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Esse artigo tem por finalidade mostrar a teoria inatista de aquisição da linguagem,
dividida sob vários aspectos. Este foi subdividido em: a Hipótese gerativo-transform
acional, o Cognitivismo construtivista, a Gramática universal e sua relevância.
A primeira parte irá tratar, sobre a Hipótese gerativo-transformaciona
l. O Inatismo, hipótese abordado por Noam Chomsky, defende que o ser humano é provid
o de uma gramática inata, ou seja, esta já nasce com a pessoa, e vai tomando forma c
onforme o seu desenvolvimento. E a criança toma como base para seu desenvolvimento
a fala dos adultos, que servem de estrutura para o desenvolvimento de suas própri
as regras. A partir do momento que a criança incorpora como modelo algumas estrutu
ras da língua mãe, não é porque imitou, mas por que incorporou novos modelos de regras p
ara sua língua.
Chomsky, defende também que a criança possui um dispositivo de aprendi
zagem chamado de DAL, que é ativado e se processa a partir de sentenças, que recebe
o nome de IMPUT, que tem como resultado a língua a qual a criança está exposta. O IMP
UT, é formado por muitas regras e a criança em contato com a língua, seleciona as regr
as que funcionam para aquela língua, desativando as que não funcionam. De acordo com
essa proposta, a criança tem uma Gramática Universal GU, inata e que contém todas as
regras de todas as línguas.
Outra teoria também defendida por ele é a teoria dos princípios e parâmetr
os, esta muda a concepção que se tem da gramática universal. Segundo esta, a gramática u
niversal é formada por princípios ou leis invariantes que são aplicadas do mesmo modo pa
ra todas as línguas, e parâmetros ou leis , onde os valores de acordo com cada língua, qu
e dão origem às mudanças entre as línguas e as mudanças dentro da própria língua. Então, ca
criança, escolher através do IMPUT o valor que o parâmetro deve ter.
No ponto em que se fala sobre o cognitivismo construtivista, faz-s
e um paralelo contraditório entre o behaviorismo de Skinner que defendia que a lin
guagem era um conjunto de comportamentos e o inatismo de Chomsky que afirma que
a linguagem vem de uma herança genética, isto é, inata, onde se nasce com uma gramática
na mente e que se desenvolve no decorrer do tempo. Diz ainda que se a criança depe
ndesse de aprender através de imitação, como ressaltava o behaviorismo, ela nunca teri
a uma gramática perfeita.
Na terceira parte, trata-se sobre a Gramática Universal e sua relevânc
ia, atentando para aspectos importantes abordados por Lyons sobre a teoria chomi
skiana.
Primeiro ele mostra como o mentalismo chomiskiano, se caracteriza
como antimaterialista e antibehaviorista, discordando que a linguagem é igual a qu
alquer outro comportamento que pode ser explicado através de estímulos reforço respost
a, e ainda que essa vem de experiências com o meio.
Lyons, ainda ressalta algumas diferenças sobre a proposta de Chomsky
acerca do pensamento, que o homem já nasce dotado de determinados preceitos, que
se usarão para resolver outros, e também sobre a origem da linguagem, que esta e sua
aquisição também tem caráter inato.
Fala ainda sobre a importância dos estudos de Piaget. Mostrando as q
uatro fases que a criança passa, sendo a mais importante a passagem da sensório-moto
ra para a pré-operacional. E que Piaget ressalta que a evolução cognitiva é pré-ordenada,
isto é, inata, sendo assim, este partilha do mesmo pensamento de Chomsky.
2. A HIPÓTESE GERATIVO TRANSFORMACIONAL
O inatismo é uma hipótese, defendida por Chomsky, de que o ser humano é
dotado de uma gramática inata, ou seja, essa teoria postula que o ser humano vem p
rogramado biologicamente para o desenvolvimento de determinados conhecimentos, e
ssa proposta procura dar conta da competência e criatividade do falante.
Para reforçar isso vejamos: Vamos supor uma criança de um ano e pouco
, mais de um ano e meio, que por sua vez começa a falar as primeiras palavras, est
as serão possivelmente mamã e papá, decorrente daí surgem suas primeiras produções orais. V
mos dizer agora, que esta já esteja com três anos de idade, e não estará falando apenas
palavras, mas sim frases, como por exemplo: vovó solandu, ou seja, ela quis dizer
que a vovó está chorando. Pelo que se pode perceber são frases curtas e gramaticalment
e incompletas, no entanto os adultos passam a compreender o que a criança diz, de
vido estarem, habituados com sua linguagem.
3. O COGNITIVISMO CONSTRUTIVISTA
A teoria inatista da aquisição da linguagem tem como principal represe
ntante o lingüista Noam Chomsky, que adotou uma postura contrária ao behaviorismo de
Skinner vigente na época, onde argumenta que a linguagem é uma herança genética e não um
conjunto de comportamentos verbais como afirma o behaviorismo.
O organismo básico de Chomsky é: num tempo bastante curto (mais
ou menos dos 18 aos 24 meses), a criança, que é exposta normalmente a uma fala precár
ia, fragmentada, cheia de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um c
onjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internaliz
ada do falante [2]
...o conjunto ou seqüência de objetos, aos quais se aplica, tem uma estr
utura interna e que a regra, ou principio, faz referência essencial a essa estrutu
ra como condição de aplicabilidade ou como determinante de maneira de aplicação de regra
[6]
O maior legado de Chomsky para a filosofia da mente e da psicologi
a de aquisição da linguagem é: a concepção de relevância da dependência da estrutura como c
cterística, a priori, universal das línguas humanas e o conceito da importância de se
mostrar os processos envolvidos na apropriação dessa faculdade pela criança.
Chomsky considera que a mente é um grupo de disposições, de origem mater
ial controvertida, que interagem entre si, cada qual bem desenvolvida para a res
pectiva função que desempenhará e as quais evoluem conforme o seu plano de desenvolvim
ento, preestabelecido pela carga genética. Entretanto, mesmo com todos os estudos
já realizados nessa área e com todo o sucessivo crescimento desses, não se conseguiu c
hegar a um consenso, isto é, uma resposta precisa para essa questão, mas a saída mais
provável é a pesquisa experimental que reúna ciências a fins.
Os trabalhos sobre a aquisição da linguagem também tiveram outro grande
elaborador, Piaget. Segundo o qual há quatro etapas na ampliação das operações psíquicas da
criança, sendo a fase mais importante à passagem da etapa sensório-motor, que dura ate
cerca dos dois anos e onde a criança tem contato com objetos concretos, para a et
apa pré-operacional, que vai ate perto dos sete anos, quando a criança começa a usar p
alavra e sintagmas guiado pelo seu entendimento prévio de comparação, movimentação e trans
formação dos objetos.
Dessa forma, a passo que Piaget ressalta o valor da experiência ele
toma as diversas etapas de evolução cognitiva como algo inerente à espécie humana e que
são pré-ordenadas geneticamente, ou seja, de maneira inata. Com isso, corrobora, de
certa forma, com a teoria inatista de Chomsky.
5. CONCLUSÃO
A partir do que foi visto e discutido, chega-se à conclusão que o inat
ismo, é uma tendência que acredita na existência da mente, e que todo e qualquer apren
dizado é inato e não simples imitação.
Que a criança chega ao processo de aprendizado da língua, por um dispo
sitivo de aquisição da linguagem chamado de DAL. Que é ativado a partir da produção de sen
tenças, IMPUT, que é onde ficam todas as regras onde a criança seleciona em que lugar
deve usar, que tem como resultado a língua a qual a criança será exposta.
Através dos princípios e parâmetros a concepção de Gramática Universal muda.
s princípios ou leis, invariantes são aplicados do mesmo modo em cada língua e nos parâm
etros é que contém as diferenças para cada língua, e até mesmo de uma mesma língua.
Então o inatismo, se opõe a várias tendências, que afirmam que a criança apr
ende por um processo chamado de imitação, que funciona através de estímulos, reforço e res
postas, tese fundamental do behaviorismo, defendido por Skinner.
Lyons, diz que o autor que mais se aproxima da visão de Chomsky é Piag
et, que acredita que a evolução cognitiva também através de um processo pré-ordenado, ou s
eja, inato.
BIBLIOGRAFIA
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