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Resumo
Num mundo cada vez mais competitivo é necessário que as empresas adquiram
consciência dessa realidade e implementem procedimentos que as orientem no sentido
de fazerem mais e melhor, diagnosticando os seus pontos fracos e fortes para que
possam estabelecer níveis de desempenho a atingir e delinear oportunidades de
melhoria. Vários sistemas de avaliação de desempenho foram desenvolvidos para
diferentes indústrias, nomeadamente os sistemas de Benchmarking que são focados
nesta comunicação e que permitem responder a esta necessidade, sendo ferramentas
de gestão empresarial que se fundamentam em dados reais visando uma melhoria
contínua.
INTRODUÇÃO
O movimento, a nível mundial, visando incrementar a melhoria da qualidade de
produtos e serviços teve reflexos no sector da construção civil, levando as empresas a
uma interrogação sobre os seus processos produtivos e, consequentemente, à adopção
de estratégias para a sua racionalização, num mercado que se revela cada vez mais
competitivo.
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GESTÃO DA QUALIDADE
Vários sistemas de indicadores de desempenho foram desenvolvidos para diferentes
indústrias com o objectivo de serem, efectivamente, utilizados pelas respectivas
empresas. Estes sistemas encontram-se num estado mais avançado de
desenvolvimento em indústrias diversas da construção, pelo que podem ser bons
auxiliares na identificação de boas práticas, eventualmente transponíveis para as
empresas do nosso sector.
A importância e necessidade de implementação de sistemas de gestão cresce
continuamente e muitas empresas investem em programas de melhoria de desempenho
e em processos de certificação dos seus sistemas de gestão da qualidade conforme as
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exigências da ISO 9000 [1]. Esta norma surge em 1994 orientada para a Garantia da
Qualidade; após 6 anos de experiência, uma nova versão é lançada em 2000 sendo já
uma norma de Gestão da Qualidade. Desta forma, o objectivo deixa de ser a mera
Garantia da Qualidade dos produtos e serviços para focar de forma destacada a
competitividade da empresa, e a importância do papel do Cliente em todo o processo,
evidentemente sem descurar as condições mínimas necessárias de qualidade funcional
do produto. Na nova norma, os requisitos passam a estar agrupados em quatro grandes
secções – Responsabilidade da Gestão; Gestão de Recursos; Realização do Produto;
Medição, Análise e Melhoria – que, de certa forma, se assemelham aos critérios dos
Modelos de Excelência.
Com o mesmo objectivo de promover a Qualidade e com a afirmação da Qualidade
Total como filosofia integrada de gestão, muitas empresas procuraram encontrar guias
de orientação para a implementação de modelos com este propósito. Neste contexto,
surgem os Modelos de Excelência que possibilitam uma auto-avaliação das
organizações. Diversos prémios baseados nos critérios de excelência desses modelos
surgiram para incentivar o incremento da melhoria contínua das empresas.
Nesta comunicação destaca-se o Benchmarking como ferramenta para promover e
incrementar a qualidade nas organizações. O conceito de Benchmarking serve de base
para o desenvolvimento de vários sistemas de indicadores em diversos países,
nomeadamente o projecto IDP que será abordado em detalhe em outra comunicação a
este Encontro.
O primeiro caso de sucesso surgiu no final dos anos 70, numa empresa que utilizou
esta ferramenta para perceber e ultrapassar as suas fraquezas competitivas. A partir
dessa altura várias organizações em diferentes indústrias são destacadas por terem
aplicado a metodologia com sucesso. O Benchmarking é um processo de avaliação de
produtos, serviços e processos de trabalho em empresas com vista à introdução de
melhorias. Sistemas de Indicadores de Benchmarking dirigidos especificamente para a
indústria da construção começaram a ser desenvolvidos a partir de um programa
britânico - Key Performance Indicators – KPIs - que consegue passar dos simples
conceitos para uma aplicação efectiva e reconhecida pelos vários actores da indústria.
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qualitativo (boas práticas de gestão). Por fim, o grupo de trabalho realiza palestras e
cursos de formação para a divulgação do projecto e dos seus resultados.
Em 2004, surgiu o primeiro clube de benchmarking constituído por 18 empresas de
construção que pretendiam desenvolver e implementar o sistema de indicadores e
iniciar a partilha de boas práticas. Em diversas reuniões com essas empresas foram
definidos os indicadores mais relevantes a incluir no sistema bem como os
procedimentos de recolha dos dados e os métodos de análise. A implementação teve
como objectivo testar os indicadores definidos nas reuniões e, consequentemente,
identificar a sua adequação à realidade empresarial. Desde o início algumas alterações
foram realizadas no respeitante ao processo de obtenção de dados por sugestão das
empresas envolvidas.
Às empresas participantes é fornecido um Manual de Utilização, que ajuda a
compreender o procedimento de recolha de informação na rotina organizacional, bem
como o processo de encaminhamento dos dados colectados para o sistema on-line.
O actual conjunto de indicadores engloba: Produção e Segurança: desvio do custo da
obra, desvio do prazo da obra, percentual de planos concluídos, índice de boas
práticas de estaleiros de obras, taxa de frequência de acidentes; Clientes: índice de
satisfação do cliente final, índice de satisfação do cliente (Dono de Obra); Vendas:
velocidade de vendas, índice de contratação; Fornecedores: avaliação de fornecedores
de serviço, avaliação de fornecedores de materiais, avaliação de fornecedores de
projectos; Qualidade: número de não conformidades em auditorias, índice de não
conformidade na entrega do imóvel; Pessoas: índice de satisfação do funcionário da
sede, índice de satisfação do funcionário de obra, índice de formação, percentagem de
funcionários formados.
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CONCLUSÃO
Para compilar a informação recolhida sobre os sistemas de indicadores de
performance dos diferentes programas analisados elaborou-se um gráfico de barras,
apresentado na Fig.4, que permite obter uma panorâmica geral da importância
fornecida a cada tema de indicador nos estudos e programas analisados. É de destacar
a importância conferida aos indicadores da área da produtividade, segurança e saúde e
satisfação do cliente.
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BIBLIOGRAFIA
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neva, 2000
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http://bench.cdt.cl
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Julho 2006. www.cii-benchmarking.org/
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Julho 2006. www.cpgec.ufrgs.br/norie/benchmarking/
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