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1.

INTRODUÇÃO

CONCEITOS FUNDAMENTAIS.

Um método muito aplicado para a identificação de compostos orgânicos


é o método do ponto de fusão. Os compostos orgânicos em sua maioria
apresentam ligações covalentes. Estas ligações covalentes são direcionais e
muito fortes. Num sólido formado por moléculas, as forças de atração entre
elas são relativamente fracas. Assim a energia calorífica necessária para
vencer as forças de atração entre as moléculas é pequena, sendo assim a
maioria dos compostos orgânicos são líquidos ou gasosos, ou ainda sólidos
com baixo ponto de fusão (temperatura inferior a 300ºC).
Uma das limitações deste processo é o fato de diferentes compostos
possuírem pontos de fusão muito próximos. Quando isto acontece, a
identificação das substâncias é feita através de um processo denominado
cromatografia. (SOARES, SOUZA, & PIRES, 1988)

CROMATOGRAFIA

Cromatografia é uma técnica de separação de misturas e identificação


de seus componentes. Foi utilizada primeiramente em 1903 pelo botânico
russo Michael Tswett para descrever a separação de pigmentação em zonas
de cores distintas. Michael Tswett utilizou um tubo de vidro preenchido com
uma substância sólida (carbonato de cálcio) e passou através do tubo extratos
de plantas, observando a formação de zonas verdes e amarelas.
Os processos cromatográficos envolvem sempre duas fases, sendo que
uma se locomove através da outra. Assim, a fase que se move denomina-se
fase móvel a que não se move denomina-se fase estacionária ou suporte. Na
fase estacionária, empregam-se sólidos e líquidos e a fase móvel emprega-se
gases e líquidos.
Os tipos de suporte geralmente utilizados são; o óxido de alumínio, sílica
(óxido de silício) e etc. Como fase líquida móvel, utiliza-se; o álcool etílico,
benzeno, ácido acético entre outros.
Quando um composto é adicionado a um sistema de duas fases, haverá
uma interação preferencial do composto por uma das fases. Na cromatografia
em camada delgada (cromatografia líquido-sólido) a fase líquida se move
através da fase estacionária. Como há uma interação preferencial do composto
a ser identificado com uma das fases, o percurso total percorrido pelo
composto será diferente do percurso percorrido pela fase móvel. Se o percurso
percorrido pelo composto for menor que aquele percorrido pela fase móvel, diz-
se que há uma maior adsorção (adesão das moléculas de um fluido em uma
superfície sólida) na fase estacionária. A adsorção ocorre devido as interações
(dipolo-dipolo, íon-dipolo ou ligação hidrogênio) que existem entre os
compostos e as fases líquida móvel e sólida estacionária.
Quando as condições para a realização do experimento estão
especificadas é possível identificar uma substância pelo seu índice de retenção
ou fator de retardamento (Rf). O índice de retenção é definido com a distância
percorrida na placa pela substância e a distância percorrida pelo solvente
(medidas no centro da mancha da substância e a frente do solvente, figura 1.
Para uma melhor identificação, recomenda-se que o solvente escolhido para
eluição deve carrear o composto a um Rf entre 0,3 e 0,6. (STILL, KAHN, &
MITRA, 1978)

∆X
Rf =
∆Y
Equação 1 - Fator de retardamento;

Onde:

ΔX (distância percorrida pela mancha desde a origem)

ΔY (distância percorrida pelo solvente desde a origem).

Figura 1- (a) cromatografia de separação em coluna; (b) Determinação do Rf no


cromatograma em camada fina. (STILL, KAHN, & MITRA, 1978)

A partir do valor do Rf é possível identificar uma substância, pois ele é


característico da mesma. No entanto, deve-se levar em conta as fases
empregadas, uma vez que, quando estas são mudadas, o valor de Rf se
altera.Assim sendo, para cada fase empregada, o valor de Rf é característico
de uma determinada substância. (SOARES, SOUZA, & PIRES, 1988)

CROMATOGRAFIA DELGADA

A cromatografia de camada delgada (CCD) é um tipo de cromatografia


líquido-sólido, em que a fase estacionária é fixada como uma película sobre
uma placa de vidro. As placas de vidro utilizadas na CCD são lâminas de vidro
onde se fixa uma película de sílica (óxido de silício SiO2).
A CCD pode ser utilizada na identificação de compostos orgânicos
líquidos e sólidos. Em ambos os casos, é conveniente aplicar sobre a placa
uma solução do composto desconhecido. Após a solução ter sido aplicada
sobre uma placa, está é, então, colocada em uma câmara de eluição.
O processo de escolha da fase móvel deve ser feito mediante a testes
com diferentes solventes ou misturas suas com diferentes proporções, para
que se encontre a condição ideal, isto é, aquela que melhor separa os
componentes da amostra.

CROMATOGRAFIA EM COLUNA

A cromatografia em coluna é uma técnica usada para a separação de


muitos compostos orgânicos. Essa técnica baseia-se na polaridade relativa das
moléculas envolvidas. O material utilizado deve ser polar finamente dividido
(suporte sólido ou fase estacionaria), em geral, alumina ou sílica gel
empacotado com um solvente orgânico ou uma mistura de solventes. A
velocidade na qual um composto é eluido da coluna depende da sua
polaridade, da polaridade da fase estacionária e da polaridade do solvente
usado como eluente. Se o composto é mais atraído pela fase estacionária do
que pelo solvente, ele migrará lentamente da coluna. Caso contrário, se o
composto tiver maior afinidade pelo solvente ele migrará mais rapidamente da
coluna, gastando menos tempo e solvente. O êxito deste processo dependerá
da escolha adequada de um solvente e de um suporte. Em alguns casos é
possível visualizar a separação de uma mistura observando o desenvolvimento
de faixas de cores distintas ou por luz ultravioleta. A escolha dos sólidos e dos
solventes utilizados na coluna cromatográfica são geralmente, os mesmos
utilizados na cromatografia de camada delgada.

EMPACOTAMENTO E INTRODUÇÃO DA MISTURA

A coluna de vidro deve conter uma válvula de controle de fluxo de


solvente.
Existem dois métodos para empacotar uma coluna. Um método no qual
o suporte é introduzido na coluna a seco (Figura 2a), e o outro método o
suporte é introduzido junto com o solvente (Figura 2b). No primeiro método,
coloca-se uma pequena quantidade de algodão na base inferior da coluna para
evitar a passagem do suporte sólido, a coluna é preenchida até a metade com
solvente, observando se não a introdução de bolhas. A fase estacionária é
introduzida lentamente para ser empacotada com o solvente. A superfície do
suporte nunca deve ficar livre de solvente, sendo assim é permitida a adição de
novas quantidades de solvente. No segundo método o procedimento é quase
idêntico diferenciando somente que agora o suporte sólido é introduzido
juntamente com o solvente. (Still, Kahn, & Mitra, 1978)

Figura 2 - (a) Solvente adicionado à coluna; (b) suporte sólido introduzido na coluna (Still,
Kahn, & Mitra, 1978)

2. OBJETIVOS

Identificação de um composto orgânico através do cálculo de Rf (fator de


retardamento/índice de retenção) obtidos através de cromatografia delgada e
purificação de compostos orgânicos por cromatografia de coluna.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Cromatografia em Camada Delgada


Nesta técnica as substâncias menos polares avançam mais rapidamente
que as substâncias mais polares. Esta diferença na velocidade resultará em
uma separação dos componentes da amostra. Na tabela 1 estão listados em
ordem crescente de polaridade (em coluna), os solventes mais usados em
cromatografia. A mistura mais utilizada é a de acetato de etila com éter de
petróleo ou hexano, que são solventes razoavelmente baratos, voláteis e de
regular ou baixa toxidade.

Tabela 1 - Solventes cromatográficos em ordem crescente de polaridade. (STILL,


KAHN, & MITRA, 1978)
Quando estiverem presentes várias substâncias, cada uma se
comportará segundo suas propriedades de solubilidade e adsorção,
dependendo dos grupos funcionais presentes na sua estrutura.

Utilizando hexano como solvente e com auxílio do coeficiente de


retenção (Rf) foi possível identificar na mistura a presença dos dois compostos
orgânicos analisados: Ortonitroanilina (C6H6N2O2 2-nitroanilina) e
Paranitroanilina (C6H6N2O2 4- nitroanilina).
Figura 3 - Fórmula Estrutural do Ortonitroanilina e
Paranitroanilina
Na figura 4, estão os resultados obtidos pelo grupo em laboratório.

Figura 4 - Resultados obtidos em laboratório por cromatografia de camada; (a)


paranitroanilina; (b) ortonitroanilina; (c) mistura.

Abaixo são mostrados os valores obtidos de Rf na mistura e nas


soluções.

CÁLCULO DO ÍNDICE DE REFRAÇÃO (Rf)

∆X
Rf =
∆Y
SOLVENTE MISTURA
Distância Rf Distância Rf
0,6 0,6
Ortonitroanilina 7,5 cm Ortonitroanilina 7,6 cm
5 5
0,3 0,3
Paranitroanilina 3,9 cm Paranitroanilina 3,7 cm
4 2

Cromatografia de coluna

Como na cromatografia em camada delgada, á medida que os


compostos da mistura são separados, as bandas ou zonas móveis começam a
ser formadas. Cada banda contem somente um composto. Em geral, os
compostos apolares passam através da coluna com uma velocidade maior do
que os compostos polares, porque os primeiros têm menor afinidade com a
fase estacionária.

Fase fixa: sílica


Fase móvel: solvente (hexano)
Figura 5 - Resultado obtido em cromatografia de coluna no
laboratório

Para a cromatografia de coluna o primeiro componente a sair da coluna


foi a ortonitroanilina seguido da paranitroanilina.

PLACA 1
Figura 6 - Placa 1; resultado obtido em (1) e (2) e a
referência (r).

PLACA 2

Figura 7 - Placa 2; resultado obtido em (5) e (6) e a


referência (r).
PLACA 3
Figura 8 - Placa 3; resultado obtido em (7), (8) e (9) e a
referência (r).

Conclusão

Os resultados não foram satisfatórios devido á concentração percentual


do solvente (hexano-50%), o ideal seria utilizar solvente com concentração de
30% para a técnica de cromatografia em camada delgada.
Já para a técnica de cromatografia de coluna o comportamento experimental
foi satisfatório sendo possível identificar facilmente a separação dos
componentes da amostra.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

SOARES, B., SOUZA, N., & PIRES, D. (1988). Química Orgânica: Teoria e
técnicas de preparação, purificação e identificação de compostos orgânicos.
Rio de Janeiro: Guanabara S.A.

STILL, W. C., KAHN, M., & MITRA, A. (1978). Rapid Chromatographic


Technique for Preparative Separations with Moderate Resolution. .

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