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Universidade Federal Fluminense

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

GESTÃO DE RISCOS
EM ESTÁDIOS
Jordan Henrique de Souza

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OBJETIVOS
Com base nos dados dos estádios existentes, lastros históricos e
conhecimento tecnico-científico existentes, vislumbra-se descrever os
principais riscos relacionados à este assunto propondo metodologias de
análise, classificação e gestão destes riscos, onde propoe-se discursar
sobre as seguintes temáticas:

– INTRODUÇÃO, DEFINIÇÕES E ASPECTOS HISTÓRICOS


– SEGURANÇA ESTRUTURAL
– SEGURANÇA À INCÊNDIO
– SEGURANÇA À PÂNICO
– SEGURANÇA CONTRA RAIOS
– SEGURANÇA CONTRA TERRORISMO
– SEGURANÇA CONTRA DISTÚRBIOS SOCIAIS
– SEGURANÇA BIOLÓGICA
– PRIMEIROS SOCORROS E INSTALAÇÕES/SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS

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JUSTIFICATIVA
• Com a proximidade da ocorrência de uma Copa do Mundo à ser sediada no Brasil, em 2014,
torna-se indispensável o investimento em estádios de futebol. Seja em reformas dos estádios
existentes ou em construções de novas instalações.
• No meio literário científico, há poucas referências, quase sempre isoladas a aspectos
específicos. Não há uma compilação de dados nesta área multidisciplinar. As normas técnicas
brasileiras existentes, geralmente gestadas pelos Corpos de Bombeiros de cada estado
divergem-se. A título de comparação o Estádio Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora –
MG, pelas normas mineiras vigentes, possui limitação de público de 14000 torcedores,
limitação esta imposta pelas saídas de emergência existentes. Este mesmo estádio, pelas
normas paulistas, poderia sediar eventos de até 65000 pessoas, ou seja, uma variação de
460%.
• Disturbios sociais, tais como confrontos de torcedores ocorrem com frequencia no país, e a
separação de torcidas, em muitos casos pode evitar tal ocorrência.
• Em estádios abertos, as perturbações atmosféricas assolam jogadores que estão expostos a
este tipo de risco.
• A implantação de novos estádios, devem necessariamente ser economicamente planejadas,
não somente para sediarem um evento temporário, mas também para se “auto manterem” ao
longo de sua existência, evitando assim prejuízos ao erário.
• Os estádios ao comportarem o agrupamento de milhares de pessoas, inevitavelmente correm
o risco de semrem palco de eventos de magnitude terrorista, apesar de não comuns em nosso
País, porém sujetos a tal.
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• Tal aglomeração humana, deverá necessariamente ser promovida com atendimentos médicos,
sanitários e logística.
UM BREVE HISTÓRICO...
Ano Local Causa Atribuída Mortos Feridos
1964 Vila Belmiro - SP Sinistro Estrutural - 181
1964 Lima (Peru) Distúrbios Sociais 301 500
1968 Buenos Aires (Argentina) Pânico 74 150
1971 Fonte Nova Pânico 4 -
1971 Glasgow (Escócia) Sinistro Estrutural 66 100
1973 Albertão (PI) Sinistro Estrutural 5 70
1974 Cairo (Egito) Sinistro Estrutural 49 50
1982 Moscou (Rússia) Pânico 66 100
1985 Bradford (Inglaterra) Incêndio 56 200
1988 Katmandu (Nepal) Pânico 93 100
1989 Sheffield (Inglaterra) Pânico 96 200
1992 Maracanã (RJ) Queda de Grades 3 90
1996 Cidade da Guatemala (Guatemala) Pânico 84 150
2000 São Januário (RJ) Queda de Grades - 175
2001 Accra (Gana) Distúrbios Sociais 126 90
2002 Brinco de Ouro da Princesa (SP) Queda de Alambrado - 25
2007 Fonte Nova Sinistro Estrutural 7 30
2009 Marselha (França) Sinistro Estrutural 1 9
2006 Manila (Filipinas) Pânico 88 200
2009 Abidjan (Costa do Marfim) Pânico 19 132
2009 Assunção (Paraguai) Sinistro Estrutural 2 5
2009 Luanda (Angola) Pânico 2 18
2009 Lahore (Paquistão) Terrorismo 173 NI
Total 1315 2575 4
METODOLOGIA
• Inicialmente foram identificadas as características e peculiaridades dos riscos nos estádios,
através de uma pesquisa bibliográfica de caráter crítico e exploratório, bem como visitação
em alguns deles.

• Na etapa de visitação, aplica-se um questionário, com abordagem de 270 itens de


avaliação.

• Para a realização desta pesquisa já foram consultadas publicações pertencentes às


Bibliotecas da Universidade Federal Fluminense, Biblioteca da Fundação Getúlio Vargas,
Biblioteca da Universidade Federal de Juiz de Fora, e constantes nas diversas bases de
dados encontradas no site de periódicos da CAPES e demais sites da Internet.

• A Confederação Brasileira de Futebol, CBF, está promovendo inspeções nos estádios onde
são avaliados 39 itens relacionados a segurança e conforto. Objetiva-se neste caso, acesso
a parte destes relatórios, onde são contemplados parte das temáticas estudadas nesta
dissertação. Algumas partes destes relatórios já foram obtidas pelo mestrando, onde
informam a capacidade de público, ilumimação, propriedade (público ou privada) dos 627
estádios brasileiros.

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Distribuição Geografica6 dos
principais estádios no Brasil
ANÁLISE

• De posse dos formulários de pesquisa, e


através da revisão bibliográfica, está sendo feito
um diagnóstico da situação existente, sendo
feito propositivas, visando a redução do grau de
vulnerabilidade destes cenários.
• Como não haverá visitação de todos dos
estádios, ficando limitados a proximidades da
cidade do mestrando.

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CONCLUSÃO
• Apesar de ainda não conclusão da visitação dos estádios, observa-se a
necessidade da padronização normativa, a nível nacional, principalmente
no tocante a legislação de Combate à Incêndio e Pânico.
• Em cada estádio é necessário, a adoção de um plano de conservação
periódico, onde observa-se em alguns estádios, avançado estágio de
corrosão das armaduras das estruturas metálicas e concreto armado.
• É notório a falta de para-raios, onde os jogadores e torcedores ficam
vulneráveis a tormentas atmosféricas.
• No tocante a pânico, as legislações existentes limitam-se a área interna do
estádio, não provendo análise nas vias de acesso.
• Observa-se também a inexistência de um Plano de Emergência (ou
Contingência), onde estuda-se os risco e propõe-se ações emergenciais
visando a segurança coletiva.

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BIBLIOGRAFIA
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