Portanto, não inicie o texto pela conclusão. Comece-o mesmo pelo
começo, apresentando o tema e depois os argumentos.
18.Um texto com excesso de “que” parece que tropeça a cada momento e
mostra que a pessoa que o produz tem que melhorar o ouvido.
19.Sem essa de gírias, mano. Se você, tipo assim, se amarra nesse tipo de
modismo, mostra que não tá com nada. Com certeza.
20.Seja evitado em sua redação o excesso de voz passiva analítica, para
que você não seja visto pelo leitor como alguém a ser desprezado.
21.É bom moderar o uso da mesóclise. O bom escritor evitá-la-á em nome
da simplicidade, pois a colocação do pronome no meio do verbo trar-
lhe-ia aspereza acústica e transformá-lo-ia num monstrengo aos ouvidos
de hoje.
22.Evite. Fragmentar o período. Pois isso é uma grave falha. Gramatical e
estrutural.
23.Sei que é difícil fugir das frases feitas, mas faça um esforço. Água mole
em pedra dura tanto bate até que fura.
24.Fonte: Blog de Chico Viana – Dicas de estilo (sem estilo)
Oração E outra oração. Ou coordenadas sindéticas aditivas

Nós já vimos que as orações coordenadas assindéticas são aquelas que,


independentes, separam-se através de um sinal de pontuação. Em outras
palavras, não há nenhuma conjunção (palavrinhas como “e”, “mas”,
“quando”) que ficam entre elas.
Hoje vamos aprender sobre outro tipo de oração: as coordenadas sindéticas
aditivas.
Antes de mais nada, vale dizer que a diferença entre as orações assindéticas e
as orações sindéticas é que existe uma conjunção entre elas. Como assim
professor? Vamos ver um exemplo de assindética:
Gosto de comer, cantar, dançar.
Note que o único separador é a vírgula. Exemplo de sindética:
Gosto de comer, mas não gosto de fazer exercício.
Repare que entre as duas orações existe uma palavra destacada: “mas”. É isso
que chamamos de conjunção, uma palavra que junta duas orações.
Entendido até aí?
Dependendo do tipo da conjunção é que se classificam as orações. No caso
das orações sindéticas aditivas, precisamos de conjunções aditivas. Quais são
elas? Só duas: e, nem. Aos exemplos!
Você tem porte físico de zagueiro e é muito bom nas bolas altas.
Não durmo, nem assisto televisão, nem jogo baralho e muito menos pulo a
cerca, querida!
Note como as palavras destacadas servem para interligar as várias orações.
Quando encontramos o “e” ou o “nem” em uma frase, pode ter certeza de que
as orações são do tipo sindético aditivo.
Oração, ponto, outra oração. Ou coordenadas assindéticas sem complicação

Publicado por Prof. André

Orações e suas respectivas classificações são um trauma que a maioria de nós


adquiriu na escola.
Coordenadas sindéticas aditivas, adversativas, substantivas subjetivas,
relativas e uma infinidade de outros nomes que, para um aluno, são conceitos
abstratos e sem utilidade nenhuma.
Na escola, deve-se aprender a usar a língua, não sobre a sua estrutura. Por
isso, vamos começar de outro jeito, olhando para as frases abaixo:
Joãozinho saiu logo, estava atrasado.
Meu pai foi trabalhar. Chovia pela manhã.
Não fomos ao casamento; mandamos um presente.
Os termos destacados são verbos. É através deles que separamos as orações.
Em cada uma das frases temos duas orações e cada uma delas tem um verbo.
Tudo bem até aí?
Agora vamos reparar no elemento que separa cada oração. Na primeira, é a
vírgula; na segunda, o ponto; na terceira, o ponto-e-vírgula.
Nós chamamos esse elemento de articulador.
Por quê? Você já deve ter ouvido falar que o ser humano tem articulações.
Elas ligam as partes do nosso corpo, não é? Assim:
Os articuladores são responsáveis por ligar duas orações, assim como as
articulações são responsáveis por ligar duas partes do nosso corpo.

Seu professor é antigo? Ele deve ter muitos articuladores!


Existem vários elementos (além da pontuação) que servem como
articuladores, eles costumam ser chamados de conjunções. Mas esse é assunto
pra outro post.
O que precisamos lembrar agora é:
Quando temos duas orações, lado a lado, ligadas por um articulador de
pontuação (vírgula, ponto-e-vírgula ou ponto) estamos em frente a uma oração
coordenada assindética.
Por que esse nome feio?
Coordenada, pois as orações estão ordenadas lado a lado. Assindética, pois
não há um síndeto (o mesmo que conjunção) ligando-as.
Complicado? Nem tanto.
Precisa decorar o nome feio? Não deveria; mas se seu professor de português
ainda estiver no século passado, paciência.
Mais alguns exemplos de orações coordenadas assindéticas:
Cheguei, vi, venci. (Júlio César)
Estudei ontem; tenho prova na faculdade hoje.
Não tinha ninguém em casa. Entrei silenciosamente.
Tags: Tipos de oração
O uso da crase é uma das matérias mais chatas, tanto para alunos quanto para
os professores que precisam ensiná-la.
Mas a língua portuguesa é tão rica que vamos usar a própria língua para
facilitar o aprendizado. Porém, antes de tudo, vamos relaxar com uma
musiquinha e relembrar nossa infância. Cante como ciranda, cirandinha

Cara a cara
não tem crase
isto é fácil de guardar
com palavra repetida
não se deve “crasear”

Não se deve usar a crase


em casos especiais
com palavras masculinas
ou pronomes pessoais

Dona, senhora, senhorita


fazem caso genial
assanhadas vem e aceitam
o artigo é fatal

Nome próprio masculino


uma crase aceitará
se com moda ou maneira
antes eu puder falar

Casa própria, a do falante


me rejeita o artigo
e se isso acontece
“crasear” eu não consigo

Se há um complemento
e é nominal
é só ter o feminino
e praticar normal

Objeto, indireto
faz um caso decisivo
se ainda vem trazendo
qualquer termo feminino

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