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INTRODUÇÃO BÍBLICA
B. TEMA CENTRAL
O tema central da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, é a redenção do homem através de Cristo
Jesus.
No momento que o homem pecou contra Deus no Éden, Ele ali mesmo providenciou a salvação do
homem. (Gn 3.15).
Nos livros do Antigo Testamento encontra-se a promessa dessa redenção e a revelação da
promessa de Deus de Salvação do homem através de um redentor - Jesus Cristo. Todos os profetas
trouxeram à nação de Israel e a todos os homens pecadores a promessa de Salvação. Os Salmos de
Davi claramente falam de um Redentor que haveria de vir.
No Novo Testamento inicia com o nascimento de Cristo - o Messias prometido. No Novo
Testamento são realizadas as promessas feitas no Antigo Testamento.
Quando Cristo morreu na cruz do Calvário e ressuscitou ao terceiro dia, consumou a obra da
salvação do homem. Portanto, Jesus Cristo é o grande tema de toda a Bíblia.
C. ESCRITORES E DURAÇÃO
A Bíblia é um verdadeiro milagre. Levou cerca de 16 (dezesseis) séculos para ser escrita e cerca de
40 diferentes pessoas, de diferentes épocas, línguas, costumes, lugares, circunstâncias e posições a
escreveram. Apesar de tudo isso, ela possui um só tema central e constitui uma revelação sem
contradições.
D. GENUINIDADE E AUTENTICIDADE
Um livro genuíno é aquele que se acredita ter sido escrito realmente por aquele a quem se atribui a
autoria. A Igreja Cristã em todos os seus registros afirma que foram os profetas e os apóstolos que
escreveram a Bíblia.
Um livro é considerado autêntico quando os fatos nele narrados se deram como realmente estão
relatados. A História e as descobertas arqueológicas modernas atestam a veracidade dos fatos
narrados na Bíblia.
“Temos uma prova ocular de que a Bíblia existe. Ela foi escrita por alguém; se não foi por aqueles
cujos nomes ela menciona, difícil se4 torna saber-se quem foi então.
Não é provável que homens ímpios tivessem produzido um livro como a Bíblia, que os está
condenando sempre .” (Rev. Amos Binney - Compêndio de Teologia - Ed. Nazarena. Pág. 24,25).
CEFORTE 1
INTRODUÇÃO BÍBLICA
REVELAÇÃO
II. REVELAÇÃO
Revelação é a ação de Deus, o criador, fazendo-se conhecido aos homens e comunicando-lhes os
seus propósitos, uma vez que o homem sozinho jamais poderia chegar a um conhecimento pleno e
perfeito de Deus. Dn 12.8 e I Pe 1.10,11.
1. Revelação Geral:
“É o descortino que Deus faz de si mesmo para todos os homens na natureza, na constituição da
mente e no progresso da história humana.” ( H. Orton Wilei e Paul Culbertson, Introdução à Teologia
Cristã, Ed. Nazarena. Pág. 45.
a) Revelação através da Natureza:
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos ...”(Sl 19.1-6).
O Salmo 19 inteiro mostra atributos de Deus que podemos conhecer através da natureza. A natureza
é mostrada na Bíblia como uma revelação prática de Deus. Quando se observa as maravilhas da
natureza, o céu infinito e as leis que mantêm o universo em equilíbrio perfeito, percebe-se que eles
estão cheios do Espírito Divino, revelando um certo conhecimento sobre a existência de Deus. Em
Romanos 1.20, Paulo diz que nenhum homem pode dizer que não conhece nada sobre Deus, pois
tanto “o atributo invisível de Deus, como seu eterno poder e assim também a sua própria divindade,
claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebido por meio das coisas que
foram criadas”. O mundo pagão pode chegar a um certo conhecimento sobre Deus através da
natureza, porém só quando o homem é renovado pelo Espírito de Deus é que a revelação de Deus na
natureza torna-se mais clara, mais completa e cheia de significado e bênçãos.
2. Revelação Especial:
A revelação especial demonstra como Deus se fez conhecido de forma mais completa e perfeita,
com clareza e plenitude através da Bíblia e da vida e obras de Jesus Cristo.
O Novo Testamento é uma extensão e complementação do Antigo Testamento. Tudo o que Deus
começou a revelar desde os tempos do Antigo Testamento completou-se e cumpriu-se no Novo
Testamento. A revelação foi gradativa e progressiva, inicia no Gênesis e termina no Apocalipse.”
(George Hansen. Introdução à Bíblia. Pág. 31).
Deus foi revelando-se aos poucos, gradualmente. Por exemplo, a revelação sobre Jesus, o
Salvador e Redentor. Em gênesis 3.15, há a primeira referência sobre a vinda do Salvador, indicando
que ele iria derrotar Satanás e as forças do mal. Séculos mais tarde, Isaías transmite a revelação de
Deus sobre a morte de Jesus Cristo (Is 53.4,11). Percebe-se que o nível de conhecimento vai
aumentando gradativamente, até tornar completa com a morte e ressurreição de Jesus, prosseguindo
até a sua manifestação gloriosa relatada em Apocalipse. À medida que o homem foi tornando mais
maduro e progredindo no conhecimento de Deus, progressivamente Deus foi-se revelando um pouco
mais, até completar-se em Jesus, que é a “expressão exata do seu ser.” (Hb1.1-4).
III. INSPIRAÇÃO
O termo “inspiração divina” deriva de uma palavra grega (Θεοπνευστος - Theopneustos) que significa
literalmente “o respirar de Deus” ou “o soprar de Deus”. Este sopro é a influência sobrenatural DO
Espírito Santo de Deus sobre os escritores sagrados, razão pela qual os seus escritos têm perfeita
validade e sem contradições. (Jó 32.8; II Tm 3.16; II Pe 1.21).
As seguintes afirmações dos escritores sagrados: “Assim diz o Senhor”, “A Palavra de Deus veio”
que ocorrem mais de duas mil vezes na Bíblia, mostram que os escritores falaram movidos pelo
Espírito Santo de Deus.
“A necessidade de inspiração decorre da natureza dos assuntos que as Escrituras revelam. Há
verdades, como as que se referem à criação e aos tempos anteriores ao dilúvio, que se não poderiam
conhecer exceto por meio de inspiração especial.” (Wiley e Culbertson - Ibden).
b) Parcial:
Esta teoria “ensina que algumas partes da Bíblia são inspiradas, outras não; que a Bíblia não é a
Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus.” (Antônio Gilberto, A Bíblia através dos
Séculos). Também afirma que “a inspiração se estende somente aos ensinos e preceitos doutrinais, às
verdades desconhecidas pelos autores humanos.”(Dr. Lewis S. Chafer - Teologia Sistemática). A
Bíblia, porém, afirma em II Tm 3.16 que “Toda Escritura é inspirada por Deus”. Veja Mc 7.13; Jo 16.12;
Ap 22.18,19.
f) Plenária ou Verbal:
Esta teoria é a doutrina tradicional da igreja e a que ensinaram tanto Cristo como os seus
apóstolos. Ela ensina que a Bíblia em sua totalidade, em todas as suas partes são inspiradas. “Houve
uma cooperação vital e contínua entre os escritores sagrados e o Espírito Santo de Deus que os
capacitava. Afirma que homens santos escreveram a Bíblia com palavras do seu vocabulário, porém
sob uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus.”
(Antônio Gilberto, A Bíblia através dos Séculos).
Outras vezes ‘inspiração’ significa apenas a garantia de um registro certo. Achamos na Bíblia
palavras ditas pelo próprio diabo. as palavras do diabo não são palavras de verdade, mas temos
certeza de que ele as proferiu, pois temos garantia do que aí está registrado.
É o mesmo das palavras dos amigos de Jó. Não são palavras de deus mas de homens, e, portanto
imperfeitas. Mas a Bíblia traz um registro exato das palavras, pois tudo o que está escrito nela foi
inspirada pelo Espírito Santo.’’ (Dr. Lewis Sperry Chafer Ibden).
b) O Escritor Sagrado: “Os escritores sagrados foram homens usados por Deus como instrumentos
para nos comunicar um conhecimento dEle e de Seus propósitos.” (Dr. Lewis Sperry Chafer Ibden).
Mesmo sendo usados por Deus como instrumento, cada escritor sagrado conservou a sua própria
personalidade, seu estilo como resultado de sua própria cultura. Daí a grande diversidade de estilos
encontrados na Bíblia. No entanto, sabiam que aquilo que estavam escrevendo não era deles
próprios, mas vinha de Deus.
Os escritores foram homens ligados a diversas atividades humanas. Moisés foi príncipe e legislador
e um grande general. Josué foi um grande comandante. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías,
além de profeta, foi um grande estadista. O profeta Amós foi um boiadeiro. No seu livro encontramos
muitos exemplos e referências às coisas do campo tais como: relva, gado, capim, vacas, etc (Amós
4.1). Daniel foi chefe de Estado. Pedro, Tiago e João eram pescadores. Lucas era médico, daí o
caráter investigador mencionado no seu evangelho (Lc 1.13). Mateus era funcionário público. Paulo
era um homem erudito e teólogo. Dessa forma, percebe-se que o homem foi o instrumento que Deus
usou para revelar-se aos homens, e através da inspiração do Espírito santo, o homem escreveu
mensagem de Deus utilizando os seus próprio recursos humanos.
c) A Bíblia (As Escrituras Sagradas): A Bíblia é o resultado da combinação dos elementos humano
e divino, possui autoridade divina mas também possui a expressão humana. O Dr. Basil Manley a
respeito deste assunto diz que:
1º - A Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus, tendo tanto a verdade infalível como a autoridade
divina em tudo o que afirma e ordena.
2º - A Bíblia é verdadeiramente uma produção humana. Isto é comprovado por todas as evidências de
origem humana que mostram claramente como qualquer outro que tenha sido escrito por homens.
3º - Esta dualidade de autor se estende a cada parte das escrituras e à linguagem assim como às
idéias gerais que são expressadas”. (Dr. Lewis Sperry Chafer Ibden).
dia de Pentecostes declarou: “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo
proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a
Jesus.” (Atos 1.16).
“Os apóstolos também estavam seguros de que suas próprias mensagens eram do Senhor Jesus
Cristo e dadas pelo Espírito santo.” (Wiley e Culbertson - Ibdem). Tanto as revelações feitas pelos
profetas do Antigo Testamento como pelos apóstolos no Novo Testamento são colocados no mesmo
nível de inspiração e autoridade. (II Pe 3.2). Pedro classifica os escritos do apóstolo Paulo como as
“demais Escrituras”, ou seja, coloca as epístolas de Paulo no mesmo nível de autoridade do restante
das Escrituras. Veja Gl 1.16; Ef 3.3; I Co 2.12-13; I Jo 2.20; Ap 1.10; 22.6.
INTRODUÇÃO BÍBLICA DIVISÕES DA BÍBLIA
IV - DIVISÕES DA BÍBLIA
A - A BÍBLIA HEBRAICA
Chamamos de Bíblia Hebraica ao conjunto de livros sagrados que estavam sendo usados no tempo
de Jesus, correspondendo ao nosso Antigo Testamento e está dividida em três partes: A Lei
(Pentateuco), Os Profetas e os Escritos (Hagiógrafos).
1 - A Lei - também conhecida como Pentateuco que quer dizer cinco livros. Os livros da Lei incluem os
cinco primeiros livros do nosso Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio.
2 - Os Profetas - Esta Segunda divisão é formada pelos livros escritos pelos profetas. Os Profetas
dividem-se em Profetas Anteriores, (formado pelos livros de : Josué, Juízes, Samuel e Reis) e Profetas
Posteriores, (formado pelos livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores).
3 - Os Escritos ou Hagiógrafos - Os livros pertencentes a esta terceira divisão foram escritos por
homens que não eram profetas. Eram divididos em: Livros Poéticos, (formado pelos livros de Salmos,
Provérbios e Jó); Os Cinco Rolos, (formado pelos livros de: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes
e Ester) e Livros Históricos, (formado pelos livros de Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas).
Em Mateus 5.17 e 22.40, Jesus refere-se às duas divisões da Bíblia Hebraica: A Lei e Os Profetas.
Como pode-se observar a divisão dos livros da Bíblia Hebraica é diferente da do nosso Antigo
Testamento.
B - O ANTIGO TESTAMENTO
Em nossa Bíblia está divido em cinco partes: Os Livros da Lei, Os Livros Poéticos, Profetas Maiores
e Profetas Menores, somando um total de 39 livros.
1 - Livros da Lei (Pentateuco) - Tanto na Bíblia Hebraica como no antigo Testamento são
chamados livros da Lei, porque neles se encontram as principais leis e mandamentos que Deus deu
ao seu povo Israel através de Moisés. Os livros são iguais aos da Bíblia Hebraica: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio.
2 - Livros Históricos - Formado por Josué, Juízes, Rute, I-II Samuel, I-II Reis, I-II Crônicas, Esdras,
Neemias e Ester. São assim chamados porque narram a história de povo de Israel até
aproximadamente 400 anos antes de Cristo.
3 - Livros Poéticos - São assim chamados porque foram escritos em forma de poesia. A poesia
hebraica é diferente da nossa, pois não possui métrica nem rima, só podendo ser percebida nos
originais hebraicos. Constituem esta divisão os livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares
e Lamentações de Jeremias.
4 - Profetas Maiores - formado pelos livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. São assim
chamados por serem mais longos que os demais livros proféticos.
5 - Profetas Menores - Formado pelos livros de Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habcuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. São assim chamados por serem menos longos que
os demais livros proféticos.
C - O NOVO TESTAMENTO
Está dividido em quatro partes: Os Evangelhos, Atos dos Apóstolos, As Cartas (Paulinas e Gerais)
e Apocalipse. Num total de 29 livros.
1 - Os Evangelhos - Formado pelos livros de Mateus, Marcos, Lucas e João. Neles encontra-se
narrada a vida de Cristo.
2 - Atos dos Apóstolos - É chamado de Atos porque narra a história dos apóstolos e do início da
Igreja Cristã. Constituindo-se dessa forma um livro histórico.
3 - As Cartas - Grande parte dessas cartas foram escritas pelo Apóstolo Paulo, as demais foram
escritas por Pedro, Tiago, João e Judas.
a) Epístolas Paulinas: Romanos, I-II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I-II
Tessalonicenses, I-II Timóteo, Tito e Filemon.
b) Epístolas Gerais (Universais): Hebreus, Tiago, I-II Pedro, I-II-III João e Judas.
4. Apocalipse - Trata da revelação das coisas futuras.
Nota:
A Divisão da Bíblia em Capítulos e Versículos.
O texto original na Bíblia não era dividida em capítulo e versículos. A divisão em capítulos foi feita
em 1250 d.C, pelo cardeal Hugo Saint Cler, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão
INTRODUÇÃO BÍBLICA DIVISÕES DA BÍBLIA
em versículo foi feita em duas etapas, a primeira foi a do Antigo Testamento, feita pelo Rabi Nathan,
em 1445 d.C. A Segunda foi a do Novo Testamento feita por Robert Stevens, em 1551. A publicação
da Bíblia completa foi feita pela primeira vez com os capítulos e versículos, em 1555, também por
Robert Stevvens.
INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES
A. AS LÍNGUAS ORIGINAIS
A Bíblia foi escrita em três línguas originais: O Hebraico, o Aramaico e o Grego. Há, no entanto, no
Antigo Testamento alguns trechos em outros idiomas.
1. O Hebraico ou Judaico: Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico com exceção de
algumas passagens escritas em aramaico nos livros de Esdras, Daniel e Jeremias., O hebraico era a
língua falada pelos habitantes de Canaã, mesmo antes de Abraão. E era também a língua oficial dos
israelitas. Porém, por causa do cativeiro assírio (722) e do babilônico (607) os hebreus deixaram de
falar a língua hebraica e adotaram a aramaica (siríaco-caldaica). Embora tenham sido absorvida pelo
aramaico, o hebraico continuava a ser a língua oficial dos eruditos, do culto, do templo e dos rolos
sagrados que comumente eram escritos nesse idioma.
O Alfabeto é composto de 22 letras, mais ou menos de forma quadrada, todas consoantes;
primitivamente eram empregadas apenas consoantes, sem qualquer sinal de vocalização, porém no
decorrer do tempo, apareceram os sinais vocálicos, colocados em cima, embaixo e dentro das
consoantes, esse sistema foi inventado pelos massoretas como forma de fixarem a pronúncia
tradicional do hebraico. Assim como a maioria das línguas semíticas, o hebraico lê-se da direita para a
esquerda.
2. O Aramaico. Conhecido também como siríaco-caldaico: Esse idioma semita era falado em Arã ou
Síria desde 2000 a.C. Os trechos do Antigo Testamento que foram escrito nesta língua devem-se,
possivelmente ao cativeiro assírio (Israel) e babilônico (Judá).
O Aramaico influenciou profundamente o hebraico a tal ponto que quando Israel retornou do
cativeiro tanto da Síria como da Babilônia falavam apenas o aramaico. Ne 8.5,8.
Essa lera a língua falada na época de Jesus. Ele, os apóstolos bem como os irmãos da Igreja
Primitiva falavam o aramaico.
Cerca de 1000 a.C. era a língua internacional do comércio ao longo das rotas comerciais do
Oriente.
Há uma tradição antiga que afirma ter sido o Evangelho de Mateus escrito integralmente em
aramaico.
3. Grego: Língua original dos 27 livros do Novo Testamento. (Com exceção de Mateus que alguns
acreditam ter sido escrito em aramaico.)
Não era o grego clássico e sim o KOINÉ, a língua popular, do homem simples, do comércio, já o
clássico era o da filosofia, dos eruditos, da arte e da ciência.
Era a língua mundial entre aproximadamente 300 a.C. até 300 d.C, o que facilitou a divulgação do
evangelho no mundo conhecido da época, uma vez que todos falavam, escreviam ou entendiam o
grego.
Das línguas originais bíblicas é a mais conhecida e de expressão muito precisa e que mais se
assemelha ao português. O Alfabeto é ocidental, composto de 24 letras, provenientes dos fenícios.
A influência do grego foi tamanha que se impôs até mesmo no Egito, onde foi necessário fazer uma
tradução da Bíblia do hebraico para o grego - a chamada Septuaginta, cerca de 285 a.C. No tempo de
Jesus, os judeus entendiam e falavam tanto o grego como o hebraico. Os livros do Novo Testamento
eram escritos em grego e as pregações também eram feitas em grande parte neste idioma.
B. MANUSCRITOS
Manuscritos são rolos ou livros da literatura antiga, escritos à mão em papiro ou pergaminho. O
texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos.
INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES
Papiro é uma planta aquática que cresce junto aos rios. As tiras, entrecascas, eram extraídas do
papiro 4e coladas de forma sobrepostas, prensadas e depois polidas para receberem a escrita. Êx 2.3;
Jó 8.11; Is 18.2. A palavra papel deriva dessa palavra.
Pergaminho era feito de pele de animais que depois de curtida era polida para poder receber a
escrita. Era melhor que o papiro e de uso bem mais recente, remonta os primórdios da era cristã. II Tm
4.13.
A Bíblia foi escrita originalmente em rolos, de forma que cada livro constituía um rolo, e não
estavam unidos uns aos outros como estão agora. Até a invenção da imprensa por Gutemberg em
1450, tudo era feito manuscrito, através de um trabalho lento, dispendioso e trabalhoso dos escribas.
“Cuidado redobrado havia com a escrita dos livros sagrados. Devemos ser sumamente agradecidos
aos judeus por seu cuidado extremo na preparação e preservação dos manuscritos do Antigo
Testamento. Aqui estão algumas regras que eles exigiam de cada escriba. O pergaminho tinha de ser
preparado de peles de animais limpos. A tinta era especialmente preparada. O escriba não podia
escrever uma só palavra de memória. Tinha de pronunciar bem alto cada palavra antes de escrevê-la.
Tinha que limpar a pena com muita reverência antes de escrever o nome de Deus. As letras e as
palavras eram contadas. Um erro numa folha inutilizava-a, três erros numa folha inutilizavam todo o
rolo.” (Antônio Gilberto, A Bíblia através dos Séculos).
Os manuscritos originais dos livros do Antigo Testamento perderam-se. O que há hoje em dia são
apenas cópias dos manuscritos originais. Os manuscritos mais antigos que temos da Bíblia hoje em
dia são aqueles encontrados nas cavernas do Mar Morto, entre os anos de 1947 e 1955. Também são
chamados de “manuscritos de Qumra’, pelo fato de vários desses manuscritos terem sido encontrados
na região de Qumran.
1. Os Copistas Bíblicos:
Copistas eram homens que faziam cópias das Escrituras Sagradas a partir dos manuscritos
originais. Esse trabalho era feito a mão com o máximo cuidado e zelo extremado. No entanto, apesar
de todo cuidado e zelo, cometiam certos erros tais como: esquecia de copiar uma palavra ou escrevia
uma letra a mais, ou colocava uma palavra numa linha errada, ou acrescentava uma palavra , ou
trocava uma apalavra ou letra; esses erros, porém, não alteraram a mensagem dos livros.
A Crítica Textual, chamada de Baixa Crítica, preocupa-se com a reconstrução dos textos bíblicos
originais, procurando corrigir os erros das cópias feitas pelos copistas.
Obs. A Baixa Crítica diferencia-se da Alta Crítica, pois esta se preocupar com as questões de
autoria, data, e composição dos livros da Bíblia.
A ciência não é nova, pois desde Esdras já havia a preocupação de corrigir os erros nas copias dos
manuscritos, feitas pelos copistas.
1.1. Os Soferins:
Soferim é uma palavra hebraica e está no plural. Eram escribas versados nas leis de Deus e nas
tradições dos judeus. Eles copiavam os textos das Escrituras, revisavam-nos e davam a sua
interpretação. As suas atividades tiveram início cerca de 400 anos a.C. quando Esdras organizou um
grupo de escribas para cuidarem do texto das Escrituras Sagradas, e continuaram até cerca de 200
anos d.C.
Um dos métodos mais simples que os soferins usavam para verificar se a cópias de um
determinado livro estava correta era: anotavam no fim de cada livro o número de palavras e letras.
Dessa forma, cada cópia deveria ter o mesmo número de palavras e letras que no original. Caso
contrário a cópia estava errada.
2.2. Os Massoretas:
Os massoretas, palavra derivada de “massorah” quer dizer tradição, eram um grupo de homens
preocupados com a Crítica Textual. Surgiu pelo ano de 500 d.C. e existiram até 950 d.C. Esses
homens criaram um sistema de acentos que fixavam o significado de cada palavra, sua pronúncia, a
cadência exata para a recitação nas sinagogas, e a conexão entre palavras. Com o sistema de
acentos, preservaram por escrito a tradição das vogais, inexistentes nos manuscritos originais, e
acentos hebraicos e corrigiam muitos erros, já mencionados anteriormente, dos copistas.
Os judeus Moses Bem Arsher e seus filhos Arão e Naftali são os mais famosos eruditos dos
massoretas.
Os manuscritos do Antigo Testamento existentes no início da era cristã foram considerados como
verdadeiros e autorizados pelo Senhor Jesus Cristo e pelos apóstolos. Por isso, pode-se afirmar que
as cópias do antigo Testamento hebraico existentes hoje foram preservados com alto grau de
exatidão.
INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES
Há, portanto, hoje dois tipos de textos em hebraico: o massorético e o Pentateuco Samaritano, que
emprega antigas caracteres hebraicos, e é pré-cristão.
C. VERSÕES
Há muitas versões das Sagrada Escrituras para diferentes línguas, antigas e modernas. As
principais traduções são: A Septuaginta (LXX), tradução para a língua grega e a Vulgata versão para a
língua latina.
1. A Septuaginta (LXX):
Esta foi a primei9ra tradução completa do Antigo Testamento do original hebraico. Recebe este
nome devido ao número de pessoas (72) que fizeram a tradução. Foi feita no Egito, na ilha de Faros,
por judeus que viviam na cidade de Alexandria. Visava especialmente os judeus que haviam
esquecido o hebraico e falavam apenas o grego. Logo ela tornou-se muito conhecida e difundida entre
as nações daquela época. Deve-se a ela também a classificação por assunto como temos hoje no
Antigo Testamento: a Lei, Os livros Históricos, os Poéticos e os profetas. Esta tradução é ainda hoje
usada na Igreja Grega.
2. A Vulgata:
Recebe este nome porque “Vulgata” vem do latim “vulgos” que quer dizer povo. Foi feita por
Jerônimo, considerado o homem mais sábio do seu tempo, foi encarregado pelo Bispo de Roma
Dâmaso para fazer a tradução da Bíblia para o latim, a versão foi feita entre 387 e 405 A.D. num
mosteiro em Belém. Jerônimo tinha 60 anos quando iniciou a tradução. Durante a Idade Média tornou-
se a Bíblia mais usada pela Igreja do Ocidente, e em 1546 foi decretada como a Bíblia oficial da Igreja
Católica Romana no concílio de Trento. Foi também ela o primeiro livro impresso no mundo. Quase
todas as outras versões da Bíblia tiveram como base a Vulgata.
b) Versão Portuguesa:
A primeira versão em português das Sagradas Escrituras foi feita por João Ferreira de Almeida. Ele
era ministro da Igreja Reformada Holandesa e traduziu totalmente o Novo Testamento, porém o Antigo
Testamento foi só até Ezequiel 48.21, tendo Jacob Opdem Akker completado o resto da versão. A
versão de Almeida teve como base as línguas originais: o grego e o hebraico, línguas que ele
aprendeu depois de convertido. Morreu em 1691, e a Igreja Católica Romana o queimou em estátua,
em Goa. O Antigo Testamento foi publicado em 1753 na Holanda. O Novo Testamento saiu primeiro,
foi publicado em 1681. Só em 1819 é que a Bíblia completa, em português, foi publicada pela primeira
vez pela Sociedade Bíblica Britânica. Portanto, como se vê, a única e fiel tradução da Bíblia para o
português foi feita por protestantes e publicada no estrangeiro.
Após ser revisada em 1894 e 1925 a tradução de Almeida foi publicada em 1951 pela Imprensa
Bíblica Brasileira, recebendo o nome de Edição Revisada e Corrigida (ARC). De 1945 a 1955 um
grupo de 30 teólogos de várias denominações fizeram outra revisão. Usando o texto grego para o
Novo Testamento e o hebraico para o antigo Testamento, a comissão revisora publicou o Novo
INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES
a. O Cânon de Marcião:
O Cânon de Marcião foi o primeiro a ser feito, cerca de 144 A.D. Marcião era um líder religioso,
gnóstico e herege que por sua própria conta decidiu selecionar os livros do Novo Testamento que
deveriam ser considerados divinamente inspirados e por isso deveriam fazer parte do Cânon do Novo
Testamento. Marcião, no entanto, era contrário às influências do Judaísmo no Cristianismo, por isso
mutilou vários livros, retirando dos mesmos todas as referências aos judeus. A reação imediata e
agressiva da Igreja contra este Cânon mostra que ela de modo geral já havia selecionado e aceito os
atuais livros como os únicos inspirados e rejeitado os outros.
INTRODUÇÃO BÍBLICA LIVROS APÓCRIFOS
2. Critérios de Canonicidade:
A formação do Cânon do Novo Testamento precisou de algum tempo e houve muitas diferenças de
opinião. Quatro critérios de canonicidade foram usados para determinar os livros que deveriam fazer
parte do Cânon do Novo Testamento.
a. A autoria:
O critério mais importante era o da apostolicidade, ou seja, o livro deveria ter sido escrito por um
apóstolo ou por alguém que tivesse vivido intimamente com um apóstolo e o livro tivesse sido escrito
numa data dentro do período apostólico. Os apóstolos tinham autoridade para escrever sobre Jesus
Cristo porque eles haviam estado em contato direto com Jesus Cristo. (Veja I João 1.1-4). Marcos foi
companheiro e recebeu influência tanto de Pedro como de Paulo. Lucas era amigo e companheiro de
Paulo. Judas e Tiago eram meio-irmãos de Jesus e companheiro dos apóstolos da Igreja em
Jerusalém. O livro de Hebreus foi o que causou mais dificuldade, uma vez que havia muitas dúvidas
quanto a sua autoria.
b) A Doutrina:
O conteúdo do livro deveria estar de acordo com a doutrina oral dos apóstolos, ter caráter espiritual
elevado e efeito moral edificante, bem como deveriam estar de acordo com as doutrinas do resto das
Escrituras Sagradas. Muitos livros foram rejeitados porque não estavam de acordo com este critério.
c. A Universalidade:
Para ser aceito no Cânon do Novo Testamento o livro deveria primeiramente ser aceito por todas as
igrejas. A princípio houve muita discussão, porque nem todos os livros eram aceitos por todas as
igrejas e outros tinham a autoria duvidosa, como era o caso da carta aos Hebreus. Os livros que já
eram aceitos como inspirados por Deus não encontraram nenhuma dificuldade.
d. A Inspiração Divina:
O último critério era o reconhecimento de que o livro era divinamente inspirado pelo Espírito Santo
de Deus. Veja novamente o item sobre Inspiração. Deus não só inspirou homens e os usou como
instrumentos para transmitir a sua mensagem, mas também inspirou aqueles que tiveram que decidir
sobre quais os livros que deveriam fazer parte do Cânon do Novo Testamento.
Antes do final do IV Século d.C. todos os 27 livros já eram aceitos pelas Igrejas. Atanásio, patriarca
de Alexandria, publicou uma lista com os 27 livros que hoje se encontram na nossa Bíblia. A lista foi
aceita e reconhecida pelo Concílio de Hipona, na África, em 393 d.C. Porém o reconhecimento e
fixação oficial do Cânon do Novo Testamento só ocorreu em 397 d.C. no III Concílio de Cartago.
Dessa forma observa-se que o processo foi longo, porém necessário, a fim de que fosse evitado a
inclusão de livros apócrifos e espúrios, preservando a integridade dos Escritos Sagrados.
V. OS LIVROS APÓCRIFOS
O Cânon do Antigo Testamento da Igreja Católica Romana é diferente do Cânon Protestante. As
edições da Bíblia da Igreja Católica romana possuem um total de 73 livros e mais 4 acréscimos feitos
aos livros canônicos de Ester e Daniel, ou seja, além dos 39 do Antigo Testamento e dos 27 do novo
Testamento a Igreja Católica Romana aceitou mais 7 livros e 4 acréscimos apócrifos como inspirados,
foram oficializados no Concílio de Trento, em 1546. O reconhecimento por parte da Igreja Católica
Romana desses livros teve como finalidade combater a Reforma Protestante, que combatia
ardorosamente várias doutrinas heréticas da igreja romana, tais como: doutrina do purgatório, da
INTRODUÇÃO BÍBLICA LIVROS APÓCRIFOS
oração pelos mortos, da salvação pelas obras, que só encontravam apoio nos livros apócrifos, dái a
necessidade de reconhecê-los como canônicos.
Não foi a Igreja Romana que fez os acréscimos, eles apareceram pela primeira vez na Septuaginta,
tradução feita do hebraico para o grego, como já foi estudado. No entanto, quando foi feita a tradução
do Antigo Testamento para o Latim, a tradução não foi feita direta do texto hebraico, mas do texto
grego, por isso foram incluídos os livros apócrifos que estavam na Septuaginta. Mais tarde, quando
Jerônimo fez a tradução da Vulgata, no ano 405 d. C. foi obrigado a incluir os apócrifos, mas com uma
ressalva, que eles não podiam servir como textos para base doutrinária. Recomendação esta rejeitada
pela Igreja Romana, quando em 1546, considerou-os como canônicos, exatamente para apoiar suas
heresias doutrinárias. O total eram 14 escritos apócrifos, mas a Igreja Romana só aceitou 11,
rejeitando três restantes. A Igreja Ortodoxa Grega aceitou todos os 14.
O termo apócrifo vem do grego “APOCRYPHOS’ e quer dizer literalmente “escondido”, “oculto”,
referia-se a livros sobre assuntos secretos, misteriosos e ocultos. Significa também, livros de origem
desconhecida ou falsa e no sentido religioso, escritos não-canônicos.
Os escritos apócrifos foram escritos no período interbíblico, entre Malaquias e Mateus, portanto
naquele período em que Deus cessou completamente sua revelação e comunicação com o homem.
Razão suficiente para não considerá-los de inspiração divina.
A Igreja Protestante rejeitou-os como divinamente inspirados, daí a razão da diferença dos dois
cânones, o Católico e o Protestante. A Igreja Protestante, ou Evangélica não aceita esses livros
porque:
1) Nunca foram reconhecidos e aceitos como divinamente inspirados e por isso não faziam parte do
cânon hebraico;
2) Os próprios autores não reconheciam seus escritos como divinamente inspirados. ( I Macabeus
4.46; 9.27; e II Macabeus 2.23; 15.38; veja apêndice no final da apostila);
3) Não foram aceitos por Jesus e seus apóstolos, pois jamais tais livros foram citados por eles;
4) Nunca foram reconhecidos e aceitos pela Igreja Primitiva.
Os livros que a Igreja Protestante chama de apócrifos a Igreja Católica Romana chama de
deuterocanônicos.
Apêndice 1
I - LIVROS CANÔNICOS DO ANTIGO TESTAMENTO (PARA PROTESTANTES E CATÓLICOS):
Apendice 2
1. I Macabeus 4.46. “e transportaram suas pedras a um lugar conveniente sobre a montanha do
templo, aguardando a decisão de algum profeta a esse respeito”
2. I Macabeus 9.27. “A opressão que caiu sobre Israel foi tal, que não houve igual desde o dia em que
tinhamm desaparecido os profetas”.
3. II Macabeus 2.23. “eis o que Jasão de Cirene narra em cinco livros que vamos tentar resumir em
um só”.
4. II Macabeus 15. 37b,38. “Finalizarei aqui a minha narração. Se ela está felizmente concebida e
ordenada, era este o meu desejo: se ela está imperfeita e medíocre, é que não pude fazer melhor”.
BIBLIOGRAFIA