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Jornal Interno de Saúde

(O Jornal Interno de Saúde é um documento interno do SMS desenvolvido com o objetivo de levar aos
colegas de trabalho informações úteis sobre o tema da Saúde. Lembramos que as informações aqui
contidas não se destinam a prescrever medicamentos e nem induzir os colegas a auto-medicação. Quem
deve avaliar o estado clínico e medicar é o Médico Especialista)

Assunto da Semana: APENDICITE AGUDA

I) O que é?
Apendicite aguda é a inflamação do apêndice. O apêndice é uma estrutura vermiforme (em
forma de verme) que sai da primeira porção do intestino grosso. Tem comprimento variável, em
torno de 10 centímetros, e localiza-se na parte inferior do abdômen. O apêndice apresenta um
canal em seu interior que se comunica com o intestino grosso, onde existem fezes semilíquidas. A
apendicite é causada, habitualmente, por um pequeno bloco de fezes endurecidas (fecalito) que
obstrui o apêndice.
A apendicite aguda é a causa mais freqüente de dor abdominal aguda sendo tratada
cirurgicamente como emergência.

II) O que se sente?


A apendicite aguda, na sua forma típica, inicia com dor em torno do umbigo, acompanhada
de náuseas e eventualmente vômitos. Horas depois, a dor localiza-se na parte inferior do
abdômen, acompanhada por febre moderada e perda de apetite.
A apendicite pode restringir-se ao órgão inflamado ou pode provocar sua ruptura. Quando
isso acontece às defesas do organismo costumam bloquear a infecção em torno do apêndice
originando um abscesso. Quando o organismo não bloqueia a infecção, o conteúdo da mesma
espalha-se pelo abdômen provocando um quadro grave de peritonite aguda. Nesta última
circunstância haverá dor difusa intensa, febre alta e quadro tóxico grave, exigindo intervenção
cirúrgica imediata.
Apendicite aguda é doença que predomina na faixa etária de 15 aos 50 anos, mas pode
ocorrer na criança e no velho.
Os sintomas descritos ocorrem numa situação típica, a mais habitual, mas é freqüente que
as manifestações da doença sejam bem diversas e que o diagnóstico possa se tornar difícil. Cabe
sempre fazer diagnóstico diferencial, entre outros problemas, com cálculo urinário, outras doenças
do intestino, cistos e infecção pélvica na mulher.

III) Como se faz o diagnóstico?


O diagnóstico de apendicite é feito pelo médico através dos sintomas de achados obtidos
em cuidadoso exame clínico e por exames complementares. Entre esses estão: hemograma, Rx
simples de abdômen, ecografia, tomografia computadorizada, laparoscopia e exame comum de
urina.
O hemograma geralmente apresenta aumento no número total de glóbulos brancos.
O exame comum de urina, quando normal, exclui doença do sistema urinário como
passagem de cálculos ou infecção.
O Rx simples de abdômen, além de ajudar a excluir outros diagnósticos, pode demonstrar
um fecalito na região do apêndice.
A ecografia é exame indolor, não invasivo, que pode demonstrar aumento de volume do
apêndice e a presença de abscesso. O apêndice nem sempre é visível a ecografia; essa
circunstância não exclui apendicite. Serve também para excluir outras doenças, particularmente
problemas pélvicos em mulheres.
Tomografia computadorizada é indicada quando os sintomas não são típicos, para
diferenciar apendicite de outras doenças abdominais. É útil também para diagnosticar e localizar
abscesso ocasionado por ruptura do apêndice.

NAVARRO/2003
Jornal Interno de Saúde

Quando, apesar de toda a investigação clínica, laboratorial e de exames de imagem


permanece dúvida, pode se indicar laparoscopia. Esta é feita através da introdução de um
pequeno telescópio dentro do abdômen, acoplada a uma microcâmera que transmite imagens
para um monitor de televisão. Com a laparoscopia pode-se ver o apêndice, diagnosticar sua
inflamação e eventuais complicações ocorrentes e, até mesmo, retirar o apêndice doente ou
drenar abscesso secundário à apendicite.
IV) Como se trata?
Quando há suspeita firme do diagnóstico de apendicite aguda indica-se cirurgia, que é
realizada sob anestesia geral. A operação é feita com incisão cirúrgica no abdômen inferior direito
e retira-se o órgão enfermo. Ao haver também abscesso, faz-se drenagem.
Atualmente há a possibilidade de fazer a operação por laparoscopia onde o procedimento
operatório é o mesmo, com a diferença de que a incisão abdominal é bem menor.
A permanência hospitalar em apendicite aguda não complicada costuma ser curta, de dois
a três dias. Quando há abscesso a internação hospitalar será mais prolongada. Na eventualidade
de peritonite difusa, felizmente rara, o tratamento será bem mais complexo, poderá haver risco de
vida e permanência hospitalar bem mais demorada.

NAVARRO/2003

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