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Serão jovens entrevistando jovens. Certamente não vamos definir juventude com um limite rígido de
idade. Isto é, nada nos impede de recolher uma narrativa de alguém que tem 30 anos e ainda atua
politicamente em espaços definidos pela presença de jovens. O mesmo pode acontecer com a idade do
entrevistador.
Entrevistado e entrevistador podem fazer parte do mesmo grupo (partido, sindicato, movimento, pastoral,
banda, fanzine, skate, etc...) ou de grupos diferentes. Mas, em ambos os casos, o entrevistador deve se
predispor a OUVIR seu entrevistado. Deve fazer perguntas de esclarecimento, mesmo que já saiba,
concorde ou não concorde com o que está sendo dito. No momento da entrevista deve buscar
compreender suas razões mesmo sem lhe dar razão.
Para que serve o roteiro de entrevista? Devo seguir todas as perguntas contidas no roteiro?
O roteiro serve como orientação e não para “amarrar” o entrevistador. Podem ser feitas outras perguntas
que não estejam no roteiro.Não é preciso que você faça todas as perguntas sugeridas no roteiro porque:
a) algumas se repetem ao longo do mesmo roteiro;
b) as respostas a muitas delas podem surgir na fala do entrevistado em resposta a uma
outra pergunta;
c) o entrevistado pode se estender em uma questão interessante não valendo a pena
interrompê-lo.
Ainda assim, durante a entrevista, cabe ao entrevistador perceber o que já foi falado e o que pode ser
mais explorado. Esta é uma maneira de se familiarizar com o roteiro.
Como proceder nos casos em que muitas perguntas do roteiro não foram contempladas?
Ao final de cada entrevista, o entrevistador deve passar a vista sobre o roteiro e avaliar se existe
condições (“clima”) para continuar ou para propor novo encontro.
Existe um número ideal de encontros que garantam uma boa narrativa sobre participação ?
Isso depende das relações estabelecidas entre o entrevistador e seu entrevistado Mas é sempre bom
deixar uma porta aberta para poder voltar.
Rua Pouso Alegre, 21 – Ipiranga – São Paulo – SP – CEP 04261-030 – Telefax (11) 69157022
www.projetojuventude.org.br contato@projetojuventude.org.br
Para receber o boletim do projeto escreva para boletim@projetojuventude.org.br
O que devo fazer quando um entrevistado evita tratar de determinado assunto?
Em um primeiro momento, você deve aceitar a recusa partindo para outro tema. Mas assim que houver
oportunidade, retome a pergunta por outro prisma, relacionando o conteúdo da nova pergunta a uma
resposta já dada pelo entrevistado.
Como fazer se o entrevistado evitar falar de sua experiências e só ficar falando da juventude em geral ou
de outros grupos com os quais ele não concorda?
É importante conseguir que o entrevistado consiga falar de si e dos momentos e aspectos cruciais de
sua experiência. O entrevistador deve convencê-lo de que não está procurando a uma VERDADE ou uma
TESE, mas sua história pessoal que será importante para compor um painel sobre a sua geração.
Como devo agir durante a entrevista para não ficar estranho ficar perguntando coisas que já sei ou, por
ser um jovem brasileiro participante, eu deveria saber?
Para o entrevistador, nada deve parecer óbvio. Nada deve ser suposto. Peça desculpas, diga que são “os
ossos do ofício”, assim você pode perguntar tudo o que for necessário. Pergunte sempre “Quando?”,
“Como?”, “Por que?”, “Você pode me dar um exemplo?”. Essas são indagações que você deve sempre
fazer para tornar sua entrevista mais completa e compreensível para outros que não participaram dela.
Se possível, envie fotografias, vídeos, grafites, etc. Para nosso trabalho, as imagens são fundamentais.
Porém, não temos como garantir a todos as condições de filmar entrevistas ou se expressar através de
imagens.
Quem tiver acesso aos meios pode produzir ou reproduzir imagens fotográficas, vídeos ou grafites.
Quem for filmar ou ser filmado, fotografar ou ser fotografado ou fazer grafites deve estar informado sobre
os objetivos do Projeto Juventude. As imagens devem estar relacionadas com a vida do jovem de hoje e
suas múltiplas formas de participação. Se o entrevistado não quiser foto, tente insistir reafirmando que
tanto as palavras quanto as imagens são importantes para as narrativas juvenis ganhem significado.
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