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Estudos iniciais apontaram para contaminação das rações que continham farelo de amendoim
de procedência brasileira. A seguir, constatou-se que farelos procedentes de outras regiões do
mundo, tais como Uganda, Kenia, Nigéria, África Ocidental, Zâmbia e Índia, também
ocasionavam os mesmos sintomas clínicos e histopatológicos.
Em finais de 1997 veio a público, através dos órgãos de comunicação social, uma notícia sobre
pistácia (árvore com frutos secos e sementes oleosas, cujas sementes verdes são usadas em
culinária e confeitaria), que entraram em Portugal, vindos do Irã, contaminados com aflatoxina
B1, com limites de resíduos muito superiores aos tolerados para o consumo humano e que, por
esse motivo, foram retirados do mercado.
Podem ser encontradas várias aflatoxinas nos produtos alimentares, sendo as mais
importantes e mais vulgarmente conhecidas as B1, B2, G1 e G2. Aflatoxinas M1 e M2 são
encontradas no leite, na carne e na urina, são originadas de transformação metabólica de
animais que ingeriram B1 e B2.
A biossíntese de aflatoxinas ocorre em ambientes com temperaturas entre 8°C e 42ºC, sendo
que a temperatura ideal ocorre por volta de 27°C, em substratos com elevada umidade, em
plantas sob stress por temperaturas altas, grãos com danos mecânicos provocados por
infestação de insetos, ou como resultado de descuido na colheita, o que facilita a entrada de
microrganismos (Gourama e Bullerman, 1995; Bosque, 1996).
FUNGOS PRODUTORES DE AFLATOXINAS
O Aspergillus parasiticus, que predomina nos países tropicais, é considerado um dos mais
ativos produtores, produzindo principalmente as aflatoxinas B1, B2, G1 e G2, enquanto o
Aspergillus flavus produz B1 e G1.
ALIMENTOS SUCEPTÍVEIS
As aflatoxinas são as que possuem efeitos mais abrangentes afetando amedoim, milho
armazenado, canjica gritz, quireras e resíduos, semente de algodão, centeio, sorgo, trigo,
cevada, nozes, ervilha, semente de girassol, sementes oleaginosas, aveia, arroz, painço,
castanha do Pará, pistache, avelãs, soja, leite e produtos lácteos, ovos, produtos cárneos
curados, algumas frutas secas e chás. Em quantidades diminutas foram encontradas no fígado
de ovinos e suínos e de aves de corte.
O AMENDOIN E A AFLATOXINA
A ocorrência das aflatoxinas é maior no amendoim porque é o produto preferido pelo fungo
e, também, porque muitas vezes há demora e chuvas no período de secagem após o arranquio.
Entretanto, sua maior incidência se dá quando o amendoim é batido, ensacado e armazenado
com umidade elevada e quando reumedece depois estar seco.
OCRATOXINAS
Esta toxina é um metabólito do Aspergillus ochraceus, e Penicillium viridicatum, fungos que se
desenvolvem em trigo armazenado com umidade superior a 16% e em preparações de pescado
fermentado.
A ocratoxina A é a mais tóxica, e tem demonstrado ser uma potente neurotoxina em muitas
espécies animais.
O átomo de cloro da ocratoxina A, influencia diretamente a toxidez, já que afeta diretamente
a dissociação da hidroxila fenólica da diidroisocumarina. Embora isoladas, as ocratoxinas B e C
são apresentam toxidez.
ALIMENTOS SUCEPTÍVEIS
Cereais e outros alimentos, como feijão, soja, sorgo, trigo, café, cevada, cacau, frutas secas e
derivados de origem animal como ovos, leite, derivados de trigo: farinha, pão, derivados de
milho e o próprio milho, amendoim, peça, tortas de carne, pó de cacau, queijo, salame,
linguiça, presunto, curados, carne mofada, pimenta do reino, pimenta vermelha, doces
refrigerados e congelados alimentos estocados em casa refrigerados ou não.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COSTA, Sérgio Paulo Severo de Souza. Micotoxinas. 1ed. Livraria e Editora Rural, 2002.