You are on page 1of 2

A FORMAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS

PROFº: CHÁRCHAR Frente: 02 Aula: 17 MA190907


CN

Apresentação: Para o sucesso da luta contra os árabes, os ibéricos


contaram com o auxilio de nobres cavaleiros de outras nações

“E
ncontramos na Idade Média a origem da formação européias, e promoveram a união militar de quatro reinos ibero-
dos chamados “Estados Nacionais”, que formaram- cristãos: Leão, Castela, Navarra e Aragão; que inicialmente
se não necessariamente de maneira homogênea, lutaram juntos para expulsar os muçulmanos.
pois se analisarmos o histórico das nações ibéricas (Portugal e Após o sucesso na
Espanha) perceberemos que nestas duas sociedades o expulsão muçulmana na península
sentimento nacional e o processo de centralização política ibérica, os castelhanos começaram
manifestaram de maneira bastante particular, que de certa a se julgar donos de toda península,
forma, os distanciam dos mesmos processos que ocorreram na inclusive do Condato Portugalense
França e na Inglaterra. Pois na península ibérica a consolidação (Atual Portugal). A ambição de
dos “Estados Nacionais” está diretamente antenado com a Castela por dominar Portugal
“revolução de Avis” e as chamadas “Guerras de aumentou ainda mais com a morte
Reconquista”que foram de suma importância para a formação do ultimo rei português, D.
das nações ibéricas na medida que promoveram a articulação Fernando, que não deixou um
de toda a cristandade existente na região para expulsar os herdeiro varão para assumir o trono
árabes invasores (Mouros) que permaneciam em parte da português. Com isso Portugal
península ibérica desde o século VIII. passaria mais facilmente para o
Desta forma podemos afirmar que o esforço coletivo domínio de Castela, pois a
dos vários segmentos que compunham a cristandade ibérica sucessora do trono lusitano,
para expulsar os muçulmanos acabou fortalecendo o sentimento D.Beatriz, era casada com o rei de D. Beatriz
nacional e conseqüentemente acelerando o processo de Castela.
consolidação das nações ibéricas” Então devido a grande ameaça de perder autonomia,
(Julio Charchar) desenvolveu-se em Portugal um movimento de comerciantes e
populares nacionalistas que lutaram pela coroação de D.João,
1. AS ORIGENS DA DOMINAÇÃO ÁRABE NA mestre de Avis, que era meio-irmão do rei morto, D.Fernando.
PENÍNSULA IBÉRICA: iniciou-se a chamada Revolução de Avis que pos fim as
pretensões castelhanas de dominar
“A civilização Portugal e colocou no trono português
européia é, em boa D.João I, iniciando a dinastia de Avis.
parte, uma civilização Desta forma após se livras
mediterrânea. As dos árabes, Portugal teve que lutar
margens do para poder se livrar da dominação do
Mediterrâneo (“Mar no reino de Castela, seu antigo aliado na
meio da terra”). Portugal Guerra de Reconquista.
não é banhado pelo Após subir ao trono D.João I
Mediterrâneo, mas pelo organizou um governo forte e
oceano (“mar centralizado e defensor dos
circundante”) batizado D. João I interesses mercantis. Uma das
de Atlântico. Para características marcantes de D.João I
chegar por mar a foi o grande apoio ao progresso
Portugal era preciso técnico e ao desenvolvimento da navegação o que contribuiu
atravessar as Colunas demasiadamente para o pioneirismo lusitano na expansão pelo
de Hercules (Atual Atlântico.
Estreito de Gibraltar) e SAIBA MAIS!
entrar no Atlântico. Os
Fenícios forjaram a A Batalha de Aljubarrota
lenda, segundo a qual o
Atlântico era uma mar tenebroso, vigiado por um dragão.
No ano de 1711, árabes cruzaram as colunas de
Hercules e invadiram Portugal. Por 700 anos, foram senhores da
Península Ibérica.
Os árabes deram grande impulso a cultura ibérica,
criando universidades e fundindo a Matemática grega, a
Astronomia indiana, Astrologia e Geografia Alexandrina. Mas
eram invasores e foram tratados como tal”.
(Bueno, Eduardo.Brasil: Terra a vista! pág 18)

2 – AS ORIGENS DE PORTUGAL:
Portugal já tinha sido ocupado várias vezes antes da
invasão árabe e seu povo estava acostumado a enfrentar
estrangeiros. Os portugueses venceram os castelhanos na batalha
A luta para expulsar os muçulmanos iniciou-se no norte de Aljubarrotas, travada em 1835 e chamada de “A Padeira”,
da Península ibérica foi liderada pelo reino de Castela. pois segundo a lenda, o povo português (“arraia miúda”) usou
pás para derrubar os invasores de seus cavalos. Na verdade, foi
Fale conosco www.portalimpacto.com.br
uma das primeiras vezes na história que a infantaria – arma e) Este movimento contou com a oposição dos ricos
popular – consegui vencer a cavalaria – arma típica da nobreza. comerciantes portugueses que não alinhavam-se a política
Para vencer a batalha de Aljubarrota, D.João I não expansionista promovida por D.João I.
contou só com as pás de seus aliados: teve o apoio de arqueiros
ingleses – já que a Inglaterra também estava em luta contra 03. Em relação ao processo de consolidação do Estado
Castela. Ao tornar-se rei, D.João I, casou com a inglesa, D. português é válido afirmar que:
Felipa de Lancastre, cuja família tinha ligações com o trono da a) Não teve relação com divergências étnicas e religiosas no
Inglaterra. Com ela, D.João I teve cinco filhos, membros da casa interior da península ibérica
de Avis. Iniciada por D.João, a Dinastia de Avis iria reinar em b) Foi um processo bem semelhante ao que ocorreu na França
Portugal por 200 anos dando inicio a construção de um vasto e na Inglaterra.
império Ultramarino e a consolidação dos estado nacional c) Teve grande atuação da burguesia mercantil lusa que
português. interessada em expandir o comércio com as índias orientais,
3 – A CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA LEVA A apostava em um governo sólido e centralizado.
d) Foi um processo pacifico, onde os vários segmentos sociais
EXPANSÃO PELO ATLÂNTICO: de toda a península ibérica convergiam nos interesses
expansionistas.
Desde o século XIV
e) Não teve nenhuma relação com os avanços técnicos de
Portugal buscava ter um contato
navegação, posteriormente desenvolvidos em Portugal com a
mais direto com as Índias orientais
Escola de Sagres.
almejando uma participação mais
lucrativa neste comércio, o que há
COMENTÁRIOS:
muito tempo não acontecia sendo
que grandes partes das valiosas
especiarias vindas do oriente
eram distribuídas em Portugal a
preços altíssimos mediante a
grande quantidade de
atravessadores e intermediários
que elevavam muito o preço dos
produtos. Sendo assim esta necessidade do comércio oriental
contribuiu consideravelmente para que os comerciante
portugueses tivessem uma grande atuação no processo de
unificação portuguesa, o que não anula a participação da
nobreza e Igreja embora com atuações menos dinâmicas que os
burgueses lusitanos. Isto nos leva a crer na estreita relação de
construção do Estado português com a necessidade de se
encontrar novas rotas comerciais que fugissem dos
atravessadores, piratas e árabes que mantinham o controle da
única rota até então conhecida que era o Mediterrâneo. A
necessidade de comércio, por tanto, acabou acelerando as duas
nações ibéricas a consolidar seus processos de centralização
política e iniciar a expansão pelo Atlântico, onde os portugueses
foram os pioneiros neste processo sendo que foram os primeiros
a centralizar-se politicamente.

Questões para exercitar


01. Marque a alternativa correta sobre a chamada “Guerra de
Reconquista Ibérica”

a) Foi uma guerra entre povos ibéricos que lutavam para


monopolizar o comercio no Mediterrâneo.
b) Tratou-se da união entre povos ibero-critãos que tinha como
objetivo expulsar os mouros da península ibérica.
c) Foi uma sangrenta batalha entre o condato portugalense e o
reino de Castela
d) Ocorreu no ocidente onde os árabes objetivavam
reconquistar territórios na península ibérica.
e) Foi uma guerra religiosa entre judeus e muçulmanos na
península ibérica.
02. Sobre a Revolução de Avis é incorreto afirmar:

a) Tratou-se da luta promovida por comerciantes e


nacionalistas portugueses contra as pretensões dominadoras do
reino de Castela.
b) Foi um movimento comandado por D.João, irmão bastardo
do antigo rei, morto, D.Fernando.
c) Esta revolução foi de grande importância para o pioneirismo
lusitano na expansão pelo Atlântico
d) A revolução de Avis consolidou Portugal como uma nação
independente.

Fale conosco www.portalimpacto.com.br

You might also like