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CONSTRUÇÕES EM PAINÉIS DE EPS

1. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

EPS é a sigla internacional do Poliestireno Expandido de acordo com a


definição da norma DIN ISO-1043/78. É um plástico celular rígido, derivado do
petróleo através da polimerização do estireno em água, constituindo-se em
uma espuma termoplástica, classificada como material rígido tenaz. No estado
compacto, o poliestireno expandido é um material rígido, incolor e
transparente.

Na polimerização, o pentano – hidrocarboneto que entra em ebulição à


temperatura ambiente -, é utilizado como elemento expansivo. Para melhorar
as propriedades do poliestireno, particularmente sua resistência ao fogo,
outros aditivos são acrescentados na fase de polimerização, apresentando-se,
então o material sob forma granulada, de aspecto vítreo.

Para obtenção dos blocos de EPS, o material é submetido à ação de vapor


saturado, produzindo uma expansão dos grânulos de poliestireno vítreo em
cerca de 20 a 50 vezes o volume inicial, obtendo-se então os diferentes tipos.
A espuma termoplástica resultante contém 98% de ar e 2% em volume de
matéria sólida na forma de poliestireno, o que garante ao EPS suas
propriedades físicas peculiares, de extrema leveza e de excelente isolação
termo acústicas.

Foi descoberto em 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz na


Alemanha. No Brasil é conhecido como “Isopor®”, marca registrada da Knauf,
que designa comercialmente os produtos de poliestireno expandido
comercializados por ela.

São fabricados sete diferentes tipos de EPS, cujas propriedades básicas têm os
seguintes valores:

PROPRIEDADES NORMA Unid. TIPOS DE EPS

Método TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO


Ensaio 1 2 3 4 5 6 7

Densidade Aparente NBR 11 Kg/m³


10,0 12,0 14,0 18,0 22,5 27,5 32,5
Nominal 949
Densidade Aparente NBR 11 Kg/m³
9,0 11,0 13,0 16,0 20,0 25,0 30,0
Mínima 949
Condutividade Térmica NBR W/m.K
- - 0,042 0,039 0,037 0,035 0,035
Máxima (23ºC) 12094
Tensão por Compressão NBR 8082 kPa
≥33 ≥42 ≥65 ≥80 ≥110 ≥145 ≥165
com deformação de 10%
Resistência Mínima à ASTMC- kPa
≥50 ≥60 ≥120 ≥160 ≥220 ≥275 ≥340
Flexão 203
Resistência Mínima ao EM-12090 kPa
≥25 ≥30 ≥60 ≥80 ≥110 ≥135 ≥170
Cisalhamento
Flamabilidade (se NBR
Material Retardante à Chama
Material Classe F) 11948
A identificação destes tipos é feita através de etiquetas de identificação, com o
selo da Abrapex em marca d água, da seguinte forma:

9 TIPO 1 (9 – 10kg/m³) e TIPO 2 (11- 12kg/m³) + Classe


Tarja Verde ou
Tarja Vermelha (se for retardante à chama)

9 TIPO 3 (13 – 14kg/m³) e TIPO 4 (16 - 18kg/m³)


Tarja Azul ou
Tarja Vermelha (se for retardante à chama)

9 TIPO 5 (20 – 22,5kg/m³), TIPO 6 (25–27,5kg/m³) e TIPO 7 (25–


31,5kg/m³)
Tarja Preta ou
Tarja Vermelha (se for retardante à chama).

A composição química do poliestireno expandido mostra que a combustão do


material, por ser um simples hidrocarboneto, não provoca emissão de gases
tóxicos, como acontece com outros plásticos, não contendo e não produzindo
gás CFC ou qualquer outro gás agressivo à camada de ozônio.

Por suas características técnicas de


• baixa condutividade térmica;
• baixo peso;
• resistência mecânica;
• baixa absorção de água;
• absorção de choques;
• resistência à compressão;
• resistência ao envelhecimento;
• não emitir gases tóxicos;
• não produzir gases agressivos à camada de ozônio da Terra,

proporciona muitas vantagens na sua utilização, como:

• facilidade de manuseio;
• versatilidade de formatos e tamanhos;
• resistência ao envelhecimento;
• ser imputrescível,
• não mofar,
• não servir como alimento a micro-organismos.

A maior de suas contribuições é dada ao meio ambiente, pois não contamina


nem o solo, nem a água e nem o ar, é 100% reciclável e reaproveitável. Ao
ser reciclado, o EPS pode ser utilizado novamente como matéria prima.
Após ter cumprido a sua função, o material torna-se um resíduo. No caso do
EPS existem diversas possibilidades para a redução e o aproveitamento deles.
A indústria do EPS esforça-se continuamente em reduzir a quantidade de
matéria utilizada no fabrico dos seus produtos, tanto através de
melhoramentos do material como através de formas que otimizam o
desempenho.

Os produtos de EPS podem ser reutilizados em muitas situações, como em


embalagens especialmente projetadas para suportarem viagens múltiplas. Ao
reduzir o peso das embalagens, reduz o peso total da mercadoria
transportada, conseqüentemente, reduzindo o consumo de combustíveis dos
veículos de transporte, o impacto do excesso de cargas transportadas sobre as
pavimentações das rodovias e a emissão gás carbônico no meio ambiente.

Os resíduos provenientes de embalagens industriais e de distribuição são


viáveis de serem submetidos à reciclagem mecânica por se encontrarem
limpos. Existem várias alternativas para este processo de reciclagem:
• Os resíduos são moídos e reintroduzidos no processo de fabrico, sendo
misturados com material virgem;
• Os resíduos são triturados e misturados com terra. Tal contribui para a
drenagem e a areação dos solos;
• Os resíduos triturados também contribuem para a areação dos resíduos
orgânicos, facilitando a sua transformação em composto;
• O EPS moído com diferentes granulometrias é misturado com diversos
materiais para produzir materiais de construção, tais como tijolos
porosos, rebocos isolantes;
• Os resíduos de EPS são facilmente trabalhados, através da
desgaseificação, fusão (ou sinterização) e granulagem do plástico,
obtendo-se poliestireno compacto, que pode voltar a ser utilizado como
matéria prima num sem números de produtos.

A reciclagem Química trata-se de uma maneira de obter as matérias primas


com que são fabricados os plásticos.

No aproveitamento energético, como com todos os plásticos, o EPS contém um


alto teor calorífico. Um Kg de EPS contém tanta energia quanto 1,3 litros de
combustível para aquecimento. A utilização de resíduos de EPS como fonte
energética reduz a necessidade de consumir combustíveis fósseis, conservando
os recursos naturais. As emissões provenientes de combustão do EPS, estas
são análogas às dos outros combustíveis – vapor d’água, dióxido de carbono e
quantidades diminutas de cinzas não tóxicas.

Sobre o EPS podemos concluir que:

• É um bom exemplo para o uso eficiente dos recursos naturais;


• O fabrico e utilização não comportam nenhum risco para a saúde
humana nem para o meio ambiente;
• Não danifica a camada de ozônio. Não utiliza, nem nunca utilizou, no
processo de fabrico gases das famílias CFC e HCFC;
• O processo de fabrico consome pouca energia e não geram resíduos;
• A utilização de EPS no isolamento térmico de edifícios proporciona uma
poupança notável de energia;
• O EPS não constitui substrato para fungos e outros microorganismos;
• Representa uma pequeníssima parte dos resíduos sólidos urbanos;
• Encerra um alto poder calorífico, o que o torna propício para a
recuperação energética através da incineração;
• Não é solúvel em água, pelo que não liberta substância para o ambiente;
• É 100% reciclável.

2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS

9 NBR 11752 – Materiais celulares de poliestireno para isolamento


térmico na construção civil e câmaras frigoríficas.
9 NBR 7973 – Determinação de absorção de água – Método de ensaio.
9 NBR 8081 – Permeabilidade ao vapor d água – Método de ensaio.
9 NBR 8082 – Resistência à compressão – Método de ensaio.
9 NBR 10411 – Inspeção e amostragem de isolantes térmicos –
Procedimento.
9 NBR 11948 – Ensaio de Flamabilidade – Método de ensaio.
9 NBR 11949 – Determinação da massa específica aparente. Método de
ensaio.
9 NBR 12094 – Determinação da condutividade térmica – Método de
ensaio.
9 ASTM C-203 – Test method for breaking load and flexural properties of
block-type thermal insulation.

3. APLICAÇÕES

Por sua baixa condutividade térmica e leveza, o EPS sempre esteve


relacionado ao conforto ambiental, nos isolamentos térmicos e acústicos em
paredes e lajes, aliado a diversos processos de impermeabilização, de
nivelamento de lajes e tratamento de juntas de dilatação. Indicado para o
preenchimento de vazios, especialmente em painéis e lajes industrializados,
pode também ser empregado como concreto leve, como aterro estável em
solos frágeis com ampla aplicação na engenharia rodoviária, como dreno de
grande eficiência, painéis divisórios, fachadas contínuas, painéis autoportantes,
blocos vazados, forma para colunas.

Por suas características técnicas, onde leveza, facilidade de manuseio e


versatilidade se aliam à boa resistência mecânica e à compressão, capacidade
de absorção de choques, baixo envelhecimento, baixa condutividade térmica e
absorção de água, e considerando a necessidade de construções sustentáveis,
que façam uso racional da energia, o EPS vem sendo apontado como um
produto estratégico.
3.1 ISOLAMENTOS TÉRMICOS E ACÚSTICOS

Em edificações térreas a superfície de exposição ao calor ou frio tem 70% da


troca de calor através do telhado. Em sobrados, em média é de 50%. Quem
pretende projetar ou construir com resultados confortáveis e de econômica de
energia com ar condicionado deve sempre pensar no isolamento térmico da
cobertura. Em climas de variações muito grandes em relação às temperaturas
de conforto o mesmo cuidado deve ser tomado também com as paredes.

O EPS pode sempre ser fornecido em placas nas espessuras adequadas a um


bom isolamento térmico ou qualquer outra determinada pelo consumidor,
facilitando bastante seu manuseio e aplicação.

O isolamento térmico de telhados pode ser feito diretamente sob as telhas.


Neste caso há diferentes posições de acordo com o processo construtivo
usado, tipo de telha ou até para telhado já concluído.

a) Telhado de fibrocimento

Colocam-se as placas de EPS em dimensões adequadas, juntamente com as


telhas, sobre as terças ou entre elas. Usa-se como apoio fios de arame
esticados transversalmente as terças e fixados nelas.
Por suas características físicas e de alta resistência mecânica relacionada com
baixo coeficiente de condutividade térmica (0,030 a 0,034 w/m ºC) e baixo
índice de absorção de água, tornam o EPS o mais indicado para o isolamento
térmico de coberturas planas ou telhados.

ESPESSURAS MÍNIMADA DA PLACA RECOMENDADA PARA ISOLAMENTO DE


TELHADO
Zona Quente Zona Quente Zona Fria
Sem ar condicionado Com ar condicionado
ESPESSURA PLACA 5 a 7 cm 5 a 12 cm 5 a 15 cm

b) Telhado de telhas cerâmicas, de concreto ou ardósia

Colocam-se as placas de EPS com juntas verticais sobre os caibros, se possível


com encaixes na horizontal que impeçam a penetração eventual de água;
sobre os caibros pregam-se ripas como mata-juntas e sobre elas as ripas de
apoio das telhas. Na Europa, onde as telhas são padronizadas, há placas com
relevos já próprios para o apoio das telhas, dispensando as ripas.

É aconselhado o uso de material de classe P1 para coberturas sem trânsito, P2


para coberturas / terraços com trânsito de pedestres e P3 para coberturas /
estacionamentos com trânsito de veículos.

c) Telhados já concluídos

Sempre que a estrutura e o espaço interno permitir deve-se aplicar as placas


sob as telhas, fixando-as sob os caibros pregando-se ripas como mata-juntas.
Não havendo condições de fazê-lo pode-se sempre isolar sobre o forro, seja ele
de laje, madeira ou gesso. Sua fixação pode ser feita com adesivos a base de
água ou álcool.

Vale ressaltar que este uso exige material da série F (retardante à chama)
d) Isolamento de paredes

Como foi dito anteriormente, há casos em que a irradiação do sol poente chega
a aquecer as paredes voltadas para oeste, transformando-as numa bateria que
acumula calor. Ao anoitecer, elas irradiam o calor para dentro de casa. Em
locais de inverno muito frio se da o contrario: as paredes se resfriam à noite
roubando o calor do interior das casas. Para ambos os casos, a solução é isolar
externamente ou internamente as paredes afetadas. No primeiro caso as
paredes poderiam ser apenas bem sombreadas, o que parece mais fácil mas
nem sempre econômico. Já no caso de invernos rigorosos todas as paredes
externas devem ser isoladas, o que se pode fazer facilmente com EPS.

O isolamento pela face externa das paredes é o mais eficiente porque suprime
pontos térmicos, reduz os movimentos decorrentes do diferencial de
temperatura na estrutura e acrescenta a inércia térmica na manutenção da
temperatura interna da casa. O sistema mais comum de isolamento é com
revestimento de argamassa sobre as placas de isolante (class. ISO n.10) e o
melhor material para esse sistema é o EPS. Usa-se o tipo F II (16 a 20kg/m3)
em placas que são fixadas sobre o emboço externo das paredes. Sobre elas é
aplicada uma tela que recebe o revestimento de argamassa de acabamento.
Essa argamassa deve ser pintada com tintas resistentes à água para impedir a
infiltração da chuva e de cor clara para reduzir a absorção de calor, porque
ambas prejudicam o revestimento do isolamento.

FORROS ISOLANTES
Há várias soluções arquitetônicas que demandam forros sob telhados ou sob
lajes estruturais que suportam instalações e tubulações que devem ser
forradas. Há também várias soluções para forros, entre elas os forros de EPS.

O forro de placas de EPS sustentadas por perfilados metálicos é um dos mais


práticos, baratos e isolam termicamente os ambientes forrados.

O sistema de sustentação pode ser simples perfilados de chapa galvanizada


pintada suspensos por tirantes. As placas de EPS são autoportantes, isolantes,
impermeáveis, permitem relevos decorativos e podem ser pintadas com tintas
à base de PVA e acrílico. São de manuseio muito fácil, antialérgicas e não são
atacadas por cupins.

A colocação do sistema metálico se inicia pregando uma cantoneira nas


paredes determinando o nível do forro. Os tirantes são fixados na estrutura
superior, seja ela de madeira, aço ou concreto, dando suporte ao forro a cada
metro. Os perfis inteiros são então colocados na menor largura do cômodo e os
perfis menores são fixados nos inteiros formando retângulos, geralmente de
0,50 x 1,00 m que receberão as placas de EPS presas aos perfis por presilhas
de mola.

O aspecto final fica muito agradável e a possibilidade de pintura representam


mais um leque de variações na decoração dos ambientes.

O EPS como isolante acústico:

Por ser composto de células fechadas, o EPS é um ótimo isolante térmico, mas
um pobre isolante acústico, como todos os isolantes térmicos eficientes. Por
isso, para fazer um piso flutuante onde o EPS trabalhe como isolante acústico,
há necessidade de um tratamento prévio das placas de EPS, para que as
paredes que fecham as micro células sejam rompidas por meio da prensagem
ou de calandragem.
3.2 PAINÉIS MONOLÍTICOS DE EPS

Representa um dos sistemas mais avançados do ponto de vista técnico em


termos de tempo, qualidade e economia. Consiste em atender no mesmo
sistema a exigências normativas de desempenho estrutural, conforto térmico e
de impermeabilidade, o que geralmente é um desafio complexo nos sistemas
construtivos convencionais.

Os painéis monolíticos são modulares, pré-fabricados montados com o


emprego de uma alma em poliestireno expandido (EPS) entre duas malhas de
arame de aço eletrossoldadas. Normalmente são utilizadas chapas de EPS,
com densidade de 16kg/m³ a 18kg/m³, do tipo 4F, retardante à chama (NBR
11949), e espessura mínima de 80mm, reforçados dos dois lados por telas de
aço eletrossoldadas de 3,4mm, malha 150x150mm, unidas por grampos,
formando um sanduíche, e revestidos nas duas faces com argamassa
industrializada, lançada manualmente ou projetada. (Fotos 2 e 3).
Esta montagem cria uma estrutura monolítica, autoportante, que confere
grande vantagem quanto à estabilidade da edificação como um todo, distribui
de maneira uniforme as cargas sobre as fundações, e apresenta bom
desempenho termo-acústico, isolando o interior do ruído externo e das
variações bruscas de temperatura.

Sistemas construtivos monolíticos com painéis de EPS podem ser utilizados em


prédios com vários pavimentos (onde os painéis de sustentação devem ser
duplos, com espaçamento variável preenchido com concreto estrutural) e
construções com mais de um pavimento sem necessidade de colunas ou vigas.
Podem ser empregados para executar tanto paredes como pisos e coberturas
inclinadas, sendo largamente utilizado na execução de residências, prédios
comerciais, industriais e casas populares nos paises europeus, asiáticos,
africanos e americanos, suportando inclusive abalos sísmicos.
Quando acabada, o aspecto da edificação será de construção tradicional de
alvenaria, uma vez que são empregados os mesmos materiais utilizados na
construção civil convencional, porém :

9 O painel é muito leve – entre 2,5 e 4kn/m², chegando a 120kg/m² após


a aplicação da argamassa estrutural, para paredes simples
autoportantes;
9 As paredes são sólidas e seguras, resistindo até a projéteis de grosso
calibre;
9 As cargas nas fundações são distribuídas e com redução de até 50%, o
que reduz custos com estacas e baldrames;
9 A rapidez de montagem confere uma redução de 40% no tempo de
execução de paredes;
9 Elimina o desperdício de material, reduzindo em até 80% os custos com
retirada de entulho na obra;
9 Limpeza e rapidez nas instalações hidráulicas e elétricas;
9 Maior resistência ao envelhecimento, uma vez que o EPS não apodrece,
não ganha bolor, não é solúvel em água nem libera substâncias tóxicas
para o ambiente, não constitui substrato ou alimento para o
desenvolvimento de animais ou microorganismos;
9 Permite um isolamento térmico e acústico que se traduz em conforto
para o usuário sem o uso do condicionamento de ar.

A execução da obra muito se assemelha à convencional, porém a rapidez e a


facilidade na aplicação requer pouca mão de obra especializada e
praticamente os mesmos equipamentos utilizados nos sistemas convencionais.

São utilizados os seguintes equipamentos necessários para instalar os painéis


e organizar o canteiro:

9 Betoneira, para o preparo da argamassa;


9 Projetores pneumáticos de argamassa;
9 Compressor;
9 Réguas de alumínio e escoras metálicas com regulagem;
9 Gerador de ar quente, que pode ser substituído por um simples
maçarico a gás;
9 Ferramentas convencionais de obra e equipamentos de proteção;
9 Estocagem dos painéis em local plano, afastado de atividade ou tráfego,
de modo a evitar danos ao material. Deve ser evitada a estocagem a céu
aberto de modo a minimizar o acúmulo de pó prejudicial à aderência da
argamassa na face exposta no topo da pilha e a ação dos raios
ultravioleta que amarelam a espuma.

Como ilustração, serão apresentadas fotos publicadas na revista Téchne, da


Editora Pini, edição 129, ano 14, dezembro de 2007 de uma residência
construída com base em um projeto realizado na Itália, em uma região sujeita
a terremotos, de catálogos disponíveis nos sites de fabricantes e do livro
“Manual de Utilização EPS na Construção Civil” elaborado pela ABRAPEX –
Associação Brasileira de Poliestireno Expandido – editado pela PINI.
Primeira Etapa: As fundações executadas conforme projeto estrutural , devem
prever a fixação de arranques de aço de 3,4mm a 5mm, 30cm acima do piso ,
aonde serão fixados os painéis monolíticos, alinhados pelo gabarito da obra.
São também assentadas as tubulações de esgoto, devidamente ajustadas ao
projeto, e aterrado, compactado e nivelado o solo para o lançamento do
contrapiso sobre uma lona plástica sem emendas. O contrapiso deverá ter o
nível confirmado, pois servirá de base para a montagem dos painéis de forma
eficiente e limpa.
Segunda Etapa: Painéis para lajes de piso têm o núcleo de poliestireno com
espessura de 80mm, com canaletas de 50mm x100mm ao longo do painel
para receber armadura adicional e posterior concretagem. Devem ser
escorados com contra-flecha de 20mm a 30mm para vãos de 3m.

Terceira Etapa: Nesta etapa os painéis são fixados nos arranques, com auxílio
de grampeador para grampos de aço CA60, e aplicado reforços com telas de
aço eletrossoldadas nas abas dos painéis sobrepostas aos painéis laterais. Os
cantos dos painéis e os cantos de portas e janelas também são reforçados
interna e externamente na posição diagonal, com pedaços da mesma tela,
para absorção de tensões e eventuais trincas.
Quarta Etapa: para alinhamento dos painéis são utilizadas réguas
(preferencialmente de alumínio) fixadas a 2,00m do piso com escoras
reguláveis, na diagonal perpendicular às réguas, que, ao serem ajustadas,
garantem a verticalidade (prumo) dos mesmos. Caso os painéis sejam
aplicados num segundo piso, os processos se repetem, utilizando-se a tela dos
painéis verticais como junção, dispensando arranques.

Quinta Etapa: O traçado das redes de instalações é marcado com tinta spray,
conforme os projetos específicos. Com auxílio de uma pistola de ar quente,
seguindo as marcas feitas com spray, são abertos sulcos, pela fusão da
espuma de EPS. A tubulação é toda montada e devidamente soldada sob a
tela de aço. As saídas de hidráulica e as caixas para instalação elétrica são
fixadas na malha de aço, observando-se a regulagem para que fiquem no
mesmo plano da face concluída do revestimento. Uma sofisticação admitida
pelo sistema e o aterramento da malha, criando uma gaiola de Faraday.
Concluídas as instalações das tubulações, pode ser iniciado o revestimento.
Sexta Etapa: Aplicação da argamassa industrializada para revestimento em
duas camadas. A primeira camada preenche a superfície do painel de EPS até
facear com a tela de aço, nas duas faces do painel para que a parede não
apresente retração diferencial nas faces revestidas.
Após a cura total desta primeira camada, são instalados os caixilhos e
batentes, que depois de fixados, nivelados e aprumados devem ser protegidos
contra os respingos da argamassa na segunda aplicação. A argamassa
projetada ou lançada manualmente, deve ser desempenada até atingir a
espessura determinada no projeto para o assentamento de revestimento
cerâmico ou final. A argamassa industrializada recomendada para
assentamento de cerâmica em áreas internas é ACI , em áreas externas ACII
e ACIII no caso de porcelanato (NBR14081 A 14084).

O preparo de argamassa deve ser no traço popular de 3,5:1 (areia:cimento).


Para uma mistura bem feita em betoneira deve-se usar:
9 50 kg de cimento
9 159 kg de areia média seca
9 100g de fibras de polipropileno (comprimento de 30mm, Ø 10dl).
O fator água/ cimento deve ser baixo (abatimento menor que 5 cm medido
pelo cone de Abrams). Recomenda-se a colocação de placas de compensado
ou lonas junto às paredes para permitir o recolhimento e aproveitamento da
argamassa projetada que cai.

Sétima Etapa: Se o projeto da edificação previr telhado, os painéis de


cobertura (inclinados) podem receber telhas diretamente sobre o concreto
desempenado e em processo de cura, evitando assim todo o madeiramento de
sustentação do telhado. Caso seja especificada a impermeabilização, esta
poderá ser leve. Outros acabamentos , como pisos e pinturas, poderão ser
feitos pelos processos convencionais. O aspecto final deste tipo de construção
é praticamente igual ao de uma obra convencional em alvenaria, mas os
ganhos de conforto para o usuário, tempo de construção, custo e qualidade
estrutural serão maiores.

Os Ensaios necessários são os seguintes:


a. Ensaios de Caracterização do EPS:
Permeabilidade ao vapor d água – ASTM E 96-80.
Absorção de água – ASTM D 2842/69.
Densidade Aparente – ASTM D 1622/88
Flamabilidade – ASTM D 3014/89

b. Ensaios de Caracterização da Malha:


Ensaio de cisalhamento na tração, ensaio de tração – MB776/89,
NBR6207/82, EB565/89.

c. Ensaio de Qualidade Argamassa:


Determinação da resistência à compressão axial de corpos de prova
cilíndricos de argamassa – NBR 5739.

d. Ensaio de Qualidade do Painel Pronto:


Verificação da resistência a cargas horizontais, uniformemente
distribuídas.
Verificação da resistência a impacto de corpo mole.
Verificação do comportamento sob efeito de solicitações transmitidas por
portas.
Determinação da resistência à flexão e à carga concentrada.
Verificação do conforto térmico – ANSI/ASHRAE 55-1981.
Determinação da resistência ao fogo em paredes com função estrutural –
MB 1192/77.
Determinação de estanqueidade à água de paredes externas.
Isolação de som aéreo – ISSO 140/111.
Ensaio em câmara climatizada para avaliação do revestimento aplicado
ao desenvolvimento de fungos emboloradores – Mil/Std 810 – Method
508.3 “Fungus”.

3.2 MOLDURAS

As molduras são usadas para substituir materiais convencionais como gesso,


cimento e madeira. Conforme o modelo, sua aplicação pode ser interna ou
externa. São produtos que permitem uma instalação rápida, fácil e limpa,
podendo ser instalados em locais já acabados. Tendo a vantagem de substituir
o gesso, instalação sem sujeira, perfeito acabamento, garantia permanente,
são leves e resistentes, instalação fácil e rápida.

A moldura é composta de uma peça recortada de EPS revestida em toda a


superfície por uma tela de poliéster e argamassa sintética modificada com
aditivos MONOMASSA E MONOCRYL, que é responsável pela resistência,
impermeabilidade e segurança que o elemento decorativo necessita.
Exemplos de molduras decorativas em EPS:

As principais vantagens na utilização da moldura de EPS são :

9 O EPS reduz o peso da moldura em 95%.


9 Não apresentam restrições em seu uso.
9 Não se utiliza guinchos e gruas para a instalação.
9 Fáceis de aplicar.
9 Resistentes.
9 Durabilidade testada e certificada.

3.3 LAJES PRÉ-MOLDADAS UNIDIRECIONAIS E BIDIRECIONAIS

O EPS tem características muito favoráveis para utilização como elemento


enchimento de lajes, é leve e resistente.
O EPS não serve de alimento a qualquer ser vivo inclusive microorganismos e
portanto , não favorece a presença de cupim, nem apodrece.
Usado em lajes pré –moldadas nervuradas em uma só direção ou em grelha,
permite grande economia de cimbramento, mão de obra e tempo.

As principais vantagens na aplicação em lajes pré fabricadas são:


9 É leve com peso entre 10 e 25 Kg/m3(Peso da cerâmica = 800 Kg/m3)
9 Resistência á compressão de 1.000 a 2.000 Kg/m2
9 Possibilita obter grandes vãos e sobrecargas altas nas lajes.
9 Economia no Transporte.
9 Fácil manuseio com uma redução de 50% no tempo de montagem das
lajes.
9 Elimina a reposição de material por quebras de lajotas.
9 Elimina a perda de nata de cimento e melhora cura da laje.
9 Melhora de 70% no isolamento da laje
9 Redução de 5 a 15% no consumo de concreto
9 Menos entulho.

Em preço, concorre com outros materiais e a rapidez de montagem, sem


quebras ou perdas, transforma o EPS no material ideal para esse uso.Os blocos
de EPS são leves, podendo ser transportados até 8m² de cada vez; as peças
têm 1 metro de comprimento e não quebram, mesmo se caírem ao solo.

Exemplos de lajes em EPS:


O acabamento inferior da laje com EPS - Isopor® pode ser executado com
uma única camada de gesso através da aplicação prévia de chapisco rolado
(aplicado com rolo de espuma de textura) com uma argamassa dosada com
cimento e areia e uma solução de MONOCRYL. Pode se também aplicar o
chapisco da forma tradicional (com a colher de pedreiro) aditivado a
argamassa de chapisco com MONOCRYL para receber o reboco.

3.4 PAINÉIS DIVISÓRIOS – DIVISÓRIAS LEVES

A utilização como divisória é bastante diversificada em edifícios residenciais,


comerciais e industriais compreendendo:
9 Divisórias leves de escritórios com meia altura;
9 Divisórias removíveis com altura total em escritórios;
9 Painéis divisórios em edifícios
9 Painéis de vedação em edificações altas e térreas, residenciais e
armazéns;
9 Fechamento de áreas externas com alturas diversas;
9 Divisórias de ambientes externos.

As divisórias leves são fabricadas com espessuras de 35mm, em forma de


sanduíche, com as placas de EPS fixadas entre chapas com rigidez e
resistência variáveis, conforme local de instalação. O revestimento externo
pode ser de aço galvanizado, alumínio, madeira, plásticos , laminados,
fibrocimento entre outros.

Os painéis de fechamento, utilizados para fechamento externo e paredes


internas, são encontrados tanto em painéis industrializados como pré-
fabricados na obra. Compreendem:
9 pré-fabricado em concreto leve,
9 composto com chapas metálicas ou de fibrocimento nas edificações;
9 composto com vigas pré-fabricadas e argamassa;
9 composto com colunas concretadas entre as placas de EPS e argamassa;
9 composto com madeira colada,
9 pré-fabricado, composto de peças de EPS encaixadas entre si e a
argamassa;
9 autoportante, composto de placas de EPS estriadas, armação delgada,
soldadas e argamassa.

Os painéis de concreto leve têm inúmeras formas de utilização, apresentando,


em testes feitos com uma parede externa com 10cm de espessura,
condutividade térmica equivalente a uma parede de tijolos maciços de 22cm, e
com uma redução de peso de 75% aproximadamente.

Ainda como painéis de fechamento, são encontrados os blocos vazados que se


encaixam entre si por um simples acoplamento (Styrobloc), e os painéis
foscos, utilizados na composição de fachadas contínuas em caixilhos (Curtain
Wall), nas formas de sanduíche entre chapas de alumínio, chapas de aço ou
melamínicas, obtendo-se assim um visual moderno sem o prejuízo do
superaquecimento dos ambientes pelo efeito do sol.

3.5 FUNDAÇÕES PARA ESTRADAS – ATERRO SOBRE SOLO MOLE

Na engenharia rodoviária, um dos pontos críticos da geotecnia é obter um


plano utilizável com capacidade de suporte sobre solos moles.
Devido à propriedade específica do EPS, de baixo peso específico e boa
resistência mecânica (aproximadamente igual à de um solo perfeitamente
compactado), sua utilização proporciona a redução do peso específico do
conjunto maciço para cerca de 1%, mantendo as resistências mecânicas igual
ou superiores à de um solo compactado, com os seguintes benefícios:
9 diminuição da sobrecarga para 1%,
9 material isótropo,
9 elimina a possibilidade de lavagem de finos pela água,
9 volumes já compactados com controles industriais,
9 facilidade, controle e rapidez na obra.
Usado para essa finalidade, a densidade do EPS não deverá ser inferior a
20kg/m³, pois as resistências mecânicas e deformações não serão compatíveis
com as requeridas para o uso da geotecnia.

O método executivo obedece às seguintes etapas:

1. Nivelamento da base de colocação dos blocos de EPS.


2. Aplicação de uma camada de areia com cerca de 5cm de espessura sobre
o solo para acomodação e nivelamento da primeira camada de blocos.
3. Acomodação da primeira camada de blocos, tomando o cuidado de não
permitir espaços vazios entre eles, observando um perfeito nivelamento
dessa camada de partida.
4. Sobreposição de camadas subseqüentes, impedindo a coincidência das
juntas entre as camadas.
5. Aplicação de um filme de polietileno sobre o conjunto, como proteção
aos ataques químicos.
6. Recobrimento do conjunto com a proteção mecânica, aterro com mínimo
de 60cm de terra compactada com vibrador mecânico ou laje de concreto
diretamente sobre os blocos, conforme especificação no projeto.

REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS:

- Manual de Utilização EPS na Construção Civil – ABRAPEX - PINI


- Revista Téchne – Setembro 2003
- Revista Téchne –Setembro 2004
- Revista Téchne – Abril 2006
- Revista Téchne – Junho 2006
GESTÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL PÚBLICA

CONSTRUÇÕES EM EPS

DISCIPLINA: SISTEMAS CONSTRUTIVOS INOVADORES

PROFESSOR: DALMO LÚCIO MENDES FIGUEIREDO

GRUPO DE TRABALHO: Karina Roquete – Coordenadora


Camila Araújo
Luiz Gustavo Sartori Bellini
Marianna T. Santos
Maria Amélia Vieira Maia

Belo Horizonte – 28 de Março de 2008.

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