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Universidade Lusíada - Faculdade de Engenharia

António José Lima Oliveira nº 31711107

Tecnologias Eléctricas (motores eléctricos)

1 - Introdução:
O motor eléctrico é uma das mais notáveis invenções da revolução industrial. Devido à sua
facilidade de aplicação, simplicidade, alto rendimento e robustez, tornou-se o motor mais utilizado
em todo o mundo, estando hoje presente directa ou indirectamente em tudo o que é produzido pela
industria à escala global.
Este trabalho pretende descrever, de forma resumida, as características dos principais
motores eléctricos utilizados na industria, como componentes indispensáveis da automação
industrial.
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Tecnologias Eléctricas (motores eléctricos)

2 - Universo dos Motores Eléctricos


Os motores eléctricos estão divididos em duas grandes “famílias”, motores AC e DC,
funcionando a corrente alternada e contínua ou rectificada respectivamente. Existe ainda o motor
universal que pode utilizar corrente alternada ou contínua, no entanto é aplicado fundamentalmente
em corrente alternada geralmente em pequenos electrodomésticos.

Motores AC: Síncronos


– Rotor bobinado
– Ímanes Permanentes
– Relutância

Assíncronos
– Rotor em curto-circuito
– Rotor Bobinado (motor de anéis)

Motores DC:

– Excitação serie
– Excitação paralela
– Excitação composta
– Excitação independente
– Ímanes permanentes
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3 – Motores AC
Estes motores tiram partido do desfasamento de 120º existente entre as 3 fases da rede de
distribuição. Cada uma das fases é ligada a um conjunto de bobinas (pares de pólos), obtendo-se
desta forma um campo magnético “girante”.
Os motores AC estão divididos em duas “categorias”; motores Síncronos e Assíncronos.

3.1 - Motores Síncronos – O movimento de rotação do rotor acompanha o campo


magnético girante rodando à mesma velocidade que este, fazendo com que a velocidade de rotação
dependa apenas da frequência.

Motor de rotor bobinado de excitatriz estática – É o motor síncrono mais utilizado.


Aplica-se em situações onde se pretenda obter uma velocidade constante e independente da carga,
normalmente para potências elevadas.
O estator aloja as bobinas do campo girante. O rotor possui as bobinas que geram um
campo magnético estático (excitatriz), ligadas a uma fonte de corrente contínua externa por meio de
anéis colectores de escovas.
Trata-se de uma maquina reversível, podendo ser utilizado como gerador (alternador),
aplicação muito comum em barragens hidroeléctricas, onde é utilizado ora como alternador ora
como motor para elevação de água.

As principais desvantagens são a


dificuldade em atingir a velocidade de
sincronismo durante o arranque devido à inercia do
rotor, obrigando a recorrer a sistemas de arranque
auxiliares ou a conversores de frequência, e os
custos de manutenção elevados exigindo uma
constante monitorização do desgaste das escovas, e
respectiva limpeza.

fig1 - rotor de um motor síncrono de excitatriz


estática
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Motor de rotor bobinado de excitatriz girante – Este motor não possui escovas, e quer o
rotor quer o estator têm dois compartimentos separados.
O estator possui, para alem dos enrolamentos do campo girante semelhantes aos do motor de
excitatriz estática, um conjunto de enrolamentos alimentados a corrente contínua. No rotor, dois
conjuntos de enrolamentos desfasados 120º, e em série entre si, funcionam um como gerador de
corrente alternada trifásico tirando partido do movimento do rotor, outro como gerador de campo
magnético girante.
São motores pouco utilizados, devido ao baixo rendimento e preço elevado.
As principais vantagens destes motores em relação aos motores de excitatriz estática são os
custos de manutenção mais reduzidos devido a ausência de escovas, e o arranque muito mais rápido
proporcionado pela excitatriz girante.

Motor síncrono de imane permanente – Semelhante ao motor de excitatriz estática, com a


excepção do rotor, cujas bobinas são substituídas por ímanes permanentes, evitando assim a
aplicação de escovas com as desvantagens que isso acarreta.
É utilizado em aplicações de baixa potência, com rotores pouco inerciais, caso contrario o
arranque seria extremamente difícil, devido à impossibilidade de controlar a excitatriz.

Motor de relutância – É o mais simples dos motores síncronos, o rotor não bobinado possui
pólos salientes que são atraídos para o campo magnético girante do estator.
È aplicado em equipamentos industriais de baixa potencia que requeiram múltiplos motores
a funcionar rigorosamente à mesma velocidade.
Trata-se de um motor ruidoso e de baixa eficiência, mas que persiste no mercado devido ao
baixo custo, fiabilidade e robustez.

O custo reduzido será a única


vantagem deste tipo de motores face ao
motor síncrono de ímanes permanentes

fig2 - Motor síncrono de relutância


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3.2 – Motores Assíncronos

Motores que rodam a velocidades inferiores à velocidade de sincronismo, estando a sua


velocidade dependente da frequência e de um factor de assincronia denominado escorregamento.

Motor de rotor em curto-circuito (gaiola de esquilo) – Também chamado de motor de


indução, devido ao facto da energia ser transmitida ao rotor por indução, é o motor mais utilizado
na industria em todo o mundo.

Constituído pelo estator que aloja as bobinas do campo girante semelhantes às utilizadas nos
restantes motores AC, e pelo rotor formado por laminas ferromagnéticas alojadas no interior de uma
espécie de gaiola, formada por dois anéis fechados e ligados entre si por barras paralelas, daí estes
rotores serem chamados de gaiola de esquilo.

Trata-se de um motor de alto rendimento, construção simples e económica, que exige pouca
manutenção (sem escovas), de grande robustez e fiabilidade, e com um excelente binário de
arranque.

As principais desvantagens deste motor são:


– Intolerância às variações da carga mecânica, tendo tendência a observar-se pequenas
variações da velocidade.
– Correntes de arranque elevadas, várias vezes superiores à corrente nominal.
– Nos modelos de grande potência (com rotores de grande inercia) o forte binário de
arranque deixa de ser uma vantagem e passa a ser um problema, quer devido aos
impactos mecânicos nos equipamentos actuados, quer devido às correntes de arranque
extremamente elevadas. Este problema tem sido ultrapassado com recurso a comutações
da configuração das bobinas (Estrela/triângulo), arranques sequenciais com recurso a
reactâncias, entre outros.

O desenvolvimento de nos últimos anos de conversores de frequência mais sofisticados e de


custos mais reduzidos, tem vindo a resolver todos estes problemas, levando a que este motor seja
cada vez mais versátil, e consequentemente cada vez mais utilizado.
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fig3 - Motor de rotor em curto-circuito

Motor assíncrono de rotor bobinado – Também chamado motor de anéis, é semelhante ao


motor de rotor em curto-circuito, à excepção do rotor que é ligeiramente diferente. Este possui
ranhuras que alojam enrolamentos de grande potência, em vez de barras paralelas, ligados a anéis
colectores de escovas.

São usados em aplicações de potências elevadas, e permitem um arranque suave e


progressivo minimizando o pico de corrente do arranque. Isto é conseguido recorrendo a
resistências ligadas aos enrolamentos do rotor através das escovas, estas resistências dissipam parte
da potência do rotor durante o arranque, após o lançamento do motor são retiradas de serviço, e os
enrolamentos do rotor são curto-circuitados. Este método denomina-se arranque rotórico.

Tem caído em desuso por se tratar de um motor pouco eficiente e de custos elevados,
quando comparado com o motor de rotor em curto-circuito, e que exige uma manutenção cuidada
devido às fortes correntes nas escovas.
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4 – Motores DC

Os motores DC são constituídos por dois circuitos electromagnéticos distintos:


– O campo, formado por um grupo de bobinas, ou ímanes permanentes localizados no
estator criando um campo magnético estático.
– A armadura, localizada no rotor, é formada por um conjunto de bobinas onde ocorrem os
fenómenos de comutação que estão na origem da rotação do motor.

A armadura é alimentada pelo colector de escovas, que tem também a função de comutador,
à medida que roda vai sendo comutada, permitindo estar sempre polarizada de tal forma que cada
pólo é permanentemente atraído para o pólo de sinal contrário do campo.

Os motores DC, têm perdido algum mercado para os motores de indução, devido ao
constante melhoramento dos conversores de frequência. No entanto continuam a ser
imprescindíveis em grande parte das aplicações industriais. São usados em situações que exijam
grande amplitude de velocidade, e precisão.

Fig 4 – principio de funcionamento do motor DC


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Motor série – Neste motor, os enrolamentos de campo, são ligados em série com os da
armadura, por essa razão são construídos com fio de secção muito superior, de forma a fazer baixar
a resistência da armadura.

A principal vantagem deste motor é a capacidade de suportar grandes cargas, na verdade tem
tendência, com o aumento da carga, a baixar a sua corrente. No entanto tem uma regulação de
velocidade fraca, e no caso de arranque em vazio pode aumentar a sua velocidade de forma
exponencial (embalar), podendo mesmo atingir velocidades suficientemente altas para provocar a
sua destruição.

Por estas razões, é utilizado fundamentalmente em equipamentos de tracção eléctrica, ou em


equipamentos sujeitos a sobrecargas mecânicas constantes.

Motor paralelo – Também chamado de motor shunt. O enrolamento do campo é ligado em


paralelo com a armadura, e formado por fio de secção inferior ao do motor série de forma a
minimizar o consumo de corrente.

Este motor permite uma boa regulação de velocidade, quase não varia com a carga. É
utilizado em sistemas que exijam boa regulação de velocidade mesmo com variações da carga, e
grande precisão.

Motor Compound – Motor com dois enrolamentos de campo, um ligado em série e outro
ligado em paralelo, sendo o enrolamento série de maior secção.

Este motor combina as características do motor série e do motor paralelo, sendo aplicado em
situações que requeiram um bom binário de arranque e uma boa regulação de velocidade.

Motor de excitação independente – Motor com características semelhantes às do motor de


excitação em paralelo, mas neste caso são utilizadas fontes de alimentação independentes.

Oferece as mesmas vantagens do motor de excitação em paralelo, mais o facto da sua


velocidade poder ser regulada através quer da armadura quer do campo, permitindo obter maior
amplitude de velocidade e mais precisão.
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Motor de ímanes permanentes - Neste motor, as bobinas de campo dão lugar a ímanes
permanentes. A ausência de bobinas de campo, facilita em muito a produção destes motores
tornando-os mais baratos, o consumo de energia também é menor no entanto é um factor pouco
relevante em aplicações industriais por se tratarem geralmente de motores de baixa potência.

É um motor muito comum em aplicações industriais ou domesticas de baixa potência, que


requeiram precisão e boa regulação de velocidade. Os modelos de maior potência têm regra geral
um binário de arranque muito inferior, ou então são construídos com ímanes especiais, de grande
poder, extremamente caros, e empregues em aplicações onde o baixo consumo seja de extrema
importância.
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