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Transporte Aeroviário
“Transporte é o deslocamento de uma massa, constituída por pessoa (s) e/ou bens, de um
lugar a outro do espaço, ao longo de um percurso, durante um certo período de tempo, por
ação de uma força que lhes é exterior” (KAWAMOTO, 1999).
Existem diversas maneiras de efetuar este deslocamento usando diferentes espaços, vias ou
veículos. A diversidade de veículos e vias resulta nos chamados modos de transporte: aéreo,
aquaviário, dutoviário, ferroviário e rodoviário.
Sendo o Brasil um país de dimensões continentais, este sistema é de grande valia para
garantir a segurança e a integração nacional. A fim de minorar os problemas provocados pelas
grandes distâncias existentes entre as cidades, devem ser implantadas ações para ligar com
rapidez e eficiência os principais centros econômicos e políticos do país. O modo aéreo, pelas
suas características, apresenta-se como o ideal para implementação dessas ações, quando as
mesmas se referem ao transporte de cargas de maior valor agregado e de passageiros,
fazendo-se necessário conhecer suas características físicas, operacionais e legais.
Última modalidade a ser oferecida ao serviço público, nos dias atuais, o transporte aéreo
deixou de ser apenas um modo para passageiros, mas também firmou sua posição no setor de
cargas, começando com o correio de longa distância, para entrar no campo das cargas de alto
valor, com dimensões e peso razoáveis, ao ponto de existirem empresas dedicadas somente à
carga, e mesmo as de passageiros completam sua capacidade de transporte em aviões de
passageiros regulares com cargas, como flores, frutas e aparelhos eletrônicos.
3 Veículos (Aeronaves): podem ter tração própria como os aviões, dirigíveis e naves
espaciais, ou utilizarem as correntes aéreas, especialmente as térmicas, como o fazem
planadores, balões aerostáticos e asas delta. Os propelidos ou usam motores de combustão
interna com hélices, ou turbinas de jato-propulsão, a querosene de aviação, enquanto as
naves espaciais utilizam foguetes com propelentes químicos, como o oxigênio líquido.
Quanto ao objetivo podem ser de passageiros, de carga, mistos, de lazer, de serviço e de
defesa, enquanto que a propriedade é de empresas comerciais de aviação, organismos
governamentais, pessoas físicas e jurídicas diversas. Quanto à nacionalidade, os aviões
constituem território do país em que estão registrados. Sua passagem e aterrisagem por
outras nações, no caso de aeronaves comerciais, obedecem à Convenção de Chicago e
suas 5 liberdades de atuação (as duas primeiras regulando o direito ao sobrevôo inocente e
à aterrisagem técnica; as 3 seguintes disciplinando a captação de passageiros pagantes).
Localização em relação aos centros urbanos, acesso aos sistemas viários e condições
metereológicas prevalecentes são também condicionantes importantes dos aeroportos.
Mas os mesmos problemas que inviabilizaram o desenvolvimento eficiente dos diversos meios
de transporte também atingem a modalidade aérea: a falta de recursos, de gerência e,
algumas vezes, de visão e de competência.
Nas tabelas a seguir podem ser extraídas algumas conclusões. Apesar de possuir o segundo
número de aeródromos públicos, comparando-se com os demais países, o Brasil apresenta
índices de performance como pax-km, t-km, bem mais modestos.
Mas o transporte aéreo não é apenas um negócio comercial, serve como apoio estratégico,
político e social. E para o seu desenvolvimento é necessária a evolução da infra-estrutura e
dos seus auxílios para que a prestação de serviços se efetue com eficiência, isto é, com
rapidez, conforto e segurança.
*www.dac.gov.br (março,2005) informa 2.014 aeródromos sendo 715 públicos e 1299 privados
(1987)
Pax/ano Variação
Aeroporto
(x1.000.000) 01/00
Atlanta (ATL) 75,8 -5,4%
Chicago (ORD) 67,4 -6,5%
Los Angeles (LAX) 61,6 -8,5%
Londres (LHR) 60,7 -6,0%
Tóquio (HAN) 58,7 4,0%
Dallas (DFW) 55,1 -9,2%
Frankfurt (FRA) 48,6 -1,6%
Paris (CDG) 48,0 -0,5%
Amsterdam (AMS) 39,5 -0,2%
Denver (DEN) 36,1 -6,9%
Guarulhos (BRA) 14,1 -2,6%
(2001)
(2002)
A evolução histórica pode ser segmentada em, pelo menos, 4 fases distintas:
II. Fase Dois - final da década de trinta, início da de quarenta, os avanços tecnológicos
decorrentes dos esforços de guerra fizeram as aeronaves voarem mais velozes e a
requererem cada vez mais infra-estrutura de terra. Nessa fase, a ADOLESCÊNCIA, os
padrões aeroportuários a serem seguidos variavam em alta velocidade, levando um
projeto de aeroporto rapidamente à obsolescência.
III. Fase Três - início da década de setenta, a crise do petróleo muda o panorama industrial e
tecnológico na busca de alternativas de energia. Nota-se uma inversão dos papéis, a
indústria aeronáutica preocupa-se em atender as restrições do mercado e o estágio de
sua infra-estrutura, visam-se aspectos de economia, segurança e de defesa do meio
ambiente. Observa-se nessa fase, a MATURIDADE, preocupações da indústria, com os
novos materiais que se adequam a perfis aerodinâmicos mais eficazes e com os motores
em termos de eficiência e de poluição sonora. São modelos que se compatibilizam com os
aeroportos implantados. Na prática essa fase ainda permanece nos dias de hoje.
Deve-se notar que por seu caráter geralmente internacional a aviação civil se estrutura
embasada em normas e regulamentos internacionais, cujo órgão reitor é a Organização da
Aviação Civil Internacional – OACI, por vezes referenciada igualmente por sua sigla em inglês,
ICAO, que pertence ao sistema de Nações Unidas, tendo sede em Montreal, Canadá.
Estas normas mundiais tomam o feitio de manuais, com cumprimento obrigatório pelos países
– membros. Abrangem aspectos relativos a aviões, suas rotas ou aerovias, terminais ou
aeroportos, procedimentos operacionais, de segurança e de socorro.
Muito consultados e usados como referências são também estudos e normas da Federal
Aviation AAgency – FAA, órgão diretivo da aviação civil norte – americana, sobretudo quanto a
novos equipamentos, instalações e impactos ambientais.
Quanto às empresas de transporte aéreo, sua maioria em todo o mundo é privada, embora em
alguns países ainda subsistam empresas estatais ou de economia mista, como na França. Em
A aviação civil comercial opera em três ramos: passageiros, carga e serviço postal. Em
qualquer dos casos, a operação pode ser doméstica ou internacional. Ademais dos aeroportos
em si e suas instalações, estes serviços dependem para sua execução segura de instalações
complementares de meteorologia, telecomunicações, centros de controle de tráfego, ajudas
terrestres de orientação dos vôos, assim como bases de manutenção e instalações de
abastecimento.
Diferente da grande maioria dos países no mundo, no Brasil, o transporte aéreo é gerenciado
através do Ministério da Defesa (Comando da Aeronáutica) que tem como uma de suas
finalidades apoiar, controlar e desenvolver a aviação civil no Brasil. São diversos componentes
que dispõem de atividades específicas:
3 COMAR - Comando Aéreo Regional. São sete: I - Belém, II - Recife, III - Rio de Janeiro, IV
- São Paulo, V - Porto Alegre, VI - Brasília e VII - Manaus.
3 ICAO - Organização da Aviação Civil Internacional, com sede em Montreal, congrega mais
de 150 países, aonde se discutem e fixam direitos e deveres de seus membros,
homogeneizando o transporte aéreo internacional.
4.2. Aeronaves
3 Tipos de Motores: Os motores a jato das aeronaves de transporte podem ser classificados
em dois grupos básicos: turbojato e turbofan. O turbojato consiste do compressor, câmara
de combustão e turbina na parte posterior do motor. O turbofan é essencialmente um
turbojato ao qual foi acrescentado um disco de lâminas (hélices) de grande diâmetro,
usualmente à frente do compressor. Esse disco de lâminas é denominado de "fan"
(ventilador). Nesses casos existe uma razão entre a massa de ar que passa através do
ventilador e a massa de ar que passa através do centro do motor, ou da turbina,
propriamente dita. Essa grandeza tem o nome de "bypass". Essa razão de "bypass" é em
geral da ordem de 1,1 a 1,4 para os motores das aeronaves de fuselagem estreita e da
ordem de 6,0 para os motores das aeronaves de fuselagem larga ("wide-bodies"). Os
motores que apresentam uma grande razão de "bypass" derivam em geral cerca de 60 a
70% de seu empuxo do próprio fan, reduzindo o consumo de combustível. Aeronaves
modernas têm adotado este tipo de turbina.
3 Ruído: A principal fonte de ruído em uma aeronave são os motores. Esse ruído é produzido
basicamente pelas partes móveis (o fan, o compressor e a turbina) e pelo jato, responsável
pela mistura abrupta do ar quente (que sai do motor e em alta velocidade) com o ar frio
ambiente. A fonte dominante durante a decolagem é o ruído do jato e durante a
aproximação para o pouso é o ruído das partes móveis.
3 Raio de Giro: No estudo dos movimentos realizados no solo pelas aeronaves o raio de giro
é fundamental. Essa geometria é definida pelo raio de giro de seus pontos extremos, tais
como: ponta de asa, nariz e cauda.
Determina também a trajetória dos trens de pouso indicando assim a superfície que deve
dispor de um suporte adequado à movimentação da aeronave. Quanto maior o raio de giro
mais crítica se torna a tarefa de garantir entornos livres de obstáculos tais como prédios ou
outras aeronaves, exigindo maiores áreas de manobra.
O raio de giro é função do ângulo de giro imposto ao trem de nariz. O valor máximo é da
ordem de 60 a 80 graus. O centro de giro é definido pela intersecção do prolongamento do
eixo do trem de pouso do nariz (girado de um determinado ângulo) com o prolongamento
do eixo dos trens de pouso principais.
Nas grandes aeronaves com mais de dois trens de pouso principais, assume-se uma linha
imaginária que passe pelo ponto médio desses trens. Algumas aeronaves conseguem girar
parte dos trens principais reduzindo mais ainda o raio de giro.
Ângulos de giro muito acentuados não são utilizados por exigirem muito esforço dos
pavimentos, diminuindo sua vida útil, além de causarem desgastes aos pneus e a estrutura
dos trens exigindo inspeções mais freqüentes.
A introdução das aeronaves de fuselagem larga provocou muitos estudos que acarretaram em
maiores separações, principalmente quando a seguidora for uma aeronave de menor porte.
a. Peso Operacional Vazio (POV): É o peso próprio da aeronave, com todos os itens e
equipamentos necessários ao vôo, excluídos a carga paga e o combustível. Não é
necessariamente constante, pois varia com a configuração de assentos e quantidade de
tripulantes.
c. Carga Paga (CP): É o peso composto pela soma dos pesos dos itens que produzem
renda para o transportador, tais como: passageiros e bagagens, carga e correio.
Comumente são considerados 100 kg por passageiro mais bagagem.
d. Carga Paga Máxima Estrutural (CPM): É o máximo peso que a carga paga pode alcançar.
Matematicamente é a diferença entre PZC e POV. Na prática, a CP máxima que se pode
transportar é inferior a CPM devido às restrições de espaço no interior da aeronave.
e. Peso Máximo de Rampa (PMR): É o peso máximo autorizado para a aeronave manobrar
no solo, inclusive do táxi à cabeceira da pista. É pouco superior ao peso máximo
estrutural de decolagem (PMED).
Normalmente aeronaves projetadas para longos percursos têm os trens de pouso projetados
para PMEAs bem inferiores aos PMEDs. Já as aeronaves leves, destinados a curtos trechos de
vôo, apresentam PMEAs próximos a PMEDs.
Aeronave Enverg Comp Base Bitola PMD PMA POV PZC Motores Pax CP
A300-6 44,8 53,3 18,6 9,5 165 138 89,4 130 2TF 247-375 2300
B727-2 32,9 46,6 19,2 5,5 83,8 68 46,2 62,6 3TF 145-189 2600
B737-3 28,8 33,2 12,2 5,2 56,5 51,7 31,5 47,6 2TF 128-149 1920
B747-3 59,4 70,4 25,6 11 322 255,8 177 243,4 4TF 565-608 1550
B757-2 37,8 47,2 18,3 7,3 99,8 89,8 58,2 83,5 2TF 186-239 2350
B767-3 47,5 54,9 22,6 9,2 156,5 136 84,5 126,1 2TF 261-290 1770
B777-2 60,7 63,7 25,6 11 242,7 201,8 135,9 190,5 2TF 305-375 2440
MD90-8 32,6 46,3 23,5 4,9 70,7 64,4 39,2 58,9 2TF 158-172 2080
MD11 51,8 61,2 24,4 10,7 273,3 195 129,7 181,4 3TF 323-410 2990
L1011-5 50 50 18,6 11 231,1 166,9 111,3 153,3 3TF 246-330 2800
F28-4 25 29,6 10,1 4,9 33,1 31,5 17,6 28,1 2TF 85 1580
(Horonjeff, 1993)
Em 18/01/2005, com 80 metros de envergadura, dois andares e capacidade para 555 passageiros (pode
chegar a 850 em configuração de classe econômica), o novo avião da francesa Airbus superou o top de
linha da Boeing. A americana tinha até hoje o maior avião comercial, com capacidade para 416 pessoas
(ou até 524 em configuração de classe econômica). O avião da Boeing pode voar 13.450 quilômetros sem
escala. Já o A380 alcança 15 mil quilômetros.
Informações Interessantes:
3 A aeronave foi desenvolvida a partir de uma ampla rede de colaboração e parceria internacional,
reunindo companhias aéreas, 60 aeroportos e outras instituições representativas do setor.
3 Normalmente as peças das aeronaves da Airbus são levadas até Toulouse a bordo do avião cargueiro
Beluga. Como os componentes do A380 não cabem no Beluga, navios, balsas e caminhões tiveram de
ser adaptados para transportá-las.
3 As peças do A380 são construídas em diferentes países da Europa: a cauda vem da Espanha; a
fuselagem, da Alemanha; o cockpit, na França; e as asas, da Inglaterra.
3 A versão cargueira (A380F) terá capacidade para 150 toneladas e autonomia para 10.400 Km de
vôos sem escalas (maior capacidade entre todas aeronaves comerciais produzidas).
3 O break even (ponto de equilíbrio) do A380 será ao se atingir 58% da ocupação total da aeronave, ou
seja 323 passageiros em média, o que no tipo de vôo a que ele se propõe, é facilmente alcançável.
Isso é em média de 15 a 20% menos que o B747/400, seu maior competidor e atualmente a maior
aeronave comercial em uso.
3 A aeronave terá dois pisos em toda a sua extensão e seu principal mercado será o asiático. O
crescimento populacional e também da renda desses países, aumentarão ainda mais a necessidade
de super jatos no século XXI.
3 Aposta econômica:A Airbus e seus acionistas,já investiram mais de 12 bilhões de euros no programa
A380. O fabricante de aviões Airbus registrou até o presente mais de 140 encomendas de 15
companhias aéreas. Segundo seu presidente, o superjumbo já será lucrativo a partir de 2008. A
Airbus espera vender, a longo prazo, de 700 a 750 exemplares do A380.
Especificações:
3 Aeródromo Privado - Aeródromo civil que só poderá ser utilizado com permissão de seu
proprietário, sendo vedada a sua exploração comercial.
3 Aeródromo Transitório - Aeródromo civil, para uso provisório e destinado a atender aos
projetos de desenvolvimento, construção de estradas, usinas, barragens, proteção à
lavoura, pesquisa mineral ou exploração de jazida e situações de emergência ou
calamidade pública.
4.3.2. Introdução
Aeroportos
Regiões Domésticos Internacionais
Norte 8 8
Nordeste 13 3
Sul 7 4
Sudeste 13 5
Centro-Oeste 2 4
As instalações aeroportuárias compreendem três setores: lado ar, terra e área terminal:
O lado ar, também conhecido como área de movimento, segundo COSTA (1998) é:
Cabe ressaltar que todos os aeroportos nacionais operam com o sistema de pista única1.
Além destes componentes, existem ainda neste setor, fazendo parte direta ou indiretamente
da atividade aeroportuária: setor de administração dos aeroportos, setor de facilidades dos
usuários, setor de serviços de manutenção e apoio às companhias aéreas, setor de serviços
auxiliares de segurança e setor de instalações de apoio.
1
O sistema de pista única: utilização de apenas uma pista para de pousos e decolagens de aeronaves.
O planejamento aeroportuário se distribui por três tipos diferentes de interface, que devem ser
harmonizados para se obter o grau de eficiência operacional e econômica desejada:
I. interface interna entre veículo e terminal, que partindo de uma análise da demanda atual
e previsão da futura, estabelece bases que se assentam sobre as técnicas operacionais da
aviação civil comercial, tendo como fundamento decisório a chamada “aeronave crítica”,
cujas características técnicas servirão para dimensionar os valores básicos de parâmetros
construtivos de pistas de pouso e decolagem, pistas de taxiamento ou rolamento, pátios
de manobra e estacionamento de aeronaves, quadro funcional, estações de passageiros e
cargas, “portões”, boxes das empresas aéreas e de serviços públicos obrigatórios e
desejáveis, áreas da administração, de abastecimento, de bombeiros e pronto–socorro,
hangares de serviço, de equipamentos como radares de aproximação e
acompanhamento, rádios–faróis, “land marks”, delineamento do planejamento
operacional e previsão da fatia de mercado;
II. interface externa entre terminal e seu entorno imediato e sua área de influência, como
sistemas terrestres de acesso, conexões com os serviços públicos, como energia elétrica,
telecomunicações, água e esgoto, prevenção e monitoramento de danos ambientais,
vedação da área, controle de ingresso de pessoas e veículos, reserva de áreas para
ampliação e zonas ”non edificandi” para aproximação segura de aviões, etc.
III. interface de coordenação entre equipes e produtos derivados das interfaces anteriores, a
fim de compatibilizar e maximizar o resultado final, materializado primeiramente em um
plano diretor aeroportuário, dando origem a um estudo de viabilidade técnico -
econômica e ambiental, para desembocar em um projeto de engenharia final de
implantação, de reforma ou de ampliação. Assim se compatibiliza o mercado, que induz a
macrolocalização do aeroporto, com condições meteorológicas, topográficas, geotécnicas
e de uso do solo, que determinam as possíveis microlocalizações dentro da área traçada
pela macrolocalização, levando à seleção da mais adequada, técnica e economicamente.
A PANCAP é variável com o número, tipo e posicionamento das pistas operacionais disponíveis
no aeroporto em estudo ou análise. Os estudos da FAA conduzem aos resultados práticos
mostrados na figura a seguir e suas explicações.
A figura a seguir apresenta as configurações mais usuais nos aeroportos do Mundo. e suas
capacidades práticas anual (PANCAP) e horária (PHOCAP) pelos procedimentos da FAA, com as
situações de operação com visibilidade normal ("visual flight rules" ou VFR) e por instrumentos
("instrumental flight rules" ou IFR) são as indicadas a seguir, depois da definição dos "mixes",
ou seja, dos tipos de avião mais usuais nestes aeroportos.
b d
c
e
Notas: em "b" a separação das pistas é menor que 1.050 m; em "c" está entre 1.050 e 1.500 m; em "d" a distância
entre os dois conjuntos duplos é maior que 1.500 m.
Nos esquemas de pista da figura anterior, para os "mixes" acima quantificados, as capacidades
práticas são as seguintes:
A necessidade de compatibilidade entre aeronaves e aeroportos deve ser clara para todos que
atuam no planejamento, projeto e operação de aeroportos, como também para aqueles que
projetam e operam as aeronaves. A falta de compatibilidade prejudica a atividade do
transporte aéreo, possivelmente com redução nos níveis de segurança das operações. Uma
correlação sumária entre característica física do aeroporto e as das aeronaves pode ser
enumerada:
De um modo geral, para se chegar ao fluxo de aviões é o mercado de vôos disponíveis dividido
em “strata”, como se detalha a seguir:
3 Doméstico Regular: vôos do tráfego realizado regularmente nas linhas domésticas, com
número identificador constante do HOTRAN (horário e itinerário das linhas aéreas), mesmo
que provenientes de conexões internas de vôos internacionais, mais os vôos de carga
efetuados com regularidade. Não abarca a aviação regional;
3 Regional: tráfego aéreo regional que tenham origem ou destino no aeroporto em análise;
3 Internacional Regular: vôos realizados regularmente nas linhas internacionais, mesmo que
incluam trechos de cabotagem ou internos, considerados também os de aeronaves
cargueiras, mas não inclui os fretados em qualquer dos casos;
3 Não Regular: abrangendo três categorias, a saber: aviação privada, táxis aéreos e vôos
fretados, ou seja todos menos os regulares de qualquer das classes anteriores;
3 Militares: tráfego realizado por aviões militares, usando as pistas do aeroporto em tela.
3 Do aeroporto:
i. Altitude
ii. Temperatura de referência
iii. Declividade da pista
iv. Direção e velocidade do vento
3 Da aeronave:
v. Peso de decolagem e de pouso
vi. Características aerodinâmicas
vii. Características dos motores
Um dos passos mais importantes em planejamento de aeroportos é a escolha do sítio onde vai
ser implantado o aeródromo.
O lugar ideal, na prática, dificilmente pode ser encontrado, e a tarefa consiste em se selecionar
a opção que gere menos inconvenientes para o aeroporto e a comunidade.
Em qualquer caso é fundamental se conhecer as finalidades para as quais o aeroporto vai ser
implantado e se definir, a priori, os critérios para a seleção do melhor sítio.
Com o avanço da tecnologia nos mais diversos ramos da engenharia, o principal problema que
surge nos dias de hoje para a implantação de aeroportos recai sobre os aspectos relativos à
comunidade, não apenas em termos de relacionamento urbano, mas também envolvendo
aspectos ecológicos e de preservação de riquezas ambientais ou históricas.
Evidentemente, torna-se muito difícil atender a todos os requisitos. Alguns são mesmo
contraditórios. Antes de se iniciar a escolha, portanto, é indicado se definir os critérios
adequados e, a partir disso, proceder a seleção. Ao tomador de decisão cabe analisar os
aspectos políticos envolvidos, mas a análise técnica deve procurar se ater somente aos
aspectos relacionados com os critérios adotados.
4.5.2.2. Procedimentos
Dois procedimentos são mais empregados: um, onde estão envolvidos grandes quantidades de
recursos e implícitas intensas pressões políticas normalmente se tratando de aeroportos para
milhões de passageiros/ano, através de métodos matemáticos.
O segundo aeroporto para Sydney na Austrália em Badgery Creek e o terceiro aeroporto para
Londres da Roskill Comission são exemplos. Basicamente se compõem de quatro fases:
IV. a decisão através de uma análise custo-benefício, lenta e onerosa, às vezes, usando
complexas formulações probabilísticas.
4.5.2.3. Definição
Para determinada situação, por exemplo, escolha de um local para o Aeroporto de Itaituba
(COMARA), no Estado do Pará, região plana, sem obstáculos, o peso do critério obstáculos
deve ser menor que para um sítio na cidade de Juiz de Fora (AIRJ), em MG, de relevo
acidentado. Um mesmo item como critério, mas com pesos diferentes para cada caso.
Comparativamente, os critérios:
ganharam pesos de 40, 35 e 25, respectivamente, para a escolha do AIRJ e de 15, 60 e 25,
respectivamente, para as escolhas de sítios na Amazônia pela COMARA. No caso de Juiz de
Fora, a preocupação recaiu sobre as facilidades operacionais. Para a região amazônica, mais
importante são os aspectos técnicos e econômicos. Um dos critérios ou o fator que pode entrar
na ponderação é o custo do empreendimento.
Como idéia geral, que pode variar de caso a caso, tem-se, em média, observados os seguintes
percentuais de custo total (estes índices estão baseados nos gastos do projeto e da construção
do Aeroporto de Mirabel, Montreal, Canadá):
3 Para a Temperatura (Ft): coeficiente de 1% para cada grau Celsius que a temperatura de
referência exceder a temperatura padrão. A temperatura de referência (Tref) é definida
como a obtida através da média mensal das temperaturas máximas diárias do mês mais
quente do ano. O mês mais quente é aquele que possui a maior temperatura média
mensal. A Tref deve ser obtida através de médias obtidas em vários anos de observação;
A correção global (Fg) não deve ultrapassar a 35%, pois tais agregam fatores de segurança.
O emprego dos ábacos deve ser realizado, no nível de planejamento, buscando-se identificar
aquele que mais se aproxima das condições reais. Neste caso interpolações são permitidas,
evitando-se tanto quanto possível o uso dos coeficientes de correção.
Assim, a aeronave crítica no estudo inicial de Guarulhos era o Boeing 747-200B, tendo como
rota São Paulo – Manaus, uma etapa de cerca de 2.000 m. Os parâmetros para construção de
pista adequada ao mesmo avião formam a Tabela 4.10. As pistas deveriam ter 3.525 m para
decolagem e 2.060 m para aterrissagem, sem a consideração dos fatores de correção.
Assim sendo torna-se importante o conhecimento das direções, intensidades e freqüências dos
ventos de superfície no local. O ANEMOGRAMA é uma figura que revela essas informações num
formato gráfico.
30
30
NO
25
30 25
NE
30
20
25
20 25
20
15
15 20
15
15
10
10 10
10
5
5
5
5
30 25 20 15 10 5 5 10 15 20 25 30
O E
5 5
5
5
10
10
10 15
15
10
20 20
15
15
25
25
20
30
20
30
25
SE
25
SO 30
30
S
Aí estaria a melhor orientação em relação ao norte verdadeiro. Como essa informação deve
estar associada ao norte magnético, torna-se necessária correção da declinação magnética.
Esse é um parâmetro local (bem como sua variação anual) que pode ser obtido em publicação
do Observatório Nacional. A fórmula a seguir mostra a relação entre os rumos magnético e
verdadeiro:
RM = RV - (Do + V. (T - To) )
Onde:
Caso não seja possível satisfazer a recomendação da ICAO (no máximo 5%), torna-se
necessário o estudo da implantação de mais de uma pista, com direções diferentes.
Fonte: http://www.publituris.pt/aviacao/index1.html
A extensão da pista do Aeroporto do Funchal recebeu o prémio IABSE OSTRA 2004, para a melhor obra
de engenharia a nível mundial, entre 17 nomeações. Este prémio é considerado o mais importante do
mundo na categoria.
O autor do projecto é o engenheiro Segadães Tavares, para quem esta foi a obra mais complexa que já
fez, mas cuja construção correu sem problemas apesar de ser um protótipo.
O prémio, atribuído pela Associação Internacional de Engenharia de Pontes e Estruturas, será entregue
em Setembro (2004) em Xangai, na China. O autor do projecto de ampliação do aeroporto do Funchal é
Segadães Tavares, que já havia ganho, com a mesma obra, a nível nacional, o prémio SECIL de
engenharia em 2003.
Histórico
O Aeroporto da Madeira foi inaugurado a 8 de Julho de 1964, com a denominação de Aeroporto do
Funchal, tendo na altura uma pista com um comprimento total de 1.600 metros. Até ao final desse ano
de 1964 aterraram e descolaram 802 aviões, transportando 25.085 Passageiros. Com um crescimento
sustentado ao longo dos anos, o Aeroporto atingiu o milhão de passageiros em 1989, e os 2 milhões em
2000.
Pista e Placa
A Pista e Placa do Aeroporto é a maior obra de sempre na ilha da Madeira. O projecto base é da autoria
do Engº Edgar Cardoso. Seguiu-se o contributo do Engº Segadães Tavares.
Enquanto obra de grande complexidade técnica, a Pista foi construída parcialmente em laje sobre o mar,
tendo-se construído um aterro para assentar os 180 pilares que suportam a parte nova da Pista.
A obra aumentou a pista anterior em 1210 metros, de forma a permitir a uso de aviões do modelo Boeing
747-400, e está assente em 180 pilares de três metros de diâmetro, com até 50 metros de altura e
fundações de até 60 metros de profundidade.No total, foram usados 340 mil metros cúbicos de betão e
48 mil toneladas de aço. A empresa construtora foi o consórcio luso-franco-brasileiro Novapista ACE.
As sapatas de fundação directa têm uma base octogonal com uma área de implantação na ordem dos
100 metros quadrados. As fundações indirectas consistem em grupos de 8 estacas de 1,5 metros de
diâmetro e chegam a atingir os 50 metros de comprimento.
4 - direção, distância e tipo de acesso aos dois aeródromos homologados mais próximos;
7 - PLANTA GERAL DO AERÓDROMO -Escala 1:1.000 até 1:5.000, orientada para Norte
Verdadeiro, contendo:
13. a) demarcação da área patrimonial e altura da cerca;
14. b) faixa de pista e faixa preparada (se houver), da pista de pouso e indicação de zona de
parada e zona livre de obstáculos (se houver), pista de táxi, pátio e natureza do pouso;
8 - PLANTA DA ZONA DE PROTEÇÃO - Escala 1:10.000 até 1:25.000, orientada para o Norte
Verdadeiro, indicando:
18. a) localização da pista de pouso e vias de acesso;
OBS: Não se exige o Plano Básico de Zoneamento de Ruído aos aeródromos localizados em áreas
afastadas de núcleos habitacionais e curvas 1 e 2 estejam dentro dos limites da propriedade onde o
aeródromo está situado.
Os dados e informações fornecidos serão compatíveis, no que for aplicável, com a metodologia
adotada pelo DAC para cadastramento de aeroportos e deverão fazer parte do Manual de
Inventário do Aeroporto.
AERÓDROMO PRIVADO – Aeródromo civil que só poderá ser utilizado com permissão de seu
proprietário, sendo vedada a sua exploração comercial.
AERÓDROMO TRANSITÓRIO – Aeródromo civil, para uso provisório e destinado a atender aos
projetos de desenvolvimento, construção de estradas, usinas, barragens, proteção à lavoura,
pesquisa mineral ou exploração de jazida e situações de emergência ou calamidade pública.
ÁREA OPERACIONAL – Área contida dentro dos limites do aeródromo, reservada para
construção de áreas de manobra (pista de pouso e decolagem e pista de táxi), pátios,
terminais de passageiros e carga, torre de controle, unidades administrativas e de proteção ao
vôo e demais edificações operacionais, devendo ainda conter a faixa de pista.
ÁREA PATRIMONIAL – Área delimitada pela poligonal dos limites do aeródromo, que engloba
toda sua infraestrutura aeroportuária, contendo obrigatoriamente, sua área operacional e
devendo estar legalizada em nome do proprietário ou responsável pela exploração do
aeródromo.
AVIAÇÃO GERAL – Todas as operações de aviação civil que não sejam serviços aéreos
regulares nem operações não regulares de transporte aéreo por remuneração ou
arrendamento.
23. Distância disponível para decolagem – TODA (Take-Off Distance Available) – Comprimento
da TORA, somado ao comprimento da Zona Livre de Obstáculos (Clearway), se existente.
24. Distância disponível para aceleração e parada – SDA (Accelerate – Stop Distance Available)
– Comprimento da TORA, somado ao comprimento da Zona de Parada (Stopway), se
existente.
25. Distância disponível para pouso – LDA (Landing Distance Available) – Comprimento
declarado de pista, disponível para a corrida no solo de uma aeronave que pousa.
FAIXA DE PISTA – Área retangular onde não são permitidos quaisquer aproveitamentos que
ultrapassem, em cada ponto, a altitude do ponto mais próximo, situado no eixo da pista ou no
seu prolongamento, tais como construções, instalações e colocações de objetos de natureza
temporária ou permanente, fixos ou móveis, exceto os auxílios à navegação aérea
indispensáveis. Envolve a pista de pouso e, quando houver, a zona de parada e a faixa
preparada, e é destinada a proteger as aeronaves nas operações de pouso e decolagem.
FAIXA PREPARADA – Área contida na faixa de pista destinada a reduzir o risco de dano às
aeronaves que, eventualmente, saiam da pista (Área de Segurança).
SERVIÇO AÉREO – Qualquer serviço aéreo, regular ou não, efetuado por aeronave, destinado
ao transporte público de passageiros, correio ou carga.
SERVIÇO AÉREO DOMÉSTICO – É aquele que estabelece a integração, pelo transporte aéreo,
dos grandes centros e de localidades de interesse nacional, tendo os seus pontos de partida,
intermediários e de destino situados em território nacional.
SERVIÇO AÉREO INTERNACIONAL – Qualquer serviço aéreo público que passa pelo espaço
aéreo sobre o território de mais de um país.
SERVIÇO AÉREO REGIONAL – É aquele que estabelece a integração, pelo transporte aéreo, dos
pólos de interesse regional aos grandes centros.
ZONA LIVRE DE OBSTÁCULOS (CLEARWAY) – Área retangular sobre o solo ou água, sob
controle de autoridade competente e selecionada ou preparada como área disponível sobre a
qual uma aeronave possa efetuar parte de sua subida inicial até uma altura especificada.
Introdução
Esse trabalho apresenta um projeto de um aeroporto, assim como sua memória justificativa,
de acordo com alguns parâmetros, mostrados a seguir:
Parâmetros de projeto:
PESO DO COMBUSTÍVEL:
a) tempo de vôo:
combustível necessário
C = 8.000 l/h x 4,5h
C = 36.000 l
Peso do combustível
(querosene) ρ = 0,92 kg/l
P = 0,92 x 36000
P = 33.120 kg = 33,12 t
Mmáx.
P/2 P P/2
COMPRIMENTO DA PISTA:
O comprimento da pista será calculado pelo ábaco abaixo, fornecido pela indústria, adequado
ao tipo de avião a ser operado no aeroporto.
O ábaco indicou então um comprimento de pista de 9,5 x 1000 foots = 9500 pés.
L = 2900 m = 2,9 km
O lançamento da pista no terreno será em função da direção dos ventos, pois eles devem
auxiliar a aeronave durante a decolagem (o avião sempre decola contra o vento). Após 5 anos
de observações meteorológicas, foram medidas a velocidade dos ventos na região
(anemômetro) e suas direções e sentidos (biruta). Os resultados apresentam-se no quadro
seguinte.
Dir. \ V
0-5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 20 - 25 25 - 30 Soma
(km/h)
N 2 0 1 3 4 2 12
NE 0 0 0 2 4 3 9
E 3 2 1 1 1 0 8
SE 0 1 2 2 1 0 6
S 4 3 4 3 2 2 18
SO 4 4 2 2 4 4 20
O 3 1 2 3 1 2 12
NO 4 3 1 3 2 2 15
soma = 20 14 13 19 19 15 100
A partir do quadro, deve-se determinar a direção dos VENTOS DOMINANTES (maior vetor) e o
quadrante dos VENTOS REINANTES (maior concentração de área), através do anemograma
traçado a seguir:
N
30
30
NO
25
30 25
NE
30
20
25
20 25
20
15
15 20
15
15
10
10 10
10
5
5
5
5
30 25 20 15 10 5 5 10 15 20 25 30
O E
5 5
5
5
10 10
10 15
15
10
20 20
15
15
25 25
20
30
20
30
25
SE
25
SO 30
30
Sobre as retas, foram marcados os pontos de concentração direcional dos ventos (em azul), os
círculos indicam os percentuais da velocidade dos ventos (em verde) nas respectivas direções.
Através do diagrama, constatou-se que os ventos dominantes estão na DIREÇÃO NORTE-
SUL, e que os ventos reinantes apresentam-se no QUADRANTE SUL.
Para determinar a direção da pista, deve-se ainda considerar os ventos cruzados na pista, pois
cada aeronave suporta um determinado vento cruzado (15 a 20 km/h). Para tanto, foi traçado