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Excertos de Conferências
Tradução de Amadeu Duarte- 2002
O Milagre da Atenção
3
25 Março 1975
8
A Realização da Generosidade
7 Abril 1979
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A Clareza da Compreensão
nem negar tal confusão; essa terrível bagunça que existe em nós
e no mundo ao nosso redor. Há de ser sempre uma pequena
minoria a produzir toda a mudança vital.
19 Maio 1968
A Investigação da Verdade
16 Maio 1982
A Virtude
16 Maio 1982
que empreenda, o que quer que ele crie, deve igualmente ser
limitado. Temos de possuir clareza mental e pureza do coração a
fim de podermos compreender a natureza da mente religiosa.
Para descobrirmos isso devemos efectivar a completa negação de
todos os rituais e símbolos criados pelo pensamento. Se
negarmos isso, e recusarmos aquilo que é falso, então
descobriremos o verdadeiro. Se percebermos por nós próprios
que todos os sistemas de meditação são criados pelo pensamento,
então negá-los-emos todos. Porquanto eles são concebidos pelo
homem. A vida que levamos é tão ordinária e incerta que
chegamos a alcançar a tendência de procurar um tipo qualquer
de satisfação interior profunda ou um pouco de amor, algo que
seja estável, permanente, duradouro. Queremos algo que se
apresente imutável, inalterável, e pensamos que o conseguiremos
se empreendermos determinadas coisas. Essas coisas são
inventadas pelo pensamento, mas o pensamento por si mesmo é
contraditório e por essa razão, toda a meditação que seja assente
numa estrutura concebida pelo pensamento não poderá ser
meditação, absolutamente. Isso implica a completa recusa de
tudo que o homem concebeu psicologicamente. No campo da
tecnologia não podemos efectuar essa negação, contudo temos de
negar todas as coisas que criamos e escrevemos sobre a busca da
verdade. Mas nós caímos sempre nessa armadilha por
querermos escapar do cansaço, da tristeza e das agonias da
vida. Desse modo temos de recusar todas essas posturas, todos
esses exercícios respiratórios e actividade do pensamento, para
que assim possa surgir a questão do pensamento ser ou não
capaz de chegar a um término. Ou seja, sabermos se o
pensamento que se torna tempo, poderá deixar de existir. Não o
tempo externo mas o tempo que está implícito ao vir a ser- quer
isso represente tornar-se iluminado, ou não-violento, ou o vir a
ser do homem vaidoso na busca de um meio para se tornar
humilde. Todo esse padrão psicológico de nos tornarmos alguém
constitui o tempo. E o tempo é também pensamento. Portanto
poderá o pensamento ter fim? Não findar através de uma
disciplina nem duma forma de controle qualquer, pois que
entidade será essa que disciplina?
Sempre subsiste em nós o sentido de dualidade psicológica: do
controlador e da coisa controlada, do observador e da coisa
observada, daquele que experimenta e da coisa experimentada,
do pensador e do pensamento. Temos sempre presente essa
dualidade divisiva, provavelmente decorrente da observação do
mundo físico, porque aí existe a dualidade da luz e da sombra,
24
5 Fev. 1982
O Eterno,
Infinitamente Sagrado
14 Jan. 1979
3 Set 83
Viver Sem o
Esforço Procedente da Vontade
3 Set 78
Harmonia entre
O Conhecido e o Desconhecido
21 Julho 1983
A Vivência do Sagrado
precipício não é coisa que exija tempo mas trata-se duma acção
instantânea proveniente da percepção daquilo que nos
acontecerá se nos lançarmos. Portanto, se percebermos, de igual
modo, toda a falsidade dos movimentos do pensamento e da
análise, da aceitação do tempo, etc., nesse caso ocorrerá essa
acção instantânea do pensamento, na qualidade de "eu", que
porá término a si mesmo.
Portanto, a vida religiosa é uma vida de meditação, em que
todas as actividades do "eu" se acham ausentes. E nós podemos
viver essa forma de vida todos os dias. Quer dizer, podemos
viver uma vida como seres humanos com permanente vigilância
e observação, com uma mente atenta e capaz de observar os
movimentos do "eu". Todavia, essa observação há de proceder
do silêncio e não da conclusão.
21 Julho 1983
58
1Agosto 1976
A Esclarecimento Individual
Não é uma Condição Fixa
Por isso tenham cuidado com o homem que diz que sabe.
A iluminação espiritual não é uma coisa fixa, invariável; não
existe nada permanente nesse estado. Tudo o que precisamos
fazer é obter compreensão do caos e da desordem em que vivemos,
porque pela compreensão disso obteremos ordem e a clareza
poderá surgir; isso suscitará a certeza. E uma certeza assim
significa inteligência; quando pudermos dispor de tudo isso, e a
mente for capaz de o objectivar com bastante clareza isso abrirá
a porta. Aquilo que residir para lá disso não poderá ser nomeado
nem descrito; todo aquele que o descrever certamente não o terá
visto porque isso não pode ser descrito por palavras; a palavra
não é a coisa, como também a descrição não é a coisa descrita.
Tudo o que podem fazer é conseguir dar inteira atenção às
relações e perceber que enquanto subsistir uma imagem não
poderemos dispor de atenção para compreendermos toda a
natureza do prazer e do medo- perceber que o prazer não é
amor, que o desejo não é amor. E temos que o descobrir por nós
mesmos, porque ninguém no-lo pode transmitir. Todas as
religiões têm pregado o ”Não matarás” e no entanto isso não
passa de um simples amontoado de palavras sem significado.
O que quer que tenha sido dito no passado pode ser verdade,
porém essa verdade não lhes pertence. Terão de descobrir e
aprender o que significa não matar jamais, e então essa verdade
será vossa e ganhará vida. Do mesmo modo, terão de perceber
em que consiste a liberdade- por vós mesmos e não através de
outro, nem pela prática de um sistema inventado por alguém,
nem pela aceitação de um guru, de um mestre ou salvador- terão
de descobrir o que é falso e descobrir por vós mesmos como
viver uma vida inteiramente isenta de conflitos, porque tudo isso
é meditação.
18 Março 1973
2 Set 1979
Observação Incondicional
21 Julho 1983
82
25 Julho 1976
17 Set. 72
Fim