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A estética da recepção de Wolfgang Iser

 O próprio fato de Geertz qualificar de ficções os esquemas


explicativos vigentes em antropologia representa um reconhecimento
de que as origens são insondáveis e de que “vivemos” nesse “hiato
de informação”.

 O próprio texto é pontuado por lacunas e hiatos que têm de ser


negociados no ato da leitura.

 Na teoria iseriana, o inconsciente permanece como simples lacuna ou


hiato a ser preenchido.

 Seres humanos transformam a si mesmos naquilo que são tanto


social quanto culturalmente.

 O texto literário como pluralidade de ficções está inteiramente


permeado de hiatos que não podem mais ser negociados pelos
procedimentos das ficções explicativas.

 A pluralidade lúdica do texto literário não representa nada localizado


fora do texto.

 A intertextualidade, ou seja, a memória do texto, é o caminho para a


satisfação desse tipo de anseio, pois permite que os receptores se
transponham para dentro das operações das intrigas interligadas que
organizam as relações deslizantes dessa rede, fazendo-os passar pela
experiência de uma presença que jamais havia sido real ou de fato
presente para eles.

 A transformação chega à plena fruição pela participação imaginativa


do receptor nos jogos realizados.

 Quanto mais o leitor é atraído pelos procedimentos de jogar os jogos


do texto, tanto mais é ele também jogado pelo texto.

 Estética da negatividade

 Ao texto formulado e verbalizado corresponde uma dimensão não


formulada, não escrita.

 Não pode ser deduzida das realidades referenciais por ela


questionadas e não pode ser vinculada a uma idéia substancialista
que ela anunciara.

 Solapar qualquer forma de determinismo e determinação.

 Fortemente influenciado pela fenomenologia de Husserl.

 Categoria de leitor implícito, que individual, empírico ou ideal, do


texto literário, mas às estratégias de comunicação.
Questões de Costa Lima à estética da recepção iseriana

 Literatura, ficção e fictício.

 Recusa da aproximação ente a imaginatio com a semelhança e da


mímesis com a imitatio.

 A falência do objetivismo é a do historiador à medida que é de toda


cultura humana.

 O método crítico o impede de ver a interferência dos efeitos de sua


posição no mundo em sua pretensa objetividade.

 O texto, literário e artístico tem, pois como primeiro efeito converter


o habitualizado em estranho.

 O estranho, o indeterminado não são exclusividade do texto literário,


mas nele se acentuam, encarnam a condição elementar do efeito.

 Suplementá-los e não complementá-los (os vazios do texto), pois ao


contrário de um quebra-cabeças, não há uma única forma de fazê-lo.

 Caráter retórico e sofístico do texto de Iser.

 Gumbrecht: “É importante reconhecer os limites da validade da


presente teoria do efeito estético para a sua aplicação na filologia
clássica, na medievalística e na pesquisa das literaturas não
européias”.

 A ênfase no efeito deveria ser capaz de se ajustar a momentos


históricos, sem reduzir a pergunta pelo leitor à vacuidade.

 É necessário buscar operadores suplementares que combinem mais


estreitamente os elementos universais e os históricos.

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