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O patolÓGICO
O PATOLÓGICO
Centro Acadêmico Adolfo Lutz - Medicina Unicamp - ano mmix - abril
SAÚDE E
ESPIRITUALIDADE
Veja os textos trazidos por Francis-
co Abramides e Ricardo Kores.
» leia mais, p. 6
PATOCULTURAL
Veja o texto de Henrique Sater
a respeito do vencedor de Me-
Balancete
MARÇO
Dia Descrição Saldo
Débito Crédito
Saldo Mês Anterior R$ 43.659,54
02/03/2009 Camisetas Calourada R$ 155,50 R$ 43.504,04
02/03/2009 Gastos Vivência Calourada R$ 1.400,00 R$ 42.104,04
02/03/2009 Pagamento Faixas Calourada R$ 273,00 R$ 41.831,04
02/03/2009 Gastos Happy Hour do CAAL R$ 350,00 R$ 41.481,04
02/03/2009 Ônibus Vivência R$ 780,00 R$ 40.701,04
02/03/2009 Gastos Vivência Calourada R$ 159,58 R$ 40.541,46
03/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 700,00 R$ 41.241,46
03/03/2009 Gastos Papelaria R$ 43,84 R$ 41.197,62
03/03/2009 Espuma Calourada R$ 840,00 R$ 40.357,62
03/03/2009 Compra de Carnes Calourada R$ 500,00 R$ 39.857,62
03/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 100,00 R$ 39.957,62
03/03/2009 Patrocínio Calourada R$ 85,00 R$ 40.042,62
03/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 100,00 R$ 40.142,62
03/03/2009 Gastos Choppada Calourada R$ 2.400,00 R$ 37.742,62
03/03/2009 Pagamento Alarme Siemens R$ 315,46 R$ 37.427,16
04/03/2009 Pagamento Funcionários R$ 2.361,80 R$ 35.065,36
04/03/2009 Patrocínio Calourada R$ 60,00 R$ 35.125,36
04/03/2009 Pagamento Camisetas Calourada R$ 623,00 R$ 34.502,36
04/03/2009 Pagamento Ônibus Calourada + Gastos
Churrasco R$ 1.030,00 R$ 33.472,36
04/03/2009 Pagamento Contador R$ 1.400,00 R$ 32.072,36
04/03/2009 Pagamento Manual do Calouro R$ 500,00 R$ 31.572,36
04/03/2009 Gastos Choppada Calourada R$ 1.480,00 R$ 30.092,36
04/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 4.700,00 R$ 34.792,36
04/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 995,00 R$ 35.787,36
05/03/2009 Pagamento Espuma Calourada R$ 840,00 R$ 34.947,36
05/03/2009 Pagamento Camisetas Calourada R$ 350,40 R$ 34.596,96
05/03/2009 Venda de Convites Choppada R$ 810,00 R$ 35.406,96
05/03/2009 Venda de Convites Churrasco R$ 4.572,50 R$ 39.979,46
05/03/2009 Reembolso COBREM R$ 855,00 R$ 39.124,46
06/03/2009 Pagamento Telefone Telefônica R$ 498,76 R$ 38.625,70
06/03/2009 Pagamento Tenda Calourada R$ 1.200,00 R$ 37.425,70
06/03/2009 Compra de Carnes Calourada R$ 855,00 R$ 36.570,70
06/03/2009 Gastos Churrasco Calourada R$ 3.055,00 R$ 33.515,70
06/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 150,00 R$ 33.665,70
06/03/2009 Gastos Almoço Calourada R$ 15,00 R$ 33.650,70
06/03/2009 Venda de Convites Churrasco R$ 120,00 R$ 33.770,70
06/03/2009 Venda de Canecas Oktober R$ 20,00 R$ 33.790,70
09/03/2009 Gastos Churrasco Calourada R$ 2.180,40 R$ 31.610,30
09/03/2009 Gastos Choppada Calourada R$ 1.097,40 R$ 30.512,90
09/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 400,00 R$ 30.912,90
09/03/2009 Reembolso COBREM R$ 1.995,00 R$ 28.917,90
JOGO RÁPIDO
09/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 410,00 R$ 29.327,90
nenhuma conclusão sem antes discutirmos 10/03/2009 Provedor de Internet R$ 9,90 R$ 29.318,00
É com prazer que falo novamente a todos divulgado e que tenha bastante público, 11/03/2009 Reembolso COBREM R$ 286,00 R$ 30.312,00
11/03/2009 Gastos Choppada Calourada R$ 140,00 R$ 30.172,00
da Med UNICAMP. E desta vez vou direto ao tendo-se em vista que será discutido o nosso 12/03/2009 Assinatura Correio Popular R$ 44,90 R$ 30.127,10
qualidade e variedade dos temas abordados do texto anterior do Ombudsman, atingindo 13/03/2009
13/03/2009
Venda de Kit do Calouro
Patrocínio Calourada
R$ 100,00
R$ 266,67
R$ 28.253,50
R$ 28.520,17
nos outros textos d’O Patológico e, como sou esferas mais altas da nossa faculdade. Ora, 13/03/2009 Patrocínio Calourada R$ 175,00 R$ 28.695,17
13/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 50,00 R$ 28.745,17
o último a escrever neste periódico, vejo- creio que transmiti não só a minha opinião 13/03/2009 Patrocínio Calourada R$ 90,00 R$ 28.835,17
me hoje diante de um dilema: sobre o que sobre a semana da calourada e o trote, mas de 13/03/2009 Patrocínio Calourada R$ 30,00 R$ 28.865,17
13/03/2009 Venda de Kit do Calouro R$ 50,00 R$ 28.915,17
escrever? Esta edição contém vários textos muitos outros (quem sabe esse seja o motivo 16/03/2009 Tarifa Conta Corrente R$ 37,00 R$ 28.878,17
poéticos e, por que não, literários, mas não da preocupação), por isso sempre deixo claro 16/03/2009 Pagamento Patológico R$ 448,36 R$ 28.429,81
16/03/2009 Gastos ROEX R$ 1.434,00 R$ 26.995,81
encontro bem o mote central de tudo isso, que é preciso ainda discussões efetivas sobre 16/03/2009 Pagamento Camisetas Calourada R$ 822,30 R$ 26.173,51
imaginando ser a reforma dos Hospitais o assunto e outros pontos de vista, como o 16/03/2009 Reembolso COBEM e Reunião da Regional R$ 185,00 R$ 25.988,51
16/03/2009 Pagamento Transporte Funcionário R$ 100,00 R$ 25.888,51
Universitários. da Dani, colocados na mesa para que todos 17/03/2009 Reembolsos Calourada R$ 73,00 R$ 25.815,51
não acho que uma discussão adequada seja ela qual for, e não se deixem levar pela 20/03/2009 Transferência para a Poupança R$ 380,00 R$ 25.282,31
20/03/2009 Pagamento Telefone Embratel R$ 72,23 R$ 25.210,08
sobre isso deva resumir-se a um texto do experiência ou discurso de outrem, inclusive 20/03/2009 Reembolsos Calourada R$ 355,00 R$ 24.855,08
Prof. Gastão e de um outro trabalhador(...?) pelo meu, que não sou o dono da verdade 20/03/2009
23/03/2009
Compra de Passagem para Roex
Tarifa Extrato Inteligente
R$ 165,20
R$ 3,90
R$ 24.689,88
R$ 24.685,98
da UFPR, sem outros pontos de vista sobre o mas vivo a faculdade há 5 anos, do mesmo 26/03/2009 Inscrição ROEX R$ 120,27 R$ 24.565,71
assunto, de pessoas com opiniões diferentes modo que outros que estão nesse meio há 26/03/2009
27/03/2009
Assinatura Folha da Manhã
Reembolso NUDU
R$ 90,50
R$ 326,00
R$ 24.475,21
R$ 24.149,21
das apresentadas. Esses dois, no entanto, muito mais tempo que eu têm opiniões 27/03/2009 Compra de Lanche Grupo de Discussão R$ 30,00 R$ 24.119,21
entendimento do momento que passam a calourada e agora têm outra oportunidade 31/03/2009
31/03/2009
Impressão do Livro Caixa
Pagamento Alarme Siemens
R$ 39,00
R$ 309,08
R$ 24.023,76
R$ 23.714,68
HCs, inclusive o nosso, mas são insuficientes na Pré-Intermed. Defendam sua opinião 31/03/2009 Financiamento R$ 1.252,10 R$ 24.966,78
quando se tem em vista que este é o tema e saibam que a Medicina UNICAMP não é 31/03/2009 Pagamento Anual Hospedagem Site
Saldo Final do Mês
R$ 191,40 R$ 24.775,38
R$ 24.775,38
central do jornal e que, em última instância, igual para todos, mas é feita pelo empenho e
eles foram apenas para “levantar a bola” dedicação de calouros e veteranos, sejam eles
Poupança do CAAL R$ 17.232,82
para um seminário que será feito sobre pró ou contra o “trote”, tenha ele a definição Saldo Total do CAAL R$ 42.008,20
o assunto ainda este mês. Não se tirará que for. Em suma, sejam felizes... e ponto!
O patolÓGICO abril de 2009 3
P
dizem respeito ou que formar uma opinião so-
ara julgar algo ou alguém, não bas- bre eles é caretice/perda e tempo, é complica-
ta considerar que a qualidade da- do compreender a importância de um centro
quilo/daquele deixou a desejar; é acadêmico...
preciso, principalmente, ter conhe- Podemos usar as pedras que nos são
cimento o bastante sobre o que se fala. Atire ca candidata durante a eleição –, formada por atiradas como material para construção de
a primeira pedra aquele que não condenou o cerca de trinta alunos, a maioria dos segundo e uma estrutura forte, e não apenas esquivar-se
que desconhecia. terceiro anos da graduação. dos arremessos ou tentar lançar as pedras de
Um dos grandes alvos de críticas (negativas) É fácil falar que o CAAL “é uma bosta”. Mas volta.
em nosso meio é o CAAL. Mas quem de nós en- se essa é a opinião de muitos, o que eles têm a
tende o que é um centro acadêmico, quais suas sugerir à gestão atual? O que eles esperam de Ximênia Souza(XLIV)
* Atire a primeira pedra, por Ataulfo Alves e Mário Lago
funções? Antes disso, quantos sabem quem um centro acadêmico?
Patocultural
Entre os muros da escola possui trilha sonora, não possui
iluminação artificial, foi gravado
um drama banal, porém, conclui
sendo uma importante elucida-
hierárquica e ditadora da relação
(não)pedagógica entre os inte-
V
apenas com 3 câmeras, se passa ção do ensino público na Europa grantes de uma sala de aula.
encedor da Palma
inteiramente dentro de uma esco- e também no resto do mundo. Não há herói, nem vilão, e mes-
de Ouro no Festival
la e todos os atores, além de ama- Durante o filme, é com muita mo o professor protagonista, que
de Cannes, em 2008,
dores, possuem o mesmo nome sutileza e profundidade que as muitas vezes tenta ser diferencia-
“Entre os muros da es-
do e quebrar a lógica já consagra-
cola” é de longe o filme mais real
da no método de ensino comum,
que já assisti. Baseado no livro de
não é um professor bem visto pe-
mesmo nome, de François Bégau-
los alunos, sendo alvo de muitas
deau, que inclusive protagoniza o
críticas e desrespeito, que é inclu-
longa, faz do que seria um docu-
sive mútuo(o professor chega a
mentário complexo e cansativo,
chamar duas alunas de “vagabun-
128 minutos de muita intensida-
das”, durante uma discussão).
de cinematográfica.
O mais importante para o fil-
Longe de um filme hollywoo-
me é como a vida daqueles ado-
diano, no estilo “Mentes Perigo-
lescentes se converge dentro dos
sas”, com alunos inicialmente
muros da escola e como as experi-
indisciplinados e no final cons-
ências externas necessariamente
cientizados e próximos da figu-
implicam no aprendizado.
ra do professor, o filme não tem
Não espere um filme edifica-
por objetivo te convencer que há
dor como “Sociedade dos Poetas
exceções(bem no estilo clássico
Mortos”, não era intenção do dire-
“filme de professor”), mas quer
tor mostrar que há formas do nos-
te mostrar a realidade do ensino
so atual sistema de ensino, prin-
público em uma França multirra-
cipalmente público, chegar à tão
cial, multiétnica, eminentemente
sonhada construção coletiva do
confusa em suas origens afro-eu-
da vida real. “briguinhas” entre aluno e profes- conhecimento. O filme não quer
ropéias.
Conflitos étnicos, sociais e cul- sor e aluno com aluno não tentam mostrar a possibilidade, porém a
O diretor Laurent Cantet esco-
turais são mostrados em um con- mostrar o lado certo, da “boa mo- realidade.
lhe minunciosamente a estrutura
texto, que inicialmente parece ral”, e sim na mais crua realidade
de filmagem do longa: o filme não Henrique Sater(Abrealas)- XLV
hospital UNIVERSITÁRIO
4 O patolÓGICO abril de 2009
O
saram SC no quinto ano sabem do que estou falando). Os ambulatórios
s hospitais brasileiros necessitam reformar-se. Mudar o mo- precisam, urgente, de uma reforma radical, transformar as dezenas de
delo clínico e de gestão. Nosso HC é considerado um hospi- serviços em 20 ou 30 unidades integradas e dinâmicas: com capacidade
tal com “excelência”. O conhecimento acumulados de suas para realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos, lidar com clien-
equipes e a incorporação razoável de tecnologia justificam tela adscrita, coortes de pacientes e combinar clínica com prevenção.
essa classificação. Entretanto, mesmo assim, há problemas. Pesquisa re- É urgente consolidar um modelo de gestão democrático, que au-
cente no INCOR/USP, com 1800 pacientes, demonstrou que, se a quali- mente a comunicação entre os profissionais e destes com familiares e
dade do procedimento cirúrgico era adequada no serviço público (SUS), pacientes. Colegiados, equipes interprofissionais. Ao mesmo tempo,
perdia-se 38% a mais de pacientes do que outros serviços congêneres contudo, criar uma cultura de avaliar resultados das intervenções, bem
durante o seguimento (follow up). Acredito que teríamos resultado se- como de se fazer a gestão com base em metas, tudo isto de forma par-
melhante se aplicássemos o estudo em vários dos programas em nosso ticipativa, envolvendo as equipes responsáveis por cada caso. Outro de-
HC. Em nosso hospital há filas (dificuldade de acesso) em vários serviços, safio é a reforma organizacional do HC, mediante a criação de Unidades
ao mesmo tempo há indicadores de ociosidade no Centro Cirúrgico, mé- de Produção, novos departamentos com composição interdisciplinar
dia de permanência alta em enfermarias, etc. Há utilização excessiva de e comando único por cada área de trabalho: oncologia, saúde mental,
exames e falta de recursos. Os custos, provavelmente, estarão acima de pronto-socorro, terapia intensiva, etc.
outros hospitais semelhantes em outros países. Durante a formação dos Acredito, com base em experiências concretas (outros hospitais, em
alunos há dificuldade em horizontalizar o atendimento (acompanhar todo o mundo, que se reorganizaram segundo estas diretrizes, tem al-
um caso em seus vários estádios), pela fragmentação do currículo e do cançado resultados surpreendentes), que estas mudanças terão mais
modelo de atendimento. impacto e são mais urgentes do qualquer alteração do estatuto do HC:
Urge enfrentar estes desafios. Para isto há que se reorganizar a clínica. devolver o HC à Secretaria de Estado não promoverá estas reformas au-
A principal medida é instituírem-se mecanismos claros de responsabi- tomaticamente. Somente alterará a relação entre FCM/Unicamp e o HC.
lização clínica, definir quem se encarrega de “quem” e do “quê”: como Aliás, esse é um tema que merece aprofundamento: debater a relação
organizar o atendimento para que nenhum paciente do HC esteja sem entre HC e Universidade.
médico ou profissional responsável pelo caso (definir profissional de re- Trata-se de um momento delicado em nossa vida institucional, que
ferência para cada caso)? Valorizar o vínculo médico e paciente. Para isto, somente será levado a bom termo, se docentes, alunos e técnicos tiver-
organizar equipes de diaristas (que atendam os mesmos casos ao longo mos uma postura democrática e generosa, colocando o paciente e a
da semana) em enfermarias, ambulatório, UTI, PS, etc. Envolver equipe, saúde acima de nossos interesses, vaidade e outras idiossincrasias.
residentes e alunos com a discussão e elaboração de Projetos Terapêuti- Prof. Dr. Gastão Wagner de Sousa Campos, Medicina Preventi-
cos Singulares para os casos complexos, discutir protocolos ampliados – va e Social FCM/UNICAMP
Saiu na mÍDIA
CAISM é eleita melhor Entre as maternidades o Caism/Hospital da Mulher conseguiu a nota média
8,904, seguido pelo Hospital Universitário de São Paulo, com 8,843. Todos os 15
hospitais receberam uma placa especial da Secretaria, em reconhecimento ao ní-
maternidade pública de SP
vel de excelência do atendimento que prestam à população.
O “provão” do SUS tem como objetivo monitorar a qualidade de atendimen-
to e a satisfação do usuário, reconhecer os bons prestadores, identificar possíveis
O
irregularidades e ampliar a capacidade de gestão eficiente da saúde pública. Na
Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher/Caism, o Hospital da pesquisa foram avaliados o grau de satisfação com o atendimento recebido pelos
Mulher da Unicamp, conquistou ná última sexta-feira (6) o primeiro pacientes, nível do serviço e dos profissionais que prestaram o atendimento, qua-
lugar entre os melhores hospitais-maternidade públicos do Estado lidade das acomodações e tempo de espera para a internação. Para a classificação
de São Paulo na avaliação dos usuários do (Sistema Único de Saúde). das maternidades também foram incluídas perguntas específicas sobre humani-
A premiação foi entregue pelo governador José Serra ao diretor-executivo do zação do parto.
Caism-Hospital da Mulher, professor Oswaldo Grassioto. Para o diretor-executivo “Esses hospitais são motivo de orgulho para o SUS paulista, e quem atesta isso
o prêmio reflete uma política de qualidade e atenção à saúde da mulher da insti- são os próprios usuários. Essa pesquisa de satisfação foi fundamental para avaliar
tuição que permeia todos os serviços prestados pelo hospital. “Temos certeza que o que vem sendo bem feito na área de assistência hospitalar e o que precisa ser
o impacto das atividades assistenciais do Caism são extremamente pujantes para aperfeiçoado. É um instrumento de gestão extremamente im-
a região de Campinas, o interior do Estado e até para outros portante”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto
estados”, comenta Grassioto. Barradas Barata.
Considerada a maior unidade hospitalar de atenção à As cinco melhores maternidades
saúde da mulher do interior do Estado de São Paulo, o Caism Hospital da Mulher/Caism (Centro Integral de Atendimento
dispõe de 139 leitos distribuídos entre as sub-especialidades à Saúde) Campinas – média geral 8,904
da Obstetrícia, Neonatologia, Ginecologia, Oncologia Gineco- Hospital Universitário: São Paulo – média geral 8,843
lógica e Mastologia, por onde já passaram mais de 1,5 milhão Hospital Estadual de Vila Alpina: São Paulo – média geral
de pacientes. Em 23 anos de atividades, o Caism/Hospital da 8,800
Mulher já realizou mais de 60 mil partos, a maioria de risco. Hospital Santa Marcelina: São Paulo – média geral 8,717
O evento promovido pela Secretaria de Estado da Saúde Hospital Geral de Pedreira: São Paulo – média geral 8,714
revelou em uma pesquisa, pela primeira vez na história, o Os dez melhores hospitais do SUS de São Paulo
ranking dos 10 melhores hospitais e as cinco melhores ma- Hospital do Rim e Hipertensão: São Paulo – média geral
ternidades públicas do Estado de São Paulo na avaliação dos 9,349
usuários do SUS. O levantamento ouviu 60,2 mil pacientes que passaram por in- Hospital das Clínicas: Ribeirão Preto – média geral 9,344
ternações e exames em cerca de 500 estabelecimentos de saúde conveniados à Hospital das Clínicas – Unidade Materno Infantil: Marília – média geral 9,342
rede pública paulista nos meses de novembro e dezembro de 2007 e abril e junho Hospital Amaral Carvalho: Jaú – média geral 9,334
de 2008. Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia: São Paulo – média geral 9,332
Foram eleitos vencedores os hospitais que tiveram maior pontuação média en- Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho): Bauru – média
tre as unidades que tiveram mais de 100 respostas encaminhadas pelos usuários. geral 9,330
Os pacientes receberam o formulário da pesquisa pelo correio, depois do trata- Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas: São Paulo – média geral
mento a que se submeteram, e puderam responder gratuitamente pela internet, 9,299
carta-resposta ou por telefone. Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC): São Paulo – média geral
O primeiro colocado na categoria internação foi o Hospital do Rim e Hiperten- 9,296
são, na capital paulista, com nota média de 9,349. Em segundo lugar, com nota Hospital Estadual de Vila Alpina: São Paulo – média geral 9,289
9,344, ficou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, ligado à Secretaria, e, em Hospital Beneficência Portuguesa: São Paulo – média geral 9,288
terceiro, a unidade materno-infantil do Hospital das Clínicas de Marília, com nota [9/3/2009] - http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2009/03/10/caism-e-a-melhor-mater-
9,342 (veja lista completa abaixo). nidade-publica-do-estado-de-sao-paulo
O patolÓGICO abril de 2009 5
A crise dos Hospitais Universitários universidades, já que o Ministério da Educação (MEC) não considera a função de
“assistência” como sendo papel do MEC. Essa proposta surgiu no Projeto de Lei
D
7200/05, chamado de “Reforma Universitária”, que hoje se encontra em tramitação
esde a metade dos anos 90, existe um debate, oriundo do Ministério no Congresso.
da Educação e de alguns “especialistas em gestão da saúde”, de que Em 2007, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) apresenta
os Hospitais Universitários (HU’s) estão em uma crise e que é necessá- a idéia de criação da “Fundação Estatal de Direito Privado”, entidades que fariam a
rio mudar radicalmente o formato da sua gestão. gestão da saúde, previdência, turismo, assistência social, etc. Ambas as propostas
Sendo assim, é necessário fazer um histórico da origem desta “crise” e as propos- foram rejeitadas pelas entidades que se articulam na defesa do projeto histórico
tas dos trabalhadores e usuários do SUS para que isto seja superado. do SUS e a ducha de água fria se deu na Conferência Nacional de Saúde no fim de
Origem dos HU’s 2007, que rejeitou por maioria de delegados a proposta da Fundação Estatal.
Até a década de 80, os hospitais universitários tinham a única missão de serem Para Peterson de Paula Pereira, procurador da República, a proposta de Funda-
hospitais-escola. O foco do atendimento eram as pessoas que não eram credencia- ção Estatal de Direito Privado fere o artigo 37 da Constituição Federal. Ele considera
das no INAMPS (Instituto Nacional de Medicina e Previdência Social). Nesta época, que o regime de direito público é mais apropriado para o Estado brasileiro do que
só aqueles que tinham carteira-assinada eram atendidos pelo INAMPS. o regime de direito privado. Neste sentido, a Fundação seria a inversão da lógica
A luta do movimento pela Reforma Sanitária influenciou na construção da garantida na Constituição: ao invés do setor privado atuar em complementação,
Constituição de 1988 e a saúde passou a ser um direito de todos e dever do Estado. seria o setor público que atuaria desta forma.
Dessa forma, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem como uma de suas diretrizes a Por conta da polêmica gerada pelo Projeto de Lei das Fundações Estatais de Di-
universalidade, eqüidade, integralidade, gratuidade e controle social. Os HU’s a par- reito Privado, o governo federal resolveu continuar o processo de desvinculação
tir de então passam a integrar a rede de assistência do SUS e a ser referência para a dos hospitais através de portarias, com pequenas medidas, como a recente Portaria
atenção secundária e terciária, além da função de ensino e assistência. nº4 do MEC, editada em 30 de abril de 2008. Essa portaria autoriza os Hospitais
O financiamento do HU seria feito então por 4 partes. Cada procedimento ali Universitários a criarem Unidades Pagadoras próprias para seus recursos humanos,
executado deveria ser assim financiado: o recurso humano pago pelo Ministério da sendo um primeiro passo para esta idéia da desvinculação.
Educação, a estrutura do hospital paga pelo Ministério da Saúde, a pesquisa embu- Conseqüências
tida naquele procedimento paga pelo Ministério de Ciência e Tecno- Caso essas propostas sejam implementadas, as conseqüên-
logia e o procedimento em si pago pela prefeitura (com dinheiro cias a curto e médio prazo para trabalhadores, usuários e estu-
que é recebido do Ministério da Saúde). dantes são graves.
Porém, esse financiamento vai ser quebrado em diversos pon- Trabalhadores do SUS: a proposta de contratação via CLT (re-
tos: gime privado) é prejudicial aos trabalhadores por conta da pre-
1)Em 1996, é congelado os valores da tabela de procedimentos cariedade deste contrato e da instabilidade do contrato. Longe
do SUS; de garantir qualidade, esse sistema permite alta rotatividade de
2)A falta de concurso público para contratação, pelo MEC, dos funcionários, que é claramente prejudicial ao serviço e caro ao
recursos humanos vai gerar uma enorme terceirização. Os custos serviço público, já que há todo momento são necessários novos
da terceirização são pagos pelo dinheiro que deveria ser usado na treinamentos.
estrutura. Hoje, segundo Arquimedes Ciloni, presidente da ANDI- Usuários do SUS: uma proposta que pode gerar leitos pri-
FES , quase 45% do financiamento é usado para pagamento de vados dentro de um hospital público é claramente prejudicial
pessoal terceirizado (celetista) e são necessárias 5 mil novas vagas aos usuários do SUS, já que acarretaria ainda mais demora nos
para quadro técnico-administrativo; procedimentos que o hospital realiza. Teríamos a situação das
3)Com a diminuição do financiamento via governo federal, os “duas portas”: uma dos convênios privados, onde o atendimen-
Hospitais buscam mais dinheiro via SUS, assumindo para isso me- to é rápido e outra porta do SUS, sucateada e demorada. Essa
tas impossíveis de serem cumpridas. Começa também a busca de situação, infelizmente, já existe em importantes hospitais, como
financiamento através de doações (Amigos do HC, conta de luz, o Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ e o Hospital Uni-
etc.) e demais fontes de financiamento não-estatais. versitário Clementino Fraga Filho da UFRJ.
Desta forma, fica evidente que nos últimos anos, com a crise da falta de finan- Estudantes da área da saúde: um prejuízo imediato seria, devido a falta de fun-
ciamento do SUS, os HU’s, por conta da sua grande capacidade e qualidade, ficaram cionários, um aumento da exploração dos estudantes e residentes da área. Isso hoje
sobrecarregados. Assim, a crise colocada é uma crise de financiamento e de uma já ocorre e fruto disso foram duas greves de residentes nos últimos anos, que de-
grande dívida acumulada por estes hospitais. Para a ANDIFES, a dívida dos hospitais nunciavam jornadas de até 80 horas semanais. Além disso, a desvinculação tiraria
seria, em 2003, de R$303 milhões e, para o MEC/MS, seria de R$230 milhões. Segun- dos estudantes um ótimo campo de estudo: ao terem de estabelecerem “contratos
do a ANDIFES, em outubro de 2007 os Hospitais vivem uma situação de “equilíbrio de gestão” com universidades, os hospitais poderiam estabelecer melhores con-
estável” com a dívida chegando a R$440 milhões. É sempre válido lembrar que em tratos com universidades particulares, deixando os estudantes das universidades
2007 os gastos governamentais com a dívida pública, externa e interna, foram de federais a “ver navios”.
R$237 bilhões. No mesmo ano, o investimento em saúde foi de R$40 bilhões . Propostas
Ainda assim, os Hospitais Universitários, que representam 2,3% dos hospitais, Fica claro então que não existe solução milagrosa para a atual crise dos Hospitais
respondem por 10% dos leitos e 12% das internações . Universitários. É preciso muito mais do que simplesmente mudar o “ente jurídico” e
Por conta da dívida e do quadro acima apresentado, hoje os Hospitais Universi- o modelo de gestão atual.
tários apresentam: quadro de servidores insuficientes, fechamento de leitos e ser- É fundamental que seja garantido um maior financiamento público para os
viços, sucateamento, contratação de pessoal via fundação de apoio (terceirizados, Hospitais e necessário que os demais prestadores da rede de saúde sejam fortaleci-
quarteirizados e estagiários) e a subutilização da capacidade instalada para alta dos, para que não haja sobrecarga em cima dos Hospitais Universitários.
complexidade. Neste momento, é preciso que os setores historicamente incluídos na defesa do
Propostas “alternativas” SUS estejam de novo lado a lado, tanto para rejeitarem as atuais propostas gover-
Diante deste quadro problemático, é quase consenso entre trabalhadores e namentais como também para formular soluções e proposições ao atual sistema,
gestores que é necessário mudar a situação atual. Porém, as propostas dos gestores que se encontra sim num momento de crise.
vêm basicamente exigir que haja flexibilidade para captar recursos onde for possí-
vel e necessário, mesmo que isso “seja caro ao SUS”. Um exemplo foi a proposta feita Bernardo Pilotto é trabalhador do Hospital de Clínicas da UFPR ediretor do
no ano de 2001, que previa a venda de 25% dos leitos dos hospitais universitários. Sinditest-PR – Sindicato dos Trabalhadores da UFPR, UTFPR e FUNPAR/HC.
Esta privatização geraria ainda mais sucateamento para as áreas do hospital que ANDIFES é a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, reúne os reitores das universida-
des federais e dirigentes dos CEFET’s. Portanto, esses dados são relativos aos hospitais universitários federais e foram colocados no
continuassem públicas. A proposta foi barrada depois de uma greve de mais de seminário “Hospitais Universitários: Concepção, Papel e Missão”, realizado em Brasília, em 29 e 30 de outubro de 2007, promovido
100 dias, organizada por trabalhadores técnico-administrativos, estudantes e do- pelo Ministério da Educação e pela FASUBRA-Sindical, entidade que representa os trabalhadores dos hospitais universitários.
Dados do Orçamento Geral da União (Sistema Access da Câmara dos Deputados – 31/12/2007). Esses dados podem ser ob-
centes. servados no site www.divida-auditoriacidada.org.br .
Outra idéia surgida foi de que houvesse uma desvinculação dos Hospitais das Dados da ABRAHUE – Associação Brasileira dos Hospitais Universitários e de Ensino.
6 O patolÓGICO abril de 2009
Saúde e Espiritualidade
N
a atualidade, nos atemos à máxima de buscar as respostas em não?
fontes confiáveis, de preferência indexadas, deixando de lado Por que a ciência ainda tenta andar na contramão da espiritualidade (e
algumas idéias tidas como não religião), se há evidências (que serão retoma-
fantasiosas ou mágicas... é a das em outra oportunidade) de sua existência?
era da informação. O nosso curso – e fu- Não seria mais fácil absorver aquilo que é plausí-
tura profissão – caminha a passos largos vel, lógico e complementar às teorias científicas,
nessa vertente, com crescentes pesquisas unificando os dois tipos de estudo? Sem dogmas,
científicas e exclusão de qualquer prática nem imposições, mas com a utilização da razão.
não contida em uma boa publicação da Lembremos que espiritualidade é um concei-
área médica. to muito mais abrangente e menos dogmático
É claro que os avanços alcançados pela que religião. E também que está enraizada na
ciência, em especial na área da saúde, fo- humanidade, desde povos primitivos até os atu-
ram e são fundamentais para a melhoria ais. Não é de se pensar que algo que está dentro
na sobrevida e qualidade de vida. A histó- do homem é, de fato, verdade?
ria da saúde nos mostra isso. Mas algumas Voltando à nossa futura profissão... parece
explicações permanecem obscuras: por que o ritmo de estudo e trabalho (e treinos, fes-
que foi justamente aquela pessoa que de- tas etc.) impedem uma reflexão mais profunda
senvolveu aquele tipo de câncer? O que sobre os conceitos e relações espirituais. Mas
fazer quando não há mais esperanças de somos investigadores, curiosos pela verdade.
cura? Por que motivo aquela criança em Devemos então procurá-la de fato, onde quer
especial nasceu com malformação, sendo que esteja e, para isso, torna-se necessária a dis-
que não havia fatores de risco? E as per- cussão espiritual, transcendental. Assim podere-
guntas não param por aí. mos obter as respostas que parecem distantes
Nessas situações limites da nossa futu- ou resultado do acaso. Mas que acaso? Mesmo
ra profissão, a espiritualidade apresenta um gênio da ciência, como Einstein, dizia que o
respostas e soluções. É aquele jargão: pare acaso não existe, que há leis que regulam todo o
de procurar as respostas fora de você, pro- universo. Leis originárias de uma força maior, so-
cure dentro de si, na sua espiritualidade! mente acessada se o ser humano se voltar para
Alguns dirão que “as respostas estão na seu lado espiritual.
genética”, ou “foi o acaso que levou a tal quadro”, ou “a ciência saberá um
dia”. Mas, se existe uma explicação que leve em consideração a espirituali-
dade, começam a contrariá-la, pois não tem respaldo científico. Paradoxal, Francisco Barucco Abramides - Chicão(XLV)
O tombo Repensando
as mudanças que o CAAL vem propondo são
reflexas, penso numa demanda contrária que
surgiu de um grupo de estudantes a partir de
um momento de angústia com o que vinha
ocorrendo na faculdade e esse sentimento fez
o já passado
Andava pelas ruas, com que a diretoria, os professores e os es-
com minhas amarras, tudantes se sentissem pressionados a mudar
sandálias de vento, algo. Foi feito da melhor forma? Não sei, algu-
mas atitudes sim, outras não, mas há espaço
cujos passos e rasteiras,
para que as pessoas se coloquem contra ou a
em intermitentes permutas,
favor e comecem a querer discutir os por quês
me conduzem ao chão. das coisas serem como são.
Escrevo esse texto na intenção de proble-
Quando caio, matizar (e buscar esclarecimentos) o texto Outra questão é a aceitação das festas en-
levo as mãos ao solo, do Ombudsmam publicado no Patológico de tre os calouros, ninguém tem dúvidas de que
um piso que não me reconhece, março de 2009. as festas são os eventos melhor avaliados na
em seu concreto traço, Primeiramente é válido dizer que é mui- calourada, mas talvez a diferença, pequena
de fragilidade disfarçado. to importante a existência do texto de meu mas existente, entre as notas da chopada e do
Quando caio, colega de turma, pois trata-se de um registro churrasco e a nota do Happy Hour do CAAL
olho ao redor da cena. escrito por alguém que se posiciona a favor possa ser explicada pela ausência do “trote
Desejo-me invisível do trote e da semana de calourada na forma violênto” no Happy Hour. E isso por si só apon-
aos olhos humanos, como elas acontecem hoje, importante por- taria para o fim desse tipo de comportamen-
que mostra um caminho para um debate mais to. Não é porque eu não gostei da “cusparada
tão aplicados nas comparações do tormento.
profundo e produtivo sobre o assunto, dado na cara” que eu vou esquecer o veterano que
Quando caio,
que existem pelo menos dois pontos de vista me pôs pra brincar e dançar com meus ami-
finjo-me de morto por alguns instantes. gos, embora tudo teria sido melhor se eu não
sobre o tema.
E aos poucos, Mesmo sendo a milionésima vez neste pe- tivesse ganhado uma “cusparada”.
do susto e dos risos riódico quero expor a minha definição pessoal Concordo com meu ex-companheiro de
faço percepção. sobre o que é “trote violento”. O “trote violen- CAAL quando ele diz que é hora de fazer uma
Olho para meu interior, to” é tudo o que se faz com uma pessoa con- reflexão diferente, mas não no sentido de es-
Estrela em retração, tra sua vontade e con-
d e r
“Se muito vale o já feito,
vejo meu reflexo, sem o seu conhe-
nítido ao espelho da vergonha, cimento prévio, u m a
ou seja, omitir in- práti-
FALÁCIAS
primeiro ponto de discordância com o texto coisa. Parei para pensar e percebi que enquanto
do Ombudsman. Ser favorável a manutenção não acabarmos com essa opressão institucional,
do formato atual de nossas festas é ser cúm- não acabaremos com a violência nas relações
plice do “trote violento”, que apesar de não entre as pessoas, sejam elas estudantes, docen-
acontecer com todos os calouros e nem partir tes, funcionários, comunidade... Como faremos
de todos os veteranos tem espaço garantido isso? Continuaremos numa luta de egos nos
“Qual a melhor zona de SP?” na chopada e no churrasco da calourada. nomeando pelo número de anos que temos
Henrique Tellini (45) perguntando qual o melhor Quanto a necessidade de discussão so- dentro da faculdade ou construíremos espaços
bairro em SP para se morar. bre mudanças propostas, vale lembrar que o para que todos se divirtam, para que todos tra-
“Tem muita coisa errada que não tá certa” CAAL, que é atualmente o responsável pela balhem bem, para que todos se sintam parte de
organização da calourada, tem reuniões se- algo nomeado Faculdade de Ciências Médicas e
Noel (45) na prova de endócrino sobre as ques-
manais com pauta aberta todas as segundas- se sintam felizes em contribuir para a melhoria
tões de verdadeiro ou falso.
feiras. Sendo assim, qualquer estudante da desse espaço da maneira que puderem.
“Você usa óculos?” nossa faculdade (e até mesmo de fora dela) Penso que em nome de tradições e elemen-
Jéssica (45) para um paciente, que estava usando pode mandar um e-mail para a gestão solici- tos que não podiam ser mudados muitas pesso-
óculos, durante a anamnese. tando um tópico de discussão, pode ir a reu- as já foram oprimidas e exploradas, não só aqui,
“Vamos parar de gozar no ônibus? Eu só nião apresentar esse tópico e propor outras mas em toda a sociedade. E se for o momento
gozo em lugares apropriados!” formas para que mudanças ocorram ou não na de perpetuar o que há de melhor e deixar para
Bambu (45) no ônibus de Ações tentando acal- faculdade. Se não reivindicamos nossas pos- trás as coisas ruins que nos pintam como neces-
mar os ânimos dos colegas para a professor conse- turas junto ao nosso representante institucio- sárias? Não tenho um caminho certo, nem uma
guir falar. nal não podemos culpá-lo pela forma como forma absoluta, mas pensar sobre o que vemos
“Professor, o paciente está em êxtase ju- as coisas acontecem, temos que discordar das já é uma maneira de mudar o que é injusto.
gular?” posturas em lugares onde elas possam ser
Daniela(45) interroga ao professor de Semio que- discutidas e não usar a hierarquia para decidir Daniela Donação Dantas (XLIII)
sobre os rumos da faculdade. Não penso que
rendo se referir a estase jugular *Milton Nascimento