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FACULDADES OPET

CURSO DE DIREITO

A influência política na autonomia dos três poderes.

CURITIBA
2010
CÉSAR DA COSTA
JEREMY WU SANTIAGO DA C. E SILVA

A influência política na autonomia dos três poderes.

Trabalho Interdisciplinar apresentado ao curso de


Direito, Turma 4B, das Faculdades Opet.

Orientador: Professor Luiz Osório Panza

CURITIBA
2010
A influência política na autonomia dos três poderes.

César da Costa1
Jeremy Wu Santiago da C. e Silva2

A República Federativa do Brasil, forma de governo que através da legitimidade popular


dos representantes que compõem os 3 poderes independentes e harmônicos, em um Estado
democrático de direito, com eleições periódicas e por tempo limitado, estabelece na
Constituição Federal, art. 2º, o princípio fundamental da divisão dos poderes no qual confia as
funções governamentais (legislativa, judiciária e executiva) a órgãos diferentes, com
elementos da especialização funcional e independência orgânica que com um sistema de
freios e contra pesos, estabelece a forma desejada de poder estatal da sociedade brasileira.
Tal princípio, no processo de extradição de nº 1085, é posto a prova quando um ato
administrativo, signado pelo Ministro da Justiça, é avaliado pelo Supremo Tribunal Federal
porque tal ato impôs a suspensão do processo ao conceder ao estrangeiro italiano a
condição de refugiado, conforme art. 1º, I da Lei 9474/97.
Esta avaliação procurou estabelecer se a justificativa do ato administrativo atendeu ao
conjunto de elementos previstos na norma que se apoiou. Como todo ato vinculado possui
seus pressupostos, seus elementos e seus efeitos descritos em lei, não resta ao gestor
público liberdade para valoração deste. Verificando se não atendeu a estes requisitos, o
tribunal tem a obrigação de decretar a ilegalidade por tratar-se de ato nulo. E as nulidades
absolutas independem de argüição, pronunciáveis de ofício por dever do tribunal. O judiciário
deve velar pela legalidade estrita dos atos administrativos nas causas que lhes são sujeita.
Nos autos da extradição, o STF fez a análise das justificativas do ato administrativo e
estabeleceu que ao contrário do que afirma, há indícios concretos de que a situação política
atual da Itália não causa temor fundado de perseguição futura; não há na história italiana a
indicação de encobrir um regime de exceção, sendo as condenações por 4 crimes comuns de

1 Bacharel em Administração de Empresas pela UFPR; Pós-Graduado em Telemática, Redes e Internet


CEFET-PR; Acadêmico de Direito Faculdades OPET.
2 Acadêmico de Direito Faculdades OPET.

1
homicídio regulares de um regime democrático; a competência para apreciação se o crime é
político ou comum cabe exclusivamente ao STF e não por ato administrativo do Ministro da
Justiça e finalmente o fato de o proposto réu, enquanto na França, ficou como militante
político, é irrelevante visto tratar-se de terceiro país que não reclama extradição, impossível
aplicar benefício de refugiado.
Reforça-se a decisão quando os propósitos construtivos da criminalidade política não
justificam, nem podem justificar qualquer ato de violência. A infração penal comum aparece
como fator preponderante e, por isso mesmo, insuscetíveis de merecer tratamento
dispensado aos crimes políticos puros. Como a natureza dos crimes do caso em voga, foram
marcados por absoluta motivação política, intensa premeditação, extrema violência e grave
intimidação social, inexiste condição que impeça a extradição.
A decisão de extradição pelo STF não vincula execução ao Presidente da República,
que se denunciar o tratado internacional ou descumprí-lo, responderá frente a comunidade
internacional e ao Senado Federal, como previsto em norma constitucional.
O controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não interfere na separação de
poderes. Havendo o mau uso, por parte dos poderes, quando de suas atribuições, passando
de legítimo para o ilegítimo, é defeso o controle destes para evitar a desarmonia em prol da
eficiência Estatal que busca realizar os objetivos de nossa carta magna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed., São Paulo:
Editora Malheiros, 2008.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado - 14ª Ed., São Paulo: Editora
Saraiva, 2010.

DANTAS, Leila Poconé. Entrega de nacionais ao tribunal penal internacional versus


vedação constitucional de extradição. Revista da Esmese, Sergipe, n. 10, p. 35-50,
2007. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/22201>.

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