Professional Documents
Culture Documents
4
VIOLONCELOS *
5
REVERSO
6
TOMATES
Transformar é um desafio,
Converter é uma arte.
Quem não chora? - disse eu, rindo.
Cai a estrela... desce... quase em vão...
Bateu no solo... saiu ferida, quente.
Sangue de luz a refletir a noite.
A descoberta é um desnudar-se,
Quase uma queda indiferente.
(mai/93)
7
ENTRETANTO
8
LABIRINTO
9
HOUVE MAR
10
NASCENTE
11
ALMA
(Out/97)
12
PORTOS
13
VENTANIA
14
PANDORA E A CICATRIZ
(ago/98)
15
SANGUE E ESPÍRITO
16
DA GUERRA E DO AMOR
(jul/98)
17
FAGULHA
18
LUAR
lua dia
lua tarde
lua noite
luar
orvalho
O corpo expandido,
repleto,
no chão.
orvalho
luar
sol lua
sol lua
sol lua
sol lua
solidão
(out/97)
19
NON PENSARE A ME
20
LAMINAS DE FOGO
(fev/98)
21
HO BISOGNO DI TE
(out/98)
22
INVERNO 1998
23
DESPEDIDA
(mai/98)
24
LÁGRIMA NO OCEANO
(ago/98)
25
SONETO SEM TI
(set/98)
26
ÓCULOS
27
DESENGAVETAR-SE
28
MICRÓBIO
29
UM DIA
(out/97)
30
T...E...M...P...O
TIC...TAC
TAC...TEMPO...TIC
TAC...OPMET...TEMPO...TIC
TAC...OPMET.TEMPO.TEMPO...TIC
TAC...OPMET.OPMET.TEMPO.TEMPO...TIC
TAC...OPMET.OPMET.TEMPO.TEMPO.TEMPO...TIC
TAC...OPMET.OPMET.TEMPO.TEMPO...TIC
TAC...OPMET.TEMPO.TEMPO...TIC
TAC...OPMET.TEMPO...TIC
TAC...TEMPO...TIC
T...E...M...P...O
TIC...TAC
tic...
ti...
t...
t...
t...
...
o tempo é uma ilusão de ótica.
(out/97)
31
/
//
///
//////
/////////
///////
/////
////
//
A vela incontida
em lágrima e vida
derrama-se em paz.
Escorre e derrete,
Esgota e reflete
Um raio fugaz.
(out/97)
32
CASSIOPÉIA I - O Caminho
(out/96)
33
SONETO PURO, LINEAR
34
RAZÃO
(out/93)
35
SONETO IRRELEMBRÁVEL
No espectro de um Eu não-refletido,
De tanto imaginar o sem-sentido,
Procuro algum motivo sempre adiante.
(abr/93)
36
NO MEIO DO CAMINHO
(set/96)
37
LÁGRIMA
(set/96)
38
MOSTEIRO
(jun/93)
39
PORTAL DO PORTAL
(abr/93)
40
FORASTEIRO
(jun/93)
41
NEL MEZZO DEL CAMMIN
(jun/97)
42
DESCANSAR
(jun/97)
43
SONETO FRÁGIL
(jun/96)
44
SENTIDOS
(jun/95)
45
DESCARRILHAMENTO
(jun/97)
46
A ESTRELA
(jun/96)
47
IOSEH
(fev/93)
48
DOIS ESPINHOS
(jun/93)
49
SPERAE!
(jan/93)
50
IMPRESSÕES DO ABISMO
(jan/93)
51
TRANSPASSO
(jan/94)
52
SONETO DA ALMA E DO CORPO
(mar/93)
53
SONETO ESQUECIDO
(mar/93)
54
O CIÚME
(mar/97)
55
EMBARCAÇÃO
(mar/98)
56
DESCAMINHO
(ago/97)
57
CENÁRIO
(mar/97)
58
OCASO
(mar/94)
59
TEMPO
(mar/93)
60
ADEUS, ADEUS
(set/97)
61
INCONSCIENTE
(set/97)
62
NONSENSE
(set/97)
63
PASSADO
(set/97)
64
MORTE
(set/98)
65
IMPRESSÕES DO ABISMO
(set/93)
66
ORAÇÃO SEM NOITE
67
IMPRESSÕES DA PORTA ABERTA
(set/93)
68
IMPRESSÕES DO TEMPO
(abr/93)
69
AO LONGE HAVIA UM LÍRIO
(abr/96)
70
SONETO INACABADO
71
TOD UND TRAUM (Morte e Sonho)
72
VOI CHE AVETE IL MIO CUORE
73
TROPEÇO
Eu vi um quadrado quadrimensional
que encerra a todos os que me amaram mais que eu a mim.
Dói-me o braço e o peito.
Jamais vereis que o céu esconde estrelas durante o dia.
Desconheço cura para a razão, sem sinal, sem vazão.
O mal de estar e não estar, de começar como o esquecer.
Sabeis que o fim nascerá como um rio sem curso:
Do riso, como um soluço,
Do medo, como um tropeço
Do nada como um amor.
74
POEMA DA DEMASIA
75
LÁPIDE AMENA
Um rasgo no espaço,
De livre compasso,
Nas curvas da estrada.
Derrama-se em vulto,
Fugaz e insepulto,
Clareia a jornada.
É o tempo ventando,
Pra longe mostrando
O gume da espada.
É sangue do tempo,
É vida sem volta,
Que escorre por nada.
(abr/97)
76
MONOPOEMA
DO ESPELHO
MONOPOEMA
DOS CAMINHOS
(dez/97)
77
RIO IMENSO
Ao longe, o Rio...
Simplesmente Rio solto
Livre, sem barreiras
Deixei-me levar por esse rio, liberto.
Tentei ser poeta, desisti.
E fui profeta de mim.
Hoje sou homem de alma e corpo e de Ser,
Fumaça espiritual de Deus
Sujeito do verbo haver...
Nada me indica onde vou existir
Amanhã.
Pode ser adiante,
além
Ou simplesmente aqui.
Sou muitos e vastas dúvidas
E dividendos divisores múltiplos
De muitos que não sou.
Morresse ontem
E não seria
O que não sou
Hoje.
O rio, ah meu Deus, o rio!
Esse rio corre e passa
Como se deslizasse por sobre a Eternidade
do seu leito.
Rio solto em correnteza,
Livre movimento,
Escravo do seu curso,
Fixo em seu caos.
Nascendo sempre, em todo lugar,
Na correnteza incerta.
Aquele rio nasceu e renasce de mim,
Por isso me corre adiante, desesperado.
Aquele fio de tempo escoando,
De ser fluindo e se transbordando
Sou eu
Sem mim,
Que vou
Sem fim.
78
DISTANTE
Debato-me em prantos
e me pergunto se voltarei a te ver.
Chegaste como um sonho
real e efêmero em minha vida.
Mas agora estás ausente.
Partiste. E tua presença é a falta.
(jun/92)
79
INSTANTE
(jun/93)
80
BARCOS GREGOS
81
TREM DE FLORES
Ao rastro inconstante,
que avistas adiante,
não negues o olhar.
As flores também,
são rastros de alguém
que foi semear.
(abr/93)
82
MULTIFORME
(abr/93)
83
IMAGEM
(abr/93)
84
VIAGEM
85
DEPOIMENTO
86
AUTODECLARAÇÃO
87
PROFISSÃO DE BUSCA
(abr/92)
88
DE PASSAGEM
Ó anjos do céu!
Trazei meu sonho de volta!
Ele partiu sorrindo,
Sofrendo, não sei.
Levou-me consigo
E eu já não consigo
Saber se acordei!
(out/93)
89
ESCORPIÃO
(out/93)
90
VELHIDADES
Saudades pungentes,
Lugares presentes,
Deixados pra trás.
Os passos antigos
E os velhos amigos
Já não voltam mais.
Marcantes olhares,
Distantes lugares,
Lembrados serão.
(jun/92)
91
FLOR DE LARANJEIRA
92
VIDA MINHA
A vida é a minha
Solidão serena
Que não vale a pena
Se não for demais.
93
CROSSING THE DOUBLE LINE
Eis o adeus
Meu espelho são teus olhos quando
Vejo em tudo que estou só e distante.
Fica breve quase todo o espaço,
Breve ciclo neste abismo instante.
(ago/96)
94
PASSOS DA CRIAÇÃO
I
Misérias inteiras e pensativas
flutuam no nevoeiro esquecido.
II
Comigo se vão os destruidores de ruínas
ondeantes,
andarilhos das próprias sombras, sem razão de não
sonharem.
Comendo frutos da semente enganosa
do desenvolvimento e dos instintos.
III
Tudo é emoção e nudez!
Mistérios são almas tímidas no limbo do anonimato,
perante o abismo-esquecimento...
e o éter-emergente.
IV
O universo se expande, não sei como,
duma primeira explosão; por certo, de bomba
atômica...
V
Fez-se o cosmos prestes a implodir-se
em vida nalguns lugares
Que perpassariam desde pré-criaturas
até sub-economias... do terceiro segundo.
Tudo em nome da paz mais devastadora
que a guerra contra si mesmo!
VI
Deus tentou destruir sua monótona solidão do
Sempre,
e acabou criando a astrologia do sonho.
95
TURBILHÃO
(out/92)
96
CANTO DISFORME DA LEMBRANÇA
(fev/93)
CRIANÇA
97
DESPOEMA
98
MONOPOEMA INCONSEQÜENTE
(fev/93)
99
NIGHTMARE
100
ONTOLOGIA FÚTIL
101
NEM DO ROSTO EU LEMBRO
(jul/93)
102
DÚVIDA
É grande a travessia
rumo aos sonhos nunca dantes navegados.
Chega!
Que venham os leopardos lépidos de amanhã!
Curvarão sobre mim aquelas sombras inebriadas
e com seu alarido infantil jamais serão lembrança
no que de mim já são presente.
Adiante algo distante avista o profundo instante
de solidão que alavanca os olhos.
A água livre corre infante sobre minha alegria
revolve a face,
rega o medo,
revoga a dúvida.
(mai/93)
103
O COPO
sobretudo,
há um copo sobre a mesa,
sobre a mesa, meu olhar,
sobre o copo, sobre a mesa
sobressai o copo
sobre a mesa,
sobra indefeso.
sobretudo,
entretanto,
sobra o olhar
sombra acesa.
brilha o caco
vai-se o copo
fica o corpo
nos meus olhos
sobre a mesa.
(set/93)
104
SEMÁFORO
Um homem
Parado
Olhando os carros e o semáforo
O sol e as estrelas,
O vento e a existência,
Aguarda
O sinal verde para continuar vivendo.
(mai/93)
105
QUEDA
(mai/92)
106
AUTOBIOGRAFIA DESAUTORIZADA
(preferia um título menos previsível)
107
Lá longe, quando o tempo se desfaz
Em cenas que a memória já não traz
Existe, eu sei, a luz dos olhos teus.
108