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A História do conhecimento contábil

A Contabilidade para se tornar ciência percorreu um


grande caminho sofrendo diversas evoluções ao longo do
tempo. Ela surgiu da necessidade do homem em controlar
suas riquezas. Há autores que acreditam que ela tenha
surgido junto com as civilizações e que sua evolução
acompanhou os progressos do homem.
Melis afirma “Desde que o homem se preocupou com o
amanhã, preocupou-se também, em ‘ fazer as contas ’,
mas, em verdade, nem sempre soube, racionalmente, o que
fazer com as informações que guardou”.
Observa-se que o homem daquela época já tinha noções de
como controlar suas riquezas, mas não sabia como utilizar
as informações de forma correta para tomar decisões que
melhorasse suas condições. Ex. Um Pastor de ovelhas
observando que suas ovelhas iam morrendo a cada dia
resolveu conta-las. Ao contar viu que tinha 300, o Pastor
conseguiu contar as ovelhas, mas não soube o que fazer
com tais números. A informação não lhe foi útil já que ele
não conseguiu transformar os números em decisões. Como
o pastor podia evitar a morte das ovelhas? Quantas ele
deveria sacrificar para o alimento da família? Quantas ele
deveria vender? Tais indagações foram sendo descobertas
ao longo da evolução Contábil.
Diversos autores escreveram sobre a História da
Contabilidade, A. Lopes de Sá preferiu dividir em duas
partes: Período Primitivo até o período científico que se
refere ao processo normal do conhecimento ao longo da
história, e a parte que trata da História da Ciência, nesta
parte há preocupação em normalizar as informações afim
de uma melhor interpretação da Contabilidade como
ciência social.
É importante salientar que a Contabilidade só se
tornou Ciência graças aos diversos pesquisadores e
seguidores que foram dando continuidade e aperfeiçoando
a História da Ciência Contábil. Para A. Lopes de Sá “O
conhecimento é sempre fruto de muitas contribuições”. “(..)
o conhecimento vai sendo acrescido de novas conquistas
mais isso não invalida as bases(..)”.
Alguns desses pesquisadores e seguidores podem ser
citados como grandes colaboradores da Contabilidade:
Francesco Villa contribuiu com seu Livro “La Contabilità
Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche”.
Criticou os conceitos tradicionais da Contabilidade segundo
o qual escrituração e guarda livros poderia ser feita por
pessoas inteligentes. A Contabilidade para ele seria
conhecer os detalhes, as normas, as leis e as práticas que
regem o patrimônio. Francesco já tinha idéias
patrimonialistas mesmo sem saber. Seu seguidor Fábio
Besta superou os ensinamentos do mestre, pois chegou
muito perto de definir o Patrimônio como objeto de estudo
da Contabilidade, mas foi Mazi seguidor de Besta quem
pela primeira vez definiu o Patrimônio como objeto de
estudo da Contabilidade, ele chamou atenção para o fato
de que a contabilidade é muito mais que um mero registro,
para ele a Contabilidade seria um instrumento básico de
gestão. Hoje como seguidor de Mazi podemos citar, A.
Lopes de Sá que vem através de Neopatrimonialismo
tentar estabelecer métodos de raciocínio para o
entendimento sobre o que acontece com a riqueza
patrimonial das empresas.
A partir dos pesquisadores e seguidores citados deu
para perceber o quanto cada um foi importante para
Contabilidade tais pesquisadores e seguidores citados
pertencem a corrente Filosófica ou Européia.
Hoje as correntes que mais se destacam na
Contabilidade são as correntes Filosófica ou Européia
defendida por A. Lopes de Sá onde existe preocupação em
entender o porquê e os para quê dos fatos contábeis e a
corrente Pragmática defendida pelos Nortes Americanos
no Brasil mais acentuada pelos professores da USP. Essa
corrente nasceu nos EUA, surgiu da necessidade que os
nortes americanos tinham em processar informações de
forma prática e rápida para qualquer acionistas ou outro
interessado em qualquer parte do mundo, já que a maioria
das empresas norte americanas pertencem ao mercado de
ações. Os pragmáticos não se importam em saber se a
Contabilidade é Ciência ou não, essa corrente se preocupa
em apresentar resultados aos usuários da informação de
forma objetiva e prática.
A Corrente Pragmática faz duras criticas a corrente
filosófica, diz que Filosófica teve base excessiva em Teorias,
sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais,
uso exagerado das partidas dobradas, por sua vez a
Filosófica também faz criticas a Pragmática, diz que a
Pragmática não se preocupou em descobrir a Contabilidade
como Ciência, que só se preocupa com a forma objetiva e
prática, e que não se preocupa entender o porquê dos fatos
contábeis. O ideal seria se pudéssemos juntar a Filosófica
com Pragmática tirando o que ambas tem de melhor para
um único objetivo o com funcionamento da Ciência
Contábil.

Salvador, 13 de Setembro de 2004.

Kátia Lemos

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