Professional Documents
Culture Documents
‘
téchne 137 agosto 2008
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT techne
Edição 137 ano 16 agosto de 2008 R$ 23,00
COMO CONSTRUIR
Casa de steel
frame - 2a parte
Pré-fabricados ■ Pingadeiras ■ Hidrofugantes ■ Sapatas ■ Gestão de concreto ■ Steel frame ■ Concreto auto-adensável
FACHADAS
Como executar
pingadeiras
IMPERMEABILIZAÇÃO
Hidrofugantes
ACABAMENTOS
Forros de drywall
FÔRMAS
Pilares redondos
Industrialização Edifício-garagem do
do concreto
Aeroporto de
Congonhas (SP)
00137
■ Gerenciamento de concretagem
ISSN 0104-1053
SUMÁRIO
54 FUNDAÇÕES
42 Sapatas de concreto
Como executar sapatas diretas simples,
contínuas e em desnível
60 ARTIGO
Aplicação de concreto auto-
adensável na produção de
pré-moldados
Engenheiro avalia competitividade na
indústria de pré-fabricados
84 COMO CONSTRUIR
Steel frame – estrutura – parte 2
Veja neste segundo artigo como
executar a estrutura da edificação
Naldo Mundim
38 PEDRAS
26 Barreira contra manchas
Aprenda a aplicar hidrofugantes e
hidrorrepelentes
40 FORROS
Drywall decorativos
Placas de gesso escondem instalações e
ganham formas criativas
SEÇÕES
Editorial 4
Web 8
42 CONCRETO – PINI 60 ANOS Área Construída 10
Marcelo Scandaroli
Sinônimo de construção
Índices 18
Como o Brasil tornou-se referência
IPT Responde 20
mundial em obras de concreto armado
Carreira 22
Melhores Práticas 24
ENTREVISTA 46 ESTRUTURAS Técnica e Ambiente 34
Industrialização essencial Gestão concreta
P&T 68
Especialista em pré-moldados aponta Especificar, receber, aplicar e controlar:
Obra Aberta 76
tendências da construção o caminho crítico das concretagens
Agenda 78
36 FACHADAS 50 FÔRMAS
Beirada seca Pilares redondos Capa
Friso, bunha e ressalto: alternativas Como executar pilares especiais Layout: Lucia Lopes
para evitar infiltrações e de seção circular Foto: Marcelo Scandaroli
É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver
sumario.qxd 5/8/2008 14:04 Page 3
editorial.qxd 5/8/2008 16:31 Page 4
EDITORIAL
Passado, presente e futuro concreto VEJA EM AU
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
Segunda a sexta das 9h às 18h
Diretor Geral
4001-6400 Ademir Pautasso Nunes
principais cidades*
Representantes da Publicidade:
PINIrevistas
Redação Paraná/Santa Catarina (48) 3241-1826/9111-5512 Espírito Santo (27) 3299-2411
fone (11) 2173-2303 Minas Gerais (31) 2535-7333 Rio Grande do Sul (51) 3333-2756
fax (11) 2173-2327 Rio de Janeiro (21) 2247-0407/9656-8856 Brasília (61) 3447-4400
e-mail: construcao@pini.com.br
Representantes de Livros e Assinaturas:
Alagoas (82) 3338-2290 Amazonas (92) 3646-3113 Bahia (71) 3341-2610 Ceará (85) 3478-1611
PINImanuais técnicos Espírito Santo (27) 3242-3531 Maranhão (98) 3088-0528
fone (11) 2173-2328 Mato Grosso do Sul (67) 9951-5246 Pará (91) 3246-5522 Paraíba (83) 3223-1105
e-mail: manuais@pini.com.br Pernambuco (81) 3222-5757 Piauí (86) 3223-5336
Rio de Janeiro (21) 2265-7899 Rio Grande do Norte (84) 3613-1222
Rio Grande do Sul (51) 3470-3060 São Paulo Marília (14) 3417-3099
PINIsistemas
Suporte São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337
fone (11) 2173-2400
téchne: ISSN 0104-1053
e-mail: suporte@piniweb.com
Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)
Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)
Vendas
fone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo) Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,
0800-707-6055 (demais localidades) necessariamente, as opiniões da revista.
e-mail: vendas@piniweb.com
PINIserviços de engenharia
fone (11) 2173-2369
e-mail: engenharia@pini.com.br PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
www.revistatechne.com.br
Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Evolução do concreto
O primeiro edifício brasileiro com concreto armado foi erguido em 1904, no Rio
Fórum Téchne
de Janeiro. A partir de então, o produto foi protagonista da história da construção O site da revista Téchne tem um espaço
civil com obras emblemáticas. Veja fotos de algumas delas na versão online da dedicado ao debate técnico e qualificado
revista Téchne. dos principais temas da engenharia.
Confira os temas em andamento.
Medidas de sustentabilidade
como reúso de água, contenção
de águas de chuva e
aquecimento solar encarecem
as obras?
Marcelo Scandaroli
ÁREA CONSTRUÍDA
Falcão Bauer certifica dois produtos com selo ecológico
Saíram as duas primeiras certificações dutos de limpeza doméstica da linha dade dos produtos em todo o território
com o selo ecológico desenvolvido pelo Amo Verde, da fabricante Cera Ingleza. nacional a partir da análise do ciclo de
IFBQ (Instituto Falcão Bauer da Quali- Cerca de 900 mil t de Acerita poderão vida do produto e seu respectivo de-
dade). Foram contemplados a Acerita, ser incorporadas ao concreto, à pavi- sempenho. A metodologia baseia-se
escória de aciaria da ArcelorMittal uti- mentação urbana e a leitos ferroviários. em critérios internacionais consolida-
lizada como agregado graúdo em con- Segundo o IFBQ, a indústria siderúrgi- dos, como o alemão Anjo Azul, o aus-
cretos destinados a artefatos e pisos in- ca nacional gera cerca de 3,5 milhões traliano Good Enviromental Australia
dustriais na Companhia Siderúrgica de desse tipo de escória.O selo desenvolvi- Standart e o inglês BRE – Methodology
Tubarão, no Espírito Santo, e sete pro- do pelo instituto avalia a sustentabili- for Enviromental Profiles.
ÁREA CONSTRUÍDA
Nutau promove
certificados existentes para que
seminário internacional
façam mais sentido para os cons-
sobre espaço
trutores de cada país.
sustentável
O sistema de certificação Leed O Nutau (Núcleo de Pesquisa em
é composto por uma série Tecnologia da Arquitetura e
de requisitos de projeto. Urbanismo da Universidade de São
Renato Faria
ÁREA CONSTRUÍDA
ÁREA CONSTRUÍDA
ÍNDICES
Aço eleva custos Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
em São Paulo 35
IPCE materiais
Material tem alta pelo terceiro mês 30 IPCE global
consecutivo IPCE mão-de-obra
25
elo terceiro mês consecutivo, o aço
P impulsionou a alta do IPCE (Índi-
ce PINI de Custos de Edificações) em
20
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar índices e outros serviços no portal www.piniweb.com
Gás de rua
AQ AF
Qual deve ser a distância entre o registro
de fechamento de gás de rua e o
aquecedor? Existem regras sobre onde
deve ficar o registro de fechamento do
12 cm
gás e que tipo de válvula usar?
Gilmar Rocha AQ G AF
São Paulo
G
O ponto de instalação do gás para ali-
mentar o aquecedor sempre deve se si-
tuar em cota abaixo da posição de ins-
talação do aquecedor. Em termos de 6 cm 6 cm 6 cm 6 cm
distância deve-se consultar o fornece-
dor do aparelho que geralmente indica
as posições em que devem estar os pon- sicionamento dos pontos de água e de Gás Liquefeito de Petróleo e item
tos de água fria (entrada para o aquece- gás para aquecedores. 4.4.5.4 da norma NBR 13.933/1997–
dor); água quente (saída do aquecedor) Deve-se ressaltar que sempre deve ser Instalações Internas de Gás Natural.
e ponto de alimentação do gás. Segun- instalada uma válvula bloqueadora no Douglas Barreto
do o RIP (Regulamento de Instalações ponto de instalação de gás, conforme Laboratório de Instalações Prediais
Prediais de Gás da Comgás) são indica- item 4.1.11 da norma brasileira NBR Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do Ambiente
das as configurações ao lado para o po- 13.932/1997 – Instalações Internas de Construído)
Eflorescência em pisos
Como eliminar a ocorrência de superfície, onde vai ocorrer a cristali- reassentamento do porcelanato,
eflorescências em pisos de porcelanato? zação/formação das eflorescências; promover limpeza da base e apli-
Qual é a causa dessa patologia? na camada de regularização, para car sobre a mesma duas ou três de-
Paulo de Tarso corrigir eventuais imperfeições de mãos de emulsão acrílica, as mes-
Ribeirão Preto (SP) declividade, empregar cimentos mas utilizadas para impermeabili-
CPIII ou CPIV, que originam menor zação branca. Utilizar no reassen-
O problema de eflorescências no formação de cal hidratada; promo- tamento das peças argamassa co-
piso pode ser resolvido com as se- ver cuidadosa cura úmida dessa ar- lante própria para porcelanato, na
guintes providências: gamassa, já que, se não houver umi- cor branca. Observar período má-
evitar empoçamentos de água sobre dade, escória de alto-forno e mate- ximo de 48 horas entre a aplicação
a camada de impermeabilização, já riais pozolânicos atuarão como fi- da emulsão acrílica e o reassenta-
que essa água promove a solubilização nos inertes; mento das placas.
de sais presentes em argamassas de após conformação da camada de Ercio Thomaz
proteção, regularização ou assenta- regularização/camada de proteção Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do Ambiente
mento e o transporte da solução até a da impermeabilização, e antes do Construído)
CARREIRA
Manoel Henrique
Campos Botelho
Com seus livros, o autor busca simplificar o ensino de conceitos básicos de
diversos temas da engenharia
e tivesse seguido as indicações prin- bana. "Era uma característica de toda a
S
Marcelo Scandaroli
23
melhores praticas.qxd 5/8/2008 14:19 Page 24
MELHORES PRÁTICAS
Estacas pré-moldadas de concreto
Além de cuidados com o prumo das peças, desempenho do serviço deve ser
aferido durante e após a cravação das estacas
Características
das estacas
As estacas pré-moldadas podem ser de
concreto armado ou protendido, vibrado
ou centrifugado, e concretadas em
fôrmas horizontais ou verticais. Devem
ser executadas com concreto adequado
e submetidas à cura necessária para que
possuam resistência compatível com os
esforços decorrentes do transporte,
manuseio e da instalação, bem como
resistência a eventuais solos agressivos,
atendendo às normas NBR 6118 e NBR
9062. Em cada estaca deve constar a
identificação da data de sua moldagem.
Posicionamento
A estaca deve ser levantada e
posicionada no piquete correspondente
a seu diâmetro. Nesse momento é
inserido o capacete metálico na
extremidade superior da peça.
Prumo
O procedimento obedece à
seguinte ordem: primeiro, a torre
do bate-estacas é aprumada, em
seguida, apruma-se a estaca. Os
prumos das faces frontal e lateral
devem ser verificados.
Marcas
Antes da cravação, realizar
marcações distanciadas de 1 m em
todo o comprimento da peça. Dessa
forma, pode-se acompanhar o
número de golpes dado pelo
martelo a cada metro cravado.
Essas informações são utilizadas
para avaliação do desempenho do
elemento de fundação e para a
comparação com os dados obtidos
nas sondagens.
Cravação
A energia de cravação depende do peso do
martelo, do peso da estaca e da altura de
queda do martelo. No processo de
cravação de uma estaca, os dois primeiros
fatores são constantes. A única variável, a
altura de queda do martelo, não deve ser
inferior a 40 cm nem superior a 1,20 m.
Nega
Quando o elemento atinge a profundidade nesses dados, o técnico responsável
para a qual foi projetado, verifica-se a poderá avaliar rapidamente se a estaca
nega da estaca. Trata-se da medição do está atendendo à capacidade de carga
deslocamento da peça durante três séries de trabalho necessária para o
de dez golpes de martelo. Com base atendimento do projeto.
25
entrevista.qxd 5/8/2008 14:21 Page 26
ENTREVISTA
Industrialização essencial
Sem alterar a forma de concepção do produto da construção civil, desempenho
e produtividade tendem a permanecer estagnados. Adotar sistemas
industrializados é imperativo para atender à demanda habitacional
Marcelo Scandaroli
da ABCIC (Associação Brasileira da
Construção Industrializada de
Concreto), em 2007. É consultor em
sistemas para pré-moldados desde
1992, atuando pela ABCP (Associação
alta mão-de-obra. Falta tempo para com dois ou três funcionários ocupa-
Brasileira de Cimento Portland),
Abesc (Associação Brasileira das
Empresas de Serviços de
F projetar.Faltam equipamentos e até
materiais. Faltam técnica e tecnologias,
dos em operar uma máquina que pro-
cesse o aço de maneira rápida e eficien-
Concretagem) e ABCIC. É presença além de participação dos arquitetos. te. Mais do que isso, direcionar o racio-
freqüente em feiras de equipamentos Mas falta, antes de tudo, visão estratégi- cínio não para o custo do equipamento,
e tecnologia do exterior, tendo ca aos que decidem como as obras serão que sempre parecerá alto, mas para os
participado de mais de 20 nos realizadas. Essa é a principal crítica de efeitos da industrialização no resultado
últimos 12 anos. Francisco Oggi ao modelo de negócios final das contas. Com menos funcioná-
consolidado na construção civil brasi- rios, pode-se aumentar os salários, logo,
leira, que ainda parte do princípio de a produtividade tende a aumentar –
que há operários sobrando e que, por- mesmo porque contam agora com
tanto, podem ser contratados a baixo equipamentos. Com planejamento
custo para processar todos os materiais adequado da produção, os prazos são
“in loco”. Segundo o engenheiro, o setor reduzidos junto com as despesas indire-
já avançou o máximo possível em de- tas. Conseqüentemente, os ganhos com
sempenho e produtividade e não conse- vendas e locação vêm antes. Assim,
guirá ir além sem alterar a compreensão mesmo que algumas etapas, agora in-
do que é construir de maneira indus- dustrializadas, sejam mais caras, o custo
trializada. Isso significa olhar para o global é menor. Essa é a argumentação
canteiro e perceber que, em vez de uma de Oggi em entrevista concedida à
equipe de armadores, poderia contar Téchne. Acompanhe.
27
entrevista.qxd 5/8/2008 14:21 Page 28
ENTREVISTA
Ou seja, pensar no produto final? outro não. Hoje trabalhamos com toda
No processo completo, não picado. a mão-de-obra terceirizada, o que é um
São 12, 15 escritórios de projeto en-
“Mesmo tendo toda a absurdo. Terceiriza-se porque, se parar
volvidos, e juntá-los numa reunião de América Latina para a obra, tem que mandar o funcionário
compatibilização é difícil, porque de- embora, com custos decorrentes.
mora demais e o projetista da funda-
explorar, pensamos
ção não quer saber do da telefonia. No no que fazer com uma Algumas empresas têm investido na
exterior, esse processo é mais concen- compra de equipamentos, apostando
trado e o arquiteto, dono do projeto,
grua daqui a cinco nessa continuidade. O patamar
cuida de tudo e entrega um pacote anos. Daqui a cinco tecnológico da construção só vai se
pronto. Aqui a gente projeta durante a alterar se isso se mantiver ou essa
execução da obra.
anos essa grua já se industrialização só serve para
pagou e não vale mais momentos de boom?
Por que é difícil antecipar os projetos? Não podemos dizer que comprar fôr-
Porque significa colocar dinheiro
nada. Equipamento é mas caríssimas para projetos específi-
antes. O construtor não planeja uma necessário para cos seja industrializar. O que se preten-
obra que vai fazer daqui a cinco de é usar as fôrmas de alumínio duas ou
anos. E o setor da industrialização
atingir um objetivo” três mil vezes, enquanto as de madeira
anda à medida que o da construção são usadas 50 vezes. Industrialização é
se mexe, não na frente, propondo Quanto dessa transformação ir muito além. Seria, talvez, contar com
prazos menores. Nenhuma empresa depende da escala de produção? um equipamento que produzisse a pa-
de pré-fabricado, no Brasil, tem ex- Nem tanto da escala, mas de uma solu- rede numa fábrica para ser transporta-
pertise para fazer prédios em três ou ção de continuidade, que nunca tive- da e montada a seco no canteiro.
quatro meses, desde a fundação até a mos e que impede passos mais ousados
chave. Estamos numa fase de muitas quanto à aquisição de tecnologia e Com elementos industrializados
transformações. equipamentos. Num ano está bom, no chegando prontos ao canteiro?
entrevista.qxd 5/8/2008 14:21 Page 29
ENTREVISTA
Industrialização essencial
Sem alterar a forma de concepção do produto da construção civil, desempenho
e produtividade tendem a permanecer estagnados. Adotar sistemas
industrializados é imperativo para atender à demanda habitacional
Marcelo Scandaroli
da ABCIC (Associação Brasileira da
Construção Industrializada de
Concreto), em 2007. É consultor em
sistemas para pré-moldados desde
1992, atuando pela ABCP (Associação
alta mão-de-obra. Falta tempo para com dois ou três funcionários ocupa-
Brasileira de Cimento Portland),
Abesc (Associação Brasileira das
Empresas de Serviços de
F projetar.Faltam equipamentos e até
materiais. Faltam técnica e tecnologias,
dos em operar uma máquina que pro-
cesse o aço de maneira rápida e eficien-
Concretagem) e ABCIC. É presença além de participação dos arquitetos. te. Mais do que isso, direcionar o racio-
freqüente em feiras de equipamentos Mas falta, antes de tudo, visão estratégi- cínio não para o custo do equipamento,
e tecnologia do exterior, tendo ca aos que decidem como as obras serão que sempre parecerá alto, mas para os
participado de mais de 20 nos realizadas. Essa é a principal crítica de efeitos da industrialização no resultado
últimos 12 anos. Francisco Oggi ao modelo de negócios final das contas. Com menos funcioná-
consolidado na construção civil brasi- rios, pode-se aumentar os salários, logo,
leira, que ainda parte do princípio de a produtividade tende a aumentar –
que há operários sobrando e que, por- mesmo porque contam agora com
tanto, podem ser contratados a baixo equipamentos. Com planejamento
custo para processar todos os materiais adequado da produção, os prazos são
“in loco”. Segundo o engenheiro, o setor reduzidos junto com as despesas indire-
já avançou o máximo possível em de- tas. Conseqüentemente, os ganhos com
sempenho e produtividade e não conse- vendas e locação vêm antes. Assim,
guirá ir além sem alterar a compreensão mesmo que algumas etapas, agora in-
do que é construir de maneira indus- dustrializadas, sejam mais caras, o custo
trializada. Isso significa olhar para o global é menor. Essa é a argumentação
canteiro e perceber que, em vez de uma de Oggi em entrevista concedida à
equipe de armadores, poderia contar Téchne. Acompanhe.
27
entrevista.qxd 5/8/2008 14:21 Page 28
ENTREVISTA
Ou seja, pensar no produto final? outro não. Hoje trabalhamos com toda
No processo completo, não picado. a mão-de-obra terceirizada, o que é um
São 12, 15 escritórios de projeto en-
“Mesmo tendo toda a absurdo. Terceiriza-se porque, se parar
volvidos, e juntá-los numa reunião de América Latina para a obra, tem que mandar o funcionário
compatibilização é difícil, porque de- embora, com custos decorrentes.
mora demais e o projetista da funda-
explorar, pensamos
ção não quer saber do da telefonia. No no que fazer com uma Algumas empresas têm investido na
exterior, esse processo é mais concen- compra de equipamentos, apostando
trado e o arquiteto, dono do projeto,
grua daqui a cinco nessa continuidade. O patamar
cuida de tudo e entrega um pacote anos. Daqui a cinco tecnológico da construção só vai se
pronto. Aqui a gente projeta durante a alterar se isso se mantiver ou essa
execução da obra.
anos essa grua já se industrialização só serve para
pagou e não vale mais momentos de boom?
Por que é difícil antecipar os projetos? Não podemos dizer que comprar fôr-
Porque significa colocar dinheiro
nada. Equipamento é mas caríssimas para projetos específi-
antes. O construtor não planeja uma necessário para cos seja industrializar. O que se preten-
obra que vai fazer daqui a cinco de é usar as fôrmas de alumínio duas ou
anos. E o setor da industrialização
atingir um objetivo” três mil vezes, enquanto as de madeira
anda à medida que o da construção são usadas 50 vezes. Industrialização é
se mexe, não na frente, propondo Quanto dessa transformação ir muito além. Seria, talvez, contar com
prazos menores. Nenhuma empresa depende da escala de produção? um equipamento que produzisse a pa-
de pré-fabricado, no Brasil, tem ex- Nem tanto da escala, mas de uma solu- rede numa fábrica para ser transporta-
pertise para fazer prédios em três ou ção de continuidade, que nunca tive- da e montada a seco no canteiro.
quatro meses, desde a fundação até a mos e que impede passos mais ousados
chave. Estamos numa fase de muitas quanto à aquisição de tecnologia e Com elementos industrializados
transformações. equipamentos. Num ano está bom, no chegando prontos ao canteiro?
entrevista.qxd 5/8/2008 14:21 Page 29
ENTREVISTA
com três parafusos. Mas são necessá- lidade e confiabilidade na empresa, zar. Estou estudando um caso, em Re-
rios investimentos para sair do lugar. além de reduzir custos indiretos. cife, em que a empresa vai montar
Outro ponto, que começa a ser abor- uma fábrica de blocos na obra.
dado pela AsBEA (Associação Brasi- Com a industrialização, a alvenaria,
leira dos Escritórios de Arquitetura), como conhecemos hoje, está com os Qual o papel da industrialização na
é o da modulação. Usamos como dias contados? redução do déficit habitacional?
múltiplo 1 mm e não 10 cm, como Num nível bom, teremos de 30% a Sem a industrialização não haverá re-
deveríamos. Imagine a quantidade 40% do mercado industrializado. Os dução de déficit. Todo o movimento
de erros por causa disso. Com a mo- outros 60% continuarão, devido ao sentido até agora é apenas a foca que
dulação, vão baixar os preços de cai- porte do empreendimento ou da cons- está em cima da ponta do iceberg. Até
xilhos, portas e acabamentos. trutora, com os processos tradicionais. agora, só vimos a foca. Sem industria-
No entanto, pode ser que fiquem para lizar, o volume de obras proposto pelas
Os equipamentos são, de fato, tão trás também em custo. Muita gente, empresas não será feito.
caros quanto reclamam os por não ter condição de investir em
construtores? equipamentos ou por não ter acesso à Vai ser a alavanca da industrialização?
Empresários que raciocinam não industrialização, vai continuar com os Se for realmente duradoura como se
pensam dessa forma. Eles analisam se mesmos processos. imagina, sem ameaças da inflação, juros
há retorno ao gastar R$ 10 milhões ou fatores externos por cinco ou seis
em equipamento. Se houver, inves- Talvez aumente a procura por anos, pelo menos, vai ser uma boa ala-
tem e saem na frente. Uma empresa sistemas mais racionais, como a vanca. É isso que a construção civil quer
foi à Colômbia comprar fôrmas por- alvenaria estrutural? para fazer os investimentos necessários.
que considerou que, em vez de levar A alvenaria estrutural serve para mui-
de 13 a 18 meses para fazer um pré- tas construções, mas, dependendo da Como fazer com que a
dio, poderia levar seis usando as fôr- classe de resistência do bloco, o núme- industrialização chegue a sistemas
mas. Viu que esse prazo propicia re- ro de fabricantes é reduzido e falta consolidados? Há os kits de
torno em termos de marketing, qua- bloco no mercado. Começa a inviabili- hidráulica, isso é industrialização?
entrevista.qxd 6/8/2008 13:59 Page 32
ENTREVISTA
meses e começa tudo do zero. Ou seja, resolvíveis, que tratam de homologa- E depois que passar a demanda, o
aqueles dois primeiros anos não ções para instituições financeiras, que fazer?
foram aproveitados pelo pessoal da como a Caixa Econômica Federal, As fábricas de pré-moldado que sur-
técnica, que só sabe que tem que co- que querem garantia de durabilida- giram na década de 60 na Europa
meçar, no mês seguinte, um prédio de de. Mas isso não é problema, pois em continuam existindo até hoje. Estão
30 andares. Aí, não dá tempo de filo- 90 ou 120 dias tiram-se todas as refe- nas feiras, sempre lançando produtos
sofar e tem que fazer o arroz com fei- rências necessárias. novos. Estão se deslocando para o
jão. Esse é o modelo de negócio. Leste europeu, para a China e Índia.
Então, mais uma vez, as questões Aqui, mesmo tendo toda a América
Falta conceber o produto a partir da são culturais? Latina para explorar, pensamos no
técnica? Não tem legislação que impeça o uso que fazer com uma grua daqui a
Temos dificuldade de fazer a constru- de alguma tecnologia, mas preferên- cinco anos. Daqui a cinco anos essa
tora entender o que são soluções de cias de mercado. O drywall, por exem- grua já se pagou e não vale mais nada,
continuidade. Já fiz muita coisa pré- plo, é um processo que existe há mais já é sucata. Equipamento é necessário
moldada numa obra e, na seguinte, da de cem anos na Inglaterra e entrou para atingir um objetivo. Hoje, as
mesma construtora, nada era pré- aqui de uma forma totalmente errada. construtoras, principalmente as que
moldado. É incrível. Muda o engenhei- Pré-moldado com drywall é o casa- têm capital aberto, não têm como
ro, o administrador e não há transfe- mento perfeito. Reduzem-se cargas, construir. Se tivessem equipamento,
rência de tecnologia. Começa tudo de exigem-se peças menores, mais leves, mão-de-obra e tecnologia, já estavam
novo, com os mesmos problemas. com menores custos de fundação. A fazendo o que prometeram. Elas pre-
obra fica muito mais limpa, barata, cisam fazer porque têm ações na
Há obstáculos nas legislações, com maior flexibilidade de layout. bolsa, que estão caindo porque, en-
principalmente para residências Porém, foi detonado por gente des- quanto os acionistas cobram, elas
populares, para adoção de sistemas preparada que, para vender uma pa- falam em VGV (Valor Geral de
não convencionais? rede de concreto, falava que a do Venda) astronômico.
Existem questões técnicas facilmente outro era de papelão. Bruno Loturco
entrevista.qxd 6/8/2008 13:48 Page 30
ENTREVISTA
com três parafusos. Mas são necessá- lidade e confiabilidade na empresa, zar. Estou estudando um caso, em Re-
rios investimentos para sair do lugar. além de reduzir custos indiretos. cife, em que a empresa vai montar
Outro ponto, que começa a ser abor- uma fábrica de blocos na obra.
dado pela AsBEA (Associação Brasi- Com a industrialização, a alvenaria,
leira dos Escritórios de Arquitetura), como conhecemos hoje, está com os Qual o papel da industrialização na
é o da modulação. Usamos como dias contados? redução do déficit habitacional?
múltiplo 1 mm e não 10 cm, como Num nível bom, teremos de 30% a Sem a industrialização não haverá re-
deveríamos. Imagine a quantidade 40% do mercado industrializado. Os dução de déficit. Todo o movimento
de erros por causa disso. Com a mo- outros 60% continuarão, devido ao sentido até agora é apenas a foca que
dulação, vão baixar os preços de cai- porte do empreendimento ou da cons- está em cima da ponta do iceberg. Até
xilhos, portas e acabamentos. trutora, com os processos tradicionais. agora, só vimos a foca. Sem industria-
No entanto, pode ser que fiquem para lizar, o volume de obras proposto pelas
Os equipamentos são, de fato, tão trás também em custo. Muita gente, empresas não será feito.
caros quanto reclamam os por não ter condição de investir em
construtores? equipamentos ou por não ter acesso à Vai ser a alavanca da industrialização?
Empresários que raciocinam não industrialização, vai continuar com os Se for realmente duradoura como se
pensam dessa forma. Eles analisam se mesmos processos. imagina, sem ameaças da inflação, juros
há retorno ao gastar R$ 10 milhões ou fatores externos por cinco ou seis
em equipamento. Se houver, inves- Talvez aumente a procura por anos, pelo menos, vai ser uma boa ala-
tem e saem na frente. Uma empresa sistemas mais racionais, como a vanca. É isso que a construção civil quer
foi à Colômbia comprar fôrmas por- alvenaria estrutural? para fazer os investimentos necessários.
que considerou que, em vez de levar A alvenaria estrutural serve para mui-
de 13 a 18 meses para fazer um pré- tas construções, mas, dependendo da Como fazer com que a
dio, poderia levar seis usando as fôr- classe de resistência do bloco, o núme- industrialização chegue a sistemas
mas. Viu que esse prazo propicia re- ro de fabricantes é reduzido e falta consolidados? Há os kits de
torno em termos de marketing, qua- bloco no mercado. Começa a inviabili- hidráulica, isso é industrialização?
entrevista.qxd 6/8/2008 13:59 Page 32
ENTREVISTA
meses e começa tudo do zero. Ou seja, resolvíveis, que tratam de homologa- E depois que passar a demanda, o
aqueles dois primeiros anos não ções para instituições financeiras, que fazer?
foram aproveitados pelo pessoal da como a Caixa Econômica Federal, As fábricas de pré-moldado que sur-
técnica, que só sabe que tem que co- que querem garantia de durabilida- giram na década de 60 na Europa
meçar, no mês seguinte, um prédio de de. Mas isso não é problema, pois em continuam existindo até hoje. Estão
30 andares. Aí, não dá tempo de filo- 90 ou 120 dias tiram-se todas as refe- nas feiras, sempre lançando produtos
sofar e tem que fazer o arroz com fei- rências necessárias. novos. Estão se deslocando para o
jão. Esse é o modelo de negócio. Leste europeu, para a China e Índia.
Então, mais uma vez, as questões Aqui, mesmo tendo toda a América
Falta conceber o produto a partir da são culturais? Latina para explorar, pensamos no
técnica? Não tem legislação que impeça o uso que fazer com uma grua daqui a
Temos dificuldade de fazer a constru- de alguma tecnologia, mas preferên- cinco anos. Daqui a cinco anos essa
tora entender o que são soluções de cias de mercado. O drywall, por exem- grua já se pagou e não vale mais nada,
continuidade. Já fiz muita coisa pré- plo, é um processo que existe há mais já é sucata. Equipamento é necessário
moldada numa obra e, na seguinte, da de cem anos na Inglaterra e entrou para atingir um objetivo. Hoje, as
mesma construtora, nada era pré- aqui de uma forma totalmente errada. construtoras, principalmente as que
moldado. É incrível. Muda o engenhei- Pré-moldado com drywall é o casa- têm capital aberto, não têm como
ro, o administrador e não há transfe- mento perfeito. Reduzem-se cargas, construir. Se tivessem equipamento,
rência de tecnologia. Começa tudo de exigem-se peças menores, mais leves, mão-de-obra e tecnologia, já estavam
novo, com os mesmos problemas. com menores custos de fundação. A fazendo o que prometeram. Elas pre-
obra fica muito mais limpa, barata, cisam fazer porque têm ações na
Há obstáculos nas legislações, com maior flexibilidade de layout. bolsa, que estão caindo porque, en-
principalmente para residências Porém, foi detonado por gente des- quanto os acionistas cobram, elas
populares, para adoção de sistemas preparada que, para vender uma pa- falam em VGV (Valor Geral de
não convencionais? rede de concreto, falava que a do Venda) astronômico.
Existem questões técnicas facilmente outro era de papelão. Bruno Loturco
tecnica.qxd 5/8/2008 14:24 Page 34
TÉCNICA E AMBIENTE
Luz eficiente
Ponte estaiada do Complexo Viário Real Parque, em São Paulo, conta com
sistema de iluminação com potência menor que os convencionais
iluminação da ponte estaiada ponsável pelo projeto luminotéc- atender à demanda, os equipa-
A Octávio Frias de Oliveira, em São
Paulo, é uma das mais econômicas do
nico, foi aplicado um conceito ori-
ginal ao empreendimento. "Em
mentos tiveram de ser trazidos
dos Estados Unidos. "A altura a ser
País. Seu projeto luminotécnico di- pontes com essa configuração, os iluminada era um desafio. Para
vidiu-se entre a rede de iluminação estais geralmente são iluminados projeção monocromática, até tí-
viária e o sistema de iluminação de individualmente", explica. No caso nhamos equipamento no mercado
destaque da torre. dessa, entretanto, os projetistas da interno, mas para cores que se al-
Segundo Paulo Candura, dire- Luz Urbana e o arquiteto João Va- ternam, tivemos que buscar proje-
tor do escritório Luz Urbana, res- lente optaram por destacar o mas- tores lá fora", afirma Candura. O
tro durante a noite, trabalhando o lado externo do mastro é ilumina-
Divulgação: Philips
FACHADAS
Beirada seca
Pingadeira é opção mais eficiente para afastar água de chuva da fachada,
mas há recursos alternativos como bunhas, frisos e ressaltos. Conheça as
diferenças entre os modelos
Divulgação: Scanmetal
durante o período de execução
das obras. Concluídos os trabalhos, o
líquido freqüentemente torna-se um
empecilho. Em tempos chuvosos,
acumulado nas fachadas de edifícios,
por exemplo, provoca manchas e
reduz a vida útil dos materiais. "A boa
técnica sempre recomenda que se
afaste o mais rápido possível as lâmi-
nas d´água que escorrem pelas facha-
das", observa o pesquisador Ercio
Thomaz, do Cetac/IPT (Centro Tec-
nológico do Ambiente Construído do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo).
O mecanismo mais eficaz remonta
à instalação de pingadeiras sob os pei-
toris das janelas. Os peitoris em si
podem ser pré-moldados ou fabrica-
dos no próprio canteiro, com concreto
ou graute industrializado, em fôrmas
metálicas. Por pingadeira em si com-
preende-se apenas a linha ranhurada,
abaixo dos peitoris, que intercepta a
lâmina d’água, resultando pingos que
se projetam afastados da fachada.
Há que se atentar, porém, à natu-
reza higroscópica dos materiais de
construção. Areia, cimento, cerâmica,
concreto, argamassa – todos têm uma
atração molecular por água. "A reten-
ção de umidade propicia o surgimen-
to de fungos. Esses organismos expe-
lem uma substância ácida que ataca ci-
mento, cal, argamassa de revestimen-
to, pintura", descreve Thomaz. Com
isso, a penetração da umidade para o
Divulgação: IPT
Divulgação: IPT
interior do prédio e dos apartamentos
torna-se conseqüência previsível.
"Por tudo isso é importante a ado- Ausência de pingadeiras retém umidade e causa manchas em fachadas
ção de medidas não só na janela, mas
Divulgação: IPT
Lehander Carvalho
em toda a fachada", lembra o pesqui-
sador. Destacam-se aqui pelo menos
outros três recursos auxiliares na dis-
sipação de água ao longo de fachadas
com revestimentos de argamassa: o
ressalto, a bunha e o friso.
Alternativas
O ressalto pode ser traduzido
como um obstáculo (espécie de tobo-
Acúmulo de água em borda de peitoril Por fim, umidade penetra no interior
gã), instalado idealmente a cada pavi-
provoca rachaduras e formação de fungos de apartamento
mento, que cria seguidas descontinui-
dades e impede o acúmulo de água.
Opções mais baratas e simplifica- São significativos os benefícios de dentemente, com a presença das pin-
das, a bunha e o friso possuem caracte- todas essas quebras de linearidade nas gadeiras sob os peitoris das janelas.
rísticas semelhantes entre si: são reen- superfícies externas. No meio técnico
trâncias capazes de criar perturbações existem referências a estudos segundo Cuidados com o peitoril
no vento que empurra a água da chuva os quais pequenas saliências perpen- Para assegurar que as lâminas
contra a parede, ajudando na dissipa- diculares ao plano da parede conse- d´água de fato cheguem à pingadeira e
ção do líquido. A principal diferença guem reduzir em mais de 50% o volu- dali se precipitem, são recomendadas
entre os modelos está na largura: reen- me de água que escorre sobre a facha- algumas breves intervenções também
trâncias da ordem de 5 cm de largura da. E a prevenção contra os efeitos da- na superfície do peitoril – medidas
são chamadas de bunhas, e quando nosos da umidade só aumenta, evi- adicionais ao suave caimento padrão.
mais estreitas, entre 1,5 cm e 2 cm, de- "Não se consegue assentar perfei-
nominam-se frisos. "Não são bons tamente um peitoril na horizontal. A
Thiago Oliveira
37
materia_hidrofugantes_trocar fotos.qxd 6/8/2008 12:30 Page 38
PEDRAS
1 2 3
39
materia_drywallx.qxd 5/8/2008 14:31 Page 40
FORROS
Drywall decorativo
Forro em drywall tem função decorativa, além de ocultar instalações
e facilitar a manutenção da laje ou de equipamentos sob o rebaixo
a onda da agilidade de execução,os Versátil, o sistema de forro em ção existe um tipo especial de placa,
N pré-fabricados são essenciais em
muitas obras. Além de atenderem às es-
drywall também permite fácil acesso
às instalações para manutenção. "São
denominada RU (Resistentes à Umi-
dade, verdes), para o uso em cozinhas,
truturas,em concreto ou aço,e fachadas mais leves, de execução rápida e seca, banheiros e áreas de serviço", sugere.
com painéis de concreto,os pré-fabrica- sem formação de entulho e desperdí- Outros tipos de chapas disponí-
dos também servem às vedações inter- cio de materiais, além de mecanica- veis no mercado são as brancas, para
nas, sendo encontrados nas paredes e, mente estáveis", afirma Carlos Ro- uso geral, conhecidas como ST
largamente, nos forros de drywall. berto de Luca, consultor técnico da (Standard), e as resistentes ao fogo
O drywall facilita o recorte deco- Associação Brasileira dos Fabrican- (RF), encontradas na cor rosa.
rativo do forro com sancas, dentes, tes de Chapas para Drywall. Seja qual for o recorte decorativo,
cantos, tabicas, molduras e nichos, ou Ele admite, contudo, que as des- "o ideal é ter o desenho de como vai
podem ainda ser aplicados para ocul- vantagens do forro também são as ser o forro antes da execução", opina
tar fios elétricos e tubulações de ar e mesmas das paredes em drywall, a arquiteta de interiores Karina
hidráulicas. Nesse caso, os tradicio- como, por exemplo, a dificuldade de Afonso, experiente na utilização do
nais rebaixados de gesso dão espaço a manter o gesso acartonado em locais material. "Para iluminação, gosto de
um produto mais leve e sob medida. de intensa umidade. "Para essa aplica- fazer as caixas recuadas de 15 cm x 15
cm. Primeiro colocam-se todos os Ambas concordam, contudo, que desempenho acústico dos interiores.
perfis, depois as placas são encaixadas o trabalho tem de ser realizado por "Essas chapas possuem perfurações
e parafusadas para, em seguida, serem um profissional especializado no sis- superficiais que promovem a absor-
recortadas, se o recorte não for muito tema, pois os desníveis aparecem fa- ção sonora", afirma de Luca. "Os
grande", ensina. "Caso haja uma cilmente. As patologias mais comuns furos, por sua vez, têm várias formata-
sanca maior, toda a estrutura já é pre- do forro em drywall, além do mofo ções: redondos, quadrados e dispos-
viamente montada com os dentes, em locais de maior umidade ou onde tos simétrica ou assimetricamente,
para recortar as chapas de drywall as tubulações hidráulicas falham e em quantidades diversas", completa.
como se deseja", completa. vazam, são as pequenas fissuras nas Nas residências, iluminação indi-
Muitos profissionais também usam juntas. As rupturas podem acontecer reta,saídas dos exaustores e sistemas de
o drywall para o recorte de tabicas. "Em devido à movimentação das estrutu- ventilação ou ar-condicionado tam-
prédios muito altos, com as tabicas o ras, mas na maioria das vezes ocorre bém encontram seus caminhos por
risco de que trincas apareçam no forro devido à colocação feita sem os cui- dentro dos forros de drywall. Nesses
em conseqüência de movimentações do dados técnicos necessários. casos, se houver a preocupação do iso-
edifício é menor", diz Karina. lamento acústico, o forro se adapta às
A arquiteta Lívia Caselani Vieira Desempenho acústico mantas minerais, de lã de rocha. Outra
aponta ainda o fato de não ser simples Para os forros aplicados em obras solução possível é a sobreposição de
executar o drywall nos forros com recor- comerciais de escritórios, salas de reu- chapas de gesso acartonado, já que o
te arredondado. "Prefiro usar o gesso nião, pequenos auditórios ou áreas de próprio gesso, em espessura calculada,
comum.A estrutura em perfis leves pode audiovisual, existem materiais especí- tem bom desempenho acústico.
ser um obstáculo ao recorte", revela. ficos, desenvolvidos para otimizar o Giovanny Gerolla
41
materia_concreto.qxd 5/8/2008 14:33 Page 42
Sinônimo de construção
Protagonista da história da engenharia civil brasileira, o concreto se adaptou a
todas as necessidades econômicas e estruturais e, hoje, está mudando
novamente para atender às demandas ambientais
2008
materia_concreto.qxd 5/8/2008 14:33 Page 43
Marcelo Scandaroli
Bruno Loturco
ponentes. "Há grandes diferenças do
concreto atual para o do engenheiro
Ary Torres – fundador e primeiro dire-
Ao explorar as vantagens do concreto de Traço convencional perde espaço nas
tor do IPT (Instituto de Pesquisas Tec-
alto desempenho então recordista em construções por exigir muitos operários
nológicas do Estado de São Paulo) e
resistência à compressão, o e-Tower para espalhar, regularizar e vibrar o
primeiro diretor geral da ABCP", afir-
ganhou vagas de garagem e flexibilidade concreto. Também não pode ser
ma o professor Antonio de Figueiredo,
estrutural para o desenvolvimento do bombeado, exigindo equipamentos de
do Departamento de Engenharia de
projeto de arquitetura transporte vertical
Construção Civil da Escola Politécnica
da USP (Universidade de São Paulo).
Uma dessas diferenças é a qualidade do tidas com quantidades menores de ci- utilizado em obras de barragem. Ape-
agregado, que, atualmente, é raro, es- mento. No entanto, o concreto fica sar de não exigir tanta resistência es-
pecialmente nos grandes centros. mais poroso e expõe a armadura à cor- trutural, demandava estudos para re-
Outra, o cimento, que era mais grosso. rosão. Para evitar problemas, a norma duzir os gradientes de temperatura,
traz um capítulo que aborda, exclusiva- decorrentes do calor de hidratação e
Cimento fino, mais resistência mente, a durabilidade das estruturas de da reação álcali-agregado, que provo-
Na década de 40, havia o chamado concreto. "Percebeu-se que era muito cam fissurações. Passaram a ser usadas
concreto 13,5,que resistia a 135 kgf/cm², caro e difícil corrigir uma corrosão de adições no cimento, como a sílica ativa
o equivalente a aproximadamente 12 armadura", pontua Figueiredo. e o metacaulim. Em conjunto com os
MPa. "Hoje, para ser considerado estru- Outra forma de impermeabilizar aditivos, aumentam o leque de possi-
tural, tem que ter pelo menos 20 MPa", o concreto é com aditivos e adições. bilidades de aplicação do concreto.
conta Fernando Rebouças Stucchi, pro- "O cimento mudou, então o traço
fessor da Poli e sócio-diretor da EGT En- também mudou", explica Stucchi. O Finalidades específicas
genharia, em referência às exigências da engenheiro Rubens Curti, especialista As adições e cimentos especiais
NB-1 – Projeto de Estruturas de Con- em concreto da ABCP, complementa: foram os grandes sinais da evolução do
creto – Procedimento.Essa foi a primei- "A evolução tecnológica permitiu al- concreto, de acordo com Figueiredo, da
ra norma desenvolvida pela ABNT (As- cançar melhores resultados em fun- Poli. "Hoje conseguimos concretos para
sociação Brasileira de Normas Técni- ção do controle das matérias-primas durar centenas de anos e isolar resíduos
cas), em 1940. utilizadas no preparo dos concretos". radioativos", explica. As inovações têm
Embora já tenha passado por Os aditivos começaram a mudar o contribuído para as demandas atuais da
cinco revisões, a última em 2003, comportamento do concreto a partir construção, como necessidade por altas
desde a primeira versão a NB-1 previa dos anos 70. A velocidade das cons- resistências iniciais, durabilidade, me-
o dimensionamento em serviço ba- truções e a demanda por obras enter- nor exigência de mão-de-obra e redu-
seado em tensões admissíveis e tam- radas criaram novas exigências para o ção do impacto ambiental.
bém no estado limite último. "Apenas concreto, que precisava apresentar re- Para atender a essa última urgên-
duas normas faziam isso: a brasileira e sistências elevadas com menos tempo cia, os cimentos têm incorporado resí-
a russa", conta Stucchi, que afirma ser de cura. Além disso, os aditivos super- duos como o pó-de-pedra. "Não é ne-
ideal revisar a norma a cada cinco plastificantes se mostraram atraentes nhuma maravilha do ponto de vista
anos para acompanhar a evolução de para reduzir o consumo de cimento tecnológico, mas é ótimo por reduzir
técnicas e materiais. sem perder resistência. Assim, os pri- os resíduos", afirma o professor da
A evolução do cimento, do aço e meiros movimentos acenavam para Poli. "É possível extrair areia artificial
dos aditivos justifica a periodicidade da economia e flexibilidade estrutural de rochas para a produção de concreto,
revisão.Antes, menos moído, a superfí- decorrentes da resistência elevada. "O uma vez que a extração de areia natural
cie de contato entre as partículas de ci- ganho de resistência estrutural passou está sendo dificultada pelos órgãos
mento era menor. Logo, consumia-se a ser um campo de estudo muito ambientais", explica Curti. Já é usual a
mais cimento para obter a mesma re- atraente", explica Figueiredo. adição de sílica ativa, escória de alto-
sistência. Com o desenvolvimento, as Em outro sentido, caminhava a forno e cinzas volantes. Essas, além de
mesmas resistências passaram a ser ob- evolução do concreto-massa, muito auxiliarem na redução dos resíduos de
43
materia_concreto.qxd 5/8/2008 14:34 Page 44
ESTRUTURAS
Gestão concreta
Informações sobre planejamento e execução de estruturas de concreto precisam
acompanhar cronograma da obra, especificações do projeto e controle da qualidade
Ponto crítico nas obras, o transporte Fila de caminhões–betoneira na entrada do canteiro, só com muito planejamento e
interno do concreto deve ser fiscalizado controles rigorosos de recebimento
até mesmo em aplicações de pouco
risco estrutural
47
materia_gerenciamento.qxd 5/8/2008 17:04 Page 48
ESTRUTURAS
Gerenciamento de concretagem -
principais agentes
e atribuições
48
materia_gerenciamento.qxd 5/8/2008 17:04 Page 49
Capacitar a mão-de-obra para realização Os controles laboratoriais começam O plano de escoramento também é parte
dos ensaios é fundamental para a gestão no canteiro, com a coleta correta da gestão da aplicação do concreto e deve
do processo de concretagem do material obedecer recomendações dos calculistas
49
materia_.qxd 5/8/2008 14:42 Page 50
FÔRMAS
Pilares redondos
Papelão, madeira, aço e PVC. Há diferentes sistemas e materiais disponíveis para
executar pilares redondos e de formatos especiais. A escolha da solução mais
adequada depende de análise técnica, estética e, principalmente, econômica
Divulgação: Aqueduto
não é reutilizável.Após a cura do con-
creto, o invólucro de papelão é rasga-
do e desprezado, fazendo com que o
sistema se torne mais competitivo em As fôrmas contínuas podem suportar grandes cargas de concretagem, apesar da
obras em que está prevista apenas leveza de alguns materiais
uma utilização da fôrma. "A partir de
duas utilizações, começa a valer a
pena pensar em outras soluções,
como a fôrma de compensado de
Recomendações gerais
madeira", alerta Nilton Nazar. Segun- Deve-se procurar o sistema mais Controle no recebimento e
do o engenheiro, alugar fôrmas metá- econômico, nunca o mais barato. Afinal, a armazenamento: as fôrmas, em especial
licas também pode ser uma saída in- qualidade da estrutura influencia os as de papelão, devem estar bem
teressante quando o projeto tiver pre- custos dos outros subsistemas que protegidas da umidade
visto várias utilizações em um perío- compõem a construção
do inferior a um mês. "Há de se pon- A maior parte dos danos que ocorrem
derar, contudo, que os sistemas metá- Projetos de fôrmas são fundamentais nas fôrmas surge durante a desenforma
para se tirar melhor proveito da solução por falta de cuidado. Para as fôrmas de
licos tendem a ser mais bem-sucedi-
escolhida. No caso de fôrmas feitas madeira, por exemplo, deve-se dar
dos em estruturas com lajes planas e
em obra, é ainda mais importante preferência à cunha de madeira em
que, dependendo do porte das peças,
estudar e planejar as fôrmas para vez do pé de cabra
pode exigir equipamentos de movi-
otimizar o corte e reduzir as perdas
mentação na obra", completa Nazar. Para evitar que a nata do cimento
O aspecto superficial do concreto A produtividade decorre diretamente escorra e o concreto perca resistência,
é outro fator que influencia a especi- da escolha correta do sistema e do não devem ser toleradas frestas, mas se
ficação do sistema de fôrmas. Nas si- treinamento da mão-de-obra não for possível, não poderão ter
tuações em que for desejável o máxi- mais que 1 mm
mo de planicidade, os moldes cons- No caso das fôrmas de madeira, as
truídos à base de papelão e até os de
bordas cortadas devem ser seladas com É fundamental que todo sistema
tinta apropriada para evitar a infiltração de fôrma seja adquirido de empresa
PVC saem na frente. Mas há obras em
de umidade e elementos químicos do idônea, com devida apresentação
que o projeto arquitetônico busca
concreto entre as lâminas, principal da ART (Anotação de Responsabilidade
tirar partido das emendas e frisos.
fator de deterioração Técnica) do Crea
Nesses casos, a fôrma de madeira
cambotada é a mais indicada. Fontes: professor Carlito Calil Júnior e engenheiro Paulo Assahi
51
materia_.qxd 5/8/2008 14:42 Page 52
FÔRMAS
da concretagem
Apresenta flexibilidade em relação a
dimensões disponíveis
Limitações
Em formato tubular, são fabricadas em A fabricação e montagem das fôrmas
papel kraft e semikraft de diversas exigem tempo, mão-de-obra e espaço
espessuras e enrolados helicoidalmente. no canteiro
São tratadas com colas e resinas, que lhes Requer atenção em relação a
conferem rigidez, além de receberem aprumadores e ao sistema
uma camada interna de papel de escoramento
não-aderente ao concreto
Vantagens Metal
Divulgação: Aqueduto
É mais leve que os demais sistemas.
Em geral, suporta bem as cargas da
concretagem
Chega pronto na obra para ser usado.
Não requer mão-de-obra especializada
Fornecido em diversas dimensões, o tubo
Limitações
de PVC é produzido pela extrusão de um
Algumas medidas especiais podem não perfil plano e reforçado com pequenas
ser atendidas
saliências em forma de "T", que são
Não são reutilizáveis posteriormente enrolados segundo o
diâmetro desejado
Madeira
Vantagens
Leveza
Impermeabilidade
Divulgação: Doka
Há, ainda, a preocupação com a da, com complementos metálicos diante da reciclabilidade do aço e da
redução do impacto ambiental das para aumentar a vida útil, é uma maior durabilidade – chegam a su-
obras, que tende a criar mais oportu- opção viável que pode ser a tendên- portar centenas de ciclos de concre-
nidades aos materiais renováveis e cia das próximas décadas", afirma tagem – podem marcar pontos no
duráveis. "Nesse particular, o uso da Paulo Assahi. Algo semelhante ocor- quesito ambiental.
madeira reflorestada, industrializa- re com os moldes metálicos, que Juliana Nakamura
FUNDAÇÕES
Sapatas de concreto
Utilizadas como base para edificações de diferentes portes, as sapatas de concreto
são simples, seguras e econômicas. Mesmo assim, dependem de especificação e
execução que levem em conta as características do solo e da estrutura
Regularização
Com a área escavada e compactada, o
passo seguinte é depositar concreto
magro na área escavada, nivelando com o
auxílio de régua e colher. Essa camada de Preparação das laterais
Escavação regularização, que deve ter 5 cm de Não só o fundo, mas também as laterais
Seguindo a orientação do projeto de espessura no mínimo, é importante para precisam receber concreto. Por isso, as
fundações, inicia-se a escavação da área a garantir que a umidade do solo não laterais de toda a área escavada devem
receber as sapatas até a cota de apoio. ataque a armadura da sapata. ser chapiscadas.
Concretagem
A concretagem também deve ser feita, de
acordo com as especificações do Finalização
Saída para os pilares projetista, até a parte superior da sapata. A armação do pilar deve ser montada a
Com o auxílio de arames de aço, são A betoneira pode ser utilizada se a partir dos ferros de arranque. Só então
presos também os ferros especiais de quantidade de concreto ou a velocidade serão colocadas as fôrmas do pilar para o
arranque dos pilares. de concretagem assim o exigirem. prosseguimento da concretagem.
Obra: Edifício Allure Morumbi, em São Paulo, atualmente em construção pela Construtora Tibério
55
materia_sapatas.qxd 5/8/2008 14:45 Page 56
FUNDAÇÕES
Recomendações
Para execução de todo e qualquer tipo
de fundação, as investigações geotécnicas
de campo e laboratório devem ser sempre
acompanhadas pelo projetista.
Sondagens de simples reconhecimento
à percussão (SPT ou SPTT) são
indispensáveis, sendo que, em alguns
casos, pode ser necessário lançar mão de
sondagens mais complexas.
Ainda na fase de projeto, o contato
entre projetista de fundações e estruturas
deve ser constante.
Em situações em que as sapatas se
aproximam umas das outras ou se
sobrepõem, o radier pode ser uma
Corte esquemático de talude com sapatas em desnível
solução de fundação mais competitiva.
Aplicação de concreto
auto-adensável na
produção de pré-fabricados
concreto auto-adensável (CAA) alto desempenho, aliado ao maior
O é considerado um dos desenvol-
vimentos mais revolucionários ocor-
Ricardo Alencar
Consultor, BU Concrete, Sika Brasil
nível de controle da qualidade, possí-
vel de se obter em instalações fixas de
M.Sc. Escola Politécnica da USP
ridos na construção nas últimas déca- indústria, são fatores que favorece-
alencar.ricardo@br.sika.com
das. Particularmente no ramo de pré- ram o uso dessa nova tecnologia na
fabricados, o CAA tem emergido de indústria de pré-fabricado.
Paulo Helene
um objeto de estudo teórico para Para a qualificação do material
Professor titular, Escola Politécnica da USP
tornar-se muito popular. Em poucos em dosagem se realizaram análises de:
Vice-presidente do Ibracon
anos, tem sido mais a regra do que a a) fluidez – Slump flow, em mm
paulo.helene@poli.usp.br
exceção em países industrializados (ASTM C 1611, 2006);
(Walraven, 2007), de forma que, não b) viscosidade (indireta) – flow
Alex Tort Folch
existe tópico na indústria de pré- T50 cm, em s (ASTM C 1611, 2006),
Diretor técnico, Munte Construções
fabricados de concreto que tenha ga- V-funnel e V-funnel 5 min, em s;
Industrializadas
nhado tanta atenção, utilizado em c) habilidade de passar por arma-
atf@munte.com.br
quase 100% da produção em algumas duras – L-box, H2/H1, em mm;
plantas no exterior. d) resistência à segregação – Co-
No entanto, uma avaliação eco- realizada no setor de protendidos lumn technique, em porcentagem
nômica centrada apenas na produção pesados, em 100% dos casos. Na (ASTM C 1610, 2006).
unitária do material pode apresentar produção de vigas perfil I, vaso, Que seguiram a classificação da
altos custos iniciais. Segundo Ben- calha e retangulares, que são ele- consistência apresentada pelo Euro-
nenk (2007), esse aumento é com- mentos, normalmente, de maior pean Project Group (2005):
pensado pela redução de mão-de- complexidade devido às altas taxas a) Espalhamento – Slump flow
obra consumida na concretagem. de armaduras utilizadas. SF2 660-750 mm: por ser adequado
Para Brück (2007), os silêncios de Utiliza-se cimento Portland de para a maioria dos casos de aplica-
produção, a boa superfície de acaba- alta resistência inicial (CP V - ARI), ção. O nível SF3 760-850 mm, embo-
mento, são geralmente declarados adição de metacaulim HP Branco, ra não tenha uma utilização na
como justificativa para a utilização aditivo superplastificante base poli- mesma escala que o SF2, é necessário
do CAA. Outro benefício é a melhora carboxilato, areia natural (quartzo) e para moldagem de peças muito com-
das condições de trabalho. agregado graúdo graduado (granito) plexas e deve ser empregado em
Contudo, diante de um custo de (tamanho máximo 19 mm). casos especiais. Já o nível SF1 550-
mão-de-obra tão baixo como no Bra- O concreto possui fck de 50 MPa. 650 mm tem aplicações restritas em
sil, será que é viável a implantação do Em casos especiais, são utilizados planta de pré-fabricados e, normal-
CAA? É o que se pretende demonstrar. auto-adensáveis de 60 MPa e 70 MPa, mente, não viabiliza um controle da
dada à necessidade de saque das peças qualidade adicional.
Características técnicas em tenras idades, possibilitando uma b) Viscosidade – VS1/VF1, Slump
A implantação do concreto auto- maior rotatividade das fôrmas metá- flow T500 ≤ 2s e V-funnel ≤ 8 s: a
adensável na empresa estudada foi licas. Inclusive, o uso de concretos de viscosidade deve ser baixa, permi-
Particularmente, as subetapas de
concretagem, para o concreto co-
mum, dividem-se, conforme é apre-
sentado na figura 2.
Para o concreto comum verifica-se:
a) Mistura: após correção da
Figura 1 – Etapas de produção de elementos pré-fabricados
umidade dos agregados, pesagem
dos materiais e dosagem de aditivo,
faz-se a homogeneização do concre-
to, que é, posteriormente, lançado
na caçamba.
b) Transporte: o concreto é trans-
Figura 2 – Subetapas da concretagem do concreto vibrado.
portado em ponte rolante e com au-
xílio de caminhão, no caso de haver
necessidade de uma intercomunica-
ção entre linhas de produção.
c) Lançamento e vibração: o con-
creto é lançado na fôrma e seu espa-
Figura 3 – Subetapas de concretagem para o CAA
lhamento é feito com pás e enxadas.
Posteriormente, o adensamento é
feito por vibradores, removendo-se
manualmente o excesso de material.
d) Desempeno: o desempeno é
manual, com desempenadeira de ma-
deira, utilizada para alisar a superfície
do concreto. Com auxílio de um
compactador (desempenadeira com
tela de aço), o agregado graúdo é em-
purrado em direção ao fundo, restan-
do a nata de cimento junto à quarta
face do elemento pré-fabricado, per-
Figura 4 – Viga retangular altamente armada, com presença de insertes metálicos e
mitindo um melhor acabamento.
isopor incorporado. A – Armadura densa. B – CAA endurecido sem acabamento
e) Queima e acabamento: con-
siste em passar a colher de pedreiro
tindo que o ar incorporado na mol- ções de transporte em ponte rolan- para retirada das marcas deixadas
dagem escape com maior facilidade te, caminhão e também à grande pelo compactador e executar nova-
para a superfície da peça e, assim, energia com que o CAA é lançado mente o desempeno manual com
possibilite um nível superior de aca- na saída do misturador. Os deta- desempenadeira de madeira. Após o
bamento, característico desse tipo de lhes dos equipamentos e a realiza- início de pega do concreto, executa-
produção, onde a maioria dos ele- ção dos ensaios de qualificação do se o desempeno manual com desem-
mentos são de concreto aparente. CAA são extensamente descritos penadeira de aço. Esse procedimen-
c) Habilidade passante – PA2 L- na bibliografia. to é denominado "queimar" a super-
box ≥ 0,80, com três armaduras: é es- fície da peça e é repetido até se obter
pecificado por ser o mais exigente, Etapas de produção a textura desejada para a superfície.
dado a complexidade e elevada taxa de Para o concreto comum
armadura do tipo de peça produzida. A produção dos elementos de Eliminação de subetapas de
d) Resistência à segregação – concreto em planta industrial di- trabalho: Concretagem com CAA
SR2 ≤ 10 (%): deve ser das maiores, vide-se genericamente nas etapas Segundo Belohuby & Alencar
para resistir, sobretudo, às solicita- descritas na figura 1. (2007), a implantação do CAA permi-
61
artigo137.qxd 6/8/2008 14:58 Page 62
ARTIGO
Tabela 2 – VOLUME EM METRO CÚBICO DE CONCRETO E NÚMERO DE PEÇAS PRODUZIDAS NO PERÍODO DE ESTUDO
Produção
fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07* ago/07** set/07* out/07 nov/07 dez/07 jan/08
Volume 528 697 551 776 797 670 733 889 734 842 594 1.006
No peças 237 339 142 220 279 198 307 412 173 215 119 225
* Período em que foi aplicada cura térmica (jul-set/2007).
** Início da aplicação do CAA no setor de protendidos.
te diminuir subetapas de produção na Tabela 3 – ESTATÍSTICAS DO VOLUME EM METRO CÚBICO E NÚMERO DE PEÇAS
Fase Concreto, tais como: vibração, es- PRODUZIDAS MENSALMENTE NO PERÍODO DE ESTUDO.
palhamento do concreto com enxada, Estatística
além de minimizar os procedimentos Média Dpad
de desempeno, dispensando o uso de CC CAA CC CAA
compactador. A sobra tanto de mate- Volume 670 800 112 144
rial quanto a mão-de-obra para rea- No peças 236 242 68 104
proveitamento desse, verificada no
concreto convencional após a com-
pactação, é eliminada, já que o CAA gem, eliminando, em grande medi- concreto, já que o CAA é mais sensível
quando lançado tende a se compactar da, a etapa de reparo e acabamento à variação do conteúdo de umidade
com seu peso próprio até atingir o final. Um exemplo disso é a viga re- de seus constituintes; reforma de fôr-
nível desejado. É necessário apenas tangular apresentada na figura 4. mas e caçambas, para garantir maior
um leve remanejamento com pás, para estanqueidade, além, é claro, da quali-
acertar perfeitamente o nível do topo Análise da viabilidade ficação de seus funcionários. Esses e
da cantoneira delineadora da face su- e produtividade outros cuidados podem ser encontra-
perior da peça. Assim, a etapa de con- Redução do número de homens/hora dos no Manual Munte de Pré-fabrica-
cretagem passa a uma configuração de trabalho dos de Concreto (2007).
muito mais enxuta, conforme é exem- A aplicação do concreto auto- Conseqüentemente, houve a ne-
plificado na figura 3. adensável não se dá por uma simples cessidade de alguns investimentos ini-
Além disso, foi possível agregar substituição em relação ao concreto ciais. Contudo, esses investimentos
uma melhoria significativa na quali- convencional, pois envolve a necessi- acontecem de forma gradativa e se
dade de acabamento superficial das dade de certa reestruturação na fábri- pagam ao longo do processo de im-
peças, devido à minimização do apa- ca, como: adequado controle da qua- plementação dessa tecnologia e, na
recimento de bolhas e macrodefeitos lidade, investimentos em sensores de realidade, percebe-se que essas me-
resultantes do processo de molda- umidade automáticos para central de lhorias devem ser contínuas. Nesse
63
artigo137.qxd 6/8/2008 14:58 Page 64
ARTIGO
Hh/m3 – total de homens x horas produzidas com o CAA, no período organização na cadeia produtiva,
de trabalho/m³ de concreto; analisado, apesar de terem um volu- por admitir concretagens noturnas,
Hh/p – total de homens x horas de me maior, ainda assim, na média resultando ainda em um menor
trabalho/peça; geral, possibilitaram a produção de nível de ruído, com conseqüente
m3/p – volume em m³ de concre- um maior número de elementos. melhoria das condições de trabalho.
to/peça; Deve-se esclarecer que o aumen- Além de todas essas vantagens
R$ MO – custo da mão-de-obra, to do volume médio das peças pode tangíveis, foi possível obter uma me-
em reais; gerar um menor número de mão- lhoria significativa da qualidade de
R$ Mat. – custo do concreto, em de-obra na etapa de fôrmas, em vir- acabamento superficial das peças
reais; tude da diminuição do número de pré-fabricadas, assim como uma
R$ Total – custo da mão-de-obra fôrmas de cabeceira, para segmentar, economia de energia e menor des-
mais concreto, em reais; separar uma peça da sua adjacente, gaste das fôrmas, pela eliminação dos
R$ Total/m3 – custo da mão-de- em uma mesma pista. Contudo, o vibradores, que são benefícios mais
obra mais concreto para cada metro aumento do valor de m³/p não facili- difíceis de se computar.
cúbico de concreto, em reais; ta necessariamente a concretagem, Esses fatos tornam o CAA um
R$ Total/p – custo da mão-de- mas sim o tipo de peça produzida, de material muito vantajoso para o
obra mais concreto para cada peça, modo que, quanto menor a taxa de setor de pré-fabricados de concreto,
em reais. armadura ou complexidade de conforme já é apontado no exterior,
O indicador Hh/h é importante fôrma, menor, também, é a dificul- muito embora o custo da mão-de-
para verificar o número de horas mé- dade. Por isso, é mais fácil moldar obra no Brasil seja, comparativa-
dias trabalhadas por homem e, assim, uma viga retangular do que, por mente, ainda, muito barato.
possibilitar a mensuração do número exemplo, uma viga perfil I. No en-
de horas extras realizadas, dado que o tanto, para o CAA essa diferença é
número de horas normais é 220 por muito menos perceptível, já que há
funcionário. Os resultados indicam uma agilização do tempo de molda-
LEIA MAIS
que, mesmo com um número menor gem devido a sua propriedade auto-
de trabalhadores, a implantação do nivelante. É claro que, quanto maior Tecnologia do Concreto Pré-
CAA não gerou um incremento do é o volume médio das peças, maior é fabricado: Inovações e
número de horas extras. o valor do indicador R$ Total/p. Por Aplicação. In: Manual Munte de
A relação Hh/m³ indica quantos isso, as peças concretadas com o Projetos em Pré-fabricados de
funcionários são necessários, por CAA, nesse período de estudo, resul- Concreto. 2. ed.,
hora, para concretar cada metro cú- taram mais caras. Porém, a principal p. 511-531, M. Belohuby; R.S.A.
bico de concreto, em média. É usado análise do custo de produção do Alencar, 2007.
de forma análoga ao indicador CAA deve ser feita em cima da rela-
Hh/p, que possibilita saber o núme- ção R$ total/m3. SCC applied in the precast
ro de homens por hora por peça concrete industry. In: Cape
concretada. Em ambos os indicado- Considerações finais Town: International Concrete
res, se pode perceber uma redução A avaliação do custo unitário Conference & Exhibition, p. 24-27,
considerável dos valores obtidos do concreto auto-adensável de- W. Bennenk, 2007.
com o uso do CAA. monstrou ser esse mais alto em
Já o indicador m³/p avalia o volu- comparação ao concreto conven- New Perspectives for Precast
me médio relativo dos elementos cional, conforme já era esperado, Concrete for an Innovative low
pré-fabricados, de forma que quanto em média, 15%. Contudo, a análise Cost Housing System. In: Cape
maior é o valor obtido, maior é o vo- do custo de produção comprovou Town, p. 74-77, M. Brück, 2007.
lume das peças (peças maiores) e, que o CAA torna-se apenas 2%
normalmente, menor é o número de mais dispendioso. Isso se deve à re- EPG - European Project Group
elementos produzidos, para uma dução de mão-de-obra consumida, (BIBM; Cembureau; ERMCO;
mesma área de pista de concretagem. devido à eliminação de subetapas EFCA; EFNARC). "The European
Um exemplo disso é que nos meses de produção. Guidelines for Self Compacting
que apresentaram o maior número Entretanto, agrega a vantagem Concrete". 63 p., 2005.
de peças grandes, tanto para o con- de possibilitar um aumento de 19%
creto comum quanto para o auto- na capacidade produtiva da fábrica, New Concretes for Special
adensável (abril e dezembro, respec- devido ao aumento do volume de Requirements. In: Cape
tivamente) foram os meses que tive- produção. Isso se deve à maior agili- Town: International Concrete
ram o menor número de peças mol- dade obtida no processo de molda- Conference & Exhibition, p. 6-11, J.
dadas. Cabe ressaltar que as peças gem e também um maior nível de Walraven, 2007.
ESPECIAL
PRODUTOS & TÉCNICAS CONCRETO
REVESTIMENTO
FITA CREPE
CERÂMICO A Carborundum lança a sua Fita
A fabricante de revestimentos SEGURANÇA
Crepe para Uso Geral, produto Composto por bandejões,
cerâmicos Atlas lança no indicado principalmente para apara-lixos, postes de corrimão
mercado a Série Chile. Com proteger superfícies durante o MEMBRANA FLEXÍVEL
para periferias, escadas e
aparência de pedras naturais, as O MSET é o lançamento da
processo de pintura. Aderência, consoles periféricos, o Sistema
peças apresentam relevos e tons Bautech. É uma manta líquida
facilidade no corte, elasticidade e de Proteções Coletivas Tip foi
que lembram, segundo a impermeabilizante que forma
fácil moldagem às superfícies são desenvolvido para ajudar o
fabricante, pedras esculpidas uma membrana elástica
algumas características construtor a garantir a
com a ação do tempo. monocomponente e contínua,
encontradas na fita. A única segurança de seus funcionários.
Disponível no formato substituindo a manta asfáltica.
restrição é a sua utilização para Além disso, ajuda a construtora
5 cm x 15 cm. As vantagens do produto,
isolamento elétrico e locais onde a reduzir a geração de resíduos,
Cerâmicas Atlas segundo o fabricante, são a alta
ficam expostas a altas proporcionando uma obra mais
(19) 3673-9600 resistência a fungos e bactérias,
temperaturas. limpa, de acordo com
www.ceratlas.com.br maior rapidez na aplicação e
Saint-Gobain o fabricante.
possibilidade de ser aplicado por
0800-7273-322 Tip Form
mão-de-obra não especializada.
www.carbo-abrasivos.com.br (11) 6481-5583
Bautech
www.tipform.com.br
(11) 5572-1155
www.bautechbrasil.com.br
68
p&t137.qxd 5/8/2008 14:56 Page 69
DISTANCIADOR FÔRMAS
ADITIVO A Coplas desenvolveu o A WCH lança a Fôrma Flex para
O Sika ViscoCrete é um aditivo LOCAÇÃO DE FÔRMAS
distanciador plástico GTDuplo. A Rohr é uma empresa produção de Pilares com
desenvolvido para produção de Segundo a empresa, o produto especializada na locação de Consoles. O sistema faculta a
concreto auto-adensável fluido e se encaixa com precisão nos fôrmas para concreto, estruturas produção de pilares de
coesivo. Com os produtos da cruzamentos da tela soldada, tubulares, coberturas de acesso diferentes medidas,
linha ViscoCrete é possível garantindo o adequado e equipamentos de transporte possibilitando total flexibilidade
produzir, segundo a fabricante, posicionamento da armadura e o vertical. A empresa fornece na locação dos consoles,
um concreto de lançamento fácil cobrimento projetado. também os projetos e toda a segundo a fabricante.
e rápido, sem necessidade de Coplas mão-de-obra necessária para a A montagem é feita sobre uma
vibração. O concreto passa, sem 0800-7091-216 execução dos serviços. base elevada e com o sistema
segregação, através de fôrmas www.coplas.com.br Rohr fast step de fixação das laterais,
complexas e densa ferragem.
(11) 2185-1333 o que garante, de acordo com a
Sika
www.rohr.com.br WCH, uma montagem rápida e
(11) 3687-4600 precisa, com economia de mão-
www.sika.com.br de-obra, menores custos e
maior lucratividade.
WCH
(11) 3522-5903
www.weiler.com.br
TRATAMENTO DE
IÇAMENTO DE PRÉ-
PRÉ-FABRICADOS SUPERFÍCIE
A Leonardi é certificada com o FÔRMAS METÁLICAS O sistema Microinjet, da Holcim, MOLDADOS
O sistema de fôrmas Frameco, A Trejor apresenta seu içador IRT
Selo de Excelência Abcic é utilizado para o tratamento de
da Doka, precisa de apenas dois 3-5 ton. Sistema rápido para
(Associação Brasileira da superfícies de concreto e
níveis de ancoragem para uma movimentação de peças em
Construção Industrializada de estruturas, corrigindo
altura padrão dos painéis de concreto armado ou protendido,
Concreto). Isso atesta, segundo imperfeições e dando
3 m. Os painéis são disponíveis o produto acaba, segundo a
a empresa, sua competência acabamento, segundo a
em dimensões modulares fabricante, com os retrabalhos
para projetar, produzir, fabricante, de forma rápida e
lógicas, que possibilitam para eliminação das alças e
transportar, montar e entregar eficiente. A novidade é ideal para
combinações racionalizadas. reparos das peças pré-moldadas.
ao cliente construções em reformas – como muros de
Doka Trejor
conformidade com as normas casas, paredes e pisos –, pois,
(11) 6404-3500 (11) 6914-0535
técnicas. segundo a empresa, o tempo de
www.doka.com.br www.trejor.com.br
Leonardi aplicação e secagem é rápido.
(11) 2111-7000 Holcim
www.leonardi.com.br (11) 5180-8600
www.holcim.com.br
69
p&t137.qxd 6/8/2008 15:01 Page 70
ESPECIAL
PRODUTOS & TÉCNICAS CONCRETO
FIBRAS SINTÉTICAS CP II
A Maccaferri lança a nova fibra FURO EM CONCRETO O cimento Cimpor CP II E 32 é
sintética de polipropileno A Furacon Sistemas de Cortes e indicado para estruturas que REVESTIMENTO PARA
FibroMac 6 para aplicação em Perfurações em Concreto é uma estejam expostas a ataques
argamassas, disponível em químicos provenientes do meio ESTACAS
empresa especializada em Os tubos de revestimento para
embalagens de 100 g. cortes e perfurações com ambiente e para aplicações que
estaca raiz da Incotep possuem
Encontrado nos comprimentos ferramentas diamantadas. Em necessitem de moderadas
maior resistência ao atrito que
de 6 mm, 12 mm ou 24 mm, o sua carteira de serviços, o resistências à compressão nas
os demais revestimentos
produto reduz o índice de construtor pode contar com primeiras idades, como:
fabricados com tubo de aço
fissuras provocadas pela demolição controlada, artefatos de cimento, blocos de
qualidade ASTM 106. De acordo
retração e assentamento. perfuração em estruturas de concreto, concreto protendido,
com a fabricante, isso implica
Também melhora, segundo a concreto, corte em piso, estruturas de concreto em geral,
uma maior durabilidade
fabricante, o desempenho do colagem e ancoragem de argamassas de assentamento
da peça.
concreto e da argamassa quanto chumbadores químicos. e revestimento.
Incotep
ao impacto, à exsudação, ao Furacon Cimpor
(11) 2413-8333
fogo e ao desgaste. (11) 4224-4697 0800-7033-010
www.incotep.com.br
Maccaferri www.furacon.com.br sac@br.cimpor.com
(11) 4589-3200
www.maccaferri.com.br
FIXAÇÃO
A pistola DX 36M, da Hilti, é um
sistema de fixação à pólvora para CORTE
EQUIPAMENTOS Os discos diamantados Irwin de
concreto e aço. A ferramenta A New Maq Máquinas e
semi-automática possui pente 180 mm são os mais resistentes
Ferramentas é uma empresa
de dez cartuchos e regulagem SERRA DE PISO ao desgaste, sendo indicados
especializada em venda, locação
de potências. A pistola tem A Clipper C13E da Norton é principalmente para materiais
e manutenção de equipamentos
silenciador integrado. compacta e se caracteriza pelo abrasivos e para cortes mais
para a Construção Civil.
Hilti seu alto desempenho no corte profundos. Os discos podem ser
A empresa retira e entrega
0800-144-448 de pisos de concreto e asfálticos. utilizados a seco ou com a
equipamentos em qualquer
www.hilti.com.br O posicionamento do tanque de adição de água.
lugar da cidade de São Paulo e
água removível, que é de 20 l, Irwin
despacha para todo o País.
adiciona peso ao disco e garante 0800-9709-044
New Maq
ao operador uma boa visão www.irwin.com.br
(11) 6943-9465
do corte.
Norton
0800-7273-322
www.norton-abrasivos.com.br
70
p&t137.qxd 5/8/2008 14:56 Page 71
PAINÉIS DE FACHADA
Os painéis Isojoint Wall Pur são
constituídos de núcleo de
poliuretano ou poliisocianurato
PLACA CIMENTÍCIA de alta densidade e revestidos
O Superboard é uma placa com chapa de aço pré-pintado.
autoclavada produzida com Possuem sistema de fixação com
cimento Portland, quartzo e parafuso escondido, ideal,
fibras de celulose. Disponível segundo a fabricante, para
nas espessuras de 6 mm, 8 mm, aplicação em fachadas e
10 mm e 15 mm, o produto tem fechamentos laterais industriais.
1,2 m de largura e 2,4 m de Isoeste
comprimento. (62) 4015-1122
Promaplac www.isoeste.com.br
(11) 5662-2142
www.superboard.com.br
71
p&t137.qxd 5/8/2008 14:56 Page 72
p&t137.qxd 5/8/2008 14:56 Page 73
p&t137.qxd 5/8/2008 14:56 Page 74
p&t137.qxd 5/8/2008 14:56 Page 75
obra aberta-modelo.qxd 5/8/2008 14:59 Page 76
OBRA ABERTA
Livros
Software Site
77
agenda.qxd 5/8/2008 15:03 Page 78
AGENDA
do investimento em empreendimentos Em tempos de altas de preços e
Seminários e conferências imobiliários, perspectivas de evolução eventual desabastecimento de alguns
9 a 11/9/2008 dos custos de materiais e mão-de- insumos e equipamentos, o desafio de
Construmetal 2008 obra, metodologias e técnicas para comprar e contratar equilibrando
São Paulo estimativas orçamentárias, orçamentos custo, prazo e qualidade torna-se ainda
A terceira edição do Construmetal terá de obras e estudos de casos constam maior. Ferramentas eletrônicas para
conferencistas brasileiros e entre os principais temas a serem especificação e compras na construção
internacionais que discutirão os abordados pelos palestrantes. civil, qualificação e relacionamento
principais avanços tecnológicos e Fone: 4001-6400 (regiões com fornecedores de materiais e
inovações da construção metálica. metropolitanas) ou 0800-596-6400 serviços e cases de grandes empresas,
Fone: (11) 3816-6597 (demais regiões) como Cyrela e Método, farão parte do
www.construmetal.com.br www.piniweb.com/Construtech/ evento promovido pela PINI no âmbito
do Construtech 2008.
21/10/2008 23/10/2008 Fone: 4001-6400 (regiões
Tecnologia de Edificações para Arquitetura e Soluções Estruturais metropolitanas) ou 0800-596-6400
Obras Rentáveis – Desafios de Forma e Técnica (demais regiões)
São Paulo para Arquitetos e Engenheiros de http://www.piniweb.com/Construtech/
Discutir e auxiliar os profissionais de Estruturas
engenharia civil, construção e São Paulo 22 a 24/10/2008
arquitetura a desenvolver soluções O objetivo do evento, promovido pela 80o Enic
técnicas inovadoras de projeto e PINI no âmbito do Construtech 2008, São Luís
execução para agilizar e rentabilizar é discutir a relação indissociável entre O Enic (Encontro Nacional da Indústria
empreendimentos. Esse é objetivo do arquitetura e estrutura, entre forma e da Construção) debaterá as
seminário, promovido pela PINI, que material, arte e ciência. Pretende perspectivas e os desafios do
será realizado no âmbito do desmistificar o aparente desinteresse crescimento do setor nos próximos
Construtech 2008. Cases de projetistas, de alguns arquitetos pela engenharia e anos. O evento atrairá diversos
construtoras e incorporadoras e a questionável descrença dos profissionais da construção e as
soluções industrializadas para arquitetos na engenharia. Vai inscrições já podem ser realizadas no
eliminação de gargalos de materiais e apresentar projetos e obras nas quais site do evento.
mão-de-obra constam entre os o bem-sucedido encontro foi capaz de Fone: (62) 3214-1005
principais temas a serem abordados tornar imperceptíveis as barreiras que www.qeeventos.com.br
pelos palestrantes. costumam separar tais campos do
Fone: 4001-6400 (regiões conhecimento. Abordará temas como a 2 a 6/12/2008
metropolitanas) ou 0800-596-6400 nova plataforma BIM (Building WEC 2008 – World Engineers'
(demais regiões) Information Modeling) e a relação da Convention
www.piniweb.com/Construtech/ arquitetura e da engenharia estrutural Brasília
na obra de Oscar Niemeyer. O fórum A terceira edição do Congresso Mundial
22/10/2008 contará com a presença do arquiteto de Engenheiros será realizada pela
Engenharia de Custos no Boom chileno Sebastian Irarrazaval. primeira vez no continente americano,
Imobiliário Fone: 4001-6400 (regiões com o objetivo de reunir engenheiros
São Paulo metropolitanas) ou 0800-596-6400 e estudantes de todo o mundo para
Como desenvolver diferenciais (demais regiões) debates, fóruns, palestras, visitas
competitivos para construtoras e http://www.piniweb.com/Construtech/ técnicas e atividades culturais.
incorporadoras em um momento de O evento é organizado pelo Confea
crescimento do setor. Esse é o objetivo 23/10/2008 (Conselho Federal de Engenharia,
principal do seminário, promovido pela Fórum Nacional de Compras e Arquitetura e Agronomia), pela Febrae
PINI, que será realizado no âmbito do Suprimentos na Construção Civil (Federação Brasileira de Associação de
Construtech 2008. Análise da qualidade São Paulo Engenheiros) e pela WFEO/FMOI
15 a 18/10/2008
Concursos
Saie 2008 – Salão Internacional da Inscrições até 29/8/2008
Indústria da Construção Prêmio CBIC de
Bologna, Itália Responsabilidade Social
Há mais de 40 anos a feira reúne A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria
profissionais da construção para da Construção) e o Fasc (Fórum de Ação
discutir projetos, materiais, tecnologias Social e Cidadania) promovem o prêmio
e sistemas para o setor. Neste ano, a CBIC de Responsabilidade Social com a
Saie terá espaços dedicados intenção de reconhecer e estimular o
exclusivamente aos fabricantes de desenvolvimento de ações sociais no
argila, à tecnologia pré-fabricada, aos setor da Indústria da Construção Civil e
sistemas da Tecnologia da Informação, do Mercado Imobiliário. Qualquer
à energia e estruturas e aos empresa ligada ao setor pode participar
componentes de madeira. desde que inscreva projetos sociais do
saie@bolognafiere.it ano de 2007 ou anteriores.
www.sistemasaie.bolognafiere.it www.cbic.org.br
79
agenda.qxd 5/8/2008 15:03 Page 80
agenda.qxd 5/8/2008 15:03 Page 81
agenda.qxd 5/8/2008 15:03 Page 82
agenda.qxd 5/8/2008 15:03 Page 83
como construir.qxd 5/8/2008 15:06 Page 84
bf
bw tn
bw tn
bw
tn
D
bf
bf bf D
Figura 1 – Os perfis são dobrados a frio com perfiladeiras ou dobradeiras
Figura 4 – Vergas
85
como construir.qxd 5/8/2008 15:06 Page 86
COMO CONSTRUIR
87
como construir.qxd 5/8/2008 15:06 Page 88
COMO CONSTRUIR