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No começo Deus criou Adão e Eva. Eles eram inocentes de qualquer pecado e viviam
em comunhão com seu Criador (Gênesis 3:8). Contudo, eles pecaram ao comerem o
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e ficaram espiritualmente separados
de Deus (Gênesis 2:16-17; 3:11-12). Além de perderem sua comunhão com Deus, eles
também foram expulsos do Jardim do Éden.
O apóstolo João escreveu o seguinte: "Ora, a mensagem que, da parte dele, temos
ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.
Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas,
mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele
está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu
Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1:5-7). O homem não pode caminhar na
escuridão, isto é, viver no pecado, e ter comunhão com Deus. A pessoa que nunca
pecou está caminhando na luz, como estavam Adão e Eva antes de seu pecado no
Jardim.
Felizmente, Deus providenciou outro meio para o homem ser justificado. Para todos os
que têm pecado, a comunhão com Deus só é possível através da fé, isto é, através do
evangelho. Somente aqueles que foram perdoados de todos os pecados passados
podem ser participantes com Deus. Podemos ser perdoados de nossos pecados
através do sacrifício de Jesus Cristo, uma manifestação da graça de Deus (Romanos
3:21-26; 4:5-8, 23-25; 5:1-2; 6:17-18). Quando somos batizados em Cristo, deixamos o
império das trevas e somos transportados para o reino da luz (Gálatas 3:26-27;
Colossenses 1:13). Tornamo-nos partes da família espiritual de Deus e estabelecemos
uma relação de comunhão com o Pai, com Jesus Cristo e com todos os cristãos que
constituem esta irmandade (João 3:3-5; 1 Pedro 1:3; 1 João 1:1-3,5).
Uma vez que tenhamos estabelecido esta relação espiritual com nosso Pai do céu,
tornamo-nos participantes de nossa salvação com ele. Tornamo-nos participantes da
divina natureza, isto é, temos que ser santos como aquele que nos chamou é santo (1
Pedro 1:15-16; 2 Pedro 1:4; Hebreus 12:10). Tornamo-nos participantes dos
sofrimentos de Cristo quando suportamos a perseguição por sua causa (1 Pedro 2:21;
4:13; 2 Coríntios 1:5). Tornamo-nos participantes com nossos companheiros cristãos
na meta comum de glorificar Deus (Efésios 3:20-21; 1 Pedro 2:9).
A manutenção de nossa comunhão com Deus exige que continuemos a andar na luz,
como ele está na luz (1 João 1:7). Andar na luz não significa perfeito conhecimento das
Escrituras. Nossa comunhão com o Pai não foi estabelecida na base do perfeito
conhecimento das Escrituras, nem é mantida nessa base. Um dos exemplos de
conversão a Cristo no livro de Atos é a do carcereiro filipense (Atos 16:19-34). Ele
ouviu a mensagem da salvação e obedeceu ao evangelho na mesma noite,
estabelecendo uma comunhão com Deus. É óbvio que ele não tinha perfeito ou
completo conhecimento da Palavra de Deus inteira. Contudo, aqueles que estão em
comunhão com Deus precisam estudar a Palavra e crescer em conhecimento. A
palavra de Deus está disponível para nós e não podemos usar a ignorância como uma
desculpa para a desobediência. Os novos cristãos precisam alimentar-se com o "leite,"
isto é, as bases da Palavra e, com o crescimento, estarão aptos a aceitar a carne da
Palavra (1 Coríntios 3:1-2; Hebreus 5:11-14).
Deus deseja que seus filhos tenham comunhão uns com os outros. A comunhão com
outros homens depende de nossa comunhão com Deus. Como foi observado
anteriormente, quando nos tornamos filhos de Deus, também nos tornamos parte de
uma irmandade espiritual. Há um sentido no qual todos os filhos espirituais de Deus
compartilham uma fé comum e uma salvação comum (Tito 1:4; Judas 3). No primeiro
século, os grupos locais de santos se encontravam para adorar a Deus e para
trabalhar juntos pela causa de Cristo. Eles partilhavam o ensinamento do evangelho,
tanto pessoalmente como pelo sustento dos pregadores do evangelho (Gálatas 6:6;
Filipenses 1:3-5; 4:15). Eles partilhavam a educação mútua. Eles tinham comunhão na
celebração da ceia do Senhor (Atos 2:42; 1 Coríntios 10:16), no canto de louvor a Deus
e na oração. Os cristãos primitivos compartilhavam suas coisas materiais como os
santos que tinham necessidade (Romanos 15:26; 2 Coríntios 8:4; 9:13). O escritor de
Hebreus observou que aqueles cristãos que deixavam de congregar com outros
cristãos para participar de tais atos de comunhão estavam no pecado (Hebreus 10:24-
25).
Assim como Deus não terá comunhão com o pecado, também nós precisamos recusar
participação no erro. Paulo escreveu, "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas
das trevas; antes, porém, reprovai-as" (Efésios 5:11). Os cristãos em Corinto
aceitavam como fiel um irmão em Cristo que estava cometendo fornicação e Paulo
repreendeu-os, observando que eles precisavam disciplinar o irmão que estava
errando (1 Coríntios 5). Quando os da igreja se afastaram do irmão pecador, eles
estavam reconhecendo publicamente o fato que ele já tinha quebrado sua comunhão
com Deus e que eles também não podiam mais ter comunhão com ele. O apóstolo
João escreveu que não podemos dar apoio ou encorajamento àqueles que ensinam
falsas doutrinas ou nos tornaremos participantes do erro deles.
Adão e Eva perderam sua comunhão com Deus por causa do pecado, mas, graças a
Deus, através de Jesus Cristo podemos novamente gozar da comunhão com nosso
Criador. O que foi perdido no Jardim do Éden pode ser conseguido mais uma vez em
Cristo. Que bênção e que privilégio caminhar diariamente com Deus agora, esperando
aquele dia quando poderemos viver eternamente em sua presença, no céu!
Andando na Verdade
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Redator: Dennis Allan, C.P. 60804, São Paulo, SP, 05786-970
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