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INTRODUÇÃO A FILOSOFIA 1º ,2º E 3º AULAS

AULA DE FILOSOFIA Possíveis definições de filosofia: “Toda filosofia tem seu


ponto de partida no homem; apela principalmente para o seu intelecto, e trata de
noções e problemas puramente naturais. Seu objetivo é proporcionar uma
interpretação racional do mundo, da natureza, da sociedade, do homem e de sua
vida interior, a fim de torná-lo verdadeiramente sábio e orientá-lo para a sua
consecução de sua meta natural. É o que se pode verificar, com facilidade, na
filosofia de Platão e Plotino.” ( Philotheus Boehner; Etienne Gilson, História da
filosofia Cristã, p.13). Falando sobre o início da filosofia M. Chauí destaca: “A
filosofia é ... uma explicação racional da origem e da ordem do mundo. A filosofia
nasce como racionalização e laicização da narração mítica, superando-a e
deixando-a como passado poético e imaginário. A origem e ordem do mundo são
doravante naturais. Aquilo que no mito eram seres divinos tornaram-se realidades
concretas e naturais. ” (M. Chauí, Introdução à história da filosofia vol1.p. 37) “A
filosofia como forma de pensar , que nos possibilita compreender melhor quem
somos, em que mundo vivemos, ajuda-nos a entender melhor o próprio sentido da
nossa existência.” Ghedin, E. A filsofia e o filosofar, p. 33) “A filosofia é uma
atividade teórica de reflexão e de crítica de problemas que a realidade apresenta e
esses problemas refletem a necessidade e exigência de uma época e de uma
realidade, por isso, a filosofia é uma constante busca da verdade do ser que é o
humano, numa procura que se dá na história.” (Ghedin, p. 33). Foi através da
filosofia que o pensamento deixou de ser teogônico e cosmogônico para se tornar
cosmológico. “A cosmologia seria a explicação da ordem do mundo pela
determinação de um princípio original e racional, que seria origem e causa das
coisas e de sua ordenação.” (J. Mattar, Filosofia e ética na administração, p. 7-8).
“Uma definição minimalista mas satisfatória é que a filosofia consiste em pensar
sobre o pensamento. Isto permite-nos sublinhar o carácter de segunda ordem da
disciplina e tratá-la como uma reflexão sobre géneros particulares de pensamento
— formação de crenças e de conhecimento — sobre o mundo ou porções
significativas do mundo. ...a filosofia consiste em pensar racional e criticamente,
de modo mais ou menos sistemático, sobre a natureza do mundo em geral
(metafísica ou teoria da existência), da justificação de crenças (epistemologia ou
teoria do conhecimento), e da conduta de vida a adoptar (ética ou teoria dos
valores).” (Anthony Quinton, Filosofia: in: Internet) “O Instrumento de pesquisa da
filosofia é a razão que perscruta os problemas em sua interioridade mais profunda,
indo às causas mais longínquas que explicam a realidade que se estuda.
Características gerais das Filosofia: Pensar racional Questionadora Pensar crítico
Criativa Sistemática Intersubjetiva Rigoroza Sempre busca Crítica Admiração
Reflexiva Totalizadora Questionamentos: Qual o sentido último e radical da
existência humana? Como, onde e quando apareceu o homem? Porque e para
que existimos?
4º A 6º AULA

O pensamento filosófico O pensamento filosófico se realiza no filosofar. Neste


sentido a filosofia é a construção de um caminho que nos ajude a pensar
criticamente. Prédispor à reflexão implica sofrer com a existência. Alem do
espantar-se e do admirar-se temos como características do filosofar o diálogo, a
abertura frente ao ser, a suspeita, o questionamento e a crítica. Filosofar no
mundo atual é desmitificar as amarras do mundo que nos impede de ser
autenticamente humano. Filosofar é ainda um compromisso de responsabilidade
ética com as outras existências no mundo. A filosofia constitui-se de uma práxis
que conjuga a ação reflexão-ação num mesmo processo construção da
compreensão do mundo. O filosofar como crítico é um destruidor dos enganos e
das massificações ideológicas. Leitura do texto: O filosofar como pensamento
reflexivo-critico (p.43-51. Ghedin, E. A filosofia e o filosofar, Uniletras, São Paulo,
2003.) Atividades 1. Construa um texto fazendo uma comparação entre senso
comum, filosofar, filosofia e ciência: 2. Disserte sobre reflexão e a crítica,
estabelecendo um paralelo entre ambas: 3. Disserte sobre a importância da
reflexão como instrumento de compreensão da realidade na qual nos encontramos
mergulhados. Filosofia da Administração A teoria da administração depende de
pensadores economistas clássicos liberais do séc. XIX. Surge um novo campo do
conhecimento através dos pensadores-administradores. Como o administrador
desempenha um papel intelectual pautado em diversas regras jurídicas,
mercadológicas, sociais e éticas, conclui-se daí a importância do estudo da
filosofia na administração. Temas como: Liderança, relações humanas, a idéia de
princípios administrativos, competição, plano de ação, cooperação, organização
de sistemas, gestão participativa, lucro, decisão executiva, solidariedade,
responsabilidade, lógica, educação, comunicação, telemática, . São todos ligados
à filosofia e de amplo interessa da administração. A filosofia é postulação de uma
vasta pesquisa, que comparativamente transforma em nada os problemas das
coisas do dia-a-dia. Ela nos pergunta se estamos conduzindo nossa prática de
acordo com princípios ou leis ou meramente agarrando que flutua e passa.
Aspectos históricos da Filosofia: A FILOSOFIA NA ANTIGUIDADE GREGA A
Filosofia inicia-se entre os séculos VI e V a.C: Ï Até a metade do séc. V a.C : os
pensadores originários Ï Entre o início do séc. V até o início do séc. IV: Os Sofistas
Ï Segunda metade do séc. V até o Final do séc. IV a.C.: Os três grandes
pensadores: Ï Séc. III a séc. I a.C: Pensadores Helenistas; A FILOSOFIA
MEDIEVAL: Ï Pensamento de transição para a filosofia cristã: Séc. I d.C a Séc. III.
Ï Pensamento da Patrística (séc. II a VII d.C) Ï A Escolástica; (Séc. VII ao séc. XIV)
O RENASCIMENTO E A MODERNIDADE: (Séc. XIV ao séc. XVIII) Ï Humanismo
renascentista; Ï A revolução científica; Ï Empirismo e racionalismo; Ï Pensamento
iluminista. O PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO: Séc. XIX a atualidade: Ï
Positivismo; Ï Fenomenologia; Ï Filosofias da existência;
11º A 12º AULA

FILOSOFIA ORIENTAL Há uma dicotomia entre o pensamento filosófico do


Oriente e do Ocidente. Esta foi inicialmente desenvolvida pelo pensamento
dualista de Platão. Existe uma espécie de eurocentrismo no modo de pensar
dualista greco-romano. É neste pensamento que se separam o sensível do
inteligível. Esta diferenciação apresenta-se claramente em Ghedin: “O egoísmo
toma conta do pensamento Ocidental quando dar ao ter o maior valor.” Neste
sentido a filosofia é a busca e desocultamento do ser e a manifestação dos entes.
É neste sentido que ela é a que busca a totalidade. OS UPANISHAD É um
conjunto de textos sagrados da Índia Antiga e que apresenta uma riqueza
inigualável. Este texto apresenta uma espécie de filosofia de vida que procura não
separar a realidade. Indica formas de entendermos a totalidade. Os textos se
apresenta em forma de reflexões, válidas e vivenciais. O diálogo do Bhagavad
Gita indica: “aquilo que é irreal, ilusório, não tem em si o ser real, não existe na
realidade, e sim só na ilusão, e aquilo que é real nunca cessa de ser”. Nestes
termos este tipo de literatura aprofunda o significado do ser que ultrapassa as
possibilidades de um pensamento dualista. AS IDÉIAS DE SIDHARTA
Reconhecer, saber a origem e fazer cessar o sofrimento proporcionam a idéia de
felicidade. Não uma simples felicidade, mas alcançar a cessação do sofrimento.
Tudo está nas respostas que devemos encontrar na nossa consciência. Ela é a
que decide a validade de qualquer afirmação. O pensamento é a origem do
sofrimento. É necessário então a senta que conduz ao Nirvana. (Ler o texto: A
Filosofia Oriental na História da Filosofia, p.71-82): In: Ghedin, E. A Filosofia e o
Filosofar, Uniletras, 2003.)
º13 A º AULA

OS SOFISTAS Os sofistas deram enfoque antropológico abrangendo a moral e a


política. Pelo fato de terem sido mal interpretados pela tradição, foram associados
à noção de pensamentos vazios e aproveitadores. Os sofistas se caracterizam
pelo fato se serem sábios e pedagogos. Deram contribuição à sistematização do
ensino. Formaram um currículo de estudos: Gramática, retórica e dialética.
Aperfeiçoaram os instrumentos da razão dando a eles coerência e rigor na
argumentação. Procuravam a demonstração do verdadeiro através do raciocínio.
O fato de Atenas ter se transformados no centro cultural e político deu chances
para o aparecimento da sofística na filosofia e na política. Eles tinham uma
desconfiança em relação à matemática e tem interesse essencialmente
humanístico e gnosiológico. A vida na polis grega exigia a todos os cidadãos uma
atividade política. É necessária uma eloqüência nas assembléias públicas para
discutir sobre a guerra, a paz, o direito, o conceito, o governo, a religião. Devido às
múltiplas soluções dadas ao problema da natureza última das coisas e do seu
princípio, do sentido da vida humana e do valor da lei moral. Pergunta-se se o
homem tinha realmente capacidade de conhecer a natureza íntima das coisas e
da lei moral absoluta. A realidade e a lei moral ultrapassam a capacidade cognitiva
do homem: Ele não pode conhecê-las. Tudo o que o homem conhece na filosofia
e na ética é arquitetado por ele mesmo. Para os sofistas não pode haver
conhecimento verdadeiro, por causa da sua origem sensível, mas só o
conhecimento provável. Não existe uma lei moral ou lei absoluta, mas sim
convencionais. O fim supremo da vida é o prazer. 1. Protágoras: Na frase “o
homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são, das que não
são enquanto não são” pode-se entender de duas formas: a) Entender o homem
como indivíduo como em ‘Teeteto (obra de Platão), disto conclui-se que cada
indivíduo possui um conhecimento – relativismo absoluto. b) Entender homem
como humanidade na obra Protágoras (Platão), neste caso haveria conhecimento
universal, porém não com uma representação fiel da realidade. Nesta frase pode
estar uma demonstração que o homem tem a capacidade de construir o
verdadeiro. Há uma visão antropocêntrica em Protágoras, pois: Não existe uma
verdade absoluta. A arte da persuasão é fazer com que pareçam melhores as
opiniões mais vantajosas e não opiniões mis chegadas à verdade. A moral de
Protágoras é convencional, mas não arbitrária, pois cada um é obrigado a
obedecer à interpretação da lei moral dada pela constituição da cidade. Quanto
aos deuses Protágoras afirmava não poder dizer que existem ou não, devido à
obscuridade do problema e a brevidade da vida, e a incapacidade de chegar a um
conhecimento melhor, mas aconselha a seguir a religião tradicional. 2. Górgias:
Levou o relativismo de Protágoras ao mais radical ceticismo. Isto é observado no
seguinte fragmento: “Nada existe, se existisse alguma coisa não poderíamos
conhecê-la, se pudéssemos conhecê-la, não poderíamos comunicar nosso
conhecimento aos outros.” Há três aspectos importantes desta argumentação: a)
O ser não existe, seja ele gerado ou não gerado. Se não gerado infinito, se infinito
não está em nenhum lugar, logo não existe. Se for gerado temos que admitir um
outro que o gere e assim por diante sem que se chegue ao ser. b) Uma coisa é o
pensar e outra é o ser. O pensamento é diferente do ser. Podem-se pensar coisas
inexistentes. c) A palavra dita é diferente da coisa significada. Se a realidade fosse
admitida, não poderia ser dita em palavras, nem manifestada aos outros. Não
pode haver conhecimento certo das coisas. É necessário esforçar-se por persuadir
os homens da probabilidade do que aparece. Há um interesse de Górgias pela
retórica como arte de persuadir. A Palavra sophistes , “sofistas”, é o nome do
agente derivado do verbo Sophisthai ( praticar Sophia, Sabedoria).

15 bº AULA

Auge da filosofia Grega Sócrates: (469-399a.C) É considerado uma das figuras


imortais da História. Foi condenado à morte e executado em 399a.C. Todas as
idéias éticas e religiosas passaram a invocar o seu nome. O significado espiritual
de seu pensamento ainda permanece vivo, apesar de não ter deixado nenhuma
obra escrita. Sobre Sócrates e seu pensamento, tanto Platão e Xenofonte quanto
Aristóteles deixaram os diálogos referentes a ele. É dele uma criação literária do
Séc. IV, que valoriza o indivíduo de forma extrema. O exemplo de Sócrates
provocou uma mudança no conceito de Arete (virtude). A sua vida tornou-se o
símbolo da filosofia grega. O que caracteriza os diálogos socráticos, escritos por
Platão, é a forma de perguntas e respostas. É o diálogo a forma primitiva de
pensamento filosófico e o único caminho para chegarmos a entender os outros. O
pensamento de Sócrates, traçado por Aristóteles, indica que ele procurava
investigar conceitualmente a essência permanente do bom, do belo, do justo. Ele
procurava encontrar um ponto firme e estável no mundo moral do Homem. É nos
conceitos que Sócrates assenta a nossa existência de seres morais. Nela, a
realidade não flui, mas verdadeiramente é, permanece imutável. Em Sócrates não
há separação entre idéias e coisas materiais. São do pensamento de Sócrates a
determinação dos conceitos universais e o método indutivo de investigação. As
investigações socráticas questionavam sobre os conceitos universais: O que é a
coragem? O que é a piedade? O que é o autodomínio? Com o desenvolvimento
constante destes tipos de investigações aprofundando até chegar a determinação
dos conceitos. Ele é certamente o fundador da filosofia conceitual. Sócrates
dialogava, discutia. Muitas vezes chegava fazer as pessoas reconheceram os
pontos fracos das próprias reflexões. O seu interlocutor reconhecia o que estava
certo o que estava errado. Ele fazia com que as pessoas retirassem de si a própria
verdade. O conhecimento que vem do interior é capaz de revelar discernimento
verdadeiro. Usando uma ligada à sua mãe Sócrates pretendia fazer o parto da
verdade que estava dentro de seus interlocutores. Outra forma interessante de
mostrar o caminho do verdadeiro é dizendo que não sabia. Desta forma expunha
muita gente ao riso do público. Com sua ironia, procurando afirmar que nada
sabia, conseguia expor as fraquezas do pensamento dos atenienses. Ao afirmar
não saber de nada forçava os atenienses a usar a razão. Este método da dúvida
(Sei que nada sei) e o procura de uma verdade universal (conceito), foram
objetivos de Sócrates. O fato de não saber incomodava Sócrates impelindo-o para
o conhecimento. O filósofo neste sentido é aquele que reconhece que nada sabe e
não se acomoda com o que diz saber. O verdadeiro filósofo não é aquele que vive
se vangloriando dos conhecimentos, mas o que inteligentemente sempre o busca.
Sócrates buscava um fundamento para o conhecimento seguro, usando a razão
humana como alicerce. Na moral Sócrates sustenta um intelectualismo
caracterizado pela indicação: quem conhece o bem só pode agir bem; quem age
mal o faz por ignorância. Ele não tolerava a injustiça, e desconfiava de quem
detinha o poder na sociedade. Não aceitava a idéia de que as pessoas pudessem
ser condenadas à morte. Assim como o pensamento dos sofistas, Sócrates se
preocupava com a vida das pessoas, fazendo-as refletir sobre suas vidas e seus
costumes, sobre o bem e o mal. Foi condenado à morte aos setenta anos por
causa das suas idéias. Acreditava que sua consciência e a verdade eram mais
importantes do que sua própria vida. Bibliografia Jaeger, W., Paidéia: A formação
do homem grego, Martins Fontes, 2003. Gaarder, Jostein, O Mundo de Sofia, Cia.
da Letras, 1995. Morra, G., Filosofia para Todos, São Paulo, Paulus, 2001.

15 a AULA

ARISTOTELES (continuação) A matéria é a manifestação da forma. O ser se dá


no objeto. A essência platônica esta na idéia. A essência aristotélica está na forma
existente no objeto. O mundo real é a fonte de todo conhecimento verdadeiro. Não
é necessário buscar o ser em um mundo imutável, mas no existente - O que se dá
na nossa experiência. O indivíduo (cada coisa) é a união substancial de matéria e
forma. A matéria e o substrato indeterminado que ganha individualismo na forma
(Ex: estátua). A teoria do ato e da potência Cada coisa pode ser transformada em
outra (movimento). Os objetos existem em ato na medida em que tem forma, que
indica o seu modo de ser. Possuem a potência de se transformar em outra coisa,
ganhando nova forma. Há a mutabilidade das coisas, pois é real. Basta agora
desvendar a sua essência. Não é necessário separar o mundo sensível do mundo
inteligível. A inteligibilidade do mundo é encontrada a partir do sensível. A matéria
expressa a potência para ser alguma coisa e a forma expressa o ato, a realização
do ser. Movimento: passagem de uma potência para um ato. Um ato que serve de
potência para um novo ato é a uma perfeição. O movimento é uma imperfeição,
pois ele não é ato e nem potência, mas uma passagem. O movimento de uma
potência para um ato existe um MOTOR. Ex: Pedra (potência); Estátua (ato);
Escultor (motor, causa eficiente). Isto implica a existência de um primeiro motor –
imóvel, que não tenha sido movido, causa de todo movimento existente. O motor
imóvel é divino, ato puro, não tem potencialidade essência e existência se
coincidem. A existência se dá na plenitude da essência. Plenitude do ser contém
em si todas as qualidades de forma definitiva e infinita. No motor imóvel não existe
matéria. O movimento é nulo. O ser imóvel dá origem e sustenta todo movimento.
A natureza é a fusão de matéria e forma: Há hierarquia da natureza: reinos
inorgânicos, vegetal, animal, humano, Deus (motor imóvel). O universo tende a um
final – a perfeição. No homem a alma é a forma, a matéria é o corpo: Individuação,
essência. Três almas: alma vegetativa – reino vegetal; alma sensitiva – reino
animal; alma intelectiva – reino humano.O conhecimento provém do mundo
sensível. O conhecimento se dá por conceitos, mas não pré-existem na alma
(divergência com Sócrates e Platão). O conhecimento se dá pela percepção do
mundo sensível. O conhecimento verdadeiro é universal - apreensão da essência
das coisas. Ele se dá do particular para o universal. O conceito não existe na
realidade, mas no intelecto. Com o intelecto desmaterializamos a imagem e
chegamos ao conceito universal. Ex: Não se refere ao homem particular, mas sua
essência – o que caracteriza os homens como homens = SER. Aristóteles não
aceita a indução ( do particular ao universal). Usa as leis do procedimento
discursivo do conhecimento – compõe a lógica. Homem = animal (Gênero próximo
– GÊNERO); racional (Diferença específica – ESPÉCIE).

14º AULA

PLATÃO(428-347): Platão freqüentou o círculo de Sócrates com o objetivo de se


preparar para a vida pública, como a maioria dos jovens. Depois de diversas
viagens, Platão fundou a sua academia, uma escola de discussão filosófica. De
início ele abordou o problema da ética e da política, onde Sócrates tinha deixado.
Após isto, procura desenvolver os temas centrais da filosofia da Physis. Mas a
revolução do seu pensamento se encontra na metafísica que é a descoberta do
supra-sensível, isto é a possibilidade de um ser supra físico. A questão do bem é
tratada por ele indicando a realidade última e suprema, mas com um rigor de
raciocínio metódico e dialético. Os seus diálogos representaram uma transposição
do plano histórico para o plano teórico. Desta forma é que conhecemos o
pensamento socrático. Em alguns aspectos Platão valoriza os mitos. Mito seria a
expressão da fé e da crença. Desta forma ele confia na força do mito, junto com o
logos, para superar os limites extremos das possibilidades da razão. Este tipo de
intuição elevaria o espírito a uma visão transcendente. Os mitos desta forma
deveriam superar os seus elementos fantásticos, preservando os seus poderes
alusivos e intuitivos. Na sua forma de pensar existem várias perspectivas: a
metafísico-gnosiológica, a temática religiosa e a temática ético-político-educativa.
É o conjuntos destas perspectivas que dão uma melhor interpretação do
pensamento platônico. A realidade supra-sensível é uma dimensão suprafísica do
ser (de um gênero de ser não-físico). Além da existência das causa físicas das
coisas, Platão faz referência à causas mais elevadas, que representam as
verdadeiras causas. As causas físicas (explicadas principalmente pensadores
originários) indicavam uma explicação do sensível através do próprio sensível.
Platão vai tentar uma libertação total dos sentidos e um deslocamento decidido
para o plano do raciocínio puro e daquilo que captável pelo intelecto e pela mente
na pureza da sua atividade específica. Há aí uma suposição da causa superior,
que é algo inteligível e não sensível. Esta causa é a Idéia ou “forma” pura do Belo
em si, a qual, através de sua participação ou presença, ou de qualquer modo,
através de certa relação determinante, faz com que as coisas empíricas sejam
belas. Na realidade supra-sensível Platão leva ao reconhecimento da existência
de dois planos do ser: um fenomênico e visível; outro invisível e metafenomênico,
captável apenas pela mente, puramente inteligível. O verdadeiro ser é constituído
pela realidade inteligível. As ‘Idéias’ para Platão não são simples conceitos,
representações mentais, mas representam entidades, substâncias. Elas não são
simples pensamentos, mas aquilo que o pensamento pensa quando liberto do
sensível: é o verdadeiro ser, o ser por excelência, aquilo que faz com que cada
coisa seja aquilo que é. Estas idéias são as essências das coisas – o modelo
permanente de como cada coisa deve ser. As verdadeiras causas das coisas
sensíveis por natureza, sujeita à mudança, não podem elas mesmas sofrer
mudança, caso contrário não seriam as verdadeiras causas, não seriam as
“verdadeiras causas”. O supra-sensível não indica absolutamente um lugar. Elas
são dotadas de características que impossibilita qualquer relação com o lugar
físico. A teoria das idéias de Platão sustenta que o sensível só se explica
mediante o recurso ao supra-sensível, o relativo mediante o absoluto, o sujeito
mediante o imutável, o corruptível mediante o eterno. O mundo inteligível (Mundo
das idéias) é a causa do mundo sensível. Ao se compreender o mundo inteligível
podemos compreender melhor a estrutura do mundo sensível. O mundo sensível
deriva do mundo das idéias. Platão postula um Deus (Demiurgo) que gerou o
mundo por bondade e por amor ao bem. Bibliografia: Reale, Giovanni, Antiseri,
Dario, História da Filosofia, Vol. 1, São Paulo, Paulus, 1990.

Avaliação do dia 11/04/2005:


31/3/2005 Matéria: Sofistas; Sócrates; Platão e
Aristóteles.

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