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António José Namorado Costa – AG I 41011 02 N.

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É ideia generalizada que a Sociologia está mais adaptada ao entendimento das sociedades
modernas. A Antropologia, ao invés, é tida como a ciência que estuda assuntos absurdos e em
muitas situações sem interesse algum.

A cultura não é uma questão biológica, não se relaciona à forma genética, geográfica ou de
raça. A Cultura é incutida pelo meio social onde o indivíduo se insere. Sendo por esse facto
determinante nas diferenças comportamentais entre os indivíduos.
A relação entre cultura e desenvolvimento é hoje um dos assuntos mais debatidos no meio
contemporâneo com a importância que vai para além do ambiente académico e entra já na
agenda política em vários países. A cultura exerce um papel importante para o
desenvolvimento que não se restringe à dimensão económica, pois é capaz de construir ou
reconstruir identidades, elevar a auto-estima individual e colectiva, adicionar valor ao
património existencial humano. São dois conceitos que se unem de forma íntima. No entanto,
a ênfase desta interdependência causa a desconfiança dos que a pretendem negar, os
chamados “negativistas” de uma espécie que se diferencia da antropológica. Essa
desconfiança deriva do facto de os “negativistas” defenderem que o associar o
desenvolvimento à cultura é o equivalente à criação de uma nova doutrina de predestinação à
riqueza e à pobreza, tanto das sociedades, como das Nações e do próprio Homem. Segundo o
que refere o texto “Cultura” a posição destes “negativistas” é rebatida por ter incongruência
que a anula consistindo em combinar elementos de reflexão, admissíveis ao senso comum,
compreendendo assim a conservação por parte desse mesmo senso comum do preconceito de
que os maus e bons momentos económicos de um povo se devem à sua passividade ou
dinamismo, por outro lado e seguindo uma objectividade que se adquiriu no acumular
persistente de experiências, em locais onde agem, sendo que estes agentes de ajuda ao
desenvolvimento não relacionam o desenvolvimento em ligação com o ambiente cultural em
constante mutação. O texto refere-se a estes agentes de ajuda ao desenvolvimento dando-lhe
ligação de actores determinantes não se tendo intimidado, mesmo depois de mencionadas
expressões do género “subdesenvolvimento” e “Terceiro Mundo” trocando-as por menções
não tão humilhantes como “países em desenvolvimento” e “países menos avançados”.

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As atitudes de acusações proferidas aos que não dissociam a cultura do sector económico e
social, manifestando necessidade de distinguir o admissível do não admissível, na opinião dos
puristas que fizeram tabu da ideia de desenvolvimento e da relação deste com as culturas.
Concordo com os puristas em relação às evidências que os mesmos demonstram sobre as
verdades, cujo desconhecimento recriminam e segundo essas verdades evidentes os valores
expostos por indicadores macroeconómicos, não demonstram grande coisa sobre o progresso
das sociedades e a felicidade das mesmas.
“O homem é um ser predominantemente cultural. Graças à cultura, superou as suas
limitações orgânicas. O homem conseguiu sobreviver através dos tempos com um
equipamento biológico relativamente simples.” (Taylor)
O desenvolvimento local destaca-se pela sua capacidade de inovar, em valores e potenciais,
em formas de expressão cultural e na participação massiva na comunidade.
Desde o início da década de 80, que nos países desenvolvidos a interacção entre o
investimento em cultura e o desenvolvimento económico é patente. Mas foi nos anos mais
recentes que este tipo de desenvolvimento mereceu alguma atenção por parte das entidades
Governamentais, civis e académicas. Esta realidade é-nos confirmada quando em pesquisas,
por exemplo, na Internet, através de motores de busca poderosos, ao introduzirmos palavras-
chave relacionadas com estas temáticas são apresentados milhares de resultados.
Com este desenvolvimento local e com o aparecimento de diversos conceitos de
desenvolvimento, começaram a notar-se formas de intervenção social, que não existiam antes.
Esta nova ideia não dá tanta relevância ao lado económico dos grupos sociais em partes não
industrializadas bem como em grupos civilizacionais não ocidentais, dando mais destaque à
parte social e por consequência às pessoas. A perspectiva do desenvolvimento local não tem
em atenção como referi acima, apenas o factor económico, mas também o desenvolvimento
social, cultural, político e ambiental, ou seja, o desenvolvimento à escala Humana (Claxston,
1994). O desenvolvimento local integra todas estas formas de desenvolvimento, porque não é
possível eliminar a interdependência existente entre umas e outras. Sendo assim primordial
realizar investimentos em meios humanos, sociais e naturais, além como é óbvio em capital
económico e financeiro.
É notória a verdadeira revolução que o desenvolvimento local trouxe, em várias áreas
trazendo para uma determinada comunidade uma constante interacção entre os vários agentes
dessa mesma comunidade, como a relação entre autoridades locais e habitantes desse local as

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organizações civis, os dirigentes das associações, entre vários outros grupos de relevo para
uma determinada comunidade.
Estando a falar de desenvolvimento local, não podia deixar de referir a comunidade onde eu
próprio estou inserido e o facto de a minha mulher como artesã, inscrita no Departamento de
Cultura e Turismo - Divisão de Animação Cultural de Sintra que desenvolve as mais variadas
actividades, como feiras e outros eventos, que se inserem numa forma cultural de inserção no
meio comunitário, dando assim a conhecer o que de preponderante se faz entre os seus
residentes. Além de interagir com a comunidade local, este tipo de eventos é sempre motivo
de visita de muitos turistas, nomeadamente quando os mesmos decorrem precisamente na
Vila de Sintra, pólo de atracção dos mesmos, pelo seu poderio histórico e riqueza de
monumentos. Este intercâmbio cultural que se gera nestes locais tem impacto ao nível
económico com a exportação destes artigos artesanais, entre outros que se comercializam
neste tipo de festas municipais. Este desenvolvimento é um valor acrescentado incorporando
valores, religiosos, históricos, artísticos, etc, onde a “marca”, o “design” “a arte” são pagas
sob produtos originais não comercializados em mais nenhum lugar. Estas manifestações de
Cultura são por si só motivo de atracção de pessoas e empresas, assegurando assim uma
qualidade de vida melhor a quem as habita, sendo sinónimo do dizer popular que cidades
atractivas têm uma enorme vida cultural. A cultura é geradora de coesão entre os vários
agentes económicos locais, reduzindo a exclusão social, estimula o cooperativismo e a
inovação.

Estas actividades culturais incrementam capital humano e social numa comunidade. Para que
tudo isto funcione de forma harmoniosa temos de saber respeitar as deferentes formas
culturais de cada uma das sociedades, para que não estejamos a cometer o etnocentrismo de
padronização e de harmonia.
______________________________________________________________________
Bibliografia:
ERMET, Gay (2000) Cultura e Desenvolvimento, São Paulo: Editora Vozes.
Webgrafia:
http://grifando.wordpress.com/2007/10/08/cultura-um-conceito-antropologico-roque-de-
barros-laia/
http://www.grupoescolar.com/materia/cultura:_um_conceito_antropologico.html acedido em
2010/11/25 às 23:55
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