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Quem quer ser o Dr.House?

Adams Auni

O Pragmático Dr. House...Pragmatismo: filosofia, teoria segundo a qual a


função essencial da inteligência não é fazer-nos conhecer as coisas, mas
permitir a nossa ação sobre elas.
“House” é uma série de “investigação” médica, em que o “vilão” é a
doença e o “herói” é um médico polêmico, irreverente, neurótico e anti-social
que não confia em ninguém, inclusive nele mesmo, muito menos em seus
pacientes.
Dr. Gregory House dá preferência aos casos de pacientes apresentem
estado crítico, diagnósticos difíceis, casos terminais, situações irreversíveis,
fazendo-nos entender que adora, mesmo inconscientemente, ser desafiado.
Assim como alguns líderes corporativos quando são chamados a
“salvarem” empresas a beira da morte.
Possui uma neurose intensa e apresenta sintomas passíveis de internação
em uma clínica psiquiátrica, onde já esteve por um tempo.
Interessante que alega que ao se concentrar nos problemas de seus
pacientes, ele não pensa nos seus e seus sintomas melhoram.
Assim como alguns líderes corporativos, a sua dedicação à solução do
problema é emblemática.
Quem estaria disposto a trabalhar para um chefe assim? Quem trabalha
para um chefe assim?
O Dr. House é excêntrico, mal-humorado, amargo e não sabe lidar com as
pessoas, porém mesmo sendo um filme, há inúmeros chefes assim, com certeza
você conhece algum ou alguns.
Mesmo assim, saindo um pouco da ficção, esse método não ajuda muito
as equipes e também não seria bem visto pela maioria das empresas. Logo, o
que fazer?
É possível fazer uma análise na série de TV e transportar para nossa
empresa: Apesar do Dr. House ser um especialista no que faz, ele depende de
sua equipe para um resultado positivo. Logo, o mérito dele é conseguir também
estimular os médicos de sua equipe, escolhidos por ele, a ter também idéias
criativas e mais criativas que ele, à obter os melhores resultados dentro dessas
probabilidades.
Na verdade, é usado aqui o termo criatividade, quando na verdade, o
conceito é avaliar ao mesmo tempo todas as possibilidades dentro das infinitas
probabilidades.
Qual seriam as vantagens e desvantagens de trabalhar com um chefe
assim? O aprendizado é alto, mas será que compensa conviver com alto nível de
estresse provocado pelas atitudes do superior? Como lidar com essa situação?
Não se quer dizer aqui que é positivo ou negativo, apenas fazer a escolha
quanto aos resultados espera obter e a que nível de sacrifício pessoal.
Pode tentar conversar com o chefe sobre suas atitudes e tentar alterar o
ambiente? Ficar calado e agüentar todas as patadas dele? Pedir demissão?
Quais objetivos pessoais e profissionais são considerados e que justificam a
decisão de ficar ou sair?
Todos os que estão com o Dr. House o fazem pelos próprios princípios que
o motiva: Trabalhar com o melhor e ter o desafio de se superar dentro de todas
as possibilidades.
Os processos cerebrais são extremamente dinâmicos e produzem grande
quantidade de informação e energia. Logo, quando o cérebro do Dr. House
começa a funcionar em busca de respostas, essa energia se concentra e daí se
apresenta as peculiaridades comportamentais, que para muitos são coisas de
“maluco”.
Mas lembrando o ditado popular: Todos têm um pouco de “médico, poeta
e louco...”.
A equipe do House não é a única, mas ele é o único em sua equipe.
Trabalhar com uma mente como essa exige capacidade de visão 360º,
considerar todas as possibilidades ao mesmo tempo, probabilidades de dar
certo ou errado e assumir riscos.
Decidir, mesmo infringindo regras e sair dos padrões. Líder corre riscos.
Grandes invenções ocorrem quando os gênios infringem regras. É característica
de líder correr riscos e inegável que House é um líder.
Gênio às vezes não é líder e líder às vezes não é gênio, mas há muita
genialidade na liderança.
Liderar é com o Dr. House, quem quiser “viver” verá e se reclamar do
House é porque não o compreende.
O líder deve ter confiança em sua equipe, de forma a promover sinergia.
Não precisa que todos concordem com ele, mas que apresentem potenciais e se
comprometam com o resultado.
Da mesma forma que a equipe deve, mesmo discordando, confiar na
liderança, pois de outra forma não estará comprometida com os resultados.
Diante dos resultados positivos House tem privilégios e autonomia, logo, o
que conta, diante de toda a sua contraditória liderança e no caso da serie de TV,
é o “resultado positivo” que ele e sua equipe realizam.
Mesmo sendo um método difícil e estressante, criticado por muitos,
percebe-se que ninguém é obrigado a ficar. Ficam somente os que se
comprometem com os resultados.
O dilema é: Por que apenas o líder vê o sucesso, onde outros vêem
fracasso? Por que somente o líder vê certezas em um quadro de incertezas?
Aceitar os riscos talvez seja a resposta e faça toda a diferença. Assim
como alguns líderes corporativos.
Essa análise da série Dr. House não está afirmando que o sistema House é
o melhor o mais certo, mas desejando ilustrar que esse é o método House de
obter resultados, diante de outros métodos mais contemplativos, participativos
e harmoniosos que obtém outros ótimos resultados. Caberá cada profissional,
assim como na série e na vida real, escolher trabalhar com o seu Dr. House ou
não. Ele também, da mesma forma, escolhe quem ele quer na sua equipe e
aprender a correr riscos.
Quer mais risco que salvar uma vida?
Então seja Dr. House em sua carreira de sucesso e se comprometa em
agir sobre as circunstâncias, independente que já tenham apresentado um
diagnóstico de “morte”.

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