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REUNI
na
UFSC
Pública e a
Ainda no período colonial, época em
q u e d o m i n ava m o s i n t e r e s s e s
Contra-reforma senhoriais, fazer faculdade era coisa para
filho do senhor de engenho. Formavam-
Universitária se “doutores” em advocacia, medicina e
comércio, quase sempre através de
universidades europeias. Essa realidade
mudou um pouco com a conquista da
Independência política, com a criação
das primeiras faculdades no Brasil.
Com o processo de
transformação econômica,
impulsionado pelo avanço do
capitalismo a nível mundial, surgiu a
necessidade de novos cursos e
faculdades que atendessem os interesses
das novas exigências impostas pela
O REUNI é um programa do
Governo Federal que pretende
Expandir e Reestr uturar as
Entenda o REUNI Universidades Federais no período
2008-2012. Ele é a principal proposta
e entre na Luta de Contra-reforma Universitária do
Governo Lula. Sua meta mais badalada
por uma é aumentar as vagas nos vestibulares
20, 40,
100 ou 200 alunos em
uma sala de aula, não
muda a qualidade.
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O governo e a reitoria sabem
desse potencial de mobilização, das
conseqüências traumáticas da aplicação
de seu projeto e investem pesado para
nos criminalizar e tentar nos
desmobilizar.
Para nos criminalizar
pretendem instalar 400 câmaras nesse
ano transformando a UFSC num
verdadeiro “Big Brother” e querem
aumentar a presença da PM no campus.
4) O REUNI ataca a O que nada tem haver com a
Democracia preocupação com a nossa segurança
que sempre esteve ameaçada pela alta
violência urbana e o fato dessas medidas
acontecerem agora não é coincidência.
Como continuidade dessa
política atacam nossa organização para
lutar. Já transformaram a UNE (União
Nacional dos Estudantes) das lutas da
época do “Petróleo é Nosso” ou do
“Fora Collor” na UNE dos gabinetes
que recebe milhões de reais todo ano
para que defenda os projetos do
governo. Os técnicos da universidade
sofrem problema parecido com a
cooptação de boa parte da direção
nacional de sua entidade geral, a
FASUBRA (Federação dos Sindicatos
dos Trabalhadores das Universidades
Públicas Brasileiras) pelo governo.
Quanto à organização dos professores
o governo ataca duramente o ANDES
(Associação Nacional dos Docentes do
Ensino Superior) porque este não se
vendeu e se manteve coerente na luta,
tentando articular uma entidade
nacional paralela que só defende o
governo chamada PROIFES (Fórum
O caminho para barrar esse projeto é a de Professores das Instituições de
luta, unindo trabalhadores e estudantes da Federais de Ensino Superior),
universidade. Como fizeram os estudantes ao ocupar relembrando os tempos da ditadura
dezenas de reitoria em 2007 e 2008 contra militar onde se interferia diretamente na
precarização e privatização da educação pública. organização sindical dos trabalhadores.
Infelizmente essa realidade
mais geral é parecida com o que 13
vivemos na UFSC. O DCE (Diretório
Central dos Estudantes), o
SINTUFSC (Sindicato dos
Trabalhadores da Universidade
Federal de Santa Catarina) e a
APUFSC-Sindical (Sindicato dos
Professores das Universidades
Federais de SC) não chamam os
estudantes e trabalhadores a
debaterem essa realidade e a lutarem
por seus direitos, porque não querem
se enfrentar com esse projeto da
reitoria e do governo federal. Preferem
negociar migalhas para tentar conciliar
interesses que são irreconciliáveis.
A Frente de Luta por Uma
Expansão de Qualidade surgiu nesse
momento decisivo da universidade
pública. Grandes desafios estão
colocados. O melhor da tradição da
juventude e da classe trabalhadora
lutando junto precisa ser resgatado.
Para isso precisamos resistir ao projeto
nefasto de precarização e privatização
e reorganizar a luta para construir uma
alternativa de expansão com qualidade
da universidade pública e gratuita.
Fazemos aqui um convite a
você: Vamos construir a história da
nossa universidade com nossas
próprias mãos!
Carta ao reitor A Universidade Brasileira vem sofrendo um processo de expansão e
reestruturação que tem mudado sua organização interna, sua dinâmica, de
forma extremamente acelerada. Na UFSC, o cotidiano nos mostra que essa
rápida massificação não vem garantindo nem a permanência dos estudantes e nem a
qualidade de uma educação superior socialmente referenciada.
Esse momento exige a atenção e mobilização de toda a comunidade e
responsabilidade por parte da administração desta universidade.
Somando as propostas históricas do movimento e agregando o acúmulo das
lutas da Frente de Luta e da assembléia do último dia 8 de Abril, exigimos que o reitor se
comprometa com:
1) Não implementação das metas estabelecidas pelo REUNI, a saber: 1) 90% de
aprovação dos estudantes ingressos, o que levaria à aprovação automática e
diminuição da qualidade; 2) Elevação da relação professor-aluno, o que já tem
resultado na falta de professores e no agravamento das salas superlotadas.
Queremos abertura para a discussão de um novo projeto de expansão da
universidade;
2) Não implementação do “bacharelado interdisciplinar”, não permitindo a junção de
turmas o que legitima a falta de professores;
3) Contratação de 650 professores efetivos (mínimo necessário para manter 1/13 na
relação professor-aluno, média nacional antes da implementação do REUNI e
garantia de qualidade de aulas) e técnico-administrativos;
4) Reajuste da bolsa permanência para o valor de R$ 561,00 (1 salário mínimo mais
10% – reivindicação histórica. A bolsa está a 3 anos sem reajuste e só depende do
Reitor! Nesse mesmo período o salário mínimo aumentou 34%). Além disso
exigimos a garantia de seu caráter de ensino, pesquisa e extensão;
5) De imediato garantir a licitação do Xerox e a manutenção do preço;
6) Garantia de um livro da bibliografia básica para cada 8 estudantes na Biblioteca
Universitária;
7) Construção do novo prédio da moradia até o final de 2010;
8) Elaboração de um plano de expansão nos termos de “residência universitária”, com
a participação da comunidade universitária e com qualidade de vaga, que vise a
garantia de vagas para 20% dos estudantes da UFSC;
9) 3° Ala do Restaurante Universitário até final do semestre (a reitoria havia se
comprometido até março desse ano com a nova cozinha, queremos prioridade!);
10) Implementação da lei das 30h semanais, em turnos de 6h, à jornada de trabalho
dos técnicos-administrativos da UFSC, o que melhorará as condições de trabalho
e ampliará o atendimento à comunidade. Só depende do reitor;
11) Arquivamento imediato dos processos aos estudantes que conquistaram a Bolsa
Permanência em 2005;
12) Garantia de implementação da nova legislação de festas da UFSC, desrespeitada
por diretores de centro;
13) Abertura de uma discussão sobre o “Novo ENEM”, aprovado na UFSC em 2009
sem qualquer dialogo com a comunidade universitária. Esse projeto além de mal
organizado, deixou muitas vagas ociosas nas universidades brasileiras.