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Características gerais

População grande em área pequena


A região Sul é a menor em superfície territorial do Brasil e a segunda mais
desenvolvida[17], ocupa cerca de 7% do território brasileiro, mas por outro lado, sua
população é duas vezes maior que o número de habitantes das regiões Norte e Centro-
Oeste. Seus 27.384.815 habitantes[18] representam uma densidade demográfica de 47,59
hab./km². Com um desenvolvimento relativamente igual nos setores primário,
secundário e terciário, essa população apresenta os mais altos índices de alfabetização
registrados no Brasil, o que explica, em parte, o desenvolvimento socioeconômico da
região em comparação com as outras regiões brasileiras.
Localização ao sul do Trópico de Capricórnio
A região Sul é a única região brasileira localizada quase totalmente abaixo do Trópico
de Capricórnio e, por isso mesmo, é a mais fria do Brasil. O clima dominante é o
subtropical e são frequentes as geadas. Em altitudes elevadas também ocorrem
ocasionalmente precipitações de neve. As estações do ano são bem definidas e as
chuvas, em geral, distribuem-se em grande quantidade ao longo do ano. O clima
regional do sul, em comparação com as demais regiões do país, caracteriza-se por sua
homogeneidade, notadamente no que se refere à sua pluviometria e ao ritmo estacional
de seu regime. Destaca-se um clima mesotérmico bastante úmido no planalto
Meridional e subtropical, e superúmido na faixa litorânea e na encosta atlântica, com
temperaturas bastante elevadas. Como característica geral, o clima do Sul é o
subtropical, apresentando uma sensível oscilação térmica durante o ano. É possível
diferenciar nitidamente duas estações: o inverno, que pode ser frio e o verão, quente,
sobretudo nas áreas de baixa altitude dos três estados. Apenas o extremo noroeste do
estado do Paraná e os litorais do Paraná e Santa Catarina apresentam invernos amenos e
verões quentes, excetuando-se os locais mais elevados do planalto, de clima mais
brando.
Na região Sul, mais precisamente em Santa Catarina, foram registradas tanto a mais alta
(até 2005), quanto a mais baixa temperatura de todo o Brasil.
Paisagens geoeconômicas bem diferenciadas
No Sul, originalmente, diferenciavam-se duas áreas: a de florestas e a de campos. A
primeira, colonizada por imigrantes alemães, italianos e eslavos, assumiu um aspecto
europeu, com pequenas e médias fazendas voltadas para a policultura. A região de
campos, ao contrário, ocupada desde a época colonial por latifundiários escravocratas,
foi utilizada inicialmente para a pecuária extensiva e, mais tarde, também para o cultivo
de trigo e soja. Hoje em dia, com o êxodo rural e inovações da agricultura, aumentou-se
muito a concentração fundiária na região.
Atualmente, além dessas duas paisagens, há também as áreas industriais e urbanizadas,
com destaque para as regiões metropolitanas de Curitiba,[19] no Paraná e de Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul. E também o Pólo Metal-mecânico de Caxias do Sul no
Rio Grande do Sul, segundo maior do Brasil e um dos maiores da América Latina, sede
de grandes empresas do setor, como a Marcopolo, a Randon e a Agrale.
Um grande destaque também, para a produção de arroz da região oeste do Rio Grande
do Sul, a maior produtora do grão na América Latina. A safra no ano de 2006, atingiu
mais de 2 milhões de toneladas do grão, num valor de mais de R$940.000.000,00 e
representando cerca de 21% da produção nacional.
Também é importante destacar a região norte do Paraná, que compreende como cidades
pólo Londrina e Maringá, considerada "celeiro do Brasil" possui a maior produção de
grão do país e a terceira maior do mundo, concentrando grande influência no campo
agroindustrial. Alem da região sul de Santa Catarina que é uma das maiores produtoras
de carvão do brasil. Também em Santa Catarina,temos os maiores polos de criação e
cultivo de bois e porcos, além de leite e uma vasta area de cultivo agrícola, neles o que
mais se destaca é o de arroz.
Embora distintas, essas paisagens geoeconômicas estão integradas, o que facilita
caracterizar a região como a mais uniforme do Brasil quanto ao índice de
desenvolvimento humano.
Geografia
A Região Sul do Brasil está situada na zona temperada do sul, com a parte norte na zona
tropical. Seu clima apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros
elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas
paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia
com duas grandes bacias fluviais (a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores,
vegetação em que se alternam florestas e campos. A consideração dessas dualidades, é
de extrema facilidade para a compreensão da natureza sulista.
O planalto Meridional é constituído por rochas sedimentares antigas (arenitos) e
extensões de rochas magmáticas eruptivas (basaltos). Subdivide-se em:
• Planalto Arenítico-Basáltico, uma formação de cuestas, conhecidas como
serras — Serra Geral (Santa Catarina) e coxilhas (Rio Grande do Sul);
• Depressão Periférica, conhecida como planalto dos Campos Gerais (Paraná) e
Depressão Central (Rio Grande do Sul).
O planalto Cristalino Brasileiro é formado por rochas sedimentares antigas junto ao
litoral e pela escarpa da serra do Mar. Áreas mais baixas e onduladas ao sul,
caracterizando as serras de Sudeste, com suas inúmeras coxilhas.
Na Planície Costeira ou Litorânea, aparecem pequenas planícies fluviais, embutidas
nos planaltos, e uma extensa planície costeira, que ora se estreita, ora se torna bastante
larga. Nessa planície, há presença de restingas, lagoas costeiras, praias e dunas.
O clima da região Sul é subtropical, na maior parte da região. As temperaturas média
oscilam entre 12 °C a 21 °C, com grande amplitude térmica. As chuvas de 1.200mm e
2.000mm são bem distribuídas durante o ano.
A região Sul é representada basicamente por duas bacias:
• bacia do Paraná — principais rios: Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e
Iguaçu, além do Paraná.
• bacia do Uruguai — principais rios Ijuí, Ibicuí e Piratini, além do Uruguai.
Na Mata das Araucárias se encontram espécies úteis, como o pinheiro-do-paraná e a
imbuia. A Mata Atlântica está localizada junto ao litoral e ao vale dos grandes rios.
Os campos meridionais ou do planalto, também conhecidos como Campanha Gaúcha
ou Pampa, no Rio Grande do Sul, que constituem excelentes paisagens naturais.
Relevo
O relevo da região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões
do planalto Brasileiro: o planalto Atlântico (serras e planaltos do Leste e Sudeste) e o
planalto Meridional. Nessa região, o planalto Atlântico é também denominado planalto
Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e
Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies. O ponto mais elevado
da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude, localizado no estado do
Paraná. Porém o Morro da Igreja está situado a 1.822 metros de altitude, sendo o ponto
habitado mais alto da região Sul e onde foi registrada, não oficialmente, a temperatura
mais baixa do Brasil: -17,8 °C, em 29 de junho de 1996.[20]
Clima
No Brasil, país predominantemente tropical, somente a região Sul é dominada pelo
clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o
temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio
em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas
do país. Nesse clima, as médias variam de 16 °C a 20 °C, mas o inverno costuma ser
bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas frequentes em quase todas as
áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano
apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta.
As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano
inteiro, mas no norte do Paraná — transição para a zona intertropical — concentram-se
nos meses de verão.Podem-se encontrar também características de tropicalidade nas
baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores
a 20 °C e as chuvas caem principalmente no verão.
Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos
do sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de
fortes chuvas. No inverno, as frentes frias, que são geralmente seguidas de massas de ar
vindas do Pólo Sul, causam resfriamentos e geadas. Os habitantes do Sul chamam esse
vento frio de minuano ou pampeiro.
É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil,
têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A
mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa
no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras
regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecerá.
Hidrografia
Tanto a serra do Mar como a Serra Geral estão localizadas próximas do litoral. Dessa
forma, o relevo da região Sul inclina-se para o interior e a maior parte dos rios — que é
o planalto — segue de leste para oeste. Concentram-se em duas grandes bacias
hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas subdivisões da
Bacia Platina. Os rios mais importantes são volumosos e possuem grande potencial
hidrelétrico, o que já está sendo explorado no rio Paraná, com a construção da Usina
Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a segunda maior do mundo). Essa exploração permite
ao Sul e ao Sudeste uma crescente utilização de energia elétrica, tanto para consumo
doméstico como industrial, fazendo-se necessária a continuidade dos investimentos
nesse local.
Os rios sulistas que percorrem em direção ao mar fazem parte de um conjunto de bacias
secundárias, conhecido como Bacias do Sudeste-Sul. Entre essas, a de maior
aproveitamento para hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra,
muito conhecida pelas suas imprevisíveis cheias, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina,
que atinge uma região bastante desenvolvida, influenciada basicamente pela
colonização alemã.
Vegetação
Quando muitos geógrafos brasileiros se referem ao sul do Brasil, é comum se lembrar
da Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais e do grande pampa gaúcho, formações
vegetais típicas da região, embora não sejam as únicas.
A Mata de Araucárias, bastante devastada e da qual só restam alguns trechos, aparece
nas partes mais elevadas dos planaltos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina,
na forma de manchas entre outras formações vegetais. A Araucaria angustifolia
(pinheiro-do-paraná) adapta-se mais facilmente às baixas temperaturas, comuns nas
partes mais altas do relevo, e ao solo de rocha mista, arenito e basalto, que se concentra
no planalto Arenito-basáltico, no interior da região.
Desta mata são extraídos principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, utilizados em
marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas são empregadas no preparo do chimarrão. Além
dessa mata, a serra do Mar, muito úmida devido à proximidade com o oceano Atlântico,
favorece o desenvolvimento da mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica,
muito densa e com grande variedade de espécies, inicia-se no Nordeste e continua pelo
Sudeste até chegar ao Sul.
A Mata de Araucárias, que foi o panorama vegetal típico da região, aparece atualmente
apenas em trechos. A devastação iniciou-se no final do Império, devido a concessões
feitas pelo governo à abertura de estradas de ferro, e agravou-se com a atividade
madeireira. No Norte e Oeste do Paraná, as poucas manchas de floresta tropical estão
praticamente destruídas, devida à expansão agrícola. Nos últimos anos, tem-se tentado
implantar uma política de reflorestamento.
A região Sul é ocupada também por vastas extensões de terra de campos limpos,
conhecidos pelo nome de campos meridionais, divididos em duas áreas distintas. A
primeira corresponde aos campos dos planaltos, que ocorrem em manchas desde o
Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha —
é mais extensa e localiza-se inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região
conhecida como Campanha Gaúcha ou pampa. É a vegetação natural das coxilhas e
aparece como uma camada de ervas rasteiras.
Finalmente, junto ao litoral, merece destaque a vegetação costeira de mangues, praias e
restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.
Demografia
Com 27.384.815 habitantes, de acordo com censo demográfico de 2000, o Sul é a
terceira região do Brasil em população, embora apresente uma densidade
populacional de 47,59 hab./km², mais de duas vezes maior que a do Brasil.
Seu desenvolvimento econômico é muito forte tanto no campo como nas cidades.
Milicianos, portugueses e espanhóis
Anteriormente, no século XVIII, o Sul do Brasil era uma região disputada entre
portugueses e espanhóis. A ocupação iniciou-se de fato com os milicianos, que
eram tropeiros de São Paulo e Minas Gerais, sendo reforçada com a vinda de casais
açorianos na década de 1750. Essa imigração açoriana foi promovida pela Coroa
Portuguesa, para estabelecer o domínio português na região.
Os espanhóis introduziram a criação de gado, que rapidamente tornou-se a economia
predominante no Rio Grande do Sul. A população se concentrava nos pampas, tendo
havido uma fusão de costumes espanhóis, portugueses, negros e indígenas, que deram
origem ao tipo regional gaúcho, existente também no Uruguai e na Argentina. Embora o
gaúcho sul riograndense fosse mais português que espanhol, a influência cultural vinda
dos países vizinhos tornaram os gaúchos dos pampas bastante hispanizados, a ponto de
falarem um dialeto que misturava elementos espanhóis e portugueses.
Imigrantes europeus
Os alemães estabeleceram-se principalmente no Vale do rio Itajaí, no norte e nordeste
de Santa Catarina, na região metropolitana de Curitiba, na região dos Campos Gerais e
também no norte e oeste do Paraná, e no vale do rio dos Sinos no Rio Grande do Sul.[23]
Os italianos ocuparam principalmente a serra gaúcha e Sul catarinense, onde
introduziram o cultivo da uva e a produção de vinho, posteriormente também o norte do
Paraná ocupando-se na colheita do café. Colonizadores de outros países tais como
russos, poloneses, ucranianos, e outros grupos imigrantes fixavam-se no oeste de Santa
Catarina, no Paraná e em outros pontos da região.[24]
A ocupação da região Sul seria completada como a colonização açoriana (portugueses)
ao longo do litoral, incluindo destaque para a ilha de Santa Catarina, onde se localiza
Florianópolis, e para Porto Alegre. A segunda iniciou-se na primeira metade do século
XIX, com a chegada de imigrantes alemães e de italianos na segunda metade do século.
Em menor número, russos, poloneses, ucranianos e outros. Os imigrantes colonizaram
os planaltos, deixando a marca de seus costumes no estilo das residências, no idioma e
na culinária. Foram responsáveis também pela introdução da policultura e do sistema de
pequenas propriedades. É por essa razão que o Sul é a região brasileira que possui maior
percentual de minifúndios em sua estrutura fundiária.[24]
Distribuição populacional
Embora a oposição entre as aglomerações urbanas e vazios populacionais, no Sul, não
seja tão definido como em outras regiões, os centros urbanos, incluindo Curitiba, Porto
Alegre e cidades do Vale do rio Itajaí, apresentam altas densidades populacionais. Os
trechos menos populosos do Sul localizam-se na Campanha Gaúcha, pois a atividade
econômica dominante é a pecuária extensiva, que emprega pouca mão-de-obra.[24]
Modo de viver
A região Sul se destaca por apresentar as mais elevadas taxas de alfabetização de
expectativa de vida do Brasil, tendo também o maior Índice de Desenvolvimento
Humano.
Urbanização
Cidades mais populosas da Região Sul do Brasil

Posição Cidade Estado População Posição Cidade Estado População


Santa
1 Curitiba Paraná 1 746 896 11 Blumenau 309 214
Catarina
Rio
2 Porto Alegre Grande do 1 409 939 12 Cascavel Paraná 286 172
Sul
Rio
Santa
3 Joinville 515 250 13 Santa Maria Grande do 261 027
Catarina
Sul
São José dos
4 Londrina Paraná 506 645 14 Paraná 263 488
Pinhais
Rio Rio
Caxias do
5 Grande do 430 835 15 Gravataí Grande do 255 762
Sul
Sul Sul
Santa Foz do
6 Florianópolis 421 203 16 Paraná 256 081
Catarina Iguaçu
Rio
Novo
7 Maringá Paraná 357 117 17 Grande do 239 051
Hamburgo
Sul
Rio Rio
8 Pelotas Grande do 327 778 18 Viamão Grande do 239 234
Sul Sul
Rio Rio
São
9 Canoas Grande do 324 025 19 Grande do 214 210
Leopoldo
Sul Sul
10 Ponta Grossa Paraná 311 697 20 Colombo Paraná 213 027
Fonte: IBGE, censo 2010[25]
A mecanização da agricultura e a agroindústria favorecem a mudança de famílias do
campo para a cidade. Na Região Sul, que apresenta os menores percentuais nas
migrações internas do Brasil, 82% da população vive em centros urbanos. A
conseqüência imediata desse alto índice de urbanização é a formação de bolsões de
miséria nas principais cidades da região. A grande pobreza atinge até mesmo parte da
região de Curitiba e Porto Alegre, capitais do Paraná e do Rio Grande do Sul,
respectivamente.
Subdivisões

1Paraná
2SantaCatarina
3 - Rio Grande do Sul.
A região Sul do Brasil é composta por três estados:[26]
Paraná
Abriga o que restou da mata de araucárias,[27] uma das mais importantes florestas
subtropicais do mundo. Na fronteira com a Argentina fica o Parque Nacional do
Iguaçu,[28] declarado Patrimônio da Humanidade[29] pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A 40 quilômetros dali,
na fronteira com o Paraguai, está a Usina Hidrelétrica de Itaipu,[30] a maior do
planeta. O estado possui forte colonização polonesa, ucraniana, alemã, italiana e
neerlandesa.[31][32]
Santa Catarina
Menor e menos populoso estado da região,[33] Santa Catarina aprecia enseadas e
muitas ilhas no litoral e planaltos a leste e a oeste, com mata de araucárias e
campos. De clima subtropical, o estado tem as quatro estações bem marcadas ao
longo do ano, com verões quentes e invernos rigorosos no planalto.
Santa Catarina tem grande influência de imigrantes alemães[34] no Vale do Itajaí,
no nordeste, norte do estado e serra, italianos no sul[35] e açorianos em
Florianópolis e em boa parte da faixa litorânea do estado.[36] O estado, aliás,
mantém uma posição de liderança na maricultura, com grande produção e
exportação de camarão e ostras em cativeiro.
Rio Grande do Sul
No maior e mais populoso estado da região fica um dos pontos extremos do
País, o Arroio Chuí.[37] O clima do Rio Grande do Sul é temperado, e o relevo
apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no
centro. A vegetação é variada: campos (os pampas gaúchos), mata de araucárias
e restingas.
[34] [38]
Os principais colonizadores foram os alemães e os italianos, que se fixaram
principalmente na região serrana,[39] no nordeste do estado, os alemães, que
ocuparam a região do vale do rio dos Sinos,[40] ao norte de Porto Alegre e os
portugueses, entre eles os açorianos, permaneceram no litoral.[41]
Além da influência européia, o gaúcho cultiva as tradições dos pampas, na
fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o
chimarrão,[42] o churrasco[43] e o uso de trajes típicos, compostos de bombacha[44]
(calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho[44] e lenço no
pescoço.[44]
Economia
No que se refere aos aspectos econômicos da região Sul, a melhor maneira de explicar a
distribuição das atividades primárias, secundárias e terciárias é elaborando análises
desses três setores econômicos por partes e separadamente, observando cada uma delas.
A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da
pecuária extensiva de corte na região Sul. Há o predomínio da grande propriedade e o
regime de exploração direta, já que a criação é extensiva, exigindo poucos
trabalhadores, o que explica o fato de haver uma população rural muito pouco numerosa
na região.
Devido à ampliação do mercado consumidor local e extra-regional e ao surgimento de
frigoríficos na região, em certas áreas já ocorre uma criação mais aprimorada, pecuária
leiteira e lavouras comerciais com técnicas modernas, destacando-se o cultivo do arroz,
do trigo e da batata.
A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais, com predomínio da pequena
propriedade e do trabalho familiar, foi iniciada pelo europeus, sobretudo alemães, que
predominaram na colonização do Sul. A policultura é a prática comum na região, às
vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a
abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados. Em
algumas áreas, a produção rural está voltada para a indústria, como a cultura da uva para
a fabricação de vinhos, a de tabaco para a indústria de cigarros, a de soja para a
fabricação de óleos vegetais, à criação de porcos (associada à produção de milho) para
abastecer os frigoríficos e o leite para abastecer as usinas de leite e fábricas de
laticínios.
Diferente das regiões agrícolas "coloniais" é o norte do Paraná, que está relacionado
com a economia do Sudeste, sendo uma área de transição entre São Paulo e o Sul. Seu
povoamento está ligada à expansão da economia paulista.
O extrativismo vegetal é uma atividade de grande importância no Sul do Brasil e o fato
de a mata das araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua
exploração. As espécies preferidas são o pinheiro-do-paraná, a imbuia e o cedro,
aproveitados em serrarias ou fábricas de papel e celulose. A erva-mate é outro produto
importante do extrativismo vegetal no Sul, e já é cultivada em certas áreas.
A região Sul é pobre em recursos minerais, devido à sua estrutura geológica. Há
ocorrência de cobre no Rio Grande do Sul e chumbo no Paraná, mas o principal produto
é o carvão-de-pedra, cuja exploração concentra-se em Santa Catarina. É utilizado em
usinas termelétricas locais e na siderurgia.
A região Sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o Sudeste. A
principal característica da industrialização no Sul é o fato de as atividades comandarem
a atividade industrial, onde se localizam indústrias siderúrgicas, químicas, de couros, de
bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a industrialização de Curitiba, o segundo
maior parque industrial, é mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeireiras e
fábricas de alimentos.
As demais cidades industriais da região são geralmente mono-industriais ou então
abrigam dois gêneros de indústriais, como Caxias do Sul (bebidas e metalurgia), Pelotas
(frigoríficos), Lages (madeiras), Londrina (alimentos) e Blumenau (têxtil). A exceção é
Joinville (setores metal mecânico, químico, plástico, e de desenvolvimento de
software), situada no Norte catarinense.
Produto Interno Bruto
Em 2003, o PIB do Sul chegou em 386.758.428.000,00 de reais ou quase 20% do
nacional, ou seja, a 2ª região em riquezas finais produzidas do país. A tabela a seguir
exibe como é distribuído o PIB regionalmente e nacionalmente entre os estados da
região:
Produto Interno Bruto da região Sul (IBGE/2006)
PIB (em R$ % do PIB % do PIB PIB per
Estados
1000,00) nacional regional capita
Paraná 136 681 933 mil 6,4% 34,2% 13 158,00
Santa Catarina 93 193 324 mil 4,0% 21,5% 15 638,00
Rio Grande do
156 883 171 mil 8,2% 44,3% 14 310,00
Sul
Extrativismo
O extrativismo na região Sul, apesar de ser uma atividade econômica complementar, é
bastante desenvolvido em suas três modalidades:
• Extrativismo vegetal: praticado na Mata de Araucárias, da qual se aproveitam o
pinheiro-do-paraná, a imbuia, a erva-mate e algumas outras espécies, utilizadas
principalmente pelas serrarias e fábricas de papel e celulose;
• Extrativismo animal: praticado ao longo da faixa costeira, com uma produção
de pescado que equivale a cerca de 25% do total produzido no Brasil, com
destaque para a sardinha, a merluza, a tainha, o camarão, etc.;
• Extrativismo mineral: destacam-se o carvão mineral, na região de Criciúma, o
caulim, matéria-prima que abastece fábricas de azulejos e louças em Santa
Catarina e no Paraná e cuja extração na região de Campo Alegre chega a 15 mil
toneladas mensais, a argila e o petróleo, explorado na plataforma continental.
Agricultura
Principais cultivos, 2005[45]
Produto Participação
Arroz 6,68%
Batata 0,31%
Fumo 2,45%
Milho 21,84%
Soja 45,51%
Trigo 11,42%
A plantação de maçãs e a fabricação de sidras no Brasil são características
economicamente marcantes da colonização alemã nos estados de SC e RS.
A maior parte do espaço territorial sulista é ocupado pela pecuária, porém a atividade
econômica de maior rendimento e que emprega o maior número de trabalhadores é a
agricultura. A atividade agrícola no Sul distribui-se em dois amplos e diversificados
setores:
• Policultura: desenvolvida em pequenas propriedades de base familiar. Foi
introduzida por imigrantes europeus, principalmente alemães, na área
originalmente ocupada pelas florestas. Cultivam-se principalmente milho, feijão,
mandioca, batata, maçã, laranja, e fumo;
• Monocultura comercial: desenvolvida em grandes propriedades. Essa atividade
é comum nas áreas de campos do Rio Grande do Sul, onde se cultivam soja,
trigo, e algumas vezes, arroz. No Norte do Paraná predominam as monoculturas
comerciais de algodão, cana-de-açúcar, e principalmente soja, laranja, trigo e
café. A erva-mate, produto do extrativismo, é também cultivada.
Para compreender mais claramente a distribuição das atividades agrícolas pela região,
analise a tabela acima com os respectivos dados sobre os produtos agrícolas.
Também é no sul do Brasil que está localizada a maior cooperativa agroindustrial da
América Latina, a Cooperativa Agroindustrial Morãoense, com sede em Campo
Mourão, no estado do Paraná.
Pecuária
No Paraná, possui grande destaque a criação de suínos, atividade em que esse estado é o
primeiro do Brasil, seguido do Rio Grande do Sul. Essa criação processa-se
paralelamente ao cultivo do milho, além de abastecer a população, serve de matéria-
prima a grandes frigoríficos.
Os campos do Sul constituem excelente pastagem natural para a criação de gado
bovino, principalmente na Campanha Gaúcha ou pampa, no estado do Rio Grande do
Sul. Desenvolve-se ali uma pecuária extensiva, criando-se, além de bovinos, também
ovinos. A região Sul reúne cerca de 18% dos bovinos e mais de 60% dos ovinos criados
no Brasil, sendo o Rio Grande do Sul o primeiro produtor brasileiro.
A pecuária intensiva também é bastante desenvolvida na região Sul, que detém o
segundo ranking na produção brasileira de leite. Parte do leite produzido no Sul é
beneficiado por indústrias de laticínio.
Indústria
O sul é a segunda região do Brasil em número de trabalhadores e em valor e volume da
produção industrial. Esse avanço deve-se a uma boa rede de transportes rodoviários e
ferroviários, grande potencial hidrelétrico, fácil aproveitamento de energia térmica,
grande volume e variedade de matérias-primas e mercado consumidor com elevado
poder aquisitivo.
A distribuição das indústrias do sul é bastante diferente da que ocorre na região Sudeste.
Nesta região predominam grandes complexos industriais com atividades diversificadas,
enquanto o sul apresenta as seguintes características:
• presença de indústrias próximas às áreas produtoras de matérias-primas; assim,
os laticínios e frigoríficos surgem nas áreas de pecuária, as indústrias
madeireiras nas zonas de araucárias, e assim por diante;
• predomínio de estabelecimentos industriais de médio e pequeno porte em quase
todo o interior da região;
• predomínio de indústrias de transformação dos produtos da agricultura e da
pecuária.
Turismo
O Parque Nacional do Iguaçu, onde se localizam as Cataratas do Iguaçu, é uma Unidade
de Conservação brasileira. Está localizado no extremo-oeste do estado do Paraná, tendo
sido criado em 10 de janeiro de 1939 , através do decreto lei nº 1.035. Sua área total é
de 185.262,2 hectares. Em 1986 recebeu o título, concedido pela UNESCO, de
Patrimônio Mundial.
Durante os dias quentes de verão, as praias catarinenses são procuradas e freqüentadas
por turistas do Brasil inteiro e de outros países estrangeiros. Florianópolis, atrás apenas
das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), é uma das capitais brasileiras mais
visitadas. Com o fim da crise econômica nos países do Mercosul, parte do movimento
de argentinos, uruguaios e paraguaios voltou ao proveito do turismo de verão, em
cidades balneárias tais como Balneário Camboriú e Barra Velha. São pontos turísticos
os patrimônios da humanidade: Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, no
Paraná e as Ruínas Jesuítico-Guaranis de São Miguel das Missões, no Rio Grande do
Sul.
As serras gaúcha e catarinense atraem turistas no inverno rigoroso, que aproveitam as
temperaturas mais baixas e a neve, em cidades como Gramado (RS), a cidade turística
mais representativa do gênero no país, Canela (RS) e Urubici (SC).
Em Cambará do Sul (RS), localiza-se o Parque Nacional de Aparados da Serra, onde
fica o cânion do Itaimbezinho.
Infraestrutura
Educação
A Universidade Federal do Paraná, a primeira do Brasil.

Brasão da Universidade Federal do Paraná.


A Região Sul do Brasil possui a maior taxa de alfabetização do país, com 92,2% e
também a menor em número de analfabetos (7,8%). Conta com 587.853 alunos
matriculados no ensino infantil, 4.380.912 no ensino fundamental, 1.202.301 no ensino
médio e 473.583 no ensino superior.
Suas melhores universidades são[46] a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a
Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná (a mais antiga
do Brasil), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Universidade
Federal de Santa Maria, a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Estadual
de Londrina, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná, a Universidade do Estado de
Santa Catarina, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Universidade Federal de
Pelotas, entre outras.
Saúde
O índice de mortalidade infantil é de 20,3 por mil nascidos vivos. Evoluiu o número de
estabelecimentos de saúde entre 8.000 e 10.000, já no ano de 1999. O Paraná é o estado
que possui o maior número de estabelecimentos da rede SUS com internação, com 469
lugares, ao mesmo tempo que Santa Catarina é detentora do menor índice (207); o Rio
Grande do Sul tem um índice equilibrado de estabelecimentos de SUS com internação
(379).
Energia
A região Sul é muito rica em xisto betuminoso e carvão mineral. O carvão mineral é
utilizado para produzir energia elétrica nas usinas termelétricas, como a Usina
Termelétrica Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Além desses minérios, a região possui
também energia hidrelétrica em abundância, graças às características de sua hidrografia
— os rios caudalosos e os rios de planalto.
A maior usina hidrelétrica do Brasil situa-se na região. Inaugurada em 1983, Itaipu, que
aproveita os recursos hídricos do rio Paraná, mais precisamente nas imediações das
cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), na margem esquerda e Ciudad del Este, antiga Puerto
Presidente Stroessner (Paraguai), na margem direita. Como é considerada a segunda
maior usina hidrelétrica do mundo, sendo a primeira a de Três Gargantas naChina,[47][48]
[49]
sua energia é utilizada em partes iguais por ambos países a que pertencem, Brasil e
Paraguai.
Além de abastecer a região Sul, a energia da Usina hidrelétrica de Itaipu é imensamente
utilizada em outras regiões brasileiras, inclusive na região Sudeste.
A distribuição de energia elétrica na região Sul é controlada pela Eletrosul, com sede
em Florianópolis (SC), que estende a atuação ao estado de Mato Grosso do Sul e
também a outras áreas do Brasil, devido a interligações com a rede de energia da região
Sudeste.
Em relação às usinas hidrelétricas que ainda existem em atividade desde o século XX,
entraram em funcionamento entre as décadas de 1990 e 2000, tais como Usina
Hidrelétrica de Ilha Grande, no rio Paraná, Usina Hidrelétrica de Machadinho, no rio
Pelotas, e Usina Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai.
Problemas atuais
Os maiores problemas da Região Sul do Brasil são comuns a todo o país: a acentuada
desigualdade na distribuição de renda reflete em todas as regiões, no contraste entre a
riqueza de poucos e a pobreza de muitos. Na Região Sul do Brasil, esse contraste não
tão marcante quanto no Sudeste ou Nordeste, mas evidencia-se na existência de favelas
nos grandes centros urbanos, nos altos índices de analfabetismo em algumas áreas, nas
precárias condições de moradia e na assistência médico-hospitalar insatisfatória.
Além desses problemas, a Região Sul do Brasil enfrenta:
• Excessos do clima: O clima subtropical, ainda que agradável na maior parte do
ano, é responsável por freqüentes geadas, de consequências desastrosas para a
agricultura, principalmente para as plantações de café. Além disso, chuvas
intensas podem causar inundações incontroláveis, de efeitos muito negativos
sobre a sociedade e a economia.
• Dificuldades de ordem humana: Grande parte da população ainda emprega
técnicas agrícolas e pecuárias primitivas, obtendo um rendimento bastante
abaixo do ideal. Além disso, a mecanização das lavouras leva ao desemprego,
causando a migração para outros estados brasileiros e o surgimento de boias-
frias. Esses trabalhadores rurais sem terra são contratados temporariamente para
tarefas que exigem muita mão-de-obra e dispensados em seguida. Suas
condições de trabalho, saúde e moradia são absolutamente precárias. Embora os
boias-frias não constituam problema específico da Região Sul do Brasil, o
estado do Paraná é a unidade federativa com o maior número de pessoas nessas
condições.
Para os problemas decorrentes de condições naturais há perspectivas de solução:
técnicas para combater o efeito das geadas e obras para conter as enchentes
começam a serem desenvolvidas em todas as áreas críticas. No caso dos
problemas de caráter social, com raízes históricas, as soluções exigem mais
tempo, porém não são imppossíveis; atualmente, o progresso dos meios de
transportes e a ampliação de comunicações viabilizam projetos de alfabetização
e amparo médico-sanitário às populações isoladas. A Sudesul (Suiperintendência
para o Desenvolvimento da Região Sul), extinta em 1990, coordenava e
supervisionava boa parte desses projetos e executava programas bastante
significativos, aumentando a cada ano a participação da Região Sul no conjunto
da economia brasileira.

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