Professional Documents
Culture Documents
1. Propriedades e características 54
2. Interacção embalagem/alimento 59
5. Controlo da qualidade 66
5.1.Determinação da espessura 66
5.2.Determinação da gramagem 66
5.3.Identificação de materiais 66
53
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
1. PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS
54
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
55
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
56
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
57
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
58
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
2. INTERACÇÃO EMBALAGEM/ALIMENTO
O tempo de vida-útil de um produto depende, além das suas características intrínsecas e da
sua aptidão à conservação, de dois factores principais: do contacto directo com a embalagem e
da migração de constituintes, e do contacto com factores da atmosfera, como o oxigénio e a
humidade, e portanto da permeabilidade da embalagem (propriedades barreira).
• MIGRAÇÃO
Entre o grande número de compostos que entram na formulação de uma resina, os mais
importantes do ponto de vista da migração são monómeros não convertidos (PVC, PET, PS por
exemplo), aditivos (nomeadamente plastificantes e antioxidantes), solventes residuais de tintas
de impressão ou de adesivos e compostos de termodegradação.
• PROPRIEDADES BARREIRA
59
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
b) barreira igualmente para todas as substâncias voláteis que podem estar presentes
no ambiente (hidrocarbonetos, fumos, aromas...) e susceptíveis de alterar as
propriedades organolépticas (gosto, odor) do alimento
c) perda de gás ou mistura gasosa que pode ser introduzida no interior da embalagem
para conservação do produto (exemplos: dióxido de carbono, azoto, etc.)
Os requisitos de barreira necessários a uma embalagem devem ser definidos para cada
produto alimentar, considerando-se a sua composição, forma de apresentação, sistema de
distribuição e tempo de vida útil desejado. A determinação das propriedades barreira dos
materiais é feita com métodos normalizados.
60
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
3. PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO
As embalagens são produzidas pelos seguintes processos:
• Extrusão para produção de filmes e chapas
• Termoformação para produção de copos e bandejas
• Injecção para produção de tampas, copos
• Sopro para produção de garrafas
EXTRUSÃO
FIGURA 2. Saída da
extrusora (perfis
diferentes)
61
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
TERMOFORMAÇÃO
A partir de uma chapa plástica aquecida, a embalagem forma-se por moldação a vácuo com
um molde macho ou com um molde fêmea, ou por um único molde “macho-fêmea”. No
processo a vácuo, a chapa depois de aquecida é “sugada” contra as paredes do molde; no
processo de pressão, a chapa depois de aquecida é “atirada” contra as paredes do molde por
injecção de ar; no processo “macho-fêmea” a chapa aquecida passa entre um molde e contra-
molde tomando a forma destes. A termoformação é muito usada para fabrico de copos, potes e
bandejas, artigos baixos e de boca larga.
FIGURA 3. Termoformação por vácuo com molde macho e por molde fêmea
INJECÇÃO
A resina é fundida numa máquina de injecção, e é forçada a entrar num molde. É arrefecida
dentro do molde e em seguida retirada por ejectores mecânicos ou pneumáticos. O molde é
constituído por duas ou mais partes que se abrem depois para deixar sair a peça moldada. A
injecção é usada para fabrico de tampas, copos e bandejas.
62
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
EXTRUSÃO –SOPRO
Este processo é usado para moldar garrafas. A resina é fundida no extrusor e sai na forma de
uma pequena manga (também chamada “gota” ou “parison”). O “parison” entra num molde
onde através de um sopro de ar comprimido é forçado contra as paredes do molde ficando com
a forma final.
63
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
INJECÇÃO – SOPRO
Este processo também é usado para fabricar garrafas. O processo é idêntico ao anterior só que
desta vez o “parison” é injectado numa pré-forma em vez de ser extrudido numa manga. A pré-
forma já tem a marisa moldada, e só o corpo é depois soprado para a sua forma final num
segundo molde. Neste processo as embalagens obtidas apresentam uma melhor distribuição
de espessura e a possibilidade de a segunda moldação ser efectuada à medida da utilização
das embalagens.
64
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
A forma de gestão dos resíduos de materiais plásticos mais interessante, do ponto de vista
técnico e ambiental, são a reciclagem e a incineração com recuperação energética. Há alguns
materiais plásticos que podem ser usados em garrafas reutilizáveis como o Policarbonato (PC)
ou o Polietileno tereftalato (PET), existindo exemplos em vários países europeus.
A reciclagem dos plásticos podem ser mecânica ou química. O processo mecânico, bastante
difundido, consiste essencialmente no reprocessamento por extrusão dos resíduos
devidamente triados: faz-se a trituração, lavagem, aglomeração e extrusão (por vezes, com
adição de pigmentos e outros aditivos) e granulação para obtenção do produto final. Este
granulado, cuja qualidade depende muito da qualidade dos resíduos de que se parte, é
posteriormente utilizado para fabrico de objectos e utensílios como tubos, suportes de canetas,
baldes, recipientes, contentores e outros.
A reciclagem química pode ser feita por pirólise e por hidrólise, envolvendo a quebra da
estrutura do polímero em moléculas pequenas (podendo mesmo haver recuperação dos
monómeros). Este material após purificação é usado novamente em processos químicos e
processos de polimerização para fabrico de plástico novo ou como fuel. São processos mais
específicos, muitas vezes ainda em desenvolvimento ou a funcionar numa escala experimental
ainda não economicamente rentável.
Os plásticos podem ainda ser incinerados tendo em vista o aproveitamento do seu valor
energético, sendo os resíduos que mais contribuem para o valor energético dos resíduos
sólidos urbanos devido ao seu elevado poder calorífico.
65
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
Estes métodos vêm descritos em normas portuguesas NP 2214 ”Materiais plásticos. Filme e
folha. Determinação da espessura por medição directa” e NP 2211 “Materiais plásticos. Filme e
folha. Determinação da espessura média de uma amostra por processos gravimétricos”; ambas
de 1986.
66
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
A uso de simuladores dos alimentos tem a ver com o facto de nem sempre ser possível utilizar
os próprios alimentos para ensaiar os materiais que com eles entram em contacto. Os
simuladores normais são a água destilada, solução de ácido acético a 3%, solução de álcool a
10% e o azeite para simular produtos ricos em gordura. Neste último caso, a quantificação da
matéria extraída não pode obviamente ser feita por evaporação do simulador, sendo uma
metodologia muito mais morosa e requerendo o recurso a cromatografia gasosa.
As condições de ensaio são determinadas pelas condições de utilização desse material plástico
e definidas de acordo com o estabelecido no Decreto Lei 123/2001. Em termos de migração
global, os materiais e objectos de matéria plástica não devem ceder os seus constituintes aos
alimentos em quantidades superiores a 10mg/dm2 da área de superfície do material ou
equivalente a 60mg/Kg de produto alimentar.
67
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
A permeabilidade (ou taxa) ao vapor de água é definida como a quantidade de vapor de água
que passa através de uma unidade de área do material, por unidade de tempo, sob as
condições de teste, e é habitualmente expressa em g/m2dia.
A determinação pode ser feita sobre o material da embalagem ou sobre a embalagem já pronta
quando se deseja determinar o efeito do sistema de fecho ou do processo de fabrico sobre
essa propriedade, avaliar materiais e configurações para certo tipo de embalagem, comparar o
desempenho de embalagens, avaliar a adequação de protecção para certo produto ou
aplicação.
A permeabilidade pode ser determinada pelo método gravimétrico (para valores superiores a 1
g/m2dia), ou por métodos rápidos que fazem uso de sensores especiais, como o infravermelho.
O método gravimétrico baseia-se no aumento de massa de um material higroscópico colocado
no interior de uma cápsula e isolado do meio ambiente pelo material de embalagem cuja taxa
de transferência se deseja conhecer. No método com sensor de infravermelho o provete é
colocado como divisória entre duas cavidades de uma célula de difusão. Numa das cavidades
existe uma atmosfera de 100% de humidade relativa enquanto na outra há um fluxo contínuo
de gás de arraste seco (azoto). À medida que o vapor de água passa através do material de
teste, é conduzido pelo gás de arraste para um detector infravermelho, onde é quantificado. O
método gravimétrico vem descrito na norma ASTM E96, e o método do sensor de
infravermelho na norma ASTM F1249.
No método por aumento de pressão a quantidade de gás que passa através da amostra num
dado tempo é medida pela alteração da pressão. A amostra forma uma barreira entre duas
câmaras numa célula de transferência de gás. Uma pressão constante elevada (geralmente 1
atm) é mantida numa das câmaras e uma pressão baixa (geralmente vácuo) é inicialmente
estabelecida na outra câmara. Sabendo que a diferença de pressão entre as duas superfícies
68
Capítulo IV–EMBALAGENS PLÁSTICAS
Este ensaio é muito utilizado em embalagens assépticas cartonadas e pode identificar falhas
na termossoldagem com dimensões de um capilar e “pinholes” ou quebras no corpo da
embalagem. No ensaio da determinação da integridade, é aplicada uma pequena quantidade
de uma solução colorida de baixa tensão superficial directamente sobre a área de soldagem ou
na parte interna do corpo da embalagem. É posteriormente verificada a penetração desta
solução através da termossoldagem.
69