You are on page 1of 8

DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL I

Aula de Prisão (1ª Parte)


1)Prisão: noções preliminares:

1.1)conceito de prisão: Segundo Fernando Capez “ prisão é a privação da liberdade de


locomoção determinada por ordem escrita da autoridade competente (juiz) ou em caso de
flagrante delito.”

Além das duas hipóteses de prisão acima (flagrante e mandado – ordem escrita e
fundamentada do juiz-), a constituição Federal ainda permite a constrição da liberdade nos
seguintes casos: a) crime militar próprio (infração disciplinar militar) no artigo 5º LXI da
CF/88; b) em período de exceção, no estado de sítio (artigo 139 II da CF/88) e c) no caso de
recaptura de réu evadido (artigo 684 do CPP), desde que sua prisão anterior seja regular

1.2) Espécies de prisão:

Prisão Penal
Prisão extra penal

1.2.1) A prisão penal se divide em prisão-pena (ou definitiva) e prisão processual (ou
cautelar)

A prisão-pena ou definitiva é aquela determinada por sentença condenatória


transitada em julgado, ou seja, é a prisão que possui a finalidade de executar decisão
judicial. Tem por finalidade satisfazer a pretensão executória do Estado

A prisão processual ou cautelar é uma prisão com fins processuais, destinada


a assegurar o bom desempenho da investigação criminal, do processo penal ou da execução
da pena. Vai depender do preenchimento de determinados requisitos previstos em lei.
Ocorre antes do transito em julgado.
A prisão processual ou cautelar possui outro nome: prisão provisória; e
possui as seguintes espécies: Prisão em flagrante, prisão preventiva, prisão temporária,
prisão decorrente de sentença de 1º grau (ou sentença condenatória recorrível), prisão
decorrente da pronúncia.

1.2.2) A prisão extra penal se subdivide em: Prisão civil


Prisão administrativa (disciplinar)

A prisão civil é a decorrente do devedor de alimentos e do depositário infiel,


sendo estas duas as únicas autorizadas pelo texto constitucional (artigo 5º LXVII).
A prisão do alimentante (devedor de alimentos) não paira qualquer dúvida
quanto a sua constitucionalidade; entretanto, no que diz respeito a prisão do depositário
infiel pode-se dizer que o STF, através de sua clássica jurisprudência, no decorrer dos anos,
sempre admitiu e considerou constitucional este tipo de prisão civil. Hoje, todavia, o
próprio :STF já possui decisões contrarias, ou seja, pela inconstitucionalidade desta prisão
civil (em decisão proferida pela 1ª turma do STF no HC 83416). Esta decisão se
fundamenta no sentido de que a prisão do depositário infiel estaria violando o Pacto de São
José da Costa Rica – é uma decisão isolada-.

Observação: a prisão do falido era possível até o ano de 2005. Porém com a edição da lei
11101/05, a nova lei de falências não previu mais, em seu texto, tal tipo de prisão.

A prisão administrativa em regra não é mais possível ocorrer em nosso


país. Exceções: a) a prisão administrativa decretada por autoridade judicial (juiz) para o
estrangeiro durante o procedimento administrativo de expulsão (lei nº 6815/80 – lei do
estrangeiro) Hoje, somente ministros do STF é quem pode decretar esta prisão
administrativa.
b) a prisão disciplinar decretada por superior militar sobre seus
subordinados, em caso de crimes militares próprios ou transgressão militar (artigo 5º LXI
da CF/88).
c) nos casos do período de exceção (Estado de defesa e de sítio) onde os
direitos fundamentais podem ser restringidos ou limitados neste período.

Observação: prisão para averiguação é inconstitucional , configurando crime de abuso de


autoridade (lei 4898/65, artigo 3º “a” e “i”).

1.3) Regras gerais sobre prisão:

a) a prisão ocorrerá por APFD ou ordem escrita e fundamentada da


autoridade competente.
APFD (auto de prisão em flagrante delito) conduzido pela autoridade
policial (Delegado de Polícia);
Ordem escrita e fundamentada da autoridade competente (Juiz) =
mandado de prisão expedido pelo juiz. Tem que ser escrita (regra do processo penal) e tem
que ser fundamentada (demonstrando as razões da decretação da prisão).
b) comunicação da prisão: toda prisão tem que ser comunicada
tem que comunicar a família do preso ou pessoa
por ele indicada e comunicar também o juiz que expediu o mandado.
Observação: ausência de comunicação a prisão é ilegal e deve ser relaxada.
c) direito ao silêncio: direito de ficar calado, fazendo parte do direito de não
auto incriminar. O silêncio não pode ser interpretado em desfavor do réu. (não equivale a
confissão, nem pode prejudicar o réu). O silêncio pode ocorrer tanto na fase do Inquérito
policial, quanto na fase do processo. (artigo 5º LXIII da CF/88)
d) direito a assistência: assistência da família e de advogado. Direito de
entrevistar-se com seu advogado antes do interrogatório.
Se um advogado for preso, a OAB deve ser comunicada de imediato.
e) direito de identificação: o réu tem o direito de ter identificado os
responsáveis por sua prisão e de quem está o interrogando (artigo 5º LXIV da CF/88).
f) quando pode ser preso: um cidadão pode ser preso em qualquer dia, hora
e lugar, existindo restrição apenas quanto à inviolabilidade do domicílio e a previsão do
código eleitoral.
Inviolabilidade do domicilio se encontra no artigo 5º XI da CF/88; e deste
inciso podemos vislumbrar duas situações distintas: violação do domicílio à noite e durante
o dia.
f.1) durante a noite somente se poderá entrar no domicilio alheio em
quatro hipóteses: com o consentimento do morador, em caso de flagrante delito, desastre ou
para prestar socorro.
f.2) durante o dia já são cinco as hipóteses: consentimento do
morador, flagrante delito, desastre, prestar socorro ou mediante ordem judicial de prisão ou
de busca e apreensão

Código eleitoral: 5 dias ante e 48 horas depois da eleição não se permite a


prisão de eleitor, salvo em caso de flagrante delito ou em virtude de sentença penal
condenatória (artigo 236, caput do Código Eleitoral).Prisão preventiva e temporária não
podem ser cumpridas.
No caso de candidato a eleição o prazo é maior 15 dias antes da
eleição não pode ser preso, salvo caso de flagrante.
g) exibição do mandado: a regra é de que tem que exibir, salvo no caso de
crime inafiançável, que pode cumprir sem apresentar o mandado, mas o réu terá que ser
apresentado de imediato ao juiz.
h) prisão fora da comarca e do país:
fora da comarca: mediante carta precatória (artigo 289 do
CPP)
fora do país: mediante carta rogatória
i) Perseguição: de acordo com o artigo 290 do CPP: a perseguição não
pode ser interrompida, podendo, neste caso, o indivíduo ser preso onde for alcançado.
Observação: neste caso o APFD será feito na cidade em que se capturar o autor, devendo-se
posteriormente encaminhar os autos para o local do fato.
j) uso de força física: em regra não pode. Exceções: no caso de resistência,
no caso de fuga do preso e contra terceiros que estiverem a impedir a prisão (artigo 284 do
CPP).
Observação: quanto ao uso de algemas: vai depender do caso concreto.
k)prisão especial:
está vinculada a prisão cautelar ou processual, em que só poderá
existir enquanto não houver o transito em julgado da sentença. Uma vez transitada em
julgada cessa o benefício da prisão especial.
As pessoas que têm direito ‘a prisão especial se encontram arroladas
no artigo 295 do CPP.
A lei 10058/2001 define os privilégios da prisão especial:
recolhimento em estabelecimento distinto do comum ou em cela distinta dentro do mesmo
estabelecimento e não ser transportado junto com o comum.
O STJ decidiu que na ausência de acomodações adequadas em
presídio especial, o titular do beneficio poderá ficar preso em estabelecimento militar.
Em não ocorrendo nenhuma das hipóteses acima deverá ter prisão
domiciliar (lei 5256/67 e decreto 38016/55).
O presidente da República não pode ser preso cautelarmente

l) Prisão cautelar e o princípio do estado de inocência:


A prisão cautelar não gera uma violação ao princípio constitucional
do estado de inocência, desde que a decisão judicial proferida pelo magistrado esteja
devidamente fundamentada sobre a necessidade da prisão (súmula 09 do STJ).

2) Espécies de Prisão cautelares ou processuais

Como visto anteriormente recebem o nome de prisões provisórias


São elas: 2.1) Prisão em flagrante
2.2) Prisão preventiva
2.3) Prisão temporária
2.4) Prisão decorrente da pronuncia
2.5) Prisão decorrente da sentença condenatória recorrível

2.1) Da Prisão em flagrante:

a) introdução:
O termo flagrante vem do latim flagrare, que significa arder, queimar.
É o crime que ainda queima, que está sendo cometido ou acabou de
sê-lo.
É uma medida restritiva da liberdade, de natureza cautelar e
processual.
A constituição fala em flagrante delito, e pergunta-se: cabe flagrante
no caso de contravenção penal, que são infrações de menor potencial ofensivo? Em regra
não, ocorrendo apenas a captura o autor do fato e após prestado o compromisso (no TCO-
termo circunstanciado de ocorrência) este será liberado. Entretanto, se o autor se negar a
prestar o compromisso será feito o flagrante em face dele.

b) Momentos da prisão em flagrante: Captura do autor


Lavratura do APFD
Encaminhamento ao cárcere.

c) Quem pode prender (sujeito ativo):


Qualquer pessoa do povo: caso do flagrante facultativo (artigo
301 primeira parte do CPP). Neste caso há a discricionariedade, podendo a pessoa efetuar
ou não a prisão
Autoridade policial e seus agentes: caso do flagrante
obrigatório ou compulsório (artigo 301 segunda parte do CPP). Neste caso não há a
discricionariedade, tendo estas pessoas o dever de efetuar a prisão.

d) Quem pode ser preso (sujeito passivo):


Qualquer pessoa do povo
Exceções: Presidente da República; quem possui imunidade
diplomática; quem causa acidente automobilístico culposo e socorre a vítima (artigo 301 do
Código de transito); quem se apresenta espontaneamente e nas infrações de menor potencial
ofensivo.
Observação: E no caso de legitima defesa, deve se fazer a prisão em flagrante? Sim, sendo
o juiz após o flagrante ser provocado para conceder a liberdade provisória sem fiança. (o
correto, numa visão mais constitucional seria a de não prende em flagrante).

e) Modalidades de Flagrante:

e.1) Flagrante próprio (também chamado de propriamente dito, real


ou verdadeiro) quando o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou quando
acaba de cometé-la (artigo 302 inciso I e II do CPP).

e.2) Flagrante impróprio (também chamado d irreal ou quase


flagrante) ocorre quando o agente é perseguido, logo após cometer o ilícito, em situação
que faça presumir ser o autor da infração (artigo 302 inciso III do CPP)
deve-se observar a palavra “logo após” que significa um curto
intervalo de tempo, tempo para a polícia tomar conhecimento do fato e iniciar a
perseguição e conseguir capturar o agente do fato. A regra popular de 24 horas não existe,
pode-se levar até dias.

e.3) flagrante presumido (ficto ou assimilado) ocorre quando o agente


é preso, logo depois de cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele o autor da infração (artigo 302 inciso IV do CPP).

OBSERVAÇÃO: cuidado com as expressões:


“acaba de cometê-la”: flagrante próprio;
“logo após” compreende um certo lapso de tempo. Tem que ter
perseguição (impróprio);
“logo depois” um lapso de tempo maior ainda, não havendo
necessidade de perseguição (presumido).

e.4) Flagrante obrigatório e facultativo (artigo 301 do CPP)


já foi explicado no momento em que falamos sobre quem pode
prender.
Flagrante compulsório ou obrigatório: autoridade policial e seus
agentes.
Flagrante facultativo: qualquer do povo.

e.5)Flagrante preparado ou provocado: (chamado de delito de ensaio,


de experiência ou putativo por obra do agente provocador).
Ocorre nos casos em que o agente de polícia ou qualquer outra
pessoa provoca, de forma insidiosa, a pessoa à pratica do crime. EXISTE UM AGENTE
PROVOCADOR.
É uma modalidade de crime impossível, uma vez que todas as
medidas necessárias para evitar a consumação do crime já se encontram tomadas.
A vontade do autor do fato encontra-se viciada, uma vez que alguém
é que provoca, induz a pessoa à pratica do fato.
Posição pacífica da jurisprudência neste sentido, inclusive o STF já
sumulou, através da sumula 145 onde diz: “ Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”.

e.6) Flagrante esperado:


Neste caso não há a instigação a pratica do fato, porém a polícia ou
terceiros aguardam o momento do cometimento do delito pelo autor. A polícia ou terceiros
tem conhecimento de que o crime será cometido e ficam aguardando a sua realização.
Como neste caso não se está provocando a ação delituosa, não há que
se falar em crime impossível; então a prisão em flagrante é valida.

e.7) Flagrante prorrogado ou retardado:


Encontra-se previsto no artigo 2º. II da lei nº 9034/95 –chamada de
Lei do Crime organizado.
Consiste na possibilidade da polícia pode aguardar o momento mais
importante, do ponto de vista da investigação criminal, para realizar a prisão em flagrante..
Só é possível a realização deste tipo de flagrante no caso de crime
organizado.

e.8) Flagrante forjado:


Também chamado de fabricado, criado, maquinado ou urdido. Nesta
espécies, os policias ou particulares criam provas de um crime inexistente.
Exemplo: quando se “planta” drogas em uma casa ou carro para
prender o indivíduo.
Neste caso o crime não existe e ainda configura crime de abuso de
autoridade por parte do policial que assim procede.

F) Flagrante em algumas espécies de crime

• Crime habitual: é aquele que exige reiteração, habitualidade. Portanto, em regra,


não se admite a prisão em flagrante porque não há como surpreender a
habitualidade. Surpreende-se apenas um ato isolado.
A doutrina admite quando se consegue comprovar a habitualidade.
Exercício ilegal de profissão: cabe?
• Crime permanente: permite flagrante a todo momento (artigo 303 CPP).
Exemplo crime de seqüestro: enquanto a vítima está no
cativeiro.
• Crime de ação penal privada: é possível a captura do autor, mas a ratificação do
APFD deverá ser autorizada, mediante representação naquele momento, da vítima
ou quem possa representa-la.

G)Requisitos formais do flagrante

g.1) autoridade competente: é a autoridade policial (Delegado de Polícia) da circunscrição


em que foi efetuada a prisão do autor do fato. Onde o capturado será logo apresentado à
autoridade do lugar mais próximo (artigo 308 do CPP).

g.2) comunicação da prisão a família ou pessoa indicada pelo preso. E a comunicação ao


advogado. A assistência do advogado no momento da lavratura do auto supre a falta de
comunicação da prisão ao familiar.

g.3)Procede-se a oitiva do condutor: que é o policial ou particular que conduziu o preso até
a presença da autoridade policial. (lei 11113/05 – onde o condutor dever ser ouvido e
imediatamente liberado -).

g.4) procede-se a oitiva de pelo menos duas testemunhas. Exige-se duas testemunhas,
entretanto, pode ser apenas uma, considerando-se o condutor como uma testemunhas
(condutor mais uma testemunha).
Testemunha de apresentação: quando não existe testemunha do fato, utiliza-se duas
testemunhas de entrega do preso a autoridade pelo condutor.

g.5)oitiva da vítima (quando for possível)

g.6) interrogatório do acusado: devendo ser informado do seu direito constitucional de


permanecer calado

g.7) o APFD deve ser assinados por todos e caso alguém não saiba assinar ou se recusar a
assinar assinara em seu lugar, após lido o depoimento na frente desta pessoa.
Se a recusa for do autor (preso) então será necessária duas testemunhas (artigo 304 § 2º do
CPP).

g.8) expedirá nota de culpa ao autuado. Nota de culpa é o documento onde consta o motivo
da prisão. Possui um prazo de 24 horas para entregar a nota de culpa ao autuado.
Passado o prazo sem a entrega a prisão é ilegal, devendo ocorrer o relaxamento da prisão

g.9) Oficiará ao Juiz sobre a prisão e o recolhimento do preso a cadeia pública, com cópia
do APFD.
g.10)Recolhimento do preso ao cárcere: após a lavratura do APFD ocorrerá o recolhimento
do preso ao cárcere, Esta é a regra.
Exceções: quando após lavratura do ADFP o preso será colocado em
liberdade:
a) caso de fiança (nos crimes de detenção o delegado de polícia
pode afinaçar);
b) preso se livra solto (quando a infração tem pena não superior a
três meses);
c) quando a vítima não se manifesta (representa) nos crimes de
açãopenal privada ou pública condicionada e
d) quando não resultar fundadas suspeitas contra o preso =
relaxamento da prisão pelo delegado de polícia (artigo 304 caput
e § 1º do CPP a contrário sensu)

http://www.orkut.com.br/Main#Profi .:

Bela ,

penso assim : nem em pensamento imagina te conhecer , te achava metidaa sabeee , rs mas
hoje ♪.. tudo mudou.. ♪ e sinto que é tudo aquilo que nunca podia esperar . Te conheço a
pouquinho tempo , e não posso ainda te dizer te amoo , mas é na sinceridade que te digo
tee adoro , rs ée de coração mesmo .
Talvez passe mais um poquinho de tempo e eu te diga que voê foi um dos presentes de
2011 , mas isso vai ser só láa no nataal . rs
Eu não sei ao certo , por que as pessoas chegam em nossas vidas .. algumas permanecem na
minha vida: pq eu as amoo muitoo , outras pq eu não consigo viveer sem e existem algumas
que me viciam ..esperoo que vocêe sejaa ainda a reunião dos trêes na minha vida .

enfim : te desejo muitos beeeeijos , vários apaixonadoos por você , um sorrisoo lindoo
sempreee e uma dose de bom humoor pra suportar os momentos tristees . ehh ahh claro
JUÍZO hen minha MININA '

tee adoro , Bella !


le?uid=13042984502558794124

You might also like