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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO EM QUÍMICA

Trabalho de Português

Periodização da Literatura

Alunos: Lucas Robert Turma: Qui1A


Maria Luiza Andrade
Mariana Gabriela
Pedro Henrique Soares
Tiago Simão
Victor Sant’anna
Profª.: Sônia Beatriz

Belo Horizonte, 2009


Introdução
Assim como a música, a pintura e a dança, a Literatura é considerada uma
arte. Através dela temos contato com um conjunto de experiências vividas pelo
homem sem que seja preciso vivê-las.
A Literatura é um instrumento de comunicação, pois transmite os
conhecimentos e a cultura de uma comunidade. O texto literário nos permite
identificar as marcas do momento em que foi escrito.
A história da Literatura estuda os movimentos literários, artistas e obras de
uma determinada época com características gerais de estilo e temáticas comuns, e
sua sucessão ao longo do tempo.
As histórias da literatura são divididas em grandes movimentos denominados
eras, que se dividem em movimentos denominados estilos de época ou escolas
literárias. Cada escola literária representa as tendências estético-temáticas das
obras literárias produzidas em uma determinada época.
As escolas literárias são:

- Era Medieval (Trovadorismo e Segunda Época)


- Era Clássica (Classicismo, Barroco, Arcadismo)
- Romantismo
- Realismo / Naturalismo
- Simbolismo
- Modernismo
ERA MEDIEVAL
Foi a primeira manifestação literária da Língua Portuguesa. Surgiu no século XII, em
plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.
Nessa época em que há o predomínio da oralidade, a poesia é marcada pelas cantigas
trovadorescas, que possuem uma estreita relação com a música, o canto e a dança.
Dividiu-se em:
• Primeira Época ou Trovadorismo (1189)
• Segunda Época (1434).

 Trovadorismo
Nessa época em que há o predominio da oralidade, a poesia é marcada pelas
cantigas trovadorescas, que possuem uma estreita relação com a música, o canto e a
dança. Em virtude disso, fazia-se necessário o acompanhamento de instrumentos
musicais, tais como a harpa, a flauta, o alaúde, a viola, etc.
Eram poetas do século XII, quando Portugal era feudal e teocentrista. Eles foram
chamados de trovadores por causa da palavra francesa “trouver” que significa achar,
encontrar. Falava-se que o poeta encontrava música nos poemas.

 As poesias trovadorescas são divididas em Cancioneiros:


- Cancioneiro da Ajuda: o mais antigo, 310 cantigas.
- Cancioneiro da Vaticana: pertencente à biblioteca do Vaticano, 1205 cantigas.
- Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: 1647 cantigas.

 Tipos de cantiga:
- Lírico-amorosa, subdividida em cantiga de amor e cantiga de amigo.
- Satírica, sendo de escárnio e maldizer.

 Obra principal: “Cantiga da Ribeirinha”, de Paio Soares de Taveirós

 Principais trovadores foram: João soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D.
Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno
Fernandes Torneol.

A poesia trovadoresca tem sua importância como documento de história de nossa


língua, de costumes da época e como inspiradora do lirismo de poetas posteriores.

Tipos de cantigas
* Cantigas Satíricas: Compostas pelos trovadores portugueses com o objetivo de criticar
alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira.

Cantigas de escárnio Cantigas de maldizer


Sátira indireta (não cita nomes, mas Sátira direta (cita nomes)
todos sabem quem é a pessoa que
está sendo satirizada).

Sutis e bem-humoradas Grosseiras com a intenção de ofender


* Cantigas Lírico-amorosas: Cantigas em que o amor é a temática constante.

Cantigas de amor Cantigas de amigo


Origem Provençal Origem popular ou peninsular
Autoria masculina Autoria masculina (neste período as
mulheres não escreviam)
Sentimento masculino (eu-lírico Sentimento feminino (eu-lírico feminino)
masculino)
Ambientação palaciana Ambientação popular (natureza, rio,
campo, lago)
Amor cortês em que há vassalagem Amor real (saudades de quem ela teve)

Vassalagem Linguagem mais simples

Coita (sofrimento de amor) Temática variada

Mulher socialmente superior e casada Composições com diálogo (mãe, amigas


natureza)
Cantigas de refrão Cantigas de refrão

Cantigas de maestrias, sem refrão Cantigas com paralelismo

Ex: Cantiga da Ribeirinha


Paio Soares de Taveirós

No mundo ninguém se assemelha a mim


enquanto a minha vida continuar como vai
porque morro por ti e ai
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que eu vos descreva (retrate)
quanto eu vos vi sem manto (saia : roupa íntima)
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia (ou seja, viu a mais bela).
E, minha senhora, desde aquele dia, ai
tudo me foi muito mal
e vós, filha de don Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupas luxuosas)
pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor) de vós nunca recebi
algo, mesmo que sem valor.
ERA CLÁSSICA
Dividiu-se em:
 Classicismo (1527)
 Barroco (1580)
 Arcadismo ou Neoclassicismo (1756)

Classicismo
 Contexto histórico: Antropocentrismo; desenvolvimento do comércio na Europa, que
financiou o movimento renascentista; criação da imprensa; Humanismo: o homem
acima de tudo; Revolução tecnocientífica.
 Características: Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antiguidade; uso
da mitologia dos deuses e o uso de musas como inspiração; Racionalismo:
predomínio da razão sobre os sentimentos; uso de linguagem sóbria, simples, sem
excesso de figura de linguagem; universalismo (valorização de temas universais);
Nacionalismo; Neoplatonismo amoroso; busca do equilíbrio formal (perfeição);
introdução de versos decassílabos (dez sílabas poéticas).

Barroco
• Contexto histórico: O período barroco sucedeu o Renascimento, do final do século
XVI ao final do século XVII. Iniciado em 1580 com a morte de Luiz Vaz de Camões
e a União Ibérica, o barroco marca o início da decadência de Portugal, que vivia
seu apogeu econômico e social. O marco inicial do Barroco brasileiro é o poema
épico, “Prosopopeia de Bento Teixeira” (1601). O Barroco é conhecido como “arte
do conflito”, pois (por causa do Renascimento) o homem estava dividido entre dois
valores diferentes (Teocentrismo X Antropocentrismo).
• Características: Tentativa de fundir duas características diferentes do pensamento
europeu; culto exagerado da obra, sobrecarregando a poesia de figuras de
linguagem; Dualismo: onde o poeta se sente dividido devido à duas ideias opostas;
culto do contraste, conflito entre o bem e o mal, o Céu e o Inferno, Deus e o Diabo,
o material e o espiritual, o pecado e o perdão...; pessimismo, que era acarretado
devido a confusão causada pelo dualismo; Literatura moralista, já que era usada
pelos padres jesuítas para pregar a fé e a religião; o Barroco revela a busca da
novidade e da surpresa, o gosto da dificuldade; Cultismo: descrição de objetos
simples usando uma linguagem rebuscada, culta e extravagante; Conceptismo:
jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico.

Arcadismo
 Contexto histórico: O arcadismo, também chamado neoclassicismo é o período que
caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de
uma nova tonalidade burguesa. A primeira metade do século XVIII marcou a
decadência do pensamento barroco, para a qual colaboraram vários fatores: a
burguesia ascendente, voltadas para as questões mundanas, passou a deixar em
segundo plano a religiosidade que permeava o pensamento barroco; além disso, o
exagero da expressão barroca havia cansado o público, e a chamada arte cortesã,
que se desenvolvera desde a Renascença, atingia um estágio estacionário e
apresentava sinais de declínio, perdendo terreno para a arte burguesa, marcada pelo
subjetivismo. Surgiram, então, as primeiras arcádias, que procuravam a pureza e a
simplicidade das formas clássicas.
 Características: Ideias iluministas; Laicismo: doutrina que defende a separação do
Estado e da igreja; Liberalismo; Carpe diem: aproveitar a vida e não ficar apenas
pensando no futuro; Antropocentrismo; Fugere Urbem: ideal de viver na zona rural em
detrimento das zonas urbanas; Bucolismo: vida campestre, viver no campo;
Formalidade rigorosa; Revalorização da cultura clássica; Aurea Mediocritas: simboliza
a valorização das coisas cotidianas focalizadas pela razão; Idealização do amor e da
mulher; Objetivismo; sátira política; linguagem simples; uso de versos decassílabos,
sonetos e outras formas clássicas; preocupação com a estética e a forma.

Ex:
Não tenho paz nem posso fazer guerra;
Temo e espero e do ardor ao gelo passo
E vôo para o céu e desço à Terra
E nada aperto e todo o mundo abraço

Prisão que nem se fecha ou se descerra,


Nem me retém nem solta o duro laço,
Entre livre e submissa esta alma erra,
Nem é morto nem vivo o corpo lasso.

Vejo sem olhos, grito sem ter voz;


E sonho parecer e ajuda imploro;
A mim odeio e a outrem amo após.

Sustento-me de dor e rindo choro;


A morte como a vida enfim deploro
E neste estado sou, Dama, por Vós.
Poemas de amor de Petrarca.

ROMANTISMO (1825)
• Origens: declínio da nobreza e à ascensão da burguesia européia. Diante dos
novos governantes, de um novo público leitor e o surgimento da imprensa
burguesa, surgiu o movimento com novos valores estéticos. O romantismo surgiu
na Inglaterra, na Alemanha e na França, mas coube somente à França difundi-lo
em outros países.
• Características:
- Rejeita-se a imitação dos gregos e latinos, passando-se a cultivar as próprias tradições,
os próprios valores, com uma forte preocupação em tratar da nacionalidade.
- Abandona-se a mitologia e cultiva-se o sentimento de exaltação da natureza.
- Não há obediência às regras literárias do passado: cada escritor é juiz da sua própria
inspiração e arte, tomando lugar da razão.
- Desenvolve-se o drama e o romance.
- A poesia escolhe livremente seus ritmos e formas, sem gêneros literários determinados.
- O escritor cria seu próprio vocabulário fugindo das normas acadêmicas tradicionais.
- A obra é marcada por sentimentalismo, melancolia, liberdade de criação, individualismo,
imaginação, sentimento religioso e nacionalista.
 Obras:
- Camões, Almeida Garret - A Moreninha, Joaquim Manuel Macedo
- Nostalgias, Camilo Castelo Branco - Iracema, José Alencar
- Os Timbiras, Gonçalves Dias
- Navio negreiro, Castro Alves

Navio Negreiro
Castro Alves

III

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!


Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

REALISMO/NATURALISMO (1865)
O realismo surgiu como uma reação ao subjetivismo, ao individualismo e ao eu
românticos. Surgem o objetivismo e o impersonalismo. A razão, a perquisa e a ciência
ocupa lugar do sentimentalismo. Procuram retratar o homem e a sociedade a partir da
observação do ambiente, dos costumes buscando as causas dos fatos e o fenômenos
que abordam.
O naturalismo considera o ser humano como um produto biológico, profundamente
marcado pelo meio ambiente, pela educação, pelas pressões sociais e pela
hereditariedade.
O realismo na poesia ganhou o nome de PARNASIANISMO.
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas
desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava
mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era
preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor
adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum
diante dos poderosos. Uma característica comum ao Realismo é o seu forte poder
de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo.
 Autores e Obras:
- Machado de Assis: Helena, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro,
Crisálidas.
- Raul Pompéia: As jóias da coroa, Canções sem metro.
- Aluísio Azevedo: O mulato, O cortiço.
- Olavo Bilac: As viagens, Alma inquieta, O caçador de esmeraldas.

SIMBOLISMO (1900)
Contrariamente ao realismo, o simbolismo procura expressar de maneira subjetiva o
mundo do inconsciente, do vago, do nebuloso, da ilusão, do caos, do ilógico e do mistério.
Temas mais frequentes: mistérios da vida, mistérios da morte, religião, existência de
Deus, misticismo, solidão, vago, oculto, sobrenatural.
Preocupação com a forma: a forma era mais importante que o conteúdo. Preocupava
mais com a beleza da palavra do que com o as idéias. Linguagem colorida, exótica,
poética e com ritmo.
• Musicalidade: davam grande ênfase ao valor musical da palavra. Aparece com
frequencia vocábulos sonoros, onomatopéias e aliterações.
• Utilização de palavras ambíguas.
• Predomínio da imaginação e da fantasia.
• Linguagem indireta: o poeta refere-se ao objeto sem dizer seu nome.

MODERNISMO (1915)
O Modernismo (1922 a 1930) se baseou na concepção de que o que era novo era
melhor e que as pessoas deveriam se adaptar as realidades do século XX, e isso refletiu
na literatura. O modernismo era a favor da mudança radical da linguagem e do formato da
literatura. Os modernistas estavam cansados da mesmice brasileira e empolgados com as
novidades na Europa. Surge em oposição às restrições da literatura realista.
Caracteriza-se pela introdução de novos elementos estilísticos e por uma
radicalização da estrutura narrativa não linear, com o emprego de linhas temporais
desconexas, por exemplo.

As principais características do Modernismo são:


 Nacionalismo;
 Temas do cotidiano;
 Linguagem com humor;
 Contrariedade aos padrões clássicos e tradição;
 Linguagem coloquial, do dia-a-dia;
 Regionalismo;
 Preocupação com a observação e análise crítica da realidade.

Os principais autores:
 Mário de Andrade
 Oswaldo de Andrade
 Cassiano Ricardo
 Alcântara Machado
 Manuel Bandeira

Bibliografia:
 CEREJA, William Roberto e Thereza Cochar Magalhães. Português: Linguagens, volume I – 4ª edição.
São Paulo: Atual, 2004.
 www.brasilescola.com/literatura/trovadorismo.htm
 www.wikipedia.org

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