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Disciplina: Economia II
Prof.: Marcelo M. Saraiva
1. Introdução
2.1. Utilidade (U )
Como já foi dito anteriormente, utilizamos a premissa de que indivíduos e empresas são
racionais. Indivíduos buscam maximizar seu bem-estar e o fazem por meio de suas
preferências.
Pode-se definir utilidade como uma função que busca organizar as preferências dos
indivíduos. A utilidade também pode ser entendida como uma forma de medir o bem-estar
de um indivíduo, dadas suas preferências. Dessa forma, quanto maior a utilidade maior o
bem-estar ou satisfação do indivíduo.
A utilidade marginal pode ser definida como a variação do bem-estar por unidade de
variação no consumo de um determinado bem. Em outras palavras, o quanto aumento o
meu bem-estar quando consumo mais uma unidade de um bem. Assumiremos que a
utilidade marginal é decrescente, isto é, cada unidade adicional que consumo de um bem
produz bem-estar cada vez menor, mantendo-se constante o consumo dos demais bens.
Essa premissa é conhecida como Lei da Utilidade Marginal Decrescente. O gráfico
abaixo ilustra a referida Lei. Note que a utilidade cresce com o consumo, mas a utilidade
marginal decresce.
Utilidade M arginal Decre sce nte
Utilidade (U)
Consumo (C)
Sentido da preferência
Q2
Como já foi visto, os recursos disponíveis são escassos. Ou seja, de uma forma geral,
não podemos consumir bens e serviços na quantidade que gostaríamos. O nosso salário
é um bom exemplo de uma limitação com a qual somos obrigados a conviver. Nós não
podemos gastar mais do que ganhamos. Em economia, essa limitação recebe o nome de
Restrição Orçamentária.
B = P1 × Q1 + P2 × Q2 (2)
Q1
U3
B P1
U2
U1
M
Q1∗
Q2
∗
Q 2 B P2
O ponto M (Q1∗ , Q2∗ ) , que é o ponto em que a curva de restrição orçamentária tangencia a
curva de indiferença, representa a combinação ótima de consumo dos bens 1 e 2 dada a
limitação de orçamento B. A condição ótima implica que
∆Q1 P1 U m1
= = = TMS (3)
∆Q2 P2 U m2
Onde TMS é a taxa marginal de substituição do consumidor, que indica quantas unidades
do bem 2 podem ser substituídas pelo bem 1 de modo a manter constante o meu bem-
estar, a cada ponto da curva de indiferença.
Comentários:
Efeito Renda
Efeito Substituição
4. Tipos de Bens
Bens normais: são aqueles cuja demanda aumenta quando a renda cresce.
Bens inferiores: são aqueles cuja demanda diminui quando a renda cresce.
Exemplo: normalmente quando os bens atingem o fim do seu ciclo de vida passam
a se comportar como bens inferiores. O televisor em preto e branco pode ser dado como
exemplo. Com o surgimento do televisor em cores, mesmo o aumento de renda não foi
capaz de aumentar a demanda por televisores em preto e branco, uma vez que ele
representava uma tecnologia ultrapassada. A carne de segunda poderia ser um outro
exemplo. Em geral, os bens de baixa qualidade possuem esse comportamento.
Bens comuns: são aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando os preços
diminuem. É a própria Lei da Demanda, que será
Bens de Giffen: são aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando os preços
aumentam.
Comentário: Para os bens de Giffen, o efeito renda é muito superior ao efeito substituição.
A Lei da Demanda afirma que quando o preço de um bem aumenta a sua quantidade
demandada diminui. Portanto, preço e quantidade demandada guardam entre si uma
relação inversa. Tal relação, entretanto, só é possível em razão basicamente dos dois
efeitos estudados anteriormente: efeito renda e efeito substituição.
Exemplo: Uma empresa, após aumentar o preço de um bem em 50%, verificou que
sua quantidade demandada reduziu em 30%. Após um estudo mais aprofundado
verificou-se que 2/3 da redução deveu-se à menor quantidade demandada por aqueles
que já consumiam o bem (efeito renda) e 1/3 deveu-se à redução da quantidade
demandada em razão da substituição daquele bem por outro (efeito substituição).
Efeito Renda
Variação na
Variação de Preços Quantidade
Demandada
Efeito Substituição
Para a obtenção da curva de demanda será usado o conceito de demanda individual, que
representa o preço que o consumidor está disposto a pagar para consumir uma unidade
adicional de determinado bem.
Demanda de Mercado
Q1
B P1 U3
U2
U1
1
Q 1 A
Q12 B
C
Q13
P2
P21 A
P22 B
C
P23
Q2
Q21 Q22 Q23
(i) Cada ponto da curva de demanda individual representa o preço máximo que o
consumidor estaria disposto a pagar para adquirir uma unidade adicional do
bem. Nesse sentido, a curva de demanda representa o benefício marginal
obtido pelo consumo de uma unidade adicional do bem.
(iv) A soma das curvas de demanda individual nos dá a demanda de mercado para
o bem.
P2
P21 A
P22 B
C
P23
Q2
Q21 Q22 Q23
1. Determinar:
3. Determinar:
Resolução:
1.
2.
∆Q D
Q ∆Q D P
(a) ε P ,QD = D = ×
∆P ∆P Q D
P
∆Q D
Como = −5 e QD = 24.500 para Y = $2.000 e P = $100, temos
∆P
100
ε P , Q D = −5 × = −0,25
2000
∆QD
Q ∆Q D Y
(b) ε Y ,QD = D = ×
∆Y ∆Y Q D
Y
4.000
ε Y ,QD = 10 × ≅ 0,91
44.000
QUANTIDADE DEMANDADA
Curvas de Demanda
22.000
21.500
21.000
Quantidade Demandada
20.500
20.000
(Unidaddes)
19.500
19.000
18.500
18.000
17.500
17.000
100 200 300 400 500 600
Preço ($)
Y = 2.000 Y = 2.200
6.1. Introdução
Conforme foi visto em tópico anterior, a elasticidade é uma forma de medir a sensibilidade
de uma variável à variação de uma outra. Para a tomada de decisões, o administrador de
empresas, o elaborador de políticas públicas, entre outros profissionais, se deparam com
situações em que a análise da elasticidade se torna uma ferramenta muito útil.
Além disso, dados dois bens, poderíamos estar interessados em saber de que forma a
variação no preço de um bem afeta o outro. Neste caso, teríamos que investigar a
elasticidade-preço cruzada da demanda ou simplesmente elasticidade cruzada da
demanda.
No lado da oferta, como veremos mais à frente, podemos também calcular a elasticidade-
preço da oferta, que representa a reposta da quantidade ofertada a uma variação de
preços.
Também veremos mais à frente que empresa pode estar interessada em conhecer o
quanto a produção responde a uma variação nos insumos. A elasticidade da produção
nos daria essa reposta.
∂D P
ε P ,D = ⋅
∂P D
Comentários:
∂D Y
ε Y ,D = ⋅
∂Y D
∆D
∆D % ∆D Y
ε Y ,D = D = = ⋅
∆Y ∆Y % ∆Y D
Y
Comentários:
∂D1 P2
ε P2 ,D1 = ⋅
∂P2 D1
∆D1
D ∆D1 % ∆D1 P2
ε P2 ,D1 = 1 = = ⋅
∆P2 ∆P2 % ∆P2 D1
P2
Comentários:
O coeficiente de elasticidade calculado por uma das equações apresentadas acima pode
apresentar valores que, em termos absolutos, variam de 0 (zero) a ∞ (infinito). A tabela
abaixo resume a nomenclatura utilizada em cada faixa de valores.
Intervalo Nomenclatura
ε =0 Perfeitamente inelástica
0 < ε <1 Inelástica
ε =1 Elasticidade unitária
1< ε < ∞ Elástica
ε =∞ Perfeitamente elástica