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2010

IBERODECK
CONSTRUÇÕES E
ENGENHARIA, LDA

DANIEL GRANJO

[GARE MARÍTIMA DA
HORTA]
MEMÓRIA DESCRITIVA – EXECUÇÃO DE COFRAGEM EM ELEMENTOS HORIZONTAIS COM ESTEREOTOMIAS
INDICE

1. Introdução
2. Breve descrição da solução adoptada
3. Descrição dos elementos que compõem o sistema
4. Escoramento
5. Ripado de pinho tratado
6. Estereotomia
7. Juntas de betonagem
8. Outros materiais propostos
9. Considerações finais
10. Anexos
• Fichas técnicas
• Preparação do sistema reticular
• Preparação da estereotomia e juntas de betonagem

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Zona Industrial Chã do Rego D’Água, G52 – Cabouco – 9560-301 Lagoa
Tel/Fax: 296642515 - E-Mail: geral@iberodeck.pt
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1. INTRODUÇÃO

Refere-se a presente memória descritiva à execução de elementos horizontais com


estereotomia na estrutura de betão da Gare Marítima do Faial, inserida na obra Reabilitação
da frente Marítima da Cidade da Horta.

A Classe de cofragem a aplicar será A4, betão à vista com estereotomia. Essencialmente, betão
à vista é uma parte da estrutura cuja intenção é permanecer intocável após a sua conclusão.
Há uma tendência para as estruturas de betão à vista serem inovadoras, exemplos "únicos"
onde uma abordagem livre e criativa foi escolhida no que diz respeito a formas e superfícies.

Normalmente neste tipo de solução construtiva o projectista pretende:

• Salientar a exclusividade da estrutura. Neste aspecto, o betão colocado "in-situ"


oferece um certo grau de liberdade arquitectural
• Assegurar que a estrutura é funcionalmente apropriada e pode ser utilizada para o
fim em vista
• Possuírem liberdade no âmbito da escolha da superfície a projectar (em termos de
estereotomia, juntas e estrutura)
• Sustentar a planificação de estruturas arrojadas e únicas, com a liberdade de criar
tanto formas como perspectivas.

A aplicabilidade deste tipo de solução estará directamente ligada com a influência de


factores, tais como, a estática e os processos construtivos actuais.

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2. BREVE DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO ADOPTADA

A solução de cofragem proposto para executar as lajes é uma estrutura metálica reticular
adequada para execução de lajes planas de betão armada, maciças ou aligeiradas,
mediante a utilização de um mecanismo de aço de fácil montagem e adaptável a qualquer
superfície, formando uma base plana e resistente.

Propomos esta solução pela simplicidade, rapidez de aplicação aliado à versatilidade do


sistema, havendo a possibilidade de adaptar a qualquer tipo de elemento horizontal com
diferentes tipos de remate potenciados pela flexibilidade que oferece a montagem
telescópica ou de empalme, tanto no sentido das travessas como das porta travessas.

A sua recuperação inicia-se após o betão alcançar 70% da resistência através das porta-
travessas numa fase inicial e posteriormente as travessas principais e respectivo ripado ou
outra superfície cofrante.

Aspecto do sistema montado sem superfície cofrante

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3. DESCRIÇÃO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O SISTEMA

O sistema é composto por dois tipos de elementos; Porta-travessas (2 e 4m) e travessas mistas
(2,3 e 4m).

• Porta-Travessas

Na parte superior encontram-se alojados os U’s de posicionamento das


travessas onde se poderão deslocar telescopicamente. Estes U’s encontram-se separados por
50 cm, distância optimizada de forma a simplificar a montagem.

Na parte inferior encontram-se os pivots de alojamento do prumo, optimizado para


simplificação de processos de optimização de distâncias entre prumos.

• Travessas mistas

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Este elemento é composto por um perfil de aço e acabamento superior de madeira,
possibilitando a adaptação de qualquer tipo de madeira de qualquer dimensão e fechos
através de pregragem.

Vem ainda dotado de pivots na parte inferior onde ficaram alojados os prumos.

• Superfície cofrante

Nesta caso específico a superfície cofrante surge pré-defenido pelo projectista pela
estereotomia adoptada, ou seja, ripado de 10 cm de largura de pinho verde tratado e
polido de uma das faces cujas dimensões (comprimentos) surgem descritas num item
posterior na presente memória descritiva.

Preparação

A preparação do dimensionamento por betonagem (conjunto) do sistema vem em


anexo na presente memória.

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_ Preparação DWG

4. ESCORAMENTO

A solução de escoramento adoptada é o prumo telescópico com abertura máxima de


5,10m e abertura mínima 3.55m.
Na situação mais desfavorável temos uma laje de 18cm maciça e pé direito máxima de
4.85m pela ficha técnica do fabricante verifica. Considerando ainda um coeficiente de
segurança =2.

Acções Variáveis verticais persistente “Q1”


Peso próprio do betão: 25Kn/m3
Espessuara da Laje: 0.3m
Sobrecarga de trabalho: 0.75 Kn/m2
Q1=25x0,18+0,75=5,25 kN/m2

Pelos dados do fabricante temos:


5,25<7.76 KN/m2 , (Por interpolação), OK , VERIFICA!

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5. RIPADO DE PINHO TRATADO

Para a definição da estereotomia adoptada pelo projectista propomos a utilização de


cofragem de pinho bravo tratado.

Aspecto físico

Para cumprir as geometrias de projecto o pinho apresentar-se-á nos diferentes


comprimentos com 0.1 m de largura e com aspecto polido de uma das faces.

O pinho a empregar encontra-se devidamente seco, não ardido nem cardido, sem nós
viciosos sem consistência, isentas de caruncho, bem desempenadas, sem fendas ou
falhas que possam comprometer a sua resistência e o aspecto final das peças de betão.
Assim, as peças de madeira que apresentem ataque de fungos de podridão ou ataque
de insectos deverão ser excluídas.
A presença de fungos cromogéneos é aceitável dentro de valores que não
comprometam a sua utilização.
Também as peças que se encontrem danificadas, ou apresentem combinações de nós
e/ou outras características de natureza a afectar a resistência a ponto de comprometer
a sua utilização, serão ser excluídas.

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Características físicas do Pinho

Apresentam-se de seguida os valores médios das propriedades físicas da madeira do


Pinheiro Bravo, determinadas no LNEC (em ensaios realizados sobre provetes
pequenos sem defeitos, referidos ao teor de àgua de 12%.

Humidade

A determinar pelo processo descrito na Norma NP-614.


Massa volúmica
A determinar pelo processo descrito na NP-616.
Retracção
A determinar pelo processo descrito na NP-615.

Características Mecânicas

A resistência mecânica é variável consoante os defeitos e anomalias que a madeira pode


apresentar (empenos, fendas, descaio, etc.). As causas e consequências de defeitos e
anomalias estão especificados na NP-180.
A resistência mecânica também é afectada pela humidade. A resistência decai quando o
teor
em água aumenta, assim é necessário limitar os valores para a humidade ( esta pode ser
determinada na NP-614 ).
A resistência mecânica da madeira a empregar poderá ser avaliada por 2 vias:

Classes de Qualidade

A classificação de madeiras para estruturas destina-se a limitar a gama de variação das


propriedades mecânicas apresentadas por uma determinada madeira, proporcionando
lotes de material com comportamento mecânico mais previsível. Esta operação baseia-se
em normas de classificação visual (avaliação a nu dos defeitos da madeira).
Relativamente à madeira de Pinheiro Bravo produzida em Portugal podem especificar-se
duas classes de qualidade: classe EE (especial para estruturas) e classe E (estruturas), de
acordo com a Norma portuguesa NP-4305, que é como se apresenta no quadro 3, cujas
características mecânicas são apresentadas na ficha LNEC M2.
De referir que para a obtenção dos valores procederam-se aos ensaios descritos na
NP-618; NP-619; NP-621; NP-623.

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Classes de Resistência

Para as classes do Pinho Bravo (classe E e EE), recomenda-se a adopção dos valores
indicados na Ficha LNEC M2.
No Quadro 4, estão patentes os valores característicos das propriedades mecânicas da
madeira de Pinheiro Bravo, para as duas classes de qualidade.

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Características Químicas

A composição química média da madeira anidra é de :


• Carbono 48 %
• Hidrogénio 6 %
• Oxigénio 44 %
• Azoto 1 %
• Cinzas (matéria mineral) 1 %

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6. ESTEREOTOMIA

Na definição de estereotomia proposta teve-se em conta a lógica da zona apresentada pelo


projectista, definindo conjuntos que representam diferentes zonas de betonagem com a
indicação de juntas de betonagem.
A estereotomia proposta que surge em anexo foi obtida considerando recuperações dos
dos conjuntos 1 e 2 e foi necessário criar um terceiro conjunto, (na peça desenhada a
última), pois as recuperações dos anteriores com as medidas do ripado em causa não seria
exequível. (ver proj. anexo)

_ Preparação parcial da estereotomia

7. JUNTAS DE BETONAGEM

Uma junta de betonagem poderá estar sujeita a esforços de tracção ou compressão, flexão
segundo e fora do plano da peça, esforço transverso e torção. É exigido que a junta e o
material de reforço que a poderá constituir sejam capazes de absorver e resistir sobretudo
aos esforços de tracção e de corte. A resistência à tracção do betão quando comparada com
a sua resistência à compressão é reduzida. Quando a sua tensão de f à tracção é atingida,
desenvolvem-se fenómenos de fendilhação no betão, levando a uma diminuição da sua
rigidez, com consequências a nível estético provocadas pelo aparecimento de fendas.
Assim o único esforço actuante que poderá levar a uma alteração considerável da
resistência mecânica de uma peça de betão estrutural com juntas de betonagem em
relação a uma peça semelhante, mas monolítica, será o esforço de tracção.
Assim, é necessário garantir que as juntas de betonagem ofereçam uma adequada
resistência à tracção.
Concluiu que a resistência mecânica à compressão de vigas formadas por juntas de
betonagem, não apresenta alterações significativas em relação a uma peça monolítica.

De modo a que a peça de betão onde a junta se insere funcione por forma a que a
introdução de uma junta de betonagem não traga uma redução considerável da resistência
da peça, deverá ter-se sempre em linha de conta, entre outros aspectos, a localização da
junta ao longo da peça de betão.

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Consideramos que os principais critérios para a localização e espaçamento das juntas de
betonagem são:

• Localizar a junta de forma a possibilitar a betonagem da peça numa só fase


• Garantir-se a resistência necessária para a junta
• Presença de restrições para a retracção do betão, evitando a formação de
fendilhação do betão por este fenómeno
• Compatibilidade com a aparência e o tratamento a aplicar à junta

É recomendado que para o caso de vigas e lajes, as juntas de betonagem se encontrem


localizadas entre 1/3 e 1/5 do seu vão quando for forçosamente necessário. A sua
localização deverá corresponder a um lugar geométrico da peça onde o valor do momento
flector seja reduzido e o valor do esforço transverso modesto, quando sujeito a um
carregamento uniformemente distribuído. Segundo ACI STANDARD, em situações onde os
esforços de corte devido a acções gravíticas não forem significativos, que é o caso do meio
vão de estruturas sujeitas à flexão, uma junta de betonagem vertical simples será
adequada.

Exemplo:
Localizações mais adequadas para as juntas de betonagem. A
localização de juntas em B-B’ é a mais favorável
por estarem localizadas em pontos menos esforçados da peça.

A existência de uma junta de betonagem deverá estar sempre prevista no plano de


trabalhos de betonagem a executar pelo Empreiteiro. As suas especificações deverão estar
presentes no Caderno de Encargos e cuidadosamente definidas, como não consta qualquer
tipo de informação neste âmbito propomos juntas de viga a vigas, com o enchimento das
mesmas incluído, pois são as zonas que segundo os critétios supra citados seria mais
favorável a sua localização. (Verificar no proj em anexo a indicação das juntas)
Obviamente nesta opção tivemos em conta o impacto que poderia ter ao longo do vão da
laje, tendo em conta o cumprimento da estereotomia, desta feita esteticamente não terá
qualquer impacto significativo.

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_Localização das juntas de betonagem proposta

8. OUTROS MATERIAIS PROPOSTOS

O óleo descofrante proposto é tipo parafínico, White Spirit, oleína designado


DOMOTEC 200, com ficha técnica em anexo.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretendeu-se com a presente memória descritiva entre outros, expor a solução de


cofragem para os elementos horizontais, definição de estereotomias não definidas pelo
projectista, juntas de betonagem, definição de materiais e processos construtivos.

10. ANEXOS

• Fichas técnicas
• Preparação do sistema reticular
• Preparação da estereotomia e juntas de betonagem

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