Este filme retrata a realidade da corrupção política nacional
associada à precariedade do sistema de segurança pública. Na história, acompanhamos a trajetória do Coronel Roberto Nascimento, líder responsável pelo BOPE que devido a uma estratégia política governamental, é convidado a assumir a subsecretária de segurança do estado do Rio de Janeiro. Ao assumir tal responsabilidade, o mesmo passa a conhecer o real cenário da instituição norteada por corrupção, tráfico de influência, assassinatos, prostituição e tráfico de armas.
Desenvolvimento do assunto
O coronel Roberto Nascimento está com sua equipe do BOPE em
uma operação dentro de um presídio público (Bangu I), pois os presos daquele local promovem uma rebelião, pegando alguns agentes penitenciários como reféns, por esta razão a equipe do BOPE fica estrategicamente organizada, para diante da mais provável oportunidade, puderem retomar o controle sobre a penitenciária. Ao passar do tempo, percebe-se que cada vez mais fica difícil manter os presos tranqüilos, e a preocupação com a integridade física dos reféns aumenta gradualmente, diante disso, é decidido convidar o Fraga, um militante pelos direitos humanos, já conhecido pelos presos e pela população local, todavia durante a operação de resgate dos reféns, quando tudo estava sob o controle, um dos policiais atuantes (Capitão André Mathias) decide por si mesmo atacar os presos, sem o consentimento de seu superior (Coronel Nascimento) e com isso, embora tenha salvado a vida do militante envolvido, termina por junto com a equipe, eliminar os presos e criar uma onda de revolta e sérias punições aos dois integrantes do BOPE, sendo eles o Coronel e o Capitão já citados. Ao assumir a subsecretaria, o mesmo passa a vivenciar a realidade norteada pela falta de ética, corrupção, mentiras e claras demonstrações de desvio de conduta dos que compõem as instituições públicas do Rio de Janeiro. Há situações claras que demonstram as atitudes antiéticas de alguns personagens durante a exibição da história. O Capitão André Mathias, embora tivesse agido sem seguir as recomendações de seu superior, quanto ao ataque ao presídio, afirmou estar disposto a reconhecer seu erro publicamente, isentando assim o Coronel Nascimento de qualquer responsabilidade, no entanto com uma atitude ainda mais nobre, o coronel recusa tal procedimento assumindo a responsabilidade total pela liderança do comando que culminou com a tragédia. Na cúpula da hierarquia da polícia militar, o comandante e o major (Rocha) junto com outros soldados, agem como milícia, ou seja, um grupo de policiais atua como bandidos cobrando dinheiro da população, para oferecer-lhes proteção, sendo este um direito adquirido da comunidade, todavia sendo subtraído pelos corruptos. Um apresentador de programa local, também deputado (Fortunato), diante das câmeras defende a população com grande veemência, todavia nos bastidores favorece o tráfico de drogas, armas e a prostituição nas comunidades pobres do estado. O governador do estado (Celino) lidera toda a corrupção, trabalhando em sociedade com as milícias nas comunidades, como instrumento para angariar votos e manter os cidadãos condicionados a não agir por livre escolha. O Coronel Nascimento age com verdadeira ética ao buscar transparência e verdade nas operações da polícia militar, levando-o a enfrentar com coragem e ousadia os corruptos líderes que haviam liderado a milícia a roubar as armas de uma delegacia local, e com isso ter uma razão para ocupar a comunidade (bairro do tanque) e exterminar seus “rivais”, sendo eles os traficantes locais. O resultado desta intervenção vem a ser a morte de um policial (André Mathias) comprometido com a causa justa, pelos próprios colegas da polícia, pois quando o mesmo está prestes a descobrir as reais ações do grupo, eles decidem por assassiná-lo. A história se prossegue com a tentativa acentuada do coronel Nascimento em esclarecer as mentiras e desmascarar os agentes corruptos responsáveis por tanta injustiça e sofrimento do povo, levando-o a colocar a vida de sua família em total risco por esta busca.
Conclusão
Percebo que o conflito exposto no filme simboliza a luta da ética e dos
códigos morais representada pelo Coronel Nascimento contra a estrutura da corrupção e dos desvios morais e éticos de comportamento, fundamentados pela representação dos demais personagens. Vê-se claramente que embora existam muitas pessoas que tenham seus passos fundamentados na desonestidade e indecência, há muitos outros também que defendem e pregam a importância do exercício éticos dos princípios e ensinamentos que nos tornam homens e mulheres virtuosos e merecedores do respeito e consideração dos outros. Acredito que embora exista um número maior de pessoas que busquem seus interesses, almejando ascensão social e profissional, sem preocupar-se com padrões de conduta adequados, há uma minoria que cada dia dedica-se a viver e compartilhar a importância de ser reto, honesto e digno de cada conquista e vitória baseadas na luta sincera, empenho constante e merecimento contínuo. Asseguro que quando tais conquistas são baseadas nos princípios que norteiam uma vida honesta, possuem um significado que legitima a essência do homem como criatura majestosa e propensa a tornar-se nobre por excelência.