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Finanças Corporativas e Contabilidade

Financeira

Preparado por Prof.Davi Nakano


Parte deste material foi gentilmente cedido pela Profa. Ana
Maria Nelo (UFMA)
Estrutura das Demonstrações Contábeis
Brasileiras
A função da Contabilidade

Essa organização
opera e faz
negócios e...

... a Contabilidade
Os sócios
Registra os dados
constituem
e...
uma empresa
ou organização ... produz Relatórios
Contábeis para

Diversos
usuários
Os usuários da Informação Contábil

Investidores Bancos

Administradores
e analistas Informações Empregados
Contábeis

Governo Fornecedores

Sindicatos
Alguns Princípios Contábeis Fundamentais

Pessoa Física
Para quem é
Entidade Contábil mantida a
Contabilidade
Pessoa Jurídica

A entidade contábil encontra-se


Continuidade em operação, por prazo
indeterminado
Patrimônio
Tangíveis e Intangíveis
Bens
Móveis ou Imóveis

Depósitos bancários

Direitos Duplicatas a receber


Patrimônio Títulos a receber

Dívidas com fornecedores


Empréstimos
Obrigações
Encargos e Impostos a pagar
Contas a pagar
Patrimônio

Patrimônio
= Bens + Direitos - Obrigações
Líquido
Relatórios Contábeis
Relatórios Contábeis
• Os dados coletados pela Contabilidade são
periodicamente apresentados na forma de
relatórios
Alguns desses relatórios são obrigatórios por lei:
– Balanço Patrimonial (BP)
– Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
– Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados (DLPA)
– Demonstração de Origens e Aplicação de
Recursos (DOAR)
– A Demonstração de Fluxo de Caixa não é
obrigatória no Brasil
Relatórios Contábeis
Relatório da Diretoria:

Demonstrações Financeiras

Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício


Data __/__/__ Data __/__/__
(em duas colunas) (em duas colunas)

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados


Data __/__/__
(em duas colunas)

Notas Explicativas
Relatórios Obrigatórios
Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado
Sociedades por do Exercício
Ações (SA) Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados
Obrigatórios Demonstração de Origens e
Aplicações de Recursos

Balanço Patrimonial
Ltdas e Outras Balanço do Resultado
Econômico (DRE + DLPA)

Demonstração do Fluxo de Caixa


Demonstração do Valor Agregado
Não
Obrigatórios Balanço Social
Orçamentos
Relatórios Obrigatórios
• No caso das S A, os relatórios devem ter
analisados por um auditor independente, que
emite um parecer
• Algumas auditorias nacionais:
– Trevisan
– Boucinhas e Campos
• As Big Four (grandes auditorias
internacionais):
– KPMG
– Deloitte Touche
– Ernst & Young
– PriceWaterhouseCoopers
Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Balanço Patrimonial

Ativo
Para ser ativo é necessário que qualquer item
preencha quatro requisitos simultaneamente:
•bens ou direitos;
•de propriedade da empresa;
•mensurável;
•benefícios.
Balanço Patrimonial
Passivo
Evidencia toda obrigação (dívida) que a empresa
tem com terceiros

Patrimônio Líquido
Evidencia recursos dos proprietários aplicados no
empreendimento. O investimento inicial dos
proprietários.
Acréscimos ao PL
O patrimônio líquido não só é acrescidos com novos
investimentos dos proprietários, mas também, e isto é
mais comum, com os rendimentos resultantes do
capital aplicado. Esse rendimento é denominado Lucro.
O lucro resultante da atividade operacional da entidade,
obviamente, pertencente aos proprietários que
investiram na empresa (remuneração do capital
investido).
Do lucro obtido na empresa em determinado período,
pela atividade empresarial, normalmente uma parte é
distribuída para os donos do capital (dividendos) e
outra parte é reinvestida no negócio, isto é, fica
acumulada.
Obrigações da Empresa
Tanto o Passivo quanto o PL são obrigações da
empresa. No Passivo há as obrigações exigíveis com
terceiros e, por isso, também é conhecido como
capitais de terceiros.

No PL há as obrigações com os proprietários da


empresa. Entretanto, os proprietários, por lei, não
podem reclamar a restituição do seu dinheiro investido;
por isso, este grupo também é conhecido como Não
Exigível.
O proprietário só terá seu dinheiro de volta no
encerramento da empresa
Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Origem
dos
Aplicação recursos
dos recursos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Grupo De Contas Do Balanço Patrimonial
Ativo = O Ativo está disposto em grupos de
contas homogêneas ou de mesmas
características.

Os itens do Ativo são agrupados de acordo


com a sua liquidez, isto é, de acordo com a
rapidez que podem ser convertidos em
dinheiro.
Contas do Ativo
Ativo

Ativo Circulante
– Disponibilidade (Caixa e Bancos)
– Contas a Receber
– Estoques
– Investimentos Temporários
– Despesas do Exercício Seguinte
Ativo
Deduções do Ativo Circulante
Contas a Receber: a parcela estimada pela
empresa que não será recebida em dinheiro em
decorrência dos maus pagadores, deve ser
subtraída de Contas a receber, sob o título de
Provisão para Devedores Duvidosos.
Parte das Duplicatas a Receber, negociada com
instituições financeiras com o objetivo da
realização financeira antecipada daqueles títulos,
deve ser subtraída de contas a receber com o
título Duplicatas Descontadas.
Estoques = custos ou mercado dos dois o menor
Ativo
Realizável a Longo Prazo
São ativos de menor liquidez (transformam-se em
dinheiro mais lentamente) que o Circulante.

Neste item são classificados os empréstimos ou


adiantamentos concedidos às sociedades
coligadas ou controladas, os diretores, acionistas
etc.
Ativo
Permanente
São ativos que dificilmente serão vendidos, pois sua
característica básica é não se destinarem à
venda. Portanto, pode-se dizer que são itens sem
nenhuma liquidez para a empresa.
Outra característica do Ativo Permanente é que são
itens usados por vários anos (vida útil longa) e
sua reposição, ao contrário do Circulante, é lenta.
Seus valores variam constantemente, daí a
denominação de Ativo Fixo.
O Ativo Permanente subdivide-se em 3 grupos:
Investimento, Imobilizado, Diferido
Ativo Permanente
Investimento
as participações (que não se destinam a venda) em
outras sociedades e outras aplicações de
características permanente que não se destinam a
atividade operacional da empresa

Ex. Uma empresa metalúrgica compra um galpão e o


aluga para outra
Ativo Permanente
Imobilizado
as aplicações que tenham por objetivo bens destinados
à manutenção da atividade operacional da empresa,
tais como: imóvel (onde está sediada a empresa),
instalações, móveis e utensílios, veículos, máquinas
etc.
Ativo Permanente
Diferido
São aplicações de recurso em despesas ou gastos,
que contribuem para a obtenção de receita ou para
a formação do resultados de mais de um exercício
social, tais como: gastos pré-operacionais, gastos de
reorganização, pesquisa e desenvolvimento de
produtos etc.
Diferentemente do Imobilizado, quase sempre se refere
a serviços
Contas do Passivo
Passivo
Passivo Circulante
são as obrigações que normalmente são pagas dentro
de um ano.

Exigível a Longo Prazo


São as dívidas que serão liquidadas com prazo
superior a um ano.
Passivo
Resultado de Exercício Futuros
– São classificadas neste grupo as receitas de
exercícios futuros, diminuídas dos custos e
despesas a elas correspondentes.
– Devem compor este grupo as receitas recebidas
ou faturadas antecipadamente que não corram o
risco de devolução por parte da empresa, tais
como aluguel recebido antecipadamente (com
cláusula de não-reembolso).
Passivo
Patrimônio Líquido
– Capital (investimento dos proprietários)
– Lucros
– Reservas de Capital
– Reservas de Reavaliação
– Reservas de Lucro
Exemplo
Estruturar o Balanço Patrimonial da Cia EP em
31/12/2003
Dados: caixa: 1.800, dívidas com fornecedores: 4.000,
capital social: 10.000, máquinas: 3.000, estoques:
6.500, Financiamentos a pagar a longo prazo: 7.320,
gastos pré-operacionais: 200, lucros acumulados:
3.400, duplicatas a receber: 3.400, salários a pagar:
6.500, participações em outras empresas: 7.320,
contas a pagar: 200, prédios: 4.000, impostos a pagar
no curto prazo: 1.800, títulos a pagar no longo prazo:
3.000, títulos a receber no longo prazo: 10.000
Balanço Patrimonial: Cia EP
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa 1800 Fornecedores 4000
Estoques 6500 Salários 6500
Duplicatas a receber 3400 Contas a pagar 200
Impostos a pagar 1800
Realizável a Longo Prazo
Exigível a Longo Prazo
Títulos a receber 10000
Financiamento L prazo 7320
Permanente Títulos a pagar 3000
Investimentos
Participações em outras
empresas 7320
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado
Máquinas 3000 Capital Social 10000
Prédios 4000 Lucros acumulados 3400
Diferido
Gastos pré-operacionais 200
Total 36220 Total 36220
Exemplo de tomada de decisão no Balanço
Patrimonial: Cia Itamar (comercial)
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa 200 Fornecedores 100
Estoques 500 Impostos a recolher 1.000
Duplicatas a receber 300 Outras dívidas 100
Total Circulante 1.000 Total Circulante 1.200

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo


Títulos a receber 100 Financiamentos 1.400

Permanente
Investimentos 1000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado 500
Capital Social 400
Diferido 500
Lucros acumulados 100
Total Permanente 2.000
500

Total 3.100 Total 3.100


Com base no balanço da Cia Itamar, responder:

a) Qual é o Capital Circulante Líqüido da empresa?


b) A empresa conseguirá, sem problemas, pagar as
suas dívidas?
c) Pressuponha que a empresa esteja atrasando um tipo
de obrigação. Qual é?
d) A composição do endividamento (Capital de
Terceiros) é boa?
e) As aplicações no Permanente são sensatas?
f) A proporção de Capital Próprio em relação ao Capital
de Terceiros é boa?
g) Qual seria sua atitude como administrador desta
empresa?
h) O volume de Investimentos dos sócios é satisfatório?
Situação da Cia Itamar:
• a) Capital Circulante Líqüido é negativo
• b) Ativo Circulante < Passivo Circulante – não conseguirá pagar
suas dívidas;
• c) atrasa impostos (veja que o valor do Imposto a Recolher é
desproporcionalmente alto em relação a Estoques e Ativo
Circulante
• d) ponto positivo: a maior parte da dívida está no Exigível a Longo
Prazo em comparação com o Passivo Circulante
• e) aplica demais no Ativo Permanente (uma empresa comercial
deveria aplicar mais em Estoque
• f) endividamento muito elevado (Capital de Terceiros / Total do
Passivo = 2600/3100 = 84%
• g) aumentar o Ativo Circulante: vender parte do investimento e
aplicar em Estoque; reduzir o Passivo Circulante: renegociar os
impostos. A grande parte da dívida de Curto Prazo passaria para
Longo Prazo
• h) o volume de Investimentos dos sócios é insuficiente, ou seja, o
Capital de Terceiros é exclusivamente elevado em relação ao
capital próprio.
Algumas análises a partir do BP
Estrutura do capital
Capital de terceiros (PC+ELP) / Capital próprio (PL)
Perfil da dívida: curto prazo (PC) / longo prazo
(ELP)
Situação financeira
Relação entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante
Capital Circulante Líquido = AC - PC
Algumas análises a partir do BP
Investimentos em Ativo Permanente
Depende do negócio da empresa
Regra geral, busca-se o maior retorno possível
sobre o investido no Ativo Permanente
Demonstração dos Resultados do
Exercício
DRE
• A demonstração de resultado do exercício é
um resumo ordenado das receitas e
despesas da empresa em determinado
período.

• É apresentada de forma dedutiva (vertical),


ou seja, das receitas subtraem-se as
despesas e, em seguida, indica-se o
resultado (lucro ou prejuízo).
DRE
• A DRE completa, exigida por lei, fornece
maiores minúcias para a tomada de decisão
– Grupos de despesas,
– Vários tipos de lucro,
– destaque dos Impostos, etc.
DRE
Receita Bruta
- Deduções (impostos)
Receita Líquida
- Custos do período
Lucro Bruto
- Despesas
Lucro Operacional
- Perdas
Lucro antes da Distribuição
- Participação de terceiros
Lucro Líquido
- Participação dos proprietários
Lucro Líquido retido na empresa
Exemplo Simplificado
Demonstração do Resultado do Exercício em $ mil

RECEITA BRUTA R$ 58.000,00


( - ) DEDUÇÕES
IPI (R$ 3.000,00)
ICMS (R$ 4.000,00)
Abatimentos (R$ 1.000,00)
RECEITA LÍQUIDA R$ 50.000,00
( - ) custo dos produtos vendidos (R$ 18.000,00)
LUCRO BRUTO R$ 32.000,00
( - ) Despesas Operacionais
vendas (R$ 6.000,00)
administrativas (R$ 12.000,00)
financeiras (R$ 2.000,00)
variações monetárias (R$ 6.000,00)
LUCRO OPERACIONAL R$ 6.000,00
DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
Venda de imobilizado com prejuízo (R$ 1.000,00)
Perdas diversas (R$ 2.000,00)
LUCRO ANTES DO IR R$ 3.000,00
Imposto de Renda
Receita Bruta
DRE (-) IPI

Completa
(-) ICMS
(-) ISS
(Em geral se (-) PIS
(-) COFINS
mostram os (-) Devoluções
resultados dos = Receita Líquida
(-) Custo das Vendas
dois últimos = Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
exercícios) Despesas com vendas
Despesas Administrativas
Despesas Financeiras
Outras Despesas e Receitas Operacionais
= Lucro Operacional Líquido
Receitas Não Operacionais
Despesas Não Operacionais
(+/-) Resultado de CM
= Lucro Antes do Imposto de renda
Despesas Com Imposto de Renda
Despesas com Contribuição Social
= Lucro Depois do IR
(-) Participação
= Lucro Líquido
Lucro Líquido
• LL = é considerado uma sobra líquida à
disposição dos sócios ou acionistas, cuja
destinação é mostrada na DLPA.

• Até antes da Lei nº. 6.404/76 era comum


que a destinação do lucro fosse mostrada na
própria DRE.
Lucro Líquido
• As quatro participações apresentadas na
DRE são conhecidas pela expressão
participação no lucro, a qual, por vezes, gera
confusão, pois dá a entender que primeiro se
obtém o lucro líquido para, após, efetuar o
cálculo de tais participações.

• Todavia as participações devem vir antes do


lucro líquido do exercício, funcionando na
verdade como verdadeiras despesas.
Tipos de Participações
Debêntures
– As companhias podem solicitar empréstimos ao
público em geral pagando juros periódicos e
concedendo amortizações regulares. Para tanto,
emitirão títulos a longo prazo com garantias: São
as Debêntures.

– A debênture poderá assegurar ao seu titular, além


de juros e correção monetária, participação no
lucro da companhia.
Tipos de Participações
Empregados e Administradores
– é complemento à remuneração de empregados e
administradores. Normalmente, é definido no
estatuto ou contrato social um percentual sobre o
lucro.
– A partir da Constituição de 1988, a participação
dos empregados passou a ser obrigatória
Tipos de Participações
Partes Beneficiárias
– Normalmente, são concedidas às pessoas que
tiverem atuação relevante nos destinos da
sociedade (tais como fundadores,
reestruturadores etc.).

– São títulos negociáveis, sem valor nominal, que a


Cia. pode criar a qualquer tempo. Os titulares
desses títulos têm a participação (prevista em
estatutos) nos lucros anuais (não dedutíveis para
IR).
Tipos de Participações
Contribuições
– Contribuições para instituições ou Fundos de
Assistência ou Previdência de Empregados.
– São às doações às constituição de fundações
com a finalidade de assistir seu quadro de
funcionário.
– No que tange às participações dedutíveis, para
efeito de IR, destaca-se que há limite fixado por
aquela legislação.
Resumo: Participações
Lucro Depois do IR
(-) Participação de Debêntures
(-) Participação de Empregados
(-) Participação da Administração
(-) Participação das Partes Beneficiárias
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados
Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos
Acumulados
Esta demonstração possibilita a evidenciação
clara do lucro do período, a sua distribuição e
a movimentação ocorrida no saldo da conta
Lucros ou prejuízos acumulados.
Normalmente uma parcela dos lucros é
distribuída entre os donos e acionistas da
empresa (dividendos)
Outra parte é reaplicada na empresa (lucro
retido)
Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos
Acumulados

DRE
ATIVO PASSIVO

Dividendos a pagar 4000

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Lucro 10.000 Lucros Retidos 6000

DLPA
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados
Estrutura Resumida

Lucro Acumulado de Exercício(s) Anterior(es)


+ Lucro Líquido do Exercício
Lucro Disponível
(-) Reservas (no caso de S.A)
(-) Dividendos

Lucro Acumulado (Reinvestido, Patrimônio Líquido)


Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos
Acumulados
• A DLPA é importante em razão do dividendo
ser obrigatório, e também da possibilidade de
segregar parcelas do lucro do exercício para
a formação de reservas de lucros a realizar e
reservas para contingências. Essas reservas
estarão sujeitas à incidência do dividendo
obrigatório no futuro, quando reverterem para
a conta de lucros acumulados.
Demonstração Dos Lucros
Ou Prejuízos Acumulados
O artigo 186 da Lei das S. A estabelece:
“A demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados discriminará:
O saldo do início do período, os ajustes de
exercício anteriores e a correção monetária do
saldo inicial;
As reversões de reservas e o lucro líquido do
exercício
As transferências para reservas, os dividendos, a
parcela dos lucros incorporados ao capital e o
saldo ao final do período.”
Demonstrações das Mutações
do Patrimônio Líquido
• O §2º do artigo 186 estabelece que a DLPA
poderá ser incluída na DMPL, se esta for
elaborada e publicada pela companhia.
BP DRE

ATIVO PASSIVO
Receitas
PL (- ) Custos
L. LÍQUIDO Lucro Bruto
(-) Despesas
Lucros Acum. 200 L.Líquido 700

DLPA

Saldo em 31.12.X = 200


+ L.Líquido 700
Lucro Disponível 900
(-) Dividendos (400)
Saldo 500
Modelo de DLPA
20XX 20XX - 1
Saldo de lucro acumulado do exercício anterior
(+/-) Ajustes de exercícios anteriores
(+) lucro líquido do exercício
Lucro Total Disponível
(-) Transferências para reservas de lucro
a) Reserva Legal
b) Reserva Estatutária
c) Reservas para contingências
d) Retenção de lucros
e) Reserva de lucros a realizar
(-) Dividendos

Saldo de Lucros Acumulados no final do período


O que são Reservas
Conceitos e Generalidades
– Em sua forma mais genérica, podemos dizer que
as reservas representam a separação de parcelas
provenientes de ganhos, com o objetivo de
preservar o patrimônio líquido de uma sociedade
– Se uma empresa distribuísse entre seus
proprietários todos os ganhos que auferisse, em
breve provavelmente estaria com uma posição
financeira bastante desfavorável. Portanto, ao
invés de distribuir todos os seus ganhos, a
empresa deve reservar uma parte dos mesmos
para que possa continuar operando e se
expandindo.
Classificação das Reservas
Reservas de capital
representam acréscimo do patrimônio líquido
(ganhos) que não tramitam pela conta de
resultado da companhia, nem são provenientes
da reavaliação de ativos.
Reserva de reavaliação
a legislação brasileira permite a reavaliação de
ativos, mediante avaliações efetuadas por peritos
ou empresa especializada nessa função.
Reservas e retenção de lucros
conforme se deduz do próprio título, reservas de
lucros são aquelas constituídas pela apropriação
dos lucros da Companhia.
Correção Monetária
do Capital Realizado
• a correção da conta capital realizado é a
única que não é agregada à própria conta
corrigida, sendo creditada numa conta
específica.
Utilização das Reservas de Capital
• com exceção da conta reserva de correção
monetária da conta de capital realizado, que
só é utilizada para aumento do capital social,
os demais tipos de reservas de capital
podem ser utilizadas para qualquer das
seguintes finalidades:
– aumento de capital, absorção de prejuízos
resgate de partes beneficiárias, resgate,
reembolso ou compra de ações , pagamento de
dividendos às ações preferenciais, quando essa
vantagem lhes for assegurada.
Reservas e Retenção de Lucros
– Reservas de lucros são aquelas constituídas pela
apropriação dos lucros acumulados da
companhia.
• Reservas Legal
• Reservas Estatutárias
• Reservas para contingências
• Reservas de lucros a realizar
• Reserva de lucros par expansão
• Retenção de pagamento de dividendo
obrigatório
Reservas de Lucros
• Reserva Legal
• Constituição
– É constituída por força de lei
– 5% do Lucro Líquido do Exercício serão aplicados
antes de qualquer destinação, na constituição da
reserva legal.
– A reserva legal não excederá 20% do capital
social.
– A Companhia poderá deixar de constituir a
reserva legal no exercício em que o saldo da
reserva, acrescido do montante das reservas de
capital, exceder 30% do Capital Social.
Reservas Legais
• Finalidade

– Assegurar a integridade do capital social

– Só poderá ser utilizada para compensar prejuízos


ou aumentar o capital
Reservas Estatutária
Constituição
– O estatuto poderá criar reservas desde que, para
cada uma:
• Indique, de modo preciso e completo a sua
finalidade.
• Fixe os critérios para determinar a parcela
anual dos lucros líquidos que serão destinados
a sua constituição.
• Estabeleça o limite máximo da reserva.
Reservas para Contingência
– A assembléia geral poderá, por uma proposta dos
órgãos da administração, destinar parte dos
lucros líquidos à formação das reservas com a
finalidade de compensar em exercício futuro.

– A diminuição dos lucros decorrente da perda


julgada provável, cujo valor possa ser estimado
Reservas para Contingência
Condições para Criar a Reserva:
– A proposta dos órgãos da administração deverá
indicar a causa da perda prevista e justificar, com
razões de prudência que a recomendem, a
constituição da reserva.

– A reserva deverá ser revertida no exercício em


que deixarem de existir as razões que justifiquem
a sua constituição ou em que ocorrer a perda.
Reservas de Lucros para expansão
• A assembléias geral poderá, por proposta
dos órgãos da administração, deliberar reter
parcela do lucro líquido do exercício prevista
em orçamento de capital por ela previamente
aprovado
– O orçamento, submetido pelos órgãos da
administração com a justificação da retenção da
proposta, deverá compreender todas as fontes de
recursos e aplicações de capital, fixo ou
circulante, e poderá ter a duração máxima de 5
anos, salvo no caso de execução, por prazo
maior, de projeto de investimento
Demonstração de Origens e Aplicação de
Recursos
DOAR
• Objetivos da DOAR
– apresentar de forma ordenada e sintética as
informações relativas às operações financeiras e
de investimentos da empresa .

– Auxiliar no processo decisório da empresa,


principalmente para:
• Sócios,
• Bancos
• Financiadoras
• Investidores
Objetivos
• Evidenciar as alterações ocorridas na
posição financeira da empresa.

• Explicar a variação ocorrida no Capital


Circulante Líquido.
A DOAR permite conhecer
• Origens dos recursos

• Aplicações dos recursos

• Variações no Capital Circulante Líquido;


Origens dos Recursos
• Das Operações
• Resultado Ajustado

• Dos Acionistas:
– Integralização de Capital

• De Terceiros
– Ingresso de Novos Empréstimos
– Alienação de Imobilizados
– Alienação de Investimentos
– Resgate de Investimentos de LP
Aplicações de Recursos

• Aquisição de Imobilizado, ao Custo


• Adições aos Ativos Diferidos
• Integralização de Novos Investimentos
• Dividendos Propostos Pagos
Ciclo Operacional
• O Ciclo operacional demonstra o funcionamento
operacional: as Mercadorias são vendidas, e seus
valores transformados em Valores a Receber;
quando do recebimento, esses valores transformam-
se em Caixa;
Ciclo Operacional
– Valores Circulantes = Das partes componentes
desse Ciclo Operacional, as que representam
valores do Ativo da empresa compõem seu Ativo
Circulante, as que pertencem a seu Passivo
formam o Circulante.

– Também são classificados como Circulantes os


valores cujos recebimentos, consumos ou
pagamentos fiquem dentro do prazo necessário
ao ciclo completo.
Ciclo Operacional
– Valores Não Circulantes = Todos os outros valores
do Ativo e do Passivo que não estejam inseridos no
ciclo operacional da empresa

– ou que tenham seu pagamento ou recebimento


marcados por prazo superior ao necessário para
completar o ciclo são classificados em: Ativo e
Passivo não Circulantes.
Capital Circulante Líquido
• Capital circulante líquido: é o valor monetário
que resume a diferença entre o AC e PC, e
não aparecem explicitamente no balanço
patrimonial.

• O CCL pode ser:


– positivo
– negativo
– nulo (AC=PC).
Variações do Capital Circulante Líquido
Causas das Variações
– Sempre que houver aumento de ativo circulante,
ter-se-á um aumento de capital circulante líquido
– Quando ocorrer diminuição do passivo circulante,
haverá outro aumento de capital circulante líquido;
– Diminuição do ativo circulante diminui o CCL e o
aumento do Passivo Circulante também, e isso
decorre diretamente da própria deficiência do CCL
: (CCL = AC-PC)
Eventos que não Afetam o CCL
Algumas alterações não provocam variação no
CCL, e, de forma geral, pode-se afirmar que
isto ocorre quando as causas provocam
alteração somente dentro dos Valores
Circulantes.

– Compras de mercadorias à vista ou a prazo.

– Alterações de itens não circulantes, não haverá


modificação no CCL.
Eventos que não afetam o CCL
• Obtenção de Empréstimo no Curto Prazo
– Aumenta o Caixa - AC
– Aumenta o Passivo - PC
• Duas alterações de igual valor a variação do
CCL =0

• Pagamento de Determinado Fornecedor


– (-) Caixa = AC
– (-) Fornecedor = PC
• Alteração no Circulante Líquido = 0
Aumentos do CCL
• Obtenção de empréstimo a longo prazo
– Aumenta o caixa
– aumenta o CCL
• A origem da variação reside na alteração do
Passivo não circulante.
• Venda de um Imóvel em Espécie ($) o Valor
a Receber no Curto Prazo.
– (+) Caixa = AC
– (-) Imóvel = Ativo não Circulante
• Variação no CCL = será fornecida pela
diminuição do Ativo não Circulante.
• Venda De Mercadoria
– Custo = 1.000 AC
– Clientes = 1.500 AC
– Var. do CCL 500

• Em função do lucro obtido = aumentou o valor


do PL, ou seja, o passivo não circulante
sofreria um aumento de $500, pelo acréscimo
de Lucros Acumulados.
Aumentos e Diminuições
• Aumentos:
– Causas do aumento do CCL podem ser
encontradas nos aumentos do Passivo não
Circulante.
• Aumento de Capital
• Lucros obtidos
• Empréstimos a Longo Prazo etc.

– Diminuições do Ativo não Circulante


• Vendas de Imóveis;
• Recebimentos de Valores Realizáveis a Longo
Prazo.
Variação do CCL (Diminuições)
• Originadas nas Diminuições no Passivo não
Circulante
• Distribuições de lucros
• Dívidas a Longo Prazo que Passam a Curto
Prazo

• Originadas nos Aumentos de Ativo não


Circulante
• Compra de uma patente à vista;

• empréstimos a terceiros a longo prazo.


DOAR
Origens dos Recursos Aplicações de Recursos
Das Operações Aquisição de Imobilizado
Lucro Líquido Ajustado Integralização de Invest.
dos acionistas Transferência de
empréstimos de LP
Integralização de Capital para o PC
de terceiros
Dividendos propostos e
Empréstimos de LP pagos
Baixa de Imobilizado Total das Aplicações
Venda de investimentos
Total das Origens CCL = Origens -
Aplicações
DOAR X DFC
• A tendência mundial é substituir a publicação
da DOAR pela DFC (Demonstração do Fluxo
de Caixa);
• Se aprovadas as propostas das mudanças
da Lei 6.404/76, a DOAR perderá o caráter
obrigatório para publicação.
• A DFC ganhará obrigatoriedade.
Demonstração do Fluxo de Caixa

• Instrumento indispensável no planejamento e


controle dos recursos financeiros da entidade
e no processo de tomada de decisões
financeiras.

• Relaciona os ingressos e desembolsos de


recursos monetários de uma entidade em um
determinado período de tempo,
Demonstração do Fluxo de Caixa
• O Fluxo de Caixa é uma demonstração que,
na grande maioria dos países, está
começando a ser usada há pouco tempo.

• O Conceito de disponibilidades abrange as


aplicações financeiras (em alguns casos,
aplicações até 90 dias são classificadas na
DFC).
Objetivos da DFC
Acompanhar o desempenho financeiro da
empresa

Equalizar os recebimentos com os diversos


compromissos assumidos.

Prognosticar eventual excesso ou escassez de


recursos e permitir a tomada de medidas
saneadoras de manutenção do equilíbrio
entre os pagamentos e recebimentos de
caixa
Elaboração da DFC
• Método Direto: se faz exclusivamente pela
apresentação dos recursos provenientes das
operações da empresa.

• Método Indireto: Parte-se do Lucro Líquido


para, após os ajustes necessários, chegar-se
ao valor das disponibilidades produzidas no
período pelas operações registradas na DRE.
Método Direto
• No método direto são demonstrados os
recebimentos e pagamentos derivados das
atividades operacionais da empresa.

• Faz-se uma análise das contas patrimoniais


e de resultados.
FLUXO DE CAIXA

‹ ATIVIDADES OPERACIONAIS - Movimentos de Recursos


gerados pelas operações da empresa.
Exemplos: Recebimentos de Clientes, Pagamentos de
despesas.
‹ ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS - Movimentos de Recur-
sos gerados pelo Ativo Permanente e Realizável a Longo
Prazo.
Exemplos: Aplicações Financeiras, Aquisição ou Venda de
Permanentes.
‹ ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS - Movimentos de
Recursos gerados pelo Capital Próprio e de Terceiros.
Exemplos: Alterações de Capital e Financiamentos.
Método Indireto

• Para se chegar ao caixa produzido pelas


operações normais da empresa, fazem-se
ajustes mediante a comparação dos itens
circulantes que estão diretamente vinculados
às contas de Resultados, com exceção da
própria conta de disponibilidades.
Principais Transações que Podem Afetar o
Caixa
• Por Aumentos de Disponibilidades
– Integralização de Capital em Moeda
– Empréstimos e Financiamentos
– Vendas de Permanentes
– Vendas a Vista
– Recebimento de Duplicatas a Receber
– Recebimento de Receitas Financeiras
– Recebimentos de Dividendos
– Indenizações Recebidas
Principais Eventos que Podem Afetar
o Caixa
• Por Diminuições de Disponibilidades
– Dividendos pagos a acionistas
– Encargos Financeiros pagos
– Amortizações de Empréstimos e Financiamentos

– Aquisições de Permanentes a Vista


– Compras a Vista de Estoques
– Quitação de Fornecedores
– Pagamentos de Despesas/Custos
– Quitação de Contas a Pagar e Outros Passivos
Principais Eventos que não Afetam o
Caixa
• Depreciações, Amortizações e Exaustão

• Aumento de Passivos decorrentes de Valores


Provisionados ( Provisões para Contingências,
Provisões para Pagamentos a Efetuar )

• Diminuições de Ativos decorrentes de Valores


Provisionados ( Provisões para Perdas nos
Estoques, Provisões para ajustes a Valor de
Mercado etc )
DFC - Método Indireto
Operações: Investimentos
Recebimento de clientes Resgate de investimentos
Pagamentos de temporários
fornecedores Aplicações no imobilizado
Pagamentos de Despesas .........
Financiamentos Etc.
Novos Empréstimos (=) Variação Líquida no
Pagamento de Disponível
Empréstimos (+) Saldo Inicial no
Integralização do Capital Disponível
= Saldo Final
Índices Financeiros
• Índices financeiros são utilizados para avaliar
o desempenho da empresa
• Formas de comparação entre índices:
– Comparativo setorial
– Série temporal

• Os índices são obtidos a partir das


informações do BP e da DRE
Tipos de Índices Financeiros
Índices de Liquidez, de Atividade, de
Endividamento, de Lucratividade, de
Mercado

• Índices de Liquidez, Atividade,


Endividamento medem Risco
• Índices de Lucratividade medem Retorno
• Índices de Mercado medem Risco e Retorno
Principais Índices de Liquidez

Liquidez corrente (curto prazo): Desempenho de


recebimentos e desembolsos a curto prazo
ILC = Ativo Circulante / Passivo Circulante

Liquidez seca: Desempenho sem depender de


estoques e descontando despesas antecipadas
ILS = (Ativo Circulante - Estoques - Despesas
antecipadas ) / Passivo Circulante
Outros Índices de Liquidez
Liquidez imediata
ILI = (Caixa + Bancos + Títulos a curto prazo) /
Passivo Circulante

Capital de giro líquido (Capital Circulante


Líquido)
CGL = Ativo circulante – Passivo circulante
(medido na DOAR)
Indicadores de Atividade
Giro do estoque de produtos acabados
GE = Custo dos produtos vendidos /
Estoque médio de produtos acabados

Prazo médio de estocagem


PME = Estoque médio / Custo dos produtos
vendidos x 360
(para prazo em dias)
Indicadores de Atividade
Prazo médio de recebimento
PMR = (Contas a Receber/vendas anuais) x
360

Prazo médio de pagamento:


PMP = (Contas a pagar / compras anuais a
prazo) x 360
É usual considerar as compras anuais como um
percentual do custo dos produtos vendidos
Indicadores de Atividade
Giro do ativo total
GAO = Vendas / Ativo total
Indicadores de Endividamento
Índice de Endividamento =
Endividamento total / Ativo Total

Endividamento total = Passivo Circulante + Exigível


a longo prazo

Relação capital de terceiros / próprio =


Endividamento total / Patrimônio líquido
Indicadores de Endividamento
Índice de Cobertura de Juros
ICJ = Lucro Operacional (EBIT) / Juros pagos
Índices de Lucratividade
Margem Bruta
MB = Lucro Bruto / Vendas líquidas

Margem Operacional
MO = Lucro Operacional / Vendas líquidas

Margem Líquida
ML = Lucro líquido para acionistas / Vendas
Líquidas
Índices de Lucratividade
Lucro por ação

Retorno sobre o ativo total


ROI = Lucro líquido para acionistas / Ativo Total

Retorno sobre o Patrimônio Líquido


ROE = Lucro líquido para acionistas / PL
Outros Indicadores utilizados
EBIT - Earnings before Interest and Taxes
EBIT = Lucro Operacional (antes de impostos e
juros)

EBITDA - Earnings before Interest, Taxes,


Depreciation and Amortization
EBITDA = Lucro Operacional + despesas com
impostos, juros, depreciações e amortização)
(EBIT + despesas com depreciação e amortização)
Indicadores de mercado
Índice preço / lucro
P/E = Preço de mercado da ação ordinária /
lucro por ação

Índice valor de mercado / valor contábil


M/B = Preço de mercado da ação ordinária /
valor contábil da ação ordinária
Valor contábil da ação ordinária = Pl / número de
ações ordinárias

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