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Sumário

1. CONCEITO ........................................................................................................................ 3
2. OBRIGATORIEDADE DO LUCRO REAL .............................................................................. 4
3. DEMAIS EMPRESAS OPTANTES PELO LUCRO REAL ........................................................ 5
4. FORMAS DE APURAÇÃO .................................................................................................. 5
4.1 Lucro Real Trimestral ........................................................................................... 5
4.2 Lucro Real Anual .................................................................................................. 6
4.2.1 Redução e Suspensão ............................................................................. 8
5. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ......................................................................................... 9
5.1 Vantagens e desvantagens ................................................................................. 9
5.1.1 Apuração Trimestral .............................................................................. 9
5.1.2 Apuração Anual .................................................................................... 10
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LUCRO REAL

1. CONCEITO

De acordo com o art. 247 do RIR/1999, 'lucro real' é o lucro líquido do


período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas
ou autorizadas pela legislação fiscal.

I- Adições
a) custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer
outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido e que, de acordo
com a legislação do Imposto de Renda, não sejam dedutíveis na
determinação do lucro real;
b) resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos
na apuração do lucro líquido e que, de acordo com a legislação do
Imposto de renda, devam ser computados na determinação do lucro real;
II- exclusões:
a) resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na
apuração do lucro líquido e que, de acordo com a legislação do Imposto
de Renda, não sejam computados no lucro real;
b) valores cuja dedução seja autorizada pela legislação do Imposto de Renda
e que, pela sua natureza exclusivamente fiscal, não tenham sido
computados na apuração do lucro líquido.
c) compensação de prejuízos fiscais de períodos-base anteriores, respeitados
os limites e demais normas pertinentes.

Obs. A Compensação está limitada a 30% do lucro líquido do exercício,


ajustado pelas adições e exclusões)

A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de


cada período de apuração com observância das leis comerciais." Para fins da legislação
do imposto de renda, a expressão 'lucro real' significa o próprio lucro tributável, que se
distingue do lucro líquido apurado contabilmente.
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As normas básicas relativas ao IRPJ - Lucro Real, estão fixadas através das Leis
8.981/95, 9.065/95, 9.249/95, 9.430/96, 9.532/97 9.718/98 e INs SRF 11/96 e 93/97,
bem como o Decreto 3.000/99 (RIR/99, arts. 246 e seguintes).

2. OBRIGATORIEDADE DO LUCRO REAL

O Lucro Real é a forma de tributação que toda pessoa jurídica poderá optar,
porém o há contribuintes que não poderão optar por outra forma de tributação, por se
enquadrarem no art. 14 da Lei nº 9718, de 1998, tais como:

I- Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de


R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao
número de meses do período, quando inferior a doze meses (dispositivo
alterado pelo art. 46 da Lei nº 10.637, de 2002);
II- cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades de previdência privada aberta;
III- que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do
exterior;
IV- que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto;
V- que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal
pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996;
VI- que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de
direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços factoring).
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3. DEMAIS EMPRESAS OPTANTES PELO LUCRO REAL

Para as pessoas jurídicas que não estão obrigadas a tributação pelo lucro real, é
opcional a forma de tributação, pois as vezes acaba sendo compensatório principalmente
para as prestadoras de serviços que a base tributação é de 32%, conforme lei 9.259/95
art. 15. Porém esse tipo de opção deve avaliar também o reflexo causado no cálculo do
PIS e da COFINS.

4. FORMAS DE APURAÇÃO

A pessoa jurídica enquadrada na tributação com base no lucro real com


embasamento legal na no artigo 2 da Lei 9.430/96, poderá optar pelo recolhimento dos
impostos entre dois regimes de apuração: trimestral ou anual.

A apuração pelo Lucro Real trimestral só é recomendada quando a empresa


apresenta resultados relativamente uniformes durante o ano. Quando há sazonalidade
em suas operações, em que num mês ocorre Lucro e em outro Prejuízo, este Prejuízo só
é compensado no limite de 30% do lucro do período.

Já na apuração pelo Lucro Real Anual a empresa pode levantar balanços


mensais acumulados, cujos resultados positivos (lucros) e negativos (prejuízos) são
compensados automaticamente no período de apuração, sem limitação.

A opção será feita no momento do recolhimento do imposto com DARF


específico.

4.1 Lucro Real Trimestral

Regulada pelo art. 1º da Lei 9.430/96. O Lucro Real do Trimestre é a base de


cálculo, onde para apurar IRPJ e a CSLL, serão aplicados as seguintes alíquotas:

a) A alíquota de IRPJ devido é de 15%, a base de cálculo apurada, que exceder a


R$ 20.000,00 por mês , ficará sujeita à incidência de adicional de IRPJ
aplicando a alíquota de 10%.
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Exemplo:

CALCULO DO IRPJ TRIMESTRAL


LUCRO REAL DO TRIMESTRE R$ 100.000,00
(%) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO 15 %
(=) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO (a) R$ 15.000,00
ADICIONAL DO IMPOSTO DE RENDA
R$ 40.000,00
= 100.000.00 (-) 60.000,00 (*)
(%) ADICIONAL DO IMPOSTO DE RENDA 10%
(=) ADICIONAL DO IMPOSTO DE RENDA (b) R$ 4.000,00
(=) IRPJ A RECOLHER EM 31.04 (a)+(b) R$ 19.000,00

(*) O valor de R$ 60.000,00 é igual, o limite mensal de R$ 20.000,00,


multiplicado pela quantidade de meses do trimestre, ou seja, 3 meses. (R$
20.000,00 x 3 = R$ 60.000,00)

b) Para a CSLL a alíquota é de 9%

Exemplo:
CALCULO DA CSLL TRIMESTRAL
LUCRO REAL DO TRIMESTRE R$ 100.000,00
(%) CSLL 9%
(=) CSLL A RECOLHER EM 31.04 DEVIDO R$ 9.000,00

Compensação de Prejuízos Fiscais:

O lucro real trimestral, o lucro do trimestre anterior não pode ser compensado
com prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário.
O prejuízo fiscal de um trimestre só poderá reduzir até o limite de 30% do lucro real dos
trimestres seguintes.

Adicional do Imposto de Renda:

As empresas que adotarem a apuração trimestral ficarão sujeita ao adicional de


10% sobre a parcela do Lucro Real que ultrapassar o limite de R$ 60.000,00. O valor
recolhido será considerado definitivo.
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A opção pela forma de pagamento definitiva do trimestral, será manifestada pelo


pagamento do imposto correspondente ao trimestre ou início de atividade, que tem o
código de DARF específico para recolhimento.

CÓDIGO DE DARF – LUCRO REAL TRIMESTRAL (DEFINITIVO)


Denominação Código do DARF
IRPJ
- Entidades Financeiras 1599
- Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real 0220
- Empresa Não Obrigadas ao Lucro Real 3373
- Ganhos em Aplicações Renda Variável 3317
CSLL
- Entidades Financeiras 2030
- Demais Empresas 6012
Fonte: www.receita.fazenda.gov.br

4.2 Lucro Real Anual

As empresas de Lucro Real Anual, tem apuração no final do ano-calendário


(31.12), porém conforme artigo 2 da Lei 9.430/96 a mesma deve efetuar recolhimento
mensalmente por estimativa.

As alíquotas aplicadas sobre o base de calculo estimado mensalmente e sobre o


Lucro Real Anual no final do ano calendário será: 15 % IRPJ devido, 10 % adicional de
Imposto de Renda (sobre o excedente de R$ 20.000,00 por mês ) e 9 % CSLL.

Compensação de Prejuízos Fiscais:

No regime de estimativa, os resultados negativos de um período são


automaticamente absorvidos pelos resultados positivos de outros períodos do mesmo
anocalendário, sem qualquer limitação, no balanço anual e nos balanços intermediários
de suspensão ou redução do pagamento mensal do imposto.

Adicional de Imposto de Renda:

O adicional do imposto de renda passou a incidir sobre a parcela do lucro real,


presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da multiplicação de R$
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20.000,00 pelo número de meses que compõem o período de apuração do resultado,


logo o limite de isenção anual é de R$ 240.000,00.

A opção pela forma de pagamento mensal por estimativa, será manifestada pelo
pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou início de atividade, que tem
o código de DARF específico para recolhimento.

Código de DARF – Lucro Real Anual (Estimativa)


Denominação Código do DARF
IRPJ
- Entidades Financeiras 2319
- Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real 2362
- Empresa Não Obrigadas ao Lucro Real 5993
- Ganhos em Aplicações Renda Variável 3317
CSLL
- Entidades Financeiras 2469
- Demais Empresas 2484
Fonte: www.receita.fazenda.gov.br

Em observância ao artigo 2 da Lei 9.430/96, as pessoas jurídicas optantes pela


tributação anual deverão recolher mensalmente o IRPJ e a CSLL por estimativa,
utilizando os percentuais de estabelecidos de acordo como o ramo de atividade da
pessoa jurídica, podendo em determinado mês reduzir ou suspender o pagamento,
conforme será abordado a seguir.

4.2.1 Redução e Suspensão

As pessoas juridícas poderão suspender ou reduzir o pagamento mensal por


estimativa desde que demonstre mediante a elaboração de balanço ou balancete que o
valor do imposto de renda pago até o mês do balanço, é igual ou excede o valor do
imposto devido, inclusive adicional, calculado com base no Lucro Real do período em
curso.

Considera-se período em curso aquele compreendido entre o iníciode atividade e


o último dia do mês a que se referir o balanço ou balancete.
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5. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Tendo em vista, que a pessoa jurídica tributada com base no Lucro Real pode
optar em apurar Lucro Real Anual ou Lucro Real Trimestral, gera dúvidas na hora da
escolha, ou seja, é necessário analisar e avaliar qual é o melhor enquadramento.

Essa tomada de decisão pode ser baseada em resultados passados ou estudo de


mercado futuro (pesquisa de mercado).

5.1 Vantagens e desvantagens

Ao optar por uma forma de tributação, devem-se levar em conta todas as


vantagens e desvantagens que cada regime pode oferecer.

Dentre estes fatores, há alguns aspectos positivos e negativos de cada forma de


tributação, para melhor escolha para o ano-calendário, visto que o primeiro
recolhimento é o que define a opção.

5.1.1 Apuração trimestral

Na forma de tributação denominada lucro real trimestral, o imposto é apurado


trimestralmente.

Como aspecto positivo podemos dizer que esta forma de tributação é a que mais
se aproxima da apuração verdadeira do lucro/prejuízo auferido pela pessoa jurídica.

Pode-se fazer uso dos benefícios fiscais previstos na legislação.

Para as empresas que possuem muitas despesas, consideradas dedutíveis para


fins do imposto de renda, esta é uma forma de tributação a se pensar.

Como pontos negativos, podemos citar:

a) onerosidade da manutenção de escrituração contábil regular;

b) a questão da limitação de utilização de prejuízo fiscal no lucro real dos


trimestres subseqüentes (30%).
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5.1.2 Apuração Anual

Nesta forma de tributação, o imposto de renda e a contribuição social sobre o


lucro são calculados mensalmente, com base no faturamento.

São aplicados percentuais (definidos em lei, de conformidade com a atividade


desempenhada) sobre a base de cálculo. Esta deverá ser acrescida de demais receitas
não operacionais para que sobre este montante, seja aplicada a alíquota do imposto de
renda.

Deve ser efetuado um balanço de ajuste em dezembro, para confrontação entre o


que foi pago durante o ano-calendário como lucro estimado e o resultado efetivo da
empresa.

Deste confronto, se resultar que o que foi pago pelo lucro estimado (a título de
antecipação) excede o apurado no balanço de ajuste, a pessoa jurídica deverá solicitar
restituição do que foi pago a maior ou compensar este valor com tributos de mesma
natureza ou de natureza distinta (formalizar pedido perante a SRF através do
preenchimento da Declaração de Compensação).

Nesta forma de tributação, é permitido em qualquer momento do ano-calendário,


utilizar-se de balanços ou balancetes acumulados para fins de suspensão ou redução do
imposto de renda e da contribuição social.

Estes balanços ou balancetes são utilizados quando o contribuinte percebe que


está pagando muito imposto na forma do lucro estimado.

Como aspecto positivo no sistema do lucro estimado entendo que seja a


flexibilidade de utilização deste desmembramento comparativo – suspensão ou redução
do imposto e contribuição.

Quanto à limitação de compensação de prejuízos fiscais de até 30%, apurados no


próprio ano-calendário, o balancete de suspensão ou redução estará isento.

Outro ponto é que, do imposto de renda apurado, poderão ser abatidos os


incentivos fiscais existentes na legislação.

Como aspecto negativo aponta-se que seja o fato da obrigatoriedade de


manutenção de uma contabilidade mais controlada, escrituração em dia, o que a torna
mais onerosa e trabalhosa.

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