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Tecnólogo em qualidade total pela Universidade Braz Cubas ( UBC ) , pós graduado em
Administração de Recursos Humanos pela Universidade Braz Cubas ( UBC ), Analista de
Sistemas de Saneamento da Divisão de Controle de Perdas – SABESP.
Endereço Comercial: Rua Conselheiro Saraiva, 519 – Santana – São Paulo - CEP: 02037-
021 – Brasil – Tel: +55 ( 11) 6971 4097 – Fax + 55 ( 11 ) 6971 4098 –
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e-mail: mbraghiroli@sabesp.com.br
RESUMO
Através desse trabalho iremos tratar um dos assuntos mais discutidos nos últimos anos nas
empresas de saneamento básico do país: o índice de perdas de água. Esse tema vem
ganhando importância devido à tão declarada escassez da matéria-prima utilizada: a água.
Enquanto os mananciais estão cada vez mais distantes, ainda continuamos a desperdiçar
água como se fosse um bem infinito, temos problemas com a ineficiência da operação dos
sistemas de abastecimento, tanto quanto com a população que não se sensibiliza da
realidade e continua a desperdiçar água com jatos em lavagem de quintais, carros e outros.
Apesar disso, não podemos desconsiderar que temos evoluído dentro da conscientização da
importância da conservação da água entre as empresas de saneamento e a população em
geral.Um dos grandes dilemas em abastecimento de água consiste em que nem toda água
produzida chega aos consumidores e, além disso, nem toda água consumida é faturada.
Dentro desse contexto temos a sabesp, Companhia de saneamento básico do estado de São
Paulo, uma empresa de economia mista que é responsável pelo saneamento básico da
maioria da população do estado de São Paulo e não sendo exceção, tem sérios problemas
com perdas de água e faturamentos operando no limite de seus mananciais.
INTRODUÇÃO
A região metropolitana de São Paulo com sua complexidade no abastecimento tem sido
objeto de mudanças estruturais visando priorizar ações de combate às perdas, a mesma é
composta por cinco unidades de negócio que são responsáveis pelo saneamento básico em
suas regiões tendo sido denominada como norte, sul, leste, oeste e centro cada uma dessas
unidades a partir de 1999 teve sua estrutura adicionado uma divisão responsável pelo
controle de perdas, nesse ano também o programa de gestão integrada para a redução de
perdas no sistema de abastecimento de água da região metropolitana em São Paulo. Foram
previstos quarenta e três planos de ação, foram escolhidas nove que deveriam ser
implementados pelas unidades de negócio durante os quatro anos do plano, essas foram
denominadas "Ações Ancoras" pois representavam maior retorno em termos de volume
recuperado e redução de perdas.
- Desinclinação de hidrômetros.
A necessidade de se abastecer de água a população , na maioria das vezes não foi levada em
consideração à eficiência do sistema , tinha-se que acompanhar o crescimento desordenado
ampliando o sistema de distribuição sem se preocupar com a intensidade da pressão
inserida e o conseqüente aumento do número de vazamentos ocasionando um elevado nível
de perdas e desperdícios.
Essa região, portanto não se constitui num pólo migratório, e portanto com uma carga
previsível de expansão e ocupação urbanas: um crescimento vegetativo de reduzida taxa de
progressão, uma mobilidade social interna à própria região e externamente controlada pelas
suas próprias características de atração.
Tratam-se áreas que se caracterizam, em grande parte, por possuírem uma urbanização
consolidada, com alta densidade ocupacional, constituída por uma população, em sua
grande maioria, com padrão sócio econômico situado entre as classes média e baixa.
Aliado a esta intensa ocupação, a Unidade de Negócios Norte possui áreas industriais ou de
serviços de porte, como os depósitos industriais, transportadoras, shopping centers (Center
Norte), áreas de eventos (Parque Anhembi) e ainda áreas públicas (Penitenciária do
Carandiru), que se desenvolvem ao longo da marginal direita do Rio Tietê.
Apesar da acessibilidade garantida tanto pelo sistema ferroviário como pelo rodoviário, a
expansão da cidade na direção norte sempre foi incipiente, devido à barreira física
constituída pela Serra da Cantareira e o comprometimento do território com as amplas
extensões de reflorestamento da Cia. Melhoramentos.
Sistema Cantareira: O Sistema Cantareira abastece toda a zona norte do município de São
Paulo, Guarulhos e também a área central da Capital e parte das Zonas Leste e Oeste e,
devido à elevada cota de sua Estação de Tratamento, a ETA – Guaraú, atende a quase toda
sua área de influência por gravidade, com poucas estações elevatórias associados .
SAM
Sistemas Isolados
Global
280.643.622
23.068.059
303.711.681
152.905.803
14.237.791
167.143.594
127.737.819
8.830.268
136.568.087
3.585
806 *
4.391
501.119
65.289
566.408
- Grandes consumidores
885
11
896
- Cortiços
348
15
363
- Favelas
10.748
151
10.899
- Pró-morar
2.502
2.503
- Normais
486.636
65.111
551.747
679.691
73.495
753.186
- Residencial
619.015
65.455
684.470
- Comercial
53.154
6.969
60.123
- Industrial
6.443
566
7.009
- Pública
1.079
505
1.584
45,52
38,28
44,96
41,23
30,90
40,44
Dados
3.0009.080
3.831
4.611
8.442
Número de Ligações *
638.520
Número de Economias
945.350
100
100
138
1,41
MATERIAIS E MÉTODOS
CONTROLE DE PRESSÃO
O programa de redução de pressão vem sendo constituído desde 1995 com os testes
realizados em bancada do Guarapiranga com válvulas de controle automático para redução
de pressão . No segundo semestre deste ano foram realizadas no Jardim Princesa as
primeiras experiências de campo para consolidar a nova tecnologia. Nessa área de
abastecimento do setor Jaraguá foi instalada a primeira válvula de controle automático em
rede de distribuição de água. Em novembro de 1996 essa válvula foi substituída por uma de
outro fabricante operada por controlador eletrônico. Com o sucesso das experiências , a
tecnologia estava praticamente consolidada , e o Jardim Princesa " internacionalmente "
conhecido, após as visitas de técnicos israelenses, canadenses , franceses e ingleses.
A unidade de negócio norte atua no processo de gestão operacional para redução de perdas
no modelo proposto para região metropolitana de São Paulo e se destaca na ação de
controlar a rede de distribuição com válvulas redutoras de pressão .
Nesta ação a unidade de negócio norte tem 175 válvulas redutoras de pressão controlando
40,08% da sua rede de distribuição . As principais válvulas redutoras de pressão são
telemetrizadas " on line " com a divisão de controle de perdas norte – MNEP.
: O programa de redução de pressão nas redes de distribuição é uma das principais ações
em curso no processo de gestão operacional para redução de perdas no sistema de
abastecimento de água da unidade de negócios norte.
Os novos conceitos:
As mega válvulas devem ser priorizadas mesmo que ela só reduza a pressão no período
noturno.
O workshop nos deu a certeza que estávamos no caminho certo , porém colocar uma vrp no
chão é como ter um filho, tem que cuidar todos os dias.
O controle de pressão tem como premissa diminuir as pressões nas redes, reduzir perdas e,
conseqüentemente, aumentar a oferta de água nas áreas submetidas ao sistema de rodízio de
suprimento. A problemática da falta d’água acarreta em impactos negativos que devem ser
fortemente combatidos:
O cálculo dos custos para subsetores sem rodízio vai levar em consideração os itens a
seguir: custos de engenharia , custos de construção , custos de produto . Custos adicionais
de manutenção devido a novos equipamentos e softwares ,- diminuição de faturamento
devido a diminuição do uso da água relacionado com pressão, como rega de jardins e
vazamentos internos do consumidor ; podemos avaliar que essa perda é mínima devido ao
uso dos reservatórios superiores.
A redução de pressão gera diretamente dois grandes benefícios econômicos para a empresa
responsável pelo sistema, que decorrem da:
Para realizar tais simulações serão utilizados os dados de pressão e vazão levantados na
primeira série de medições e também os dimensionamentos realizados na atividade anterior
(tipo de VRP, diâmetro, tipo de controlador, filtro e hidrômetro).
O sistema supervisor o liga para cada VRP e Ponto Crítico nos horários previamente
programados e coleta um pacote de dados armazenados nos controladores ou nos data
loggers dos pontos críticos
O controlador da válvula redutora de pressão ou o Data Logger do ponto crítico liga para o
sistema supervisor no momento que algum parâmetro exceda o limite programado.
A Divisão de Controle de Perdas pode a qualquer momento entrar em contato com qualquer
válvula redutora de pressão ou ponto crítico e atualizar os dados ou alterar os parâmetros
programados.
Vazão da VRP
Sobreposição de curvas;
micro zona
setor
VRP
mm
ER
(km)
Vazão
média(l/s)
Freguesia do Ó
Z. ALTA
400
150
160
Freguesia do Ó
Z. BAIXA
300
90
380
300
Jaraguá
Leônidas Mormelo
400
40
140
Cantídio
250
Jaraguá
Taipas I
250
35
50
5
Vila Maria
Fábio Pavani
400
55
175
Vila Maria
Araritaguaba
300
40
100
Vila Maria
Amambaí
400
55
140
Mirante
Jovita
400
25
90
9
Mirante
Olavo Egídio
300
15
70
10
Perus
Augusto Durante
300
60
140
Situação da Micromedição
Com relação ao programa de troca preventiva da MN dos últimos anos, não havia uma meta
definida para o ano de 1.999, mas foram executadas 17.354 trocas de hidrômetros de
pequena capacidade.
Já no ano de 2.000, a meta foi estipulada em 60.000 trocas e foram executadas 66.176.
São executadas trocas corretivas imediatas a partir do recebimento dos documentos gerados
pelos TACE’s e Agências de Atendimento, respeitando o cronograma de trocas.
A partir do ano 2.000 foram feitas trocas preventivas através de solicitações ao sistema
informatizado de todas as ligações com consumo médio maior de 20 m3/mês e com o
tempo de instalação maior que 05 anos, para hidrômetros de 1,5 m3/mês e 3 m3/mês, com o
objetivo de efetuar a instalação de hidrômetros classe C. A substituição é efetuada
principalmente através da mão de obra contratada. As substituições são feitas logo depois
do dia de leitura (de 1 a 4 dias), com atualização imediata no cadastro comercial.
Instalação de VRPs.
Ano
Dados
1999
Meta estabelecida p/ a MN
16,0 hs
12,5 hs
Número de reparos
78123
4.600 km
2000
Meta estabelecida p/ a MN
16,0 h
15,0 hs
Número de reparos
13.403
2001
15,0 hs
18 hs
Número de reparos
94902
4611 km
A meta para os anos de 1999 e 2000 era alcançar um tempo médio de reparo (tmr) de 16
horas que foi atingido. No ano de 2001 o tmr aumentou para 20 horas porque houve um
aumento significativo do número de vazamentos e as equipes de campo não foram
aumentadas na mesma proporção.
Ano
1999
2000
2002
Ano
Dados
1999
Meta estabelecida
3.200
Extensão pesquisada
3.393
4.759
2000
Meta estabelecida
3.200
Extensão pesquisada
3.475
4.119
Índice de vazamento/km
1,19
2001
Meta estabelecida
3.200
Extensão pesquisada
711
561
Índice de vazamento/km
0,79
Situação da Macromedição
Dentro da questão de perdas físicas ( reais ) técnicos vem desenvolvendo desde da década
de 80 conceitos e aplicações que são considerados balizadores mundiais. Um dos pioneiros
foi o professor Allam Lambert, autor de inúmeros trabalhos técnicos e prestando
consultoria tendo prestado acessória em quase cinqüenta países. No ínicio de 2002 foi
possível viabilizar a consultoria com o prof. Allam Lambert e o eng. Julian Thornton que
apresentaram um modelo para trabalhar com os sistemas de abastecimento da região
metropolitana.
A nova terminologia
Vazamentos visíveis :
Vazamentos inerentes:
Não visíveis e não detectáveis por equipamentos de detecção acústica ( geralmente com
vazão menor do que 250 l/hora )
Não é adequado para setores com menos de 5.000 ligações, pressão menor que 20 mca e
baixa densidade de ligações.
Balanço Hídrico
Babe comps
Método dos componentes das perdas reais anuais permite testar diferentes estratégias de
gerenciamento de perdas.
O valor mais provável das perdas reais é o resultado da combinação de 2 ou dos 3 métodos
de avaliação
As perdas inevitáveis anuais são aquelas que dependem fundamentalmente das condições
da infra estrutura da rede. É uma sinalização " Ideal " aceitável que envolve:
A expressão adequara para a região Metropolitana de São Paulo a partir dos dados de
referencia da IWA obtidos em diversos ensaios em redes de boa qualidade é:
O exemplo simplificado de calculo do indicador de Infra estrutura de perdas reais IIE para a
RMSP é:
Perdas reais anuais = 274 l/ lig x dia ( raro );
Para avaliação das perdas reais anuais aparecem outros conceitos e fatores que necessitam
de ser calculados a partir de dados de campo:
Pressão no setor
Fator N1
Coeficiente que transforma a vazão dos vazamentos noturna em vazão média perdida por
dia
A avaliação preliminar das perdas reais e do indicador de infra-estrutura – IIE dos setores
de abastecimento da Unidade de Negócio Norte:
Tabela 7: Avaliação preliminar das perdas reais .
Setor de abastecimento
Extensão de rede
( km )
Numero de ligações
Perdas Reais
IIE
V. MARIA
155
22.364
714,2
25,73
PERUS
120
16.324
1058,59
22,74
EDU CHAVES
260
47.298
696,23
22,12
CASA VERDE
130
13.867
729,01
21,55
VL. JAGUARA
60
8.940
762,27
20,86
SANTANA
210
43.936
699,96
17,56
JARAGUA
245
65.567
689,73
15,92
F. MORATO
205
31.169
525,38
12,72
FREG. DO Ó
250
35.937
444,25
11,42
F. ROCHA
175
28.236
365,75
8,40
V. MEDEIROS
220
41.555
288,43
8,05
CACHOEIRINHA
360
66.661
283,54
7,91
PIRITUBA
280
38.235
262,41
7,05
JAÇANA
310
64.757
278,9
7,00
BRASILANDIA
270
56.461
250,17
6,28
CAIEIRAS
80
19.799
210,01
6,02
BLOCOS
SETORES
Nº. DE LIGAÇÕES
PERDAS REAIS
IIE
V. MARIA
635
111.217
575,92
18,22
V.MEDEIROS
EDU CHAVES
CACHERINHA
880
175.354
382,43
9,55
SANTANA
JAÇANA
BRASILANDIA
650
106.265
375,84
10,07
FREG.DO Ó
CASA VERDE
V. JAGUARA
585
112.742
548,27
13,66
PIRITUBA
JARAGUA
PERUS
580
95.528
500,51
12,24
CAIEIRAS
F. MORATO
F. ROCHA
RESULTADOS:
UNN
1999
2000
2001
2002
PREVISTO
20%
30%
36%
40%
REALIZADO
21 %
32%
36%
40,08%
2) Volumes macromedidos de água e número de ligações ativas
UNN
1999
2000
2001
2002
V.M
312.895.511
313.320.615
304.072.966
306.261.870
N.L.A
625.519
687.443
712.284
717.109
VOL / N.L.A
500,22
455,78
426,90
427,08
3) Pressões estáticas na rede distribuição.
UNN
ANTES
DEPOIS
Até 30 mca.
16%
36%
De 30 a 60 mca.
52 %
40%
Acima de 60 mca
32 %
24%
4)I.P.F = ( VM – VT – VF – U ) / VM x 100
VT ® volume transferido .
UNN
1998
1999
2000
2001
2002
PREVISTO
40
39
38
37
35
REALIZADO
41,12
40,04
40,68
36,09
34,52
Conclusões:
Ampliação do foro de discussão : " Perdas não é de uma área ou de uma pessoa, perdas é do
processo é de todos ". Responsabilidade de toda força de trabalho própria ou terceirizada
envolvida no processo de distribuição de água na unidade de negócio norte.
Recomendações:
A capacitação nas novas metodologias para avaliação de perdas reais. ( Alam Lambert /
IWA )
REFERÊNCIAS
8 –Lambert A., Thornton J. – Avaliação de perdas reais. São Paulo, 2002 ( Consultoria
prestada a SABESP em 2002 ) .