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ABORDAGENS TRANSDISCIPLINARES
Coordenação da Edição
Autores
ÍNDICE
Tratamento dos gráficos do texto de Michael Parsons
Carlos Fazenda
Nota Prévia 9
Apresentação
Manuel Carmelo Rosa 11
Introdução
Natália Pais 13
Estética e Cognição
Colin Martindale 67
7
FUNÇÕES DA ARTE E EDUCAÇÃO ESTÉTICA
DM/TRY A. lEONTIEV
127
A educação estética não se pode reduzir exclusivamente ao conhecimento nem A arte tem muitos aspectos e alguns destes aspectos partilham caracterís
à informação. Sabemos tanto teórica como intuitivamente (experimentalmente) ticas comuns com outros fenómenos (por exemplo, os média, a comunicação
que o contacto com a arte, adequadamente vivido e assimilado, tem algo a ver interpessoal, a psicoterapia, o amor, etc.), enquanto outros são únicQs e idiossin
cráticos. Alguns são essenciais e outros permanecem superficiais. O que é mais
com o processo mais íntimo do desenvolvimento pessoal e da personalidade,
essencial na arte - isto é, a sua capacidade de' transmitir significados pessoais
do que simplesmente com a adaptação social. Abraham Maslow (1971) insistiu
humanos de realidade - não corresponde aquilo que a torna única, ou seja, a
que a educação estética tem de se tornar no modelo, no paradigma para todas
capacidade de exercer um impacto profundamente sentido no âmago da per
as outras formas de educação, porque actualmente não faz sentido que o ensino
sonalidade hUf!1ana (ver Leontiev, 1992; 1998). A arte devia ser definida através
tenha apenas um conteúdo profissional em faculdades e universidades, muito
das suas características únicas essenciais, que só se podem ver nos efeitos da sua.
do qual já está completamente ultrapassado por ocasião da conclusão da licen
interacção com uma pessoa. Por outro lado, devíamos ter consciência que a arte
ciatura. O objectivo da educação devia consistir em promover a auto-realização
nem sempre manifesta estes traços mais profundos, mostrando muitas vezes
dos alunos, o seu desenvolvimento pessoal, ajudando-os a desenvolver o melhor
sível, no entanto, vou propor um tipo de definição depois de uma análise mais
mamente evidente, mas a sua realização parece menos óbvia.
detalhada. Como ponto de partida, temos de aceitar que a arte é tudo o que se
Não obstante a ideia de Maslow poder deparar com diferentes opiniões,
designa a si mesma arte por qualquer razão. Este pressuposto, embora incor
não resta qualquer dúvida que a educação estética não é uma parte integral da recto de um ponto de vista académico, está todavia muito perto do verdadeiro
educação em geral. Difere pelo seu objecto, métodos, propósitos e resultados ponto de partida de um principiante inculto e inexperiente no mundo da arte
pretendidos. Em determinado sentido, aproxima-se mais da Psicoterapia e da e dos objectos quase-arte, que não possui qualquer critério para diferenciar a
Formação Psicológica do que da Educação, entendida no seu sentido tradi «verdadeira» arte dos seus substitutos.
cional, uma vez que a Educação Estética se ocupa da transformação da perso
nalidade no seu conjunto.
Então quais são os objectivos e resultados pretendidos da Educação Arte e personalidade: monólogo ou diálogo?
Estética? Vale a pena discutir este ponto. A primeira resposta é que aquilo que
devemos ensinar na Educação Estética é a capacidade de perceber e entender Será que um especialista erudito possui os critérios para distinguir a ver
a arte e a beleza em geral. Esta simples formulação, levanta, no entanto, dadeira arte? Em determinado sentido, sim. Com efeito, tem-se demonstrado que
muitas questões: O que é a arte? O que quer dizer perceber e entender (ade os especialistas e principiantes não só revelam diferentes níveis de competên
quadamente) a arte? Porque é que as pessoas deviam ser capazes de realizar cia, como também processam a informação estética de modo diferente. A per
este objectivo? Que resultados sociais e psicológicos deveríamos esperar e cepção artística baseia-se em diferentes mecanismos psicológicos nestes dois
promover? Uma abordagem da Educação Estética não pode ignorar estas casos (Cupchik, Gebotys, 1988). Estas variantes foram conceptualizadas em ter
questões. mos de diferenças entre modos reactivos não críticos e superficiais de reagir à
O que torna difícil responder a estas questões é que a arte genuína tem arte, por um lado e, por outro, entre modos profundamente penetrantes e
uma natureza multifacetada - pode interagir com diferentes pessoas, e mesmo reflectidos (Cupchik, Winston, 1992) e, ainda mais tarde, em termos diferentes
até com uma só pessoa, a diferentes níveis e de diferentes maneiras. entre o «eu pensante» ·e o «eu, enquanto estaf>o (Cupchik, Leonard, 1997). Este
O que é a arte e porque é que as pessoas precisam dela? Considero ser esquema dualista é, todavia, çlemasiado simples. A reacção espontânea imediata
esta a pergunta chave da Psicologia da Arte (ver Leontiev, 1992). Na lingua de um principiante sem reflectir sobre o sentido é, seguramente, superficial e
gem da própria arte, a formulação mais precisa deste problema é a pergunta ingénua. No entanto, a resposta reflectida de um especialista baseada numa pro
funda penetração na produção artística, que implica um profundo processa
do príncipe Hamlet:
mento, pode também ser incompleta se perder em relevância e envolvimento
"o que significa Hécuba para ele
pessoais e se for isolada do contexto pessoal. Esta dicotomia reproduz essen
e ele para Hécuba
cialmente a dicotomia do cognitivo versus afectivo, razão versus sentimento,
para que ele chore por ela""
mantida pela ciência da psicologia desde. tempos remotos. Eu considero esta
(Shakespeare W, Ham{et, acto 2, cena 2.)
dicotomia ambígua. Nem uma atitude reflectiva sem envolvimento pessoal nem
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"?oL
uma reacção emocional sem uma penetração mais profunda conseguem pro tmas de significado individuais, se não houver contradição entre elas, ou no
porcionar uma compreensão adequada da arte. efeito de catarse, se houver contradição entre os significados contidos na obra
Se tratarmos a arte como uma forma de comunicação (ver, por exemplo, de arte e os que são inerentes à do mundo do indivíduo, Isto pro:
A. A. Leontiev, 1997), vemos que tanto a «situação do especialista» como a «situa move o colapso dos estereótipos de sentido pessoais, acrescido de um relevo
do principiante» representam posições de comunicação monológica. No enriquecido de uma percepção do mundo e do desenvolvímento da capacidade
caso, o espedalista surge como o sujeito e a produção artística como de ver objectos e eventos simultaneamente de muitos pontos de vista, em
o obJecto do juízo. No segundo caso, a produção artística surge como o sujeito muitos contextos e significados potenciais, Este último é o pré-requisito indis
e o receptor inexperiente como ° objecto do impacto artístico. O modelo pensável para o desenvolvimento da faculdade humana básica para a objectivi
aplica-se perfeitamente ao consumo da cultura de massas, que é um exemplo da dade (ver Fromm, 1956, pp. 64-65). É por isso que, ao desenvolver contactos
orientação estritamente monológica. Porém, a comunicação genuína, profunda com a arte, um indivíduo torna as suas relações com o mundo mais flexíveis, sig
e íntima é de natureza dialógica. Num diálogo, ambos os parceiros estão abertos nificativas e orientadas para o futuro, tornando-se mais adaptadas, no sentido
entre si, prontos a mudar, com os seus mundos interiores prontos a interagir mais lato do termo. «A arte dá-me a oportunidade de viver várias vidas em vez
(ver, por exemplo, Bakhtin, 1979; Davis, 1988). Se levarmos a sério que a arte de uma só e, consequentemente, de enriquecer a experiência da minha vida
tem algo a ver com o desenvolvimento da personalidade, temos de aceitar que real, de me unir a partir da interíor com outra vida só com essa finalidade e em
isto só pode ocorrer em diálogo, na interacção de dois mundos com significado. beneficio do seu significado vitah> (Bakhtin, 1979, p.72).
A tradução, a recepção de informação (cognição) e a expressão de emoções não EVasilyuk (1988) introduziu o conceito de experiência, como actividade
pressupõem relações dialógicas. interior do espírito, ao lidar com transformações das estruturas de sentido da
O que só acontece em diálogo é a conversão do significado pessoal ou personalidade para restaurar a correspondência entre a representação indivi
sentido pessoal (ver O. Leontiev, 1991). A. N. Leontiev caracterizou a arte como duai da realidade e a vida pessoal. Vasilyuk lidou com situações importantes na
«a actividade que preenche a tarefa de revelar, expressar e comunicar um sen vida e elaborou as suas ideias de experiência para incluir o contexto psicotera-
tido pessoal da realidade» (1983, p. 237). Uma obra de arte não se revela Foi o primeiro a descrever transformações decisivas de uma esfera de
les que a tratam como um texto em vez de a tratar como um microcosmos de sentido pessoal - "produção do tal como designou este processo, que
significados vivos do nosso mundo. Para se poder penetrar para além do texto, ê uma consequência do conflito insolúvel, da incompatibilidade do mundo inte
para além do quadro e conseguir entrar em contacto com os significados vívos, rior de uma pessoa com a realidade do mundo exterior. Podemos encontrar
uma pessoa tem de renunciar, temporariamente, à sua posição única pessoal transformações deste gênero em dois outros tipos de (ver D. Leontiev,
(parcial) no mundo, assim como renunciar ao seu ponto de vista exclusivo e 1997). Uma ê a situação de profunda comunicação dialógica interpessoal com
aceitar a posição do artista, olhando para o mundo através dos olhos do artista. alteridades significativas, que resulta no fenómeno do «investimento da per
Uma obra de arte é uma janela para o mundo do artista, que está aberta apenas sonalidade» (petrovsky, J 985), quando eu sinto a presença de uma alteridade sig
para uma visão de um ponto de vista único, ou o do autor. Para se nificativa dentro de mim e da sua influência relativa às minhas decisões e
assumir a posição do autor, uma pessoa tem de renunciar ao seu ponto de vista acções. Um outro tipo é a situação de interacção dialógica com uma obra de arte.
pessoal, transformando-o numa atitude estética que é essencialmente uma ati Estas três classes de têm algo em comum. Com efeito, as trans
tude de diálogo, a atitude de uma aceitação imparcial e sem vínculos emo formações de sentido podem apenas ocorrer como resultado do encontro do
cionais. O paradoxo da percepção estética reside no facto de que só renun meu próprio mundo íntimo com um outro mundo que revela uma certa con
ciando à percepção pessoal de uma obra de arte através do prisma dos próprios tradição entre esses dois m1.ll1dos. Este segundo mundo pode ser o mundo exte
pessoais, ê que o observador consegue compreender a obra em rior onde eu vivo, como no caso de situações vitais descritas por F.
toda a plenitude do seu significado e, nesta enriquecer o seu próprio pode ser o mundo interior de uma alteridade signit1cativa, tal como nos efeitos
mundo interior. O primeiro passo neste processo ver uma imagem do mundo do investimento de personalidade ou pode ser um mundo criado e objectivado
de determinada pessoa por detrás da do mundo e assumir, em numa peça de arte, tal como no caso dos efeitos transformadores do encontro
relação a ela, uma atitude empática de diálogo permite ir mais longe, ou catártico com a arte. O que é diferente nestes três casos é, em primeiro lugar, o
da imagem do mundo para o mundo em si. Nesta fase, os significados contidos grau de necessidade destas transformações de sentido. Em momentos de crise
na obra interagem com as estruturas de sentido da personalidade do receptor. ou em situações vitais, o sujeito depara-se com a impossibilidade de
Este processo conduz à absorção dos novos conteúdos e aspectos nas estru· manter o sistema estabelecido de relações com o mundo: não existe uma alter
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nativa razoável para esta mudança, excepto por uma forte defesa psicológica e, nome de competência estétíca, que implica a capacidade do leitor, espectador,
porventura, o desenvolvimento de uma psicopatologia. Nos encontros com a ouvinte para extrair conteúdos de significado de diferentes níveis de profundi
arte, pelo contrário, não existe qualquer necessidade externa de mudança. dade da textura estética de uma produção artística. Esta variável reflecte o nível
Aceitar ou não novos significados é uma questão de livre escolha. .t por isso que geral do desenvolvimento estético de uma pessoa, a sua experiência de encon
Vygotsky escreveu: «A arte é a organização do nosso futuro comportamento, é tros pessoais com a arte.
um requisito que jamais pode ser preenchido, mas que nos obriga a lutar para A competência estética é um dos factores essenciais que determinam o
além da nossa vida em direcção a tudo o que a transcende» (1971, p. 253). r~ta processo e os resultados do encontro ~§.soa:aill, embora não seja o único
fórmula ajuda-nos a compreender a ligação da arte com o lado pragmático da (ver D. Leontiev, 1998). Dois outros factores são o mundo interior (a estrutura
existência humana. Sem dúvida, a arte transcende sempre quaisquer necessi de sentido da personalidade) e as necessidades dominantes que definem subs
dades de uma determinada situação imediata. Contudo, não é irrelevante para tancialmente a opção individual dos géneros, estilos, escolas e obras de arte que
os aspectos adaptativos da vida. É como se fosse uma aprendizagem latente sem se encontram.
uma ideia clara de quando e como aplicar os talentos adquiridos - não se pode Com base nas obras teóricas e experimentais existentes, podemos destacar,
designar inútil, embora possa parecê-lo. A comunicação interpessoal assume pelo menos, três aspectos interligados da compeliJnciCl estética. O primeiro
uma posição intermédia: o seu âmago é revelar e assimilar os significados que ly aspecto é a <::Q!llp\exidade cognitiva da visão do mundo que um indiví~uo ~m,
têm as coisas para os outros, o que não é absolutamente imprescindível mas lQ a capacidade Qessoal dJ:..J:.Q.ID~flder a ambi~dade e de v..s:! as QossibilJ.$!Qes
desejável, se se quer viver em harmonia com os outros. "l
~_,:()isas têm de mudar, de ser diferen!.es. O segundo aspecto é o domínio
Adquirir novos significados em consequência de um encontro g que uma pessoa tem das «linguagens)) especiais de diferentes tipos, géneros e
com o mundo de uma criação artística pode considerar-se um critério necessá d estilos de arte, que requer;:;-m conjunto de «códigQs» culturais (Lotman,1994),
rio, quer tenha havido ou não total compreensão da obra. Este processo pres que tornam possível descodificar a informas;ão contida nOLteXtOãrt1sti5~de
supõe mais do que a descoberta destes significados. O aspecto mais importante modo a "traduzir a estmtura de sinais de uma P..LQ.Çlução ~tica na língua
é o processo de relacionar o próprio mundo significativo do receptor com o materna das emoções e significados humaQos. O terceiro aspecto da com- Õ
mundo do artista, objectivado na peça de arte: dois significados «têm de entrar ? petência estéti~;:-o~iundo das características de actividade da percepção artís
em contacto íntimo, ou em ligação de sentido entre si» (Bakhtin, 1979, ..sia
tica (ver a seguir), é o~.l:. de mestr~_~~~"c_om..p.~!"~1!Sias e '.:p.!i9õe~_()pe0c!9..!}ais
p. 219). Um especialista imparcial extrai de uma produção artística determina que define a capacidade pessoal para desempenhar a actividade de desobjecti
dos significados semânticos; um espectador inexperiente extrai determinadas vação de textos relevante para um determinado texto. Todos estes três aspectos
emoções superficiais. Ambos são incapazes de tocar no âmago da verdadeira
estão evidentemente ligados, mas o carácter da sua ligação representa uma
arte que é o sentido pessoal. O que devíamos ensinar é a atitude dialógica para
tarefa para um estudo especial.
com a arte, a capacidade não apenas de ver o mundo significativo que trans
---:::;:> l>/I'- O desenvolvimento da competência estética é, assim, um outro alvo para
cende os meios expressivos, mas também de nos relacionarmos pessoalmente
a educação estética, não obstante ser um objectivo muito mais trivial e tradi
com este mundo, de nos abrirmos a ele e de nos enriquecermos com os
cional. A grande parte do público de todos os géneros de arte situa-se ao nível
nificados aí descobertos. " inferior da competência estética. A indústria da cultura de massas contribui
grandemente para-ª, ma~enção deste nível dentro das massas, produzindo
obras de arte ~e-ar~er a seguir) gue exigem apenas um nível muito
Variável intermédia: competência estética
primitivo de cO!!!R.et~_~~ia. Admite-se que o processo e o resultado da per
Todavia, mesmo pessoas potencialmente capazes de chegar a um tal cepção individual de obras de «arte superior» dependem, em grande parte, da
encontro dialógico significativo nem sempre têm êxito. As razões para este fra competência estética e de outras variáveis da personalidade, enquanto que, no
casso podem tanto atribuir-se às próprias pessoas (às suas motivações, com caso de obras de «culturas de massas», considera-se que esta dependência é
petência estética ou mundo interior), aos objectos de arte como à situação. muito diminuta ("obscurecida", nos termos de C. Martindale). Contudo, a com
Comecemos pelo primeiro. petência estética não explica todas ou a maior parte das diferenças individuais -:::/::.
Nem todos os receptores conseguem que todas as obras de arte lhes do consumo de arte. Existem diferenças qualitativas substanciais dentro do
falem. É necessário uma chave especial em cada caso. Eu dou a esta chave o mesmo nível de competência estética que exigem uma abordagem diferente.
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~ flFL~E
~
Mais variáveis intermédias: estratégias individuais do nosso foco de interesse formas não-estéticas de consumo de arte, espe
do consunlO da arte cialmente ao lidar com os problemas da educação estética.
A abordagem individual, que é uma alternativa à abordagem teórica-nor.
G. B. Shaw observou na introdução a Santa Joana, que muitos frequen·
mativa, baseia·se na primazia da análise fenomenológica qualitativa dos proces.
tadores de teatro vão ao teatro pelas mesmas razões que muitas pessoas vão à
sos empíricos da interacção pessoa·arte em toda a sua diversidade. Uma técnica
igreja: para exibir o traje, para se manterem actualizados com a moda, para terem
especial de investigação de livres descrições (FD)(') foi elaborada para este
sobre que falar, para admirar uma estrela, para passar a noite num sítio qual·
propósito (ver Leontiev, Kharchevin, 1994). Pediu-se aos sujeitos que indicassem ~
quer, excepto em casa. Por outras palavras, ir ao teatro é muitas vezes motivado
quatro livros (filmes, peças de teatro, pinturas) que tivessem recentemente lido
por tudo excepto o interesse que diz respeito à produção dramática em si. Com
ou visto. Ao terminarem a pediu·se·lhes que escrevessem qualquer coisa,
base na teórica e existente no campo do consumo de arte
mais ou menos meia página normalizada, sobre cada um destes 4 itens, de modo
(uso aqui deliberadamente este termo económico,porque nesta fase da análise,
que o leitor pudesse ter uma ideia deles.
esta palavra é a única que consegue incluir todas as diferentes formas de inte·
De seguida, aplicámos uma espécie de análise de conteúdo às
pessoa·arte), podemos acrescentar a esta lista de nova informação sobre feitas. Usando certas categorias de palavras e juízos como indicadores de tipos
o mundo o seguinte: recriação, procura de modelos de comportamento, procura
específicos de processamento de informação (no sentido mais amplo do termo),
da solução para problemas pessoais, procura de significado, .Qrocura de certos
descrevemos conjuntos de estratégias de descrifão lív.r.e. Verificámos que a
..;j<:. e~tados emocionais que a vida 9UQlidiana pãO [2[QJ;!o[ciQ!1il, obtenção de apoio maior parte das estratégias eram essencialmente as mesmas nos estudos de dife
para os valores pessoais, alivio dos próprios pensamentos e ansiedades, confir rentes artes, outras eram mais específicas. Todo o conjunto de estratégias verifi.
mação da própria visão do mundo, etc., etc. cado na nossa investigação com literatura (com S. Kharchevin e I. Pavlova),
Em todos estes casos, a arte é _S;lII~!:i~_tê~?E~lQre_<:ndi<!ª-<!~ifer~tes tura (com E. Dimitriyeva e E. Belyaeva) e teatro (com L. Lagutina) é apresentado
espectro destas diferentes maneiras parece, contudo, ser limitado.
no Quadro L
Referir·me·ei a uma série de estudos experimentais, em que procurei aplicar
Numa série de estudos experimentais, verificá mos o seguinte:
uma abordagem individual ao consumo de arte por oposição à tradicional
------
variáveis da personalidade.
qualitativas próprias e merecem atenção especiaL Pode existir uma gama com
pleta de contactos entre uma pessoa e uma producão artística, mesmo se. e_;te
Resumindo as conclusões de diferentes estudos, podemos concluir que
-.,,-,_._~-,~-~, '-'-"-"'"---'"~'-'"-
contacto nao tem nada a ver Coru a com~mic;tç,~º~~. «Exigências e expec- existem, pelo menos 7 estratégias invariantes reproduzidas em todos os estudos:
eS1DelclÍic~LS do público podem transformar a substãncia sig·
nificativa de uma produção artística, passando esta, assim, a desempenhar as 1 - Emocional;
suas funções sociais, a adquirir popularidade e a influenciar eficazmente o 2 De orientação para o enredO/Vida;
público no caso em que não é avaliada por critérios estéticos e em que está 3 Estilística/tecnológica;
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QUADRO I
UTERATURA PINTIJRA TEATRO
Estratégias de descrições livres c critérios para sua identificação
Fragmentada
UTERATITRA PINTIJRA TEATRO (Descrição de um episódio
ou episódios distintos sem
Emocional Emocional Emocional ligação lógica entre si)
(palavras e juízos que contêm (Palavras e juízos (Palavras e juízos que con
uma avaliação emocional transmitem sensaçoes e têm uma avaliação emocional Enumemtiva
geral dos livros como um sentimentos provocados pelo geral da peça como um todo (Enumerando uma lista de
todo ou dos seus aspectos, e quadro, sua avaliação geral ou dos seus aspectos, e tópicos ou idelas de que
impressão imediata do livro,) emocionaL) impressão imediata da peça.) trata o livro.)
-k
termos profissionais de produtor e do actor, meios imediata, das mudanças na seus pormenores distintos.)
I crítica literária,) expressivos,) visão do mundo e na
personalidade suscitada
~ IEStilística , referindo-se
, Estilística
: juízos referindo-se
pelo livro,)
"
~ y~, ..__ ,_,,,,~~.,:s do estilo, esquemas artísticos Gráfica Espaço do teatro
linguagem, forma estética do a sua função (Palavras e (Juízos sobre a atmosfera,
livro,) o peculiaridades apresentando o quadro interior, eventos que
De síntese
-
De síntese
I De síntese --
como um quadro
emoldurado, sua descrição
ocorrem fora do palco no
átrio do teatro,)
do ponto de vista de um
Quízos que expressam a (Interpretação do conteúdo (Associações sobre questões espectador passivo,)
idela geral do livro, o seu do quadro e seu significado, do dia a dia, pessoais,
significado ou moral.) pensamentos e sentimentos filosóficas suscitadas pela Cultural
das personagens,) peça,) (Palavras e juízos que
caracterizam o quadro
Interpretativa Associativa Associativa contexto cultural, nlstoncas ou estéticas)
(Juízos sobre problemas (Associações sobre diferentes (Associações sobre questões mencionado outros autores do autor, etc.)
pessoais, sociais e filosóficos temas provocadas pelo do día-a-dia, pessoais; e outras obras do mesmo
de carácter geral, quadro e seu significado, filosól1cas suscitadas pela autor,)
relacionados por associação
ao conteúdo do livro,)
pensamentos e sentimentos
das personagens,)
I peça.)
Metafórica
(Descrições usando
Orientada para () autor Orientada jJara o autor metáforas, símbolos e
(Juízos relacionados com a (Palavras de juízos indicando comparações. )
posição do autor em vez de a intenção, estado
se relacionarem com () livro psicológico e contexto Pessoal
em si; comparação com biogrãfico do autor,) (Relacionado a peça
outros autores e outras obras
do mesmo autor,)
I ~ :~ntexto da b
~rs~~alidade
---
(Con.tinua)
136 137
-ri ....se:'-'-~
'-..J "-'. . '-~~ 'ê;~ ~-~~
138 \ 139
ceito de actividade mental apenas aos processos cognitivos, enquanto nas últi aprofundou significativamente a compreensão do significado das acções das
mas duas décadas se tem feito muito para revelar várias estrutUl~JS de actividade personagens e do conjunto do texto pelos sujeitos. Esta capacidade manifes
de processos complexos de experiência e de transformações do sentido pes tou-se também na análise de textos desconhecidos.
soal. Verificou-se especialmente um progresso notável no âmbito da teoria R. Karakozov (1991,1994,1997) estudou a compreensão do significado e
psicológica e investigação experimental da arte como um instrumento (ou o sentido pessoal de obras literárias por estudantes universitários. Ele conseguiu
instrumento) para formar a personalidade humana, mudando as suas estruturas destacar determinadas estruturas rítmicas na organização espaço-temporal de
psico lógicas. obras comuns (M. Proust, W. Faulkner). Ele designou-as, segundo M. Bakhtin,
São dignos de mencionar vários estudos experimentais que têm obtido estruturas cronotópicas e provou que a actividade interna de reconstmção
êxito em demonstrar a possibilidade de desenvolvimento das capacidades para destas estruturas é um pré-requisito indispensável para a compreensão ade
compreender diferentes gêneros. de arte com a ajuda de métodos especiais, do significado e sentido da obra como um todo. Revelou também um
elaborados com base nas características de actividade dos processos de per sistema de operações mentais consideradas como base da actividacle interna
cepção e compreensão artísticas. Como exemplo, referirei os estudos realizados da compreensão da prosa e elaborou o procedimento de ensino designado
por V. Guruzhapov (1983) sobre artes visuais; E. Bodrova (1984) e R. Karakozov «o modelo de leitura cronotópicall. Este procedimento provou também ser
(1991; 1994; 1997) sobre literatura. altamente eficaz no aprofundamento da compreensão do significado e sentido
V Guruzhapov (1983) fez a distinção entre diferentes níveis de com de obras comuns (A. Pushkin, A. Chekhov) pelos sujeitos.
preensão artística em crianças na idade escolar entre os 7 e 9 anos de idade, Voltando de novo à questão "O que ensinar?», já podemos formulá-Ia da
procurando depois acelerar o desenvolvimento das aptidões correspondentes seguinte maneira: devemos desenvolver as estruturas da actividade mental da
usando técnicas especiais baseadas na actividade. As diferenças de nível na com percepção artística. Estas estruturas incluem uma hierarquia de objectivos e
preensão artística foram definidas em termos de capacidade para compreender operações mentais alicerçadas em mecanismos reguladores baseados no sen
uma obra de arte como um todo integrado e diferenciado (1.0 nível), como tido pessoal.
um todo não-diferenciado (2. nível) ou como um conjunto de elementos
0
0
(3. nível). 92% dos sujeitos corresponderam de início ao terceiro nível. O pro
cesso de ensino usado no grupo experimental incluía o desenvolvimento da Cultura de massas: o caminho de menor resistência
capacidade da criança para integrar diferentes partes do quadro, recons
truindo a intenção do pintor, e para perceber a paleta de cores usada no qlladro Todavia, «o trabalho mental complexo e difícil", como Vygotsky caracteri
como expressando determinada imagem integrada. Gl.lruzhapov concluiu que zou a percepção artística, não atrai toda a gente. A vontade que muitos têm
foi possível desenvolver, em crianças dos 7 aos 9 anos de idade, a capacidade de de se libertarem de esforços mentais é ainda mais forte do que o esforço para
compreender inlagens complexas características da arte «adulta». minimizar o trabalho físico. Só uma minoria criativa (!) não evita e até prefere e
E. Bodrova (1984) investigou a compreensão de textos literários por crian aprecia a complexidade (ver, por exemplo, May, 1975).
ças em idade pré-escolar entre os 5 e 7 anos de idade. Este processo foi definido O que acontece se um receptor não se sente com vontade de fazer este
em termos de construção do significado e do sentido do texto em contextos quando se depara com uma gama completa de produções artísticas? Os
pessoais e outros. E. Bodrova adiantou a hipótese que a causa das más intelpre esquemas prinlÍtivos de percepção reduzem o esforço exigido, indo buscar aos
tações dos textos estava relacionada com uma estrutura relativamente com estratos mais simples: o enredo e o «trajecto emocionah. A maior parte dos
plexa das relações entre as personagens e as suas as quais se podem livros, fUmes, peças de teatro que se inserem na esferJ de verdadeira arte, salvo
todas encontrar na inadequação da estrutura da compreensão do sentido, mais algum trabalho experimental de avant-garde, contêm estes estratos, que mal
do que na falta de conhecimento das suas relações. O ponto mais difícil de com podem competir a estes níveis com os thrillers de massas, novelas de acção e
preensão para os sujeitos pareceu ser a dinâmica do estado interior das perso romance e filmes. Um receptor que jamais procura qualquer coisa para além do
nagens e as possibilidades alternativas das suas acções em diferentes situações, enredo e das tem muito poucas hipóteses de colher algo mais pro
que precisam de ser tomadas em consideração para se poder compreender o fundo - digamos, significado ou prazer do estilo. A actividade mental da per
sentido das suas verdadeiras acções. O processo de ensino incluía um diálogo cepção artística é substituída, neste caso, pela aplicação passiva de simples
especial com os sujeitos e experimentação com o texto, isto é, diferentes esquemas mentais, em que todo o processo da percepção é atalhado e reduzido.
transformações da narrativa propostas pelo experimentador. Este processo Seria correcto designar este processo por quase-percepção. O receptor não se
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esforça por adquirir nada de novo. Pelo contrário, ele quer reconhecer algo bem a procura do prazer sem a prontidão para recQnhecer o que já é bem
conhecido, de modo a identificar a projecção das suas atitudes, valores, von conhecido, a rejeição do novo, a absolutização das próprias opiniões e juízos
tades e sonhos não realizados e nada mais. (que as massas partilham). Este quase-público produz uma quase-percepção,
A quase-percepção dá origem à quase-arte. Se os públicos massivos de encerrando assim o círculo que se auto-sustenta e que alimenta a tendência c1e
leitores ou espectadores só precisam de um enredo excitante e de fortes fazer com que a verdadeira arte morra de sua própria morte.
emoções, todo o resto é inútil. Basta fazer o enredo o mais vibrante e emo
cionalmente intenso possível, sem nada de mais profundo, que se é bem-suce
dido. Pode mesmo ter-se êxito com obras clássicas, produzindo um resumo ou Funções da Arte e Educação Estética
puro enredo extraídos de um livro. Os leitores de histórias de intriga sentem-se
felizes por lerem resumos, porque é tudo o que precisam. Nas secções anteriores olhámos para os problemas dos sistemas de ensino
A cultura industrial de massas baseia-se no princípio do reconhecimento,
de Estética através do prisma das necessidades individuais e· maneiras de lidar
na aplicação de estereótipos automáticos de plug-and-play da percepção,
com a arte. É agora altura de inverter este ponto de vista e de olhar para as
enquanto uma obra de verdadeira arte «... é criada intencionalmente para romper
necessidades e especificidades individuais através do prisma das .tarefas e cate
com os automatismos perceptuais e é feita especialmente de modo que a per
gorias da Educação Estética.
cepção pára nela, atingindo a sua força e duração máximas)) (Shklovsky, 1966,
Faz sentido deste ponto de vista incluir toda a diversidade de funções
p. 343), Gostaria de acrescentar o critério de verdadeira arte que tirei da minha psicológicas que a arte preenche em conjunto com os beneficios psicológicos
própria experiência como «consumidoD> de arte: o cerne de uma obra de ver que promete e oferece a três grandes grupos, de acordo com o principal efeito
dadeira arte - o seu significado - não é dado directamente e requer,em vez disso, que é suposto resultar do encontro: recreação, socialização e desenvolvimento
que se transcenda a narrativa. A quase-arte industrial não tem qualquer outro con pessoal. Embora estas três funções possam coexistir em produções artísticas,
teúdo e significado, excepto o que é directamente dito e/ou representado. existem tipos especiais de arte em que algumas delas predominam de um modo
A quase-arte não exerce qualquer efeito na personalidade, a não ser evidente. .
agradar ou chocar as emoções Podemos definir a distinção entre A função da recreação está associada às necessidades psicológicas básicas,
quase-arte e verdadeira arte em termos da seguinte dicotomia: arte para as sendo a recreação necessária a todos os seres humanos. A maior parte dos tipos,
emoções versus arte para a personalidade (Leontiev, 1992). A arte para as géneros e estilos de arte contém uma componente recreativa mais ou menos
emoções não contém novOS significados. Proporciona reconhecimento em vez evidente, porque a arte sempre pertenceu à esfera da livre actividade, indepen
de cognição. Nenhum receptor pode receber deste tipo de arte senão prazer dentemente de quaisquer deveres sociais ou profissionais. Especialmente bem
emocional transitório (ou outras emoções). O encontro com a quase-arte é -sucedida em cumprir esta função recreativa é, todavia, a quase-arte industrial,
semelhante a uma aventura passageira de uma noite. porque prossegue apenas este objectivo através do caminho mais curto possí
A quase-arte, por sua vez, produz quase-públicos. Bertoid Brecht observou vel. A cultura de massas de hoje em dia tem assim tendência para acentuar
uma vez que a falta de gosto das massas está mais profundamente enraizada na demasiadamente os aspectos recreativos da arte, os que transformam os objec
realidade do que o gosto dos intelectuais. A quase-arte não carece apenas de tos de arte em êxitos com um elevado valor de mercado, excluindo todos os
efeitos de desenvolvimento, mas mais do que isso, conserva uma visão do mundo outros géneros de esforços mentais. A função recreativa da arte é muito mais
e a personalidade em geral, impedindo a capacidade humana de mudar, de haver procurada do que qualquer outro tipo e está disponível para todos. A abor
desenvolvimento pessoal e adaptação criativa ao mundo em transformação. dagem da arte como um instrumento recreativo não requer, pois,
Seja em que circunstâncias for, a quase-percepção não é perversa. A neces educação, porque o mundo dos objectos quase-arte recreativos adapta-se perfei
sidade recreativa é inerente a todos os seres humanos. Mesmo intelectuais tamente ao nível mais baixo (zero) de educação e de competência estética.
altamente criativos e esteticamente competentes usam a quase-arte para satis A arte de orientação socializante fornece informação sobre o mundo,
fazer esta necessidade e, por vezes, a quase-arte desempenha esta função com sobre os valores culturais e normas, sobre padrões de comportamento e mode
mais eficácia do que a verdadeira arte. Toma-se perversa quando toma o lugar los de identidade pessoaL As tarefas de socialização são compatíveis tanto
de verdadeira arte para muitas pessoas que não conhecem outra forma de "arte» com a cultura de massas como com a "arte superior». Há anos designava-se a
e acreditam que é verdadeira arte. As características deste quase-público são: a Literatura por "o livro escolar da vida», mas actualmente as pessoas obtêm mais
rejeição de Qualauer actividade mental em encontros com a arte, o hedonismo, conhecimento sobre a vida a partir de histórias de detectives e filmes de
142 143
GlIrllzhapov, V. A, (1983). Razvitie portimaniya mladshimi shkol'nikami iskusstva li protsesse
do que da "arte superiofl" não obstante as artes visuais se poderem chamar obudleniya zhivopísi (l'he development of art comprehension in jurtior schookhildren in
«oficinas da maneira como ver». Uma vez que esta função não pressupõe um ele course of painting classes), Ph. D. Thesis. Moseow.
varlo nível de competência, tem naturalmente menos procura. A maior parte das Hoege, H, (1997). The recipient's creativity: producing the intended aesthetíc object. in: L
pessoas prefere aprender de outras fontes. Esta função não é específica da Dorfman, C Martindalc, D. Leontíev, G. Cupchik,V. Petrov, E Machotka (eds.) Emotíons, cre
ativit), and art, Perm, Russía: Perm State lnstitute for Arts and Culture, vol. ,,61-77.
arte; os jornais são mais eficazes para atingir este objectivü. A educação rele Karakozov, R. R. (991). Readíng as sense-producing activíty. In: L. Dorfman, D, Leontícv,V. Petrov,
vante para esta função é a educação geral tradicional em vez da educação V. Sozinov (eds,) Art arld Emotions. Perm, Russia: Perm State Institute fur Arts and Culture,
211-219,
estética.
A arte orientada para o desenvolvimento pessoal, pelo contrário, quebra
Karakozov, R, R. (1994). Development of sense comprehension in reading. SPlEL,Jg, 13. RI,
normas e clichés, confere novOS significados e novas maneiras de ver e de
114-123.
Karakozov, R, R, (1997). Chronotopical sehemes of action as instrumental basis of sense produc
avaliar a realidade. A arte orientada para o desenvolvimento pressupõe e exige
tíon, In: L. Dorfman, C Martíndale, D, Leontiev, G, Cupchík, V. Petrov, E Machotka (eds.)
frequentemente um elevado nível de competência estética, assim como moti
Emotions, creativity, and art, Perm, Russía: Perm State Instítute for Arts and Culture, vaI. 2,
vação para fazer determinado trabalho mental no decorrer da interacção com a
145-166,
arte. Exige muito e promete muito ao mesmo tempo. As recompensas que se
Leontiev, A. A, (1997), Psikhologiya obscheniya (Psychology of communication), Moscow:
recebem de profundos encontros com a verdadeira arte jamais se podem
Smysl.
Leontiev, A. N, (1983) Izbrannye fisikhologicIJeskíe proizvedeníya (Selected psychologícal wrít
alcançar de outro modo. Todavia, apenas uma minoria de um público potencial ings), VoI. 2, Moscow: Pedagogika.
consegue compreender e apreciar esta promessa a promessa do significado. Lcontiev; D, A, (1991). Maldng Sense: The Psychological Function ofArt, In: L Dorfman, D. Leontiev,
É aqui que reside o objectivo mais importante da educação estética. No entanto, V. Petrov, V. Sozinov (eds.) Art and Emotions, Proceeelings of the Internatlonal
para nos tornarmos conscientes deste objectivo e aceitá-lo, temos primeiro de Symfiosium, Perm, Russia: Perm State lnstítute for Arts and Culture, 51-60,
perceber as diferenças entre os efeitos da arte e a quase-arte a níveis diferentes Leontiev, D, A, (l992).What's Hecl1ba to Us? Basíc Proposítions for a PsychologicaLTheory of Art.
In: L Dorfman, D. Lcontiev,V. Petrov,V. Sozinov (eds.) Emotions anel Art. Perm, Russía: Perm
de encontros que temos com elas. Na medida em que a Educação visa o desen
State Institute for Arts and Culture, p. 45-64.
volvimento pessoal, torna-se antagônica da cultura comercial de massas na luta Leontiev, D, A. (1997). Dinamika smyslovykh processov (Dynamícs of personal sense), Psikho
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