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Portanto, se você viu algum anúncio na internet ou jornal informando que faz esta
exclusão "em alguns dias e sem pagar as dívidas" é golpe e você vai perder o seu
dinheiro!
A pessoa que pagar a dívida deve ter seu nome excluído de forma imediata destes
cadastros (prazo máximo de 5 dias úteis, segundo o Código de Defesa do Consumidor).
Portanto, com o acordo e o pagamento da primeira parcela, a dívida antiga está extinta,
ou seja, não existe mais e também não podem existir mais cadastros negativos de SPC
ou SERASA em relação a mesma, sendo que o credor tem o prazo legal de 5 dias úteis
para retirada do nome do devedor dos cadastros.
O que existe agora é uma nova dívida, com novas datas para pagamento e que não
poderá gerar qualquer restrição em SPC ou SERASA enquanto estiver sendo paga
corretamente.
O credor não pode obrigar o devedor a pagar todas as parcelas para ter seu nome
retirado dos cadastros do SPC e SERASA.
Se o credor não retirar o nome do consumidor dos cadastros restritivos, mesmo após o
pagamento da dívida ou da assinatura do acordo e pagamento da primeira parcela, então
é caso de ação judicial exigindo a imediata retirada via antecipação de tutela, bem como
pedindo danos morais pela manutenção indevida do registro negativo.
A lei estabelece, no artigo 206, § 5º do Novo Código Civil o prazo de 5 anos para que o
credor possa cobrar a dívida. Após este prazo a dívida estará prescrita (não poderá mais
ser cobrada na justiça ou constar de cadastros restritivos, como SPC e SERASA).
Algumas empresas estão "renovando" o cadastro no SPC / SERASA antes que este
complete 5 anos, com a alegação de que o consumidor teria feito uma "renegociação" da
dívida a qual não teria sido paga, o que na verdade não ocorreu e serve apenas para
manter a restrição por mais 5 anos e forçar o consumidor a pagar o valor da dívida
(acrescido de juros, multas e outros encargos, muitas vezes abusivos) para ter seu nome
limpo.
Isto também tem acontecido em casos de “venda” da dívida para outras empresas. Estas
empresas alegam que compraram a dívida mas não têm contrato de compra, tampouco
fazem a notificação do credor nos termos exigidos pelo artigo 290 do Código Civil,
tornando o cadastro no SPC e SERASA indevido. (* Clique aqui e leia o artigo)
Nestes casos cabe uma ação judicial pedindo uma liminar para exclusão dos cadastros e
indenização por danos morais causados pelo "novo" cadastro, que é indevido.
No caso de discussão judicial sobre cláusulas contratuais abusivas, tais como cobrança
de juros, multas e encargos abusivos, dentre estes a capitalização de juros (juros sobre
juros) e a comissão de permanência, o consumidor, através de advogado e contador,
deve fazer um recálculo dos valores financiados e através de pedido de antecipação de
tutela deve depositar os valores recalculados na Justiça.
* Não caia nos golpes dos anúncios que dizem que "tiram o nome do SPC e SERASA,
sem o pagamento da dívidia, independente do valor ou do tempo de inscrição", você vai
perder o seu dinheiro!
Muita atenção, pois uma nova onda abuso contra os consumidores está tomando conta
do Brasil.
Você vai fazer uma compra e descobre que seu nome está com restrições.
Junto ao SPC e SERASA, surpreso, descobre uma inscrição feita por (1) uma empresa
da qual nunca ouviu falar ou (2) por uma empresa que você tinha uma dívida
antiga mas que já havia saído dos cadastros porque completou 5 anos.
No primeiro caso (1), você pode estar sendo vítima de protestos nos cartórios ou
cadastros restritivos indevidos no SPC e SERASA feitos por empresas que
‘compram’ de outras empresas dívidas ‘podres’ (que não conseguiram ser cobradas
ou que já tem mais de 5 anos).
Lembre-se que, como já explicado no site, o prazo máximo para que uma dívida possa
permanecer no protesto ou nos cadastros de SPC e SERASA é de 5 anos a contar da
data de vencimento da dívida (data em que deveria ter sido paga e não foi), e não da
data do protesto ou da inclusão do cadastro. Portanto, a venda da dívida (cessão do
crédito) ou o protesto de título não renova este prazo de 5 anos!
* Veja no final deste artigo algumas empresas que foram denunciadas pelos leitores,
como praticantes deste tipo de procedimento.
No segundo caso (2), é provável que você seja mais uma vítima das empresas que
utilizam-se da ‘renegociação fantasma por telefone’ de dívida antiga, no qual o
consumidor nunca fez renegociação alguma, mas a empresa alega que ‘fez sim’ um
acordo por telefone, apenas para renovar a dívida, criando uma nova dívida e assim,
fazendo um novo cadastro, com novo número de contrato, com o único objetivo de
enganar o SPC e SERASA e sujar seu nome por mais 5 anos, contados da data de não
pagamento da suposta renegociação’.
Este tipo de agir tem como objetivo principal forçar o consumidor, que desconhece seus
direitos, a pagar a dívida para ter o seu nome limpo novamente.
- Como eles podem cadastrar uma dívida com mais de 5 anos se o SPC e SERASA
não mantêm cadastros de dívidas após este período?
A lei é clara pois, dívidas com mais de 5 anos, contados da data do vencimento (data em
que deveria ter sido paga mas não foi) e não da data do protesto ou cadastro, não podem
mais constar em registros de cartórios de protestos ou do SPC e SERASA.
- Por que o cadastro no SPC e SERASA feito pelas empresas que compram as
dívidas (‘cessão de crédito’) seria ilegal?
Embora a venda da dívida (cessão do crédito) de uma empresa para a outra seja legal
(esteja dentro da lei), as inscrições no SPC e SERASA feitas por estas empresas são
ilegais, conforme iremos explicar a seguir, e cabe ação judicial contra a empresa que
cadastrou e a que vendeu a dívida, exigindo a exclusão do cadastro e indenização pelos
danos morais oriundos do cadastro negativo.
Art 654:
"§ 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado,
a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a
designação e a extensão dos poderes conferidos."
Se este contrato não existir ou não tiver as formalidades determinadas pela lei, ele não
terá validade em relação a terceiros e o cadastro por parte da empresa que alega que
"comprou" a dívida do consumidor em órgãos de restrição ao crédito como SPC e
SERASA será ilegal.
"A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este
notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular,
se declarou ciente da cessão feita."
Portanto, se o devedor não foi notificado da cessão ou mesmo que tenha recebido
notificação não assinou a declaração da ciência da mesma, ela não tem validade contra
ele e não pode gerar nenhum efeito, inclusive cadastros de restrição ao crédito, como
SPC e SERASA.
Nestes casos cabe ação judicial exigindo medida liminar para imediata retirada do
cadastro do SPC e SERASA, bem como indenização por danos morais.
No caso da venda da dívida (cessão de crédito) a ação pode ser movida contra a empresa
que comprou o crédito e cadastrou o nome do devedor no SPC ou SERASA e a empresa
que vendeu o crédito.
* Mesmo aqueles consumidores que pagaram a dívida têm direito de entrar contra a
empresa que efetuou o cadastro negativo no SPC e SERASA.
Leia algumas decisões do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sobre novos
cadastros no SPC e SERASA por venda de dívidas (cessão de crédito):