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INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE BALANÇOS

HISTÓRIA DA ANÁLISE DE BALANÇOS

Seu início remonta ao início do século, quando a Análise de Balanços tornou-se praticamente
obrigatória em 1915 nos Estados Unidos, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar
balanços às empresas tomadoras de empréstimos. Desde lá o sistema bancário é até hoje o seu
principal usuário. Para melhor entendimento, vejamos um retrospecto cronológico do processo:
• 09/02/1895 - o Conselho Executivo da Associação de Bancos de Nova Iorque recomendou a
seus membros que solicitassem balanços aos tomadores de empréstimos;
• 1.900 - surge os primeiros formulários de proposta de créditos que incluía espaço para
balanço;
• 1.919 - Alexander Wall, considerado o pai da análise de balanços, desenvolveu um modelo
de análises de índices;
• 1.925 - Stephen Gilman propôs a análise horizontal;
• 1.930 - surgiu na Du Pont um modelo de análise de rentabilidade (ROI - Return on
Investiment) que decompunha o retorno em margem e giro;

No Brasil podemos destacar as seguintes obras pioneiras na matéria:


• Ensaio sobre análise de balanços, de João Luiz dos Santos, cuja primeira edição é de 1932.
• Análise econômica e financeira do capital das empresas, de Frederico Herrmann Júnior,
publicada em 1941. Essa obra, de grande valor para época em que foi escrita, constitui a
primeira tentativa de abordar o assunto em bases mais modernas, seguindo orientações
dominante em países desenvolvidos.
• Estrutura e análise de balanços, de Francisco D’Áuria, publicada em 1949. Embora o autor
declare que escreveu um livro didático para os cursos da Faculdade de Ciências Econômicas
e Administrativas da Universidade de São Paulo, onde lecionava. Escreveu, sim, um
verdadeiro tratado de análise de balanço, técnica e culturalmente de nível mais elevado que
as finalidades didáticas objetivadas pelo Autor.
• Estrutura, análise e interpretação de balanços, de Hilário Franco, primeira edição publicada
em 1954.
• Entretanto somente a partir da década de 70, com a criação da SERASA (empresa que
passou a operar como central de Análise de Balanços de bancos comerciais), a análise de
balanço desenvolve-se, inclusive com o surgimento de inúmeras literárias, alguma de
excelente qualidade, as quais, vieram enriquecer a literatura contábil brasileira.

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METODOLOGIA DE ANÁLISE

A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio científico, como na maioria das ciências, ou seja,
as decisões obedecem mais ou menos a seguinte seqüência:

Etapas:

1ª ETAPA = Escolha de Indicadores


2ª ETAPA = Comparação com referências (padrões)
3ª ETAPA = Diagnóstico ou Conclusões
4ª ETAPA = Decisões

Na Medicina, por exemplo, em qualquer exame preliminar, o médico tira a temperatura, pressão,
pulsação etc. Esses são os indicadores (1). O médico compara então cada indicador com um padrão
próprio (2) desenvolvido e aprimorado e, em seguida, ponderando conjuntamente seus indicadores,
elabora suas conclusões (3), mental ou formalmente, transmitindo-as ou não ao paciente de alguma
forma que faz parte de sua técnica de trabalho. Em seguida, toma uma decisão (4), como internar o
paciente, encaminha-lo a outro especialista, receita medicamentos ou simplesmente dizer que está tudo
“OK”.

Assim sendo, aplicamos também na Análise de Balanços o mesmo raciocínio científico, ou seja:

1º - extraem-se índices das demonstrações financeiras;

2º - comparam-se os índices com os padrões;

3º - ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões;

4º - tomam-se decisões.

OBJETIVO DA ANÁLISE DE BALANÇOS

• A Análise de Balanços, objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a


tomada de decisões.
• A função do analista é orientar a tomada de decisão nas áreas de investimentos e
financiamentos a serem tomadas pelos dirigentes da entidade, pois:

A preocupação básica do contador é o registro das operações. Ou seja, o contador


procura captar, organizar e compilar dados. Sua matéria-prima é os fatos de significado
econômico-financeiro expressos em moeda. Seu produto final é as demonstrações
financeiras.

O analista preocupa-se com as demonstrações financeiras que, por sua vez, precisam
ser transformadas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou não
crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas
dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é eficiente ou
ineficiente, se ira falir ou se continuará operando.

Dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não


provocam nenhuma reação no leitor.

Informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir
reação ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito-surpresa.

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TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS

ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES


o A principal preocupação dos índices de balanço é fornecer avaliações genéricas
sobre diferentes aspectos da empresa em análise, sem descer a um nível maior de
profundidade.

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL


o A Análise Vertical e Horizontal presta-se fundamentalmente ao estudo de tendências.

ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO


o Através do cálculo dos índices de rotação ou prazos médios (recebimento,
pagamento e estocagem), é possível construir um modelo de análise dos investimentos e
financiamento do capital de giro.

ANÁLISE DE RENTABILIDADE
o Retorno Operacional dos Investimentos – ROI
o Análise de Custo/Volume/Lucro e à Curva de Demanda dos produtos de uma
empresa
o Análise da “Alavancagem Financeira”
o Por comparar o custo das diferentes alternativas de capitais de terceiros com o custo
do capital próprio, a análise da “alavancagem financeira” é imprescindível para a decisões de
subscrição de ações e muito recomendável nas decisões de financiamentos de longo prazo.

ANÁLISE DA DOAR E DO FLUXO DE CAIXA


o Utilizando os dados da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, pode-
se construir a Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa, cuja análise é a última palavra sobre
a situação financeira da empresa e sobre a sua gestão de caixa.

ANÁLISE PROSPECTIVA
o A Análise de Balanços tradicional detém-se exclusivamente no passado da empresa,
por serem os dados do passado os únicos contidos nas demonstrações. Apenas
modernamente é que se desenvolveram técnicas provisionais na Análise de Balanços.

INFLAÇÃO E BALANÇO
o Em regimes de inflação elevada as demonstrações devem estar apresentadas em
moeda constante.

USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS

FORNECEDORES
o O fornecedor de mercadorias precisa conhecer a capacidade de pagamento de seus
clientes, ou seja, a sua liquidez.

CLIENTES (Compradores)
o Raramente o comprador analisa a situação do fornecedor.

BANCOS COMERCIAIS
o O banco comercial, embora dê maior ênfase a aspectos de curto prazo, não relega os
pontos de longo prazo, como a rentabilidade e a capitalização do cliente

BANCOS DE INVESTIMENTOS
o Diferentemente dos bancos comerciais, os de investimentos concedem
financiamentos a um número menor de empresas, porém em um prazo mais longo. Neste
caso, o financiamento concedido depende da situação futura do cliente.

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DIRIGENTES
o Análise de Balanços serve de bússola para o empresário.

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