CENTRO ACADÊMICO ADOLFO LUTZ- MEDICINA UNICAMP- ANO MMXI- JANEIRO

Confira a gestão
IntegrAÇÃO e o
novo pato
2 JANEIRO 2011
EDITORIAL
Essa edição d’O Patológico é um dos marcos
de início do trabalho da gestão IntegrAÇÃO.
Gostaríamos de trazer novidades, então
preparamos um novo layout para o nosso já
tradicional informativo. Tentamos fazê-lo
moderno e bonito, mantendo as matérias de
qualidade e pertinência.
Trazemos nessa edição o repúdio à atitude da
Reitoria em realizar uma reunião polêmica no
CONSU, para aprovar a autarquia, em época de
férias estudantis. Outra manifestação que
divulgamos é a dos estudantes da 47, contra o
ENADE e a favor de uma avaliação de verdade.
Abordamos nesse Pato questões culturais
relacionadas a eventos que o CAAL proporcionou
no ano de 2010 como o ShowMED, o V Congresso
de Arte e Saúde da Unicamp e a IV Noite
Cultural. Também divulgamos o calendário da
semana da calourada.
Na Coluna Saúde, há uma reportagem que
relaciona questões culturais à Saúde: trata-se de
um depoimento sobre o espaço realizado pelo
CAAL e pelo DMPS que trouxe uma estudante de
Medicina francesa e discutiu acerca do Ensino
Médico e do Sistema de Saúde na França. Na
Coluna Extensão, a liga do Trauma esclarece e
divulga o Projeto P.A.R.T.Y.
Esse jornal também traz a despedida de um
estudante do sexto ano e da Gestão Rosa dos
Ventos. Em um espaço destinado à atlética,
escreve o Jota. Esperamos que gostem!
ELEIÇÕES
RESULTADO ELEIÇÕES CAAL
Número total de votos:
426/660 (64,5%)
Votos por turma:
43: 17/108
44: 58/108
45: 44/112
46: 98/11
47: 109/111
48: 100/110
Votos chapa INTEGRAÇÃO:
308 (73,6% dos votos válidos)
Votos chapa ENVOLVA-SE:
110 (26,3% dos votos válidos)
Votos em Branco: 4
Votos Nulos: 4
Votos inválidos: 2
RESULTADO DELEGADOS
COBREM 2011
1) Luis Felipe R. Marques (Mingué)
2) Thaïs Florence Duarte Nogueira
3) Letícia Sathler Delfino (Lets)
4) Daniel Montanini (Fanta)
5) Letícia Marinho Del Corso
6) Gabriel Freitas de Barros (Kuat)
7) Camilla Ayume Amano Cavalari (Tanga)
8) Gabriela Della Ripa Rodrigues Assis
9) Stephany Caroline Raposo Franco (Piu-piu)
10) Caio César Araújo
Comissão Eleitoral Eleições CAAL 2011
PALAVRA DA GESTÃO
Mensagem de agradecimento
A Gestão IntegrAÇÃO agradece,
primeiramente, a enorme participação dos alunos
da Medicina da Unicamp nas eleições do CAAL
para a gestão 2010-2011. Nos últimos anos, essa
eleição foi a que teve a maior participação dos
estudantes de medicina da Unicamp. Foram
contabilizados 426 votos válidos, o que
corresponde a 64,5% dos alunos focados nessa
instituição! Há que se ressaltar que ambas as
chapas não fizeram essa história sozinhas, isso é
fruto de um processo de defesa por parte de
muitos alunos que lutam por um CA acessível a
todos os que queiram construi-lo, sem hierarquia.
Agradecemos também, principalmente, a
imensa confiança dos alunos que nos apoiaram,
seja com ajuda na divulgação e na defesa de
MOÇÃO
Repúdio à atitude da Reitoria
O Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL),
entidade representativa dos estudantes do curso de
medicina da UNICAMP, vem por meio desta
moção, repudiar a atitude opressora da reitoria de
nossa universidade ao colocar como pauta do dia
14/12 no CONSU (Conselho Universitário) a
aprovação da autarquização da Área da Saúde da
UNICAMP.
Entendemos que colocar essa pauta em
reunião realizada no mês de dezembro, em data
que a maioria dos estudantes está em recesso
escolar (férias), é uma atitude opressora e
desrespeitosa para com os estudantes e toda a
comunidade acadêmica da UNICAMP.
Durante o segundo semestre do ano de 2009,
sofremos, na Faculdade de Ciências Médicas e,
principalmente, no curso de medicina,
desconsideração semelhante partindo da diretoria,
quando esta realizou apenas dois espaços para se
discutir a autarquização do complexo de saúde da
UNICAMP, antes de aprovar tal pauta na
Congregação da FCM em reunião realizada no mês
de novembro de 2009:
- O primeiro espaço, que fora divulgado como
iniciador do debate, ocorreu no começo do mês de
agosto, quando os estudantes ainda estavam de
férias.
- O segundo espaço ocorreu no meio do mês de
setembro, exatamente quando os estudantes de
medicina do 1º ao 4º ano têm uma semana de
dispensa por causa de competição de esportes
(Intermed).
É necessário lembrar que tais espaços foram
pouco freqüentados pelos estudantes, obviamente,
e não houve esforço nenhum da diretoria/reitoria
para que os mesmos se inteirassem sobre o assunto.
Naquele momento, o Centro Acadêmico
entendeu que era de extrema importância que o
assunto fosse discutido por todos e promoveu
diversos grupos de discussão e uma assembléia
geral dos estudantes de medicina, ocorrida no dia
27/10/2009, a qual optou, por consenso dos
estudantes, posicionar-se de maneira contrária ao
nossas ideias, seja com os 308 votos que
confiaram e apostaram na seriedade e organização
das propostas de nossa chapa, agora a atual
gestão. Tenham certeza de que continuaremos
trabalhando, como aconteceu para as eleições, de
forma empenhada, atenciosa e coesa para que
cada um dos 660 graduandos dessa universidade
se sinta realmente participante da gestão
IntegrAÇÃO. Convidamos TODOS os discentes
para participar dos projetos e eventos que a
Gestão IntegrAÇÃO promoverá por isso
divulgamos o planejamento de nossas atividades.
Leia-o, integre-se com os grupos de interesse e
ajude a construir o CAAL!
PARTICIPE CONOSCO DA HISTÓRIA DA
NOSSA UNIVERSIDADE!
processo de autarquização, entendendo todos os
riscos e danos que o mesmo representa à
manutenção de uma saúde e de um ensino públicos
e de qualidade.
Ao longo de todo o ano de 2010, não houve
interesse da reitoria em debater o assunto com a
comunidade acadêmica e eis que, quando os
estudantes entram de férias, a pauta é inserida no
Conselho Universitário (CONSU) para aprovação.
Reafirmando, entendemos que tal atitude é
opressora e desrespeitosa, já que não possibilita
aos estudantes a mobilização e a realização de um
debate adequado e sobre o tema. Além disso, tal
atitude inviabiliza a realização de assembléias por
parte desses, afinal, grande parte do corpo discente
está em recesso.
Entendemos, também, que tal atitude partindo
da reitoria representa uma afronta aos estudantes,
impedindo que os mesmos demonstrem suas
argumentações e mostra, mais uma vez, que as
decisões e projetos propostos para a nossa
universidade são feitos sem a construção conjunta
com a comunidade acadêmica.
Esperamos, além de tudo, uma atitude
coerente da atual diretoria da Faculdade de
Ciências Médicas, que em debate realizado no mês
de junho (momento de sucessão da diretoria)
afirmou aos estudantes publicamente que
repudiava a atitude de se ignorar o posicionamento
dos estudantes e que seriam contrários a atitudes
que tivessem esse objetivo na UNICAMP.
Colocar assunto tão polêmico como este, que
necessita de um debate com toda a comunidade da
UNICAMP, na pauta do dia em reunião em período
de recesso escolar é ignorar a voz dos estudantes e
repreender a organização estudantil.
O Centro Acadêmico não irá se omitir de tal
atitude opressora e esperamos mais coerência
entre o discurso e a prática dentro de nossa
universidade.
Centro Acadêmico Adolfo Lutz – CAAL
Gestão IntegrAÇÃO 2010 - 2011
JANEIRO 2011 3

Calourada 2011
A Calourada é um momento crucial para a
recepção dos novos alunos que farão parte da
nossa faculdade. É importante que neste
momento nossos esforços sejam direcionados
para a integração dos estudantes à MED
UNICAMP, através de eventos inesquecíveis
capazes de os marcar.
A Comissão de Calourada, juntamente com
o CAAL, organizou uma calourada plural,
composta por eventos que incluirão festa,
vivência, tour por Campinas e muito mais.
Estaremos presentes nas matrículas e na
confirmação em nossa tenda que exporá o
conjunto de atividades realizadas pelo CAAL,
registrará fotos, além de acolher, apadrinhar e
distribuir o manual do calouro, recursos para
auxiliar os alunos recém-chegados em suas
dificuldades. O CAAL também está vinculado
ao Integra Saúde que contará com as atividades
nos diversos centros de saúde, convivência e
reabilitação de Campinas, além de um tour pelo
campus da Unicamp nos diferentes locais
voltados para a área da saúde. A seguir
apresentamos o calendário da calourada.
Quanto ao trote é importante salientar que
a atual gestão do Centro Acadêmico Adolfo
Lutz, Integração, e AAAAL posicionam-se
contrárias a ele. Sabemos que ele deixa,
frequentemente, inúmeras seqüelas e que,
muitas vezes, inibe a participação dos
ingressantes na semana da calourada e durante
os outros espaços de confraternização da
medicina ao longo do ano. Consideramos trote
tudo aquilo que desrespeita o próximo, invade
o espaço de outrem e que acontece contra a sua
vontade, excedendo o limite de aceitação do
calouro. Lembramos que, por ser novo em
nosso ambiente, o calouro é vulnerável e tende
a tolerar muitas "brincadeiras" que
normalmente não aceitaria. Isso faz com que os
limites reais para essas "brincadeiras" se
tornem ainda mais tênues e difíceis de serem
percebidos. Esperamos que haja colaboração de
todos os estudantes e residentes para que
possamos construir uma calourada
inesquecível, que cumpra o seu propósito de
integrar os calouros a uma faculdade que vem
se transformando, cada vez mais, em uma
referência de boas relações entre as turmas.Por
fim, gostaríamos de convidar a todos para
participar da calourada, conhecer nossos novos
colegas, festejar muito e mostrar nosso orgulho
em fazer parte da nossa querida MED
UNICAMP. É UNICAMP OLÊ!
Gestão IntegrAÇÃO
Centro AcadÊmico Adolfo Lutz

SEGUNDA-FEIRA (21/02) TERÇA-FEIRA (22/02) QUARTA-FEIRA (23/02) QUINTA-FEIRA (24/02) SEXTA-FEIRA (25/02) SÁBADO (26/02) DOMINGO (27/02) SEGUNDA-FEIRA (28/02)

Manhã Confirmação de matrícula, Atividade da AAAAL Integra Saúde Vivência Integra Saúde Aula Magna Tour por Campinas A Célula
apadrinhamento, manual
do calouro, acolhimento,
tenda do CAAL

Almoço Bandex Integra Saúde Vivência Almoço Tour por Campinas Tour por Campinas Almoço com o 6º Ano
Apresentação
CAAL/AAAAL

Tarde Atividade da AAAL Integra Saúde Vivência Integra Saúde Tour por Campinas Tour por Campinas Atividade da Liga do Trauma

Noite Confraternização do CAAL Ensaio da Bateria Tour por Campinas Tour por Campinas

Manifesto contra o ENADE dos estudantes do segundo ano (47)

Os alunos do segundo ano do no aluno, vem
curso de medicina da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP)
POR UMA AVALIAÇÃO DE VERDADE proporcionar.
Somos a favor de uma
manifestam-se contrários ao exame avaliação holística, pautada
do ENADE. no plano político
Acreditamos que uma avaliação pedagógico do curso, que
centrada em aspectos técnicos da inclua não somente a
aprendizagem incentiva a questão do ensino superior,
tecnificação e, consequentemente, a mas também considere com
deteriorização do ensino superior, o devido peso a pesquisa e a
ao não exigir práticas educativas extensão, tripés da
necessárias à boa formação ética universidade, e avalie a
profissional, bem como à produção possibilidade dos
de conhecimento, papel da estudantes construírem um
universidade. A avaliação do Enade projeto de sociedade
pode ser perversamente utilizada ao diferente do que temos
conceder pareceres insuficientes atualmente.
que podem servir de marketing Dessa forma,
para as escolas que recebem um informamos a nossa decisão
bom conceito, incentivando um pelo boicote como forma de
caráter produtivista do ensino, protesto ao método
voltado para exigências de mercado. avaliativo demasiadamente
Entendemos essa avaliação limitado perante nossas
como uma imposição do governo, convicções do que se
visto que não houve participação constitui como ensino
dos diversos segmentos da superior.
sociedade, diretamente envolvidos, a instituições com nota baixa, e a procedente
em sua construção. desresponsabilização do Estado perante a Campinas, 19 de novembro de 2010
Condenamos também a retaliação promovida melhoria da educação que essa avaliação, centrada TURMA XLVII
4 JANEIRO 2011
DESPEDIDA
De tudo ficou um pouco (...) Da rosa ficou um pouco...
Para qual direção apontar? A gestão Rosa dos Ventos
surgiu como um guia para que sempre encontrássemos o
melhor caminho. Tínhamos todas as direções ao nosso
alcance entre pontos cardeais, colaterais e subcolaterais. E
era essa multiplicidade de caminhos que convidava a uma
maior participação dos estudantes com as mais diversas
opiniões possíveis para que, assim, chegássemos a um único
ponto de convergência. Com uma incrível disposição para
navegar, mas um medo de não encontrar o caminho certo,
apontávamos sempre para alguma direção. Fizemos reuniões
desde setembro de 2009 com o intuito de discutir as visões
de cada um a respeito do CAAL e, assim, entre reuniões e
mais reuniões, entre discussões e mais discussões, uma rosa
nasceu na rua:
“Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes,
ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda
desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam
completo silêncio, paralisem os negócios, garanto
que uma flor nasceu. É feia. Mas é flor. Furou o
asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.”
O nascimento da rosa deu-se com o estabelecimento da
estrutura horizontal do CAAL, considerando como prioridade
a coesão de seus membros e a construção coletiva de seus
projetos, sem aplicar cargos ou coordenadorias. Dividimos as
atividades em grupos de interesse de maneira que cada um
pudesse escolher a atividade a qual gostaria de organizar e,
assim, criamos todo o planejamento do ano de 2010.
A primeira realização da gestão foi a união dos
estudantes no Manifesto contra a autarquização da Área da
Saúde da Unicamp. Com a bateria da AAAAL, mobilizamos
muitos estudantes juntamente aos CAs da Saúde e ao DCE e
tentamos fazer o possível para que ela não fosse aprovada:
distribuímos panfletos, adesivos e lutamos até o fim. Apesar
de não conseguirmos reverter tal aprovação, estávamos
presentes com o intuito de afirmar que os estudantes estão,
sim, de olhos bem abertos para a preservação da qualidade
de ensino e atendimentos públicos do HC, provavelmente
prejudicados com a nossa perda de autonomia para as
decisões do HC e outras possíveis conseqüências da
autarquização (Funsaúde, hospital dupla-porta).Ainda em
relação à FCM, participamos ativamente das eleições para a
nova Direção. Fizemos entrevistas com os candidatos e
escrevemos uma cartilha com o que esperávamos da Direção
para os próximos 4 anos
No que se refere ao ensino e à profissão médica,
organizamos uma mesa sobre o Ato Médico, com o intuito de
se debater com outros cursos a Lei que o aprovou e as
mudanças na área da Saúde. Construímos o Seminário de
História da Prática Médica, um espaço muito interessante de
discussão e essencial para que consigamos entender o
contexto atual da Saúde. Realizamos, juntamente ao
Departamento de Medicina Preventiva e Social, um espaço
sobre o ensino médico e o sistema de Saúde da França.
Fizemos, também, Grupos de discussão sobre Movimentos
Sociais (com a participação do MTST e MST), História da
Reforma Sanitária e Privado na Saúde com atenção para a
Indústria Farmacêutica e as suas implicações na área da
Saúde. Todos tiveram uma excelente qualidade. O primeiro
destacou-se por utilizar como método o teatro e o último
trouxe um debate muito polêmico. Além disso, escrevemos
uma cartilha sobre Leis dos Estágios, realizamos um debate
com a Comissão de Ensino sobre o mesmo tema e não
deixamos de representar os estudantes na Congregação,
Conselho Interdepartamental e Comissão de Extensão
Universitária e acompanhamos durante todo o ano as
reuniões do CEBES (Centro Brasileiro de Estudos da Saúde).
Tivemos, também, uma idéia muito interessante no segundo
semestre de 2010 de aproveitar as reuniões ordinárias para
discutir temas como Exame do CREMESP, Lei dos Estágios,
ENADE, o PS da UNICAMP e a Greve dos Residentes,
entretanto, obtivemos insucesso na realização de algumas
Assembléias
e Mesas, no entanto realizamos mesa sobre o ENADE e
mesa sobre o OS no segundo semestre. E mais uma vez o
CAAL falhou no que se refere ao acompanhamento
permanente dos representantes de turmas e de módulos, do
primeiro ao sexto ano, falha essa que não pode ser repetida
Frango 43 no tecido
Noite Cultural 2010
Luara e Sabrina 45
CASU 2010
para a próxima gestão. Além disso, tivemos insucesso na
promoção de debates sobre a abertura de escolas novas de
Medicina.
Para recepcionar os calouros da melhor maneira
possível, inovamos: criamos o Tour por Campinas e fizemos a
tenda do CAAL, que trouxe um vídeo de recepção para os
calouros e tinha por objetivo divulgar para os calouros as
atividades a serem realizadas pelo CAAL. Demos apoio aos
calouros através do acolhimento e apadrinhamento. Fizemos,
também, a vivência, com o intuito de se discutir com o
calouro qual o papel do estudante de medicina e do médico
na sociedade em que vive. Além disso, fez-se o Happy Hour
do CAAL, uma festa que proporcionasse uma maior
integração entre os estudantes ingressantes e os veteranos.
Também organizamos o Almoço com o sexto ano e o Almoço
com o CAAL. Aliado à Comissão do Integra Saúde, que
abrange os outros cursos da área da saúde da Unicamp
(Fonoaudiologia, Enfermagem, Educação Física e Farmácia)
e tinha como objetivo apresentar o SUS, discutir o conceito
de Saúde com os calouros e valorizar todas as profissões da
área de saúde, fizemos uma gincana integrada, visitamos
alguns Centros dentro da Unicamp (Gastrocentro, CEPRE,
CIPOI, CIPED) e centros externos de Saúde, Saúde Mental,
Reabilitação Física, DST/AIDS e de Convivência pelo
município de Campinas, uma oportunidade, muitas vezes,
única, para os calouros e alunos da graduação. No que se
refere à Choppada e ao Churrasco da calourada, o CAAL
retirou o apoio a essas festas, visto que manteve a postura
contrária ao trote, sendo assim, houve a separação da
Comissão Organizadora da Calourada e da COXOXU.
Além de integrar os calouros, consideramos que era
também muito importante integrar os outros estudantes, que
estavam muito distantes do CAAL. E na busca de uma maior
integração com a Faculdade, uma das grandes metas de
nossa gestão, fizemos, juntamente à AAAAL, um Happy Hour
de lançamento do Patológico e do Leão, assim como tiramos
do papel o projeto da Copa do Mundo que visava à maior
integração dos estudantes de Medicina e à aproximação dos
mesmos ao CAAL, à AAAAL e à ALUMNI. Não conseguimos,
entretanto, implantar os campeonatos de vídeo-game, truco,
pebolim e bilhar e tivemos, também, insucesso em aumentar
a utilização do espaço do CAAL por parte dos estudantes e em
manter o site do CAAL atualizado e mais visitado. Também
falhamos na realização do OktoberMED. Cremos que uma
das maiores falhas da Rosa dos Ventos foi a falta de
comunicação entre os seus membros e entre a Faculdade e o
CAAL, esperamos que isso seja melhorado na próxima
gestão.
Outro evento que buscaria uma maior integração, mas
dessa vez essa se daria entre o estudante de Medicina e a
Comunidade, foi o CAALNoel, inovado e planejado para ser
um ambiente o mais lúdico possível. Fantasiamo-nos e
desdobramo-nos por doações para que pudéssemos
proporcionar um melhor Natal para crianças que estariam
internadas na enfermaria de pediatria do HC. Seguindo a
mesma direção, promovemos o PasCAAL na Sociedade Pró-
Menor de Barão Geraldo. Esses foram eventos de sucesso em
que foi grande a participação dos estudantes de Medicina.
Apesar de muitas críticas quanto ao assistencialismo,
descobrimos, entre presentes e chocolates, um sorriso
inexplicável no rosto dessas crianças.
E por falar em integração entre o estudante e a
comunidade, lembramo-nos de Extensão. Em relação a esse
assunto, demos continuidade ao trabalho da gestão Roda
Viva, por isso, promovemos o Seminário de Extensão
Universitária e apoiamos uma formação em Extensão
Popular para esclarecer os estudantes de Medicina e de
outros cursos em diversos aspectos e estimulá-los a realizar
projetos. Ambos espaços foram muito bem sucedidos e esse
estímulo, aliado ao Programa Adote-ME e TransforME, da
Diretoria da FCM, incentivou a criação de novos projetos
por parte dos estudantes de Medicina no ano de 2010 como
o “Anhumas” , “P.A.R.T.Y.”,” Uma outra cultura” e o
“MTST”.
No que tange às questões científicas, apoiamos a
realização do COMAU. Com o apoio das Ligas Acadêmicas,
fizemos o Workshop de Medicina que contou com um
público estimado de 500 vestibulandos devido à ampla
divulgação no estado de São Paulo. Demos, também, apoio às
Ligas para as suas atividades corriqueiras, através de ligações
telefônicas, impressões de certificados e cópias.
Quanto ao Intercâmbio, promovemos um Seminário e
uma oficina de padrinho-anfitrião. Ademais, fizemos
reuniões com a diretoria a fim de torná-lo reconhecido pela
universidade. No que se refere aos cursos de Línguas, o curso
de Francês manteve-se e contou com turmas em quatro
níveis. Além disso, o CAAL inovou com a implantação de um
curso de inglês técnico para médicos.e básico, o que foi um
avanço em relação à gestão passada.
E como línguas lembram letras, no Patológico, criaram-
se novas colunas: “Extensão”, “HPMA” (traz textos antigos
que já saíram no Patológico), “Saúde”, “Sexualidade” e
“AAAAL” e mantiveram-se as criadas e retomadas pela gestão
passada: “Spasmo” (que traz textos poéticos dos estudantes),
“Pato Cultural” (com a resenha de filmes e livros) e “Saiu na
Mídia” (traz textos de veículos de informação relacionados ao
tema do jornal). Infelizmente, não conseguimos que houvesse
todas essas colunas em todos os Patológicos, entretanto,
publicamos algumas edições temáticas do jornal que
abrangeram “A história da prática médica”, “Extensão”,
“Trote”, “Calourada”, “Movimentos Sociais” e “Arte e
Cultura”. Reconhecemos que falhamos ao conseguir publicar
apenas 7 edições e esperamos que no próximo ano o CAAL
consiga obter mais avanços.
Em relação à Cultura, concretizamos a III Noite Cultural
que trouxe bandas inusitadas e, dentre elas, Memórias de Um
Caramujo. Fizemos o ShowMED que, conforme colocado
nesse jornal, teve inúmeros contratempos e, por isso, não
teve uma divulgação tão ampla, houve alteração do local um
dia antes do evento, mas mesmo assim pudemos presenciar a
revelação de diversos alunos. Esperamos sinceramente que a
próxima gestão consiga incentivar os estudantes à arte de
maneira mais abrangente possível! Realizamos, em Outubro,
o CASU, um congresso que teve excelentes repercussões.
Para o encerramento da Gestão, fizemos em Novembro, a IV
Noite Cultural!
Esperamos que a próxima gestão continue esse trabalho
da maneira mais séria possível e que tenha muita força para
realizar os inúmeros compromissos de um CA com a
faculdade. E que dentre as nossas realizações e pontos
cardeais, de tudo, tenha ficado um pouco, sejam os erros,
sejam as conquistas.
Gestão Rosa dos ventos
JANEIRO 2011
DESPEDIDA
Nunca deixem A medicina na França
que lhes tirem
sua sensibilidade!
A ansiedade pulsava no interior de alguns jovens. Um
grande sonho encenava-se no teatro de suas emoções.
Movidos pela euforia, percorriam como crianças os
corredores das salas de aula da Faculdade de Medicina.
Olhos fixos nas paredes, cativados por estranhas e belas
imagens que retratavam detalhes do tórax e dos músculos.
Imagens de corpos nus dissecados revelavam que por dentro
os seres humanos sempre foram mais iguais do que
imaginaram. A fotografia de um cérebro, saturado de
reentrâncias, como riachos que sulcam a terra, indicava o
centro vital de nossa inteligência e de nossas loucuras.
Chegou o grande dia, o mais esperado e o mais temido.
Os novos alunos teriam sua primeira aula de anatomia.
Desvendariam os segredos do objeto mais complexo da
ciência: o organismo humano. Aguardavam, impacientes,
seus mestres do lado de fora do laboratório, que exalava um
ar de enigma.
Não lhes cabia no imaginário o que os esperava.
Queriam ser heróis da vida, aliviar a dor e prolongar a
existência, mas o currículo insensível da medicina os
abalaria, sem nenhum preparo, com a imagem grotesca da
morte. O sonho de se tornarem heróis da vida receberia um
golpe duro. Iam se deparar com corpos despidos, dispostos
seqüencialmente, como animais. (fragmento retirado do
livro “O Futuro da humanidade” de Augusto Cury).
E assim começa a longa jornada do curso de Medicina,
com esse pulsar, esse ardor, esse sentimento de entusiasmo
e empolgação, num mundo onde tudo é novidade, onde a
cada dia se realizam novas descobertas e quando o cérebro
está mais receptivo a todas as novidades e às diversas
opiniões. É nesse momento que se está com a sensibilidade
extremamente aguçada e com um ímpeto de vitória que
nossos sentidos e sensações estão simplesmente a flor da
pele, e é aí que nos deparamos com uma estrutura
conservadora, tradicionalista, hierárquica, um forte golpe na
alma.
Nestes seis anos seus mestres lhes ensinarão toda a
bioquímica, a anatomia, a fisiologia e o funcionamento do
corpo humano, lhes ensinarão sobre as patologias humanas
e todas as funções biomecânicas implicadas no tema e vocês
sugarão todo esse conhecimento com avidez, pois afinal
serão médicos, e devem conhecer como ninguém a biologia
do homem, não?
É fato que se deva conhecer e entender esse mecanismo
todo e é fato que um bom médico deva ter a perícia, técnica e
prudência para seu exercício profissional, mas terão vocês o
equilíbrio emocional necessário para lidar com essa
sobrecarga de responsabilidades? Quem um dia lhes
explicou os intrincados mecanismos das relações humanas e
sociais, quem um dia lhes mostrou a importância da cultura
e de uma boa estrutura familiar na formação de um ser?
Alguém tentou ou tentará lhes mostrar como agem os fatores
emocionais sobre a fisiopatogenia da doença? Como agem os
traumas, os estresses, os desequilíbrios na patogênese dos
problemas físicos e na psique, na alma e na essência do ser?
Essa tarefa cabe a vocês! A coragem de assumir a
importância do emocional sobre o físico, da fé sobre a cura,
do amor no tratamento é uma grande prova pela qual todos
passarão, e cabe tão somente a vocês compreenderem a
necessidade de uma escuta livre de preconceitos e plena de
sensibilidade para que possam tornarem-se profissionais
completos e agentes da cura das mazelas da humanidade.
É assim, com estes questionamentos que vos deixo, que
inicio minhas despedidas da graduação da Medicina
Unicamp. Somente vos peço que nunca deixem que lhe tirem
sua sensibilidade!
Luiz Gustavo Vala Zoldan (Frango) XLIII.
SAÚDE
No dia 23 de setembro, o
CAAL, juntamente ao
Departamento de Medicina
Preventiva e Social da Faculdade
de Ciências Médicas da
UNICAMP promoveu uma
palestra com uma estudante
francesa que cursa o sexto ano de
medicina na França. A palestra
tinha por objetivo mostrar como
se estruturava o sistema de saúde
francês e como a educação
médica é organizada por lá.
O primeiro ponto de
interesse da palestra foi que nos
proporcionou um melhor
entendimento de como é a
realidade da França, notar as
diferenças e, principalmente, as
semelhanças com o que temos no
Brasil.
A primeira parte da palestra
foi para explicitar como funciona o sistema de saúde francês.
De acordo com a estudante, o sistema se organizava da
seguinte maneira: cerca de 80% é público, cerca de 13% é de
responsabilidade de ONG´s (Organizações Não
Governamentais) e cerca de 7% é privado. Entretanto, ao
detalhar o funcionamento da assistência à saúde,
percebemos que não é tão simples assim.
Tem direito à saúde na França, todo francês nativo e
todo imigrante legal que mora no país há no mínimo 3
meses. Todo o dinheiro arrecadado dos impostos se destina
a uma instituição privada que administra todo o sistema
público de saúde francês.
Nesse sistema, algumas situações são consideradas
como “conforto” para a população e, por isso, não são
cobertas pelo sistema de saúde público, tendo a população
que se submeter ao sistema privado e pagar pelo
procedimento, caso necessite dos mesmos; dentro dessa
categorização, consultas ao dentista, oftalmologista e o parto
são consideradas como “conforto”, sendo que o sistema
público começa a cobrir os gastos somente a partir do 15º
dia da realização do parto.
Outro fato interessante é que apesar de o sistema ser
público, ele não é estatal, com exceção dos hospitais de alta
complexidade; ou seja, caso o cidadão necessite uma
consulta ao médico, o mesmo marca com um médico
particular, comparece à consulta, paga para ser atendido e
manda uma solicitação ao governo para reembolso do
dinheiro. Após um curto período de tempo (1 semana), o
governo reembolsa a consulta ao cidadão.
Essa forma de organização, entretanto, não garante
gratuidade e universalidade do acesso ao sistema de saúde
para a população; isso porque, o governo tem uma tabela
fixa de reembolsos para o atendimento de cada especialidade
médica, e se o médico quiser cobrar mais do que essa tabela
reembolsa, ele pode. Por exemplo, suponhamos que a
consulta ao ortopedista custa 30 euros na tabela de
reembolso do governo. Caso essa ortopedista queira cobrar
40 euros pela consulta, o cidadão será reembolsado pelo
governo em 30 euros e terá pago pela consulta 10 euros!
A comercialização de medicamentos funciona de
maneira semelhante à consulta á médicos; os remédios para
o tratamento de doenças crônicas (como hipertensão arterial
sistêmica, diabetes mellito, etc.) são totalmente pagos pelo
governo, ou seja, a população recebe reembolso total. Os
demais remédios têm percentuais variados de descontos
(que variam de 0 a 100%).
Foi explicitado também, pela estudante, que há alguns
anos, após ser constatado que o governo gastava
demasiadamente na manutenção do sistema de saúde
público, foi realizada uma série de mudanças na organização
do sistema. A principal delas é a necessidade que o usuário
tem de primeiramente passar por um médico generalista
antes de receber qualquer atendimento mais complexo e
precisa de encaminhamento deste para ter acesso a um
maior nível de complexidade.
A segunda parte da palestra cursou com a descrição do
funcionamento do ensino médico na França: todos os
5
estudantes egressos do ensino
médio entram na universidade de
seu distrito para cursar aquilo
que podemos chamar de
“bacharelado interdisciplinar”
(iniciativas como essa já existem
no Brasil, materializadas no
projeto UNIVERSIDADE NOVA,
da UFBA, e no PROFIS, da
UNICAMP); aqueles que querem
cursar medicina entrar nesse
bacharelado na área de saúde.
Ao término desse primeiro
ano, os alunos são ranqueados a
partir de um coeficiente de
rendimento e dependendo desse
CR, eles podem escolher a
profissão que seguirão. Foi
explicado que de 1.200
estudantes que cursam esse
primeiro ano de faculdade, cerca
de 180 estudantes cursarão
medicina, cerca de 20 estudantes serão parteiros, cerca de
30 estudantes cursarão odontologia, cerca de 30 estudantes
cursarão fisioterapia.
Aqueles que não passarem nesse primeiro ano por baixo
coeficiente de rendimento, somente poderão cursar esse
primeiro ano mais uma vez para tentar entrar em outro
curso de novo; caso não fiquem novamente entre os
melhores da sala, não poderão cursar a universidade no país.
A estudante relatou que essa maneira de se organizar a
faculdade é bastante tensa, já que os estudantes estão em
competição direta e a todo momento vivem esse clima de
competição.
Quanto ao curso de medicina, ele é dividido em três
etapas: os dois primeiros anos são de matéria estritamente
teóricas; os 4 anos seguintes são reservados ao aprendizado
teórico-prático no hospital; ao final do sexto ano de curso,
existe um exame nacional no qual se ranqueia todos os
estudantes de medicina da França, para que eles possam
escolher sua especialização e o local em que irão cursá-la;
finalizando esse ciclo, a terceira etapa que pode durar de 3 a
5 anos, é reservada ao aprendizado de sua especialidade
(inclusive a de médico generalista), como se fosse nossa
residência aqui no Brasil.
Na França, todos os estudantes precisam fazer no
mínimo 9 anos de curso; aqueles que fazem apenas os 6
primeiros anos, não são considerados médicos. Com relação
ao exame nacional que ranqueia esses estudantes para a
escolha da especialização, não exclui ninguém do processo;
ele é responsável por ranquear os estudantes e aqueles que
obtiverem as melhores posições, têm a preferências nas
escolhas das vagas de especialidades. Os estudantes só
podem se submeter a esse exame por duas vezes também;
após essas tentativas, ele terá de se conformar com a
especialidade que sobrou.
Só para refrescar a memória, no Brasil, o número de
pessoas que se formam no 6º ano é maior que o número de
vagas na residência (aproximadamente quatro vezes maior).
O que obriga as pessoas a trabalharem com uma formação
extremamente limitada (de apenas 6 anos) para ganhar
baixos salários em comparação com aqueles que fizeram
residência. E ainda tem o absurdo do governo permitir esses
médicos atenderem de boa, só porque são mais baratos e vão
custar menos para o Estado e para a iniciativa privada que o
contratar. E ainda vir dizer que são médicos generalistas, lá
na frança médico generalista tem 9 anos de formação.
Outro ponto interessante é que ela disse que o governo
ampliou demais as vagas na universidade dela porque queria
formar mais médicos no campo (onde normalmente faltam
médicos na França e o que está acontecendo aqui no Brasil,
tenta-se reverter esse fato com abertura de escolas médicas
no interior da Bahia, do Ceará..., sem se alcança o êxito
pretendido), porém ela disse que isso encheu demais as
turmas de lá, chegando ao ponto deles terem de fazer uma
matéria chamada "semiologia" com 4 alunos por leito... (um
absurdo para nossos padrões na unicamp).
Victor Vilela Dourado (Baiano- XLVI)
6 JANEIRO 2011
ACONTECEU
Showmed 2010
Quando pediram para alguém da banda
escrever um texto sobre o Showmed todos
pensamos a mesma coisa: “tocamos juntos,
escreveremos juntos”. Não vamos fazer nenhuma
crítica a nenhuma apresentação e nem falar nada
sobre nenhuma delas, pois achamos que cada um
deve assisti-las e formular seu próprio conceito.
Tiramos o nosso chapéu a quem se apresentou,
até mesmo sem público (devido ao horário), pela
coragem e vontade de se divertir ou mostrar
aquilo que faz diferente daquilo cercado pelos
muros que a faculdade construiu durante o
curso.
A nossa impressão geral é que a
potencialidade da festa não foi devidamente
explorada. Atribuímos isso à falta de incentivo e
divulgação do evento. Todos nós passamos o ano
inteiro ouvindo falar de Intermed e menos de um
mês ouvindo falar de Showmed. Isso faz com
que, na maioria das vezes, só quem já tem um
trabalho pronto consiga apresentá-lo, sendo que
com a devida dedicação é possível montar uma
apresentação totalmente nova. Conhecemos
pessoas que não conseguiram se inscrever por
não terem as informações do festival e nem o
incentivo necessário para isso. Desta forma, por
exemplo, poucos calouros se apresentam ou
comparecem à festa. Seria muito mais
interessante se os colegas de faculdade,
intraturmas e interturmas, soubessem que as
pessoas não apenas estudam medicina, mas
realizam tarefas outras tão interessantes, senão
mais, que o curso médico em si.
Outro ponto que poderia ser melhorado é o
fato de a maioria absoluta das apresentações
serem musicais: a arte é tão grande que não pode
se resumir a música. Temos a dança, o circo, o
teatro, a comédia; sem contar a possibilidade de
exposição de obras de artes plásticas. E sabemos
EXTENSÃO
que existem pessoas
na faculdade que
realizam essas
atividade,
mantendo-se na
sombra.
Muitos talentos
que existem na
faculdade, com um
pouco mais de
incentivo, poderiam
ter abrilhantado
uma noite que, para
nós, já foi especial.
Quando
entramos na
faculdade nos dão
duas opções,
praticar ou não
praticar algum
esporte (e ser
estereotipado pela
sua decisão – sim, sabemos que praticar esportes prazer e alegria. Achamos que mais gente deveria
é importante). Faltam pessoas que também ter essa sensação. O Showmed deveria ser
falem que a arte pode promover tanta saúde e ampliado e mais divulgado. As apresentações
integração quanto o esporte. Cada um poderia artísticas deveriam estar mais presentes na
escolher o que se encaixa melhor no seu perfil. faculdade e todos deveriam ter contato com essa
Assim, poderíamos respeitar o talento de todos. forma maravilhosa de expressão. Por último,
E tornar essa faculdade mais interessante. Afinal, gostaríamos de agradecer a toda a organização
a apresentação artística, para ser executada com (que se desdobrou para que tudo corresse bem),
maestria, demanda treino, muito treino. Assim aos artistas que tiveram a cara de pau (e o grande
como o esporte. prazer) de se apresentar, ao público fantástico
Depois de tocar no Showmed a conclusão é que tornou a nossa noite sensacional (sim, todos
de que não há nada melhor que participar foram demais) e claro, ao nosso grande Wilson,
ativamente de um evento onde a torcida inteira que cedeu parte do seu tempo para curtir um
está do seu lado e todos os participantes estão lá Rock And Roll com a gente. Muito obrigado.
para construir e não para competir. Ver as Mediunikos
pessoas gostando daquilo que você se propôs a
apresentar traz uma sensação inexplicável de (Vitão, Rafa, Kido e Chico) - XLV
P.A.R.T.Y.
No dia 24 de Agosto a Liga do Trauma da unicamp realizou a primeira
apresentação para alunos do Ensino Médio, de seu projeto de extensão em
prevenção a traumas relacionados a álcool na juventude, o P.A.R.T.Y.. O P.A.R.T.Y.,a
princípio uma iniciativa canadense, consiste em palestras com alunos de ensino
público visando conscientizar-los dos traumas decorrentes de abuso de álcool e
direção, através de palestras e depoimentos, seguidos de uma visita pelo hospital,
mostrando-lhes o dia-a-dia e pacientes traumatizados. Adaptado a realidade
brasileira, a Liga do Trauma trouxe o projeto para a Unicamp, através do CoPELT. A
primeira experiência do CoPELT foi através de uma apresentação no início do ano
para os calouros, um experimento do que o projeto de extensão viria a se tornar.
Após mais uma apresentação, dessa vez para osprofessores no dia 06/04, o projeto
estava pronto para ser colocado à prova com os alunos da escola publica Barão de
Resende. Os alunos chegram às 12:30p.m. e foram recebidos com um lanche para
em seguida serem levados a uma palestra no HC sobre prevenção de acidentes
seguidos de vídeos e depoimentos de sobreviventes e pessoas que experenciaram tais
eventos. Após as apresentações houve um tour guiado pelo HC. A proposta do
projeto é de reduzir os índices de acidentes automotivos com jovens através da
realização do evento duas vezes por mês com diversas escolas de Campinas e região.
Liga do Trauma 2010-2011
JANEIRO 2011
SPASMO!
Um vôo sobre a colina...
A maior parte das gaivotas não se preocupa
em aprender mais do que os simples fatos do vôo
— como ir da costa à comida e voltar. Para a
maioria, o importante não é voar, mas comer.
Para esta gaivota, contudo, o importante não era
comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão
Capelo Gaivota adorava voar. (fragmento retirado
do livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach).
Quem dera pudéssemos voar. Quem dera
pudéssemos observar tudo lá do alto, onde a vista é
ampla e integral, de onde tudo parece simples, e o
tempo passa desapercebido, correndo junto ao
vento. Gostaria eu, de me contentar simplesmente
com comer, sem dar a mínima ao aprendizado
arriscado do vôo, e gostaria mais ainda de não
sentir a necessidade de passar adiante a técnica do
vôo, pra quem quer que surja. Não posso! Me nego!
Quando, um dia, imaginei que me chamariam
de doutor? Quando um dia acreditei que chegaria
a esse ponto? Quando pensei que estaria seguro
ao carregar uma vida em minhas mãos? Quando
cri que estaria pronto com todos os
conhecimentos necessários para tratar alguém e
dizer-lhe, levanta-te e anda!? Ainda olho e vejo o
mesmo garoto no espelho, com um pouco mais de
barba, uns quilinhos a mais e uma mente cada dia
mais atribulada e em dúvida quanto ao caminho a
seguir.
Uns dias atrás, ao encontrar-me na rua, uma
senhora me falou: - Lembra-se de mim? - E eu,
com todo o esforço da minha mente lhe disse: -
Claro, nós passamos um tempo conversando
Brainstorm, Soulstorm... Insensatez?
Pensamento. O pensamento é um processo
mental que permite aos seres modelarem o mundo
e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de
acordo com suas metas, planos e desejos. O
pensamento é considerado a expressão mais
"palpável" do espírito humano, pois através de
imagens e idéias revela justamente a vontade deste.
O pensamento é fundamental no processo de
aprendizagem e é construtivo do conhecimento
Palavra. Uma palavra ou vocábulo é uma
unidade da linguagem falada ou escrita. As palavras
podem ser combinadas para criar frases. O termo
palavra deriva originalmente do grego parabolé,
tomada emprestada pelo latim, que gerou parabola.
A parábola têm demonstrado grande interesse
como instrumento no processo de comunicação.
Atitude. As atitudes são disposições favoráveis
ou desfavoráveis relativamente a objetos, pessoas
ou acontecimentos, ou em relação a alguns dos seus
respectivos atributos.
Hábito. A palavra "hábito" vem de uma palavra
latina que significa ter ou possuir. É, no seu sentido
mais geral, a propriedade de conservar as
modificações recebidas.
Valores. Os valores humanos são fundamentos
morais e espirituais da consciência humana. Todos
os seres humanos podem e devem tomar
conhecimento dos valores a eles inerentes. Muito
das causas que afligem a humanidade está na
negação destes valores como suporte e inspiração
para o desenvolvimento integral do potencial
numa consulta um tempo atrás. E ela: - Ai, foi
Deus quem o colocou no meu caminho, você vai
ser o melhor médico do Brasil, mesmo que meus
problemas não se resolvam, aquela consulta fez do
meu dia um dia muito melhor, e estou seguindo o
tratamento direitinho, vim hoje na Unicamp
buscar minha palmilha, ficou pronta. Tudo de
bom pra você, e conte o que eu te disse aos seus
pais... Fiquei perplexo e maravilhado, tentando
entender o que foi que eu fiz para receber tanta
gratidão. Ela era uma paciente com problemas
reumatológicos e uma dor crônica sem tratamento
resolutivo. Por que então ela estaria tão grata por
algo sem muitas perspectivas de resposta. Foi
quando ela voltou e complementou: - Ah, e não se
esqueça de manter sempre esse sorriso enorme no
rosto. Foi então que eu pude compreender o
porque da congratulação.
Iniciei então uma reflexão e uma retrospectiva
da minha vida acadêmica (em acadêmica leia-se,
aulas, estágios, internato, caal, atlética, festas ou
individual e conseqüentemente do social. A
vivência dos valores alicerça o caráter, e reflete-se
na conduta como uma conquista espiritual da
personalidade.
Destino. O Destino per se, é a causa próxima,
isto é, uma condição antecedente necessária,
ocasional e, por si mesma, insuficiente. A causa
principal, pelo contrário, exprime a espontaneidade
própria do agente, determinando o efeito de um
modo real. "Uma comparação famosa ilustrava essa
concepção: um cone e um cilindro estão em
equilíbrio no cimo de um declive; o equilíbrio é
desfeito por um empurrão (causa próxima) ; os dois
corpos rolam no declive; mas (causa principal ) um
rola como um cone, o outro como um cilindro"
Embasado nessa temática, procuro sempre
refletir no que disse M. Gandhi em sua plena
sabedoria: “Mantenha seus pensamentos positivos,
pois pensamentos tornam-se palavras. Mantenha
suas palavras positivas porque palavras tornam-se
atitudes. Mantenha suas atitudes positivas porque
atitudes tornam-se hábitos. Mantenha seus hábitos
positivos porque hábitos tornam-se valores.
Mantenha seus valores positivos porque seus
valores tornam-se seu Destino.”
Não há o que valha a corrupção de seus valores,
assim como não há o que valha o julgamento ao
próximo. Cada qual tem sua individualidade,
indivisível, intrínseca e impenetrável, mas toda
atitude tem conseqüência, e cada escolha é pessoal
e intransferível, recheada de novas aventuras ou
7
qualquer outra coisa que envolva o substantivo
medicina), dias atrás eu fui o melhor médico do
Brasil, semanas atrás no PS eu fui um carrasco
que não dei preferência no atendimento de uma
garota com cólicas menstruais, fui destratado e
mesmo xingado. Meses atrás eu me perguntava
como essa mãe tem tanto carinho e cuidado com
essa criança com paralisia cerebral e diversas
malformações faciais, numa dedicação única e
exclusiva, doando sua vida ao filho. Há um
semestre eu olhava uma gestante sofrendo as
dores do parto, sem uma analgesia para aliviar a
angústia, e ainda me preocupava mais com o fato
de meu plantão no CAISM estar acabando do que
com a dificuldade dessa mulher. Um ano atrás eu
estava na Espanha, conhecendo novos modelos de
saúde, entendendo os intrincados mecanismos de
formação da mente e alma, em loucas aulas de
hipnose, adquirindo cultura e mais acúmulo de
experiências de vida...
Tudo passou tão rápido. Centro Acadêmico,
Atlética, Congressos e viagens. A cada ano, mais
pessoas entrando em minha vida, e mais tantas
outras a sair. E eu, de espectador da vida passei a
protagonista da minha história, sem sequer
perceber e sem sequer reparar que o próximo não
era mais o próximo, que aquele que eu pensava
que estaria ao meu lado, já não estava mais.
A partir de agora, Eu quero mais é viver a
vida, e voar por sobre a colina...
Luiz Gustavo Vala Zoldan (Frango) XLIII
desventuras, que serão experimentadas apenas por
aquele que escolher.
Cada qual cria sua crença, a minha ainda está
em processo de construção: Acredito em algo
maior. No fim, não me vejo como um saco de ossos
embaixo da terra, mas se você se vê assim, assim
será! E esse é meu credo. Entenda-o como quiser.
Um dia sonhei! Sonhei que o povo era
egocêntrico, ilógico e insensato, e eu o perdoei. Fui
gentil e me acusaram de egoísta e interesseiro, fui
gentil assim mesmo. Venci, devido a isso tive alguns
falsos amigos e uns poucos inimigos verdadeiros,
venci assim mesmo. Fui franco e honesto, e me
enganaram, mantive-me franco e honesto assim
mesmo. O que levei anos pra contruir, destruíram
repentinamente, continuei a construir. Fui feliz e
tive paz, invejaram-me, mas mantive-me feliz e em
paz assim mesmo. Tudo que fiz de bom
rapidamente foi esquecido, continuei as
benfeitorias assim mesmo. Dei ao mundo meu
melhor, e assim continuei, mesmo não sendo o
suficiente. No final me veio Deus, então notei que
era entre mim e Ele e nunca foi entre mim e eles...
Todos somos passíveis de erros, e Deus sabe o
quanto já errei, mas o importante é que sempre ao
notar, tento corrigir. Assim mostrou-me uma
senhora, nascida na Mecedônia, que viveu grande
parte de sua vida em Calcutá, na Índia, nessa épica
aventura.
Luiz Gustavo Vala Zoldan (Frango) XLIII.
8 JANEIRO 2011
SUDOKU
ATLÉTICA
Sempre Juntos
É com muita satisfação que escrevo no
Patológico pela primeira vez na faculdade.
Agradeço ao espaço cedido pelo CAAL à Atlética,
para que aqui também tenhamos a oportunidade
de nos comunicar com a MED-UNICAMP. Como o
PATO adota uma postura mais crítica e reflexiva,
acho dispensável escrever um texto falando sobre a
intermed, a importância de treinar e etc, apesar de
ser um espaço, teoricamente para isso. Adaptando-
me ao cunho do jornal, gostaria de expor algumas
de minhas ideias a respeito da “valorização” de
pessoas dentro da faculdade – esportivamente,
academicamente, e em todos os âmbitos.
Quando entrei na faculdade, tive a sensação de
que estava entrando para uma família. Uma família
de verdade, com tradições, história, festas típicas...
Hoje ainda tenho essa sensação. Porém, ao passar
de dois anos dentro dessa querida família, percebi
que como em todo núcleo familiar, existem brigas,
disputas, egos e rivalidades. Vejo que existe uma
tendência, que vem se tornando contínua, em
diminuir o valor do que o colega produz, em
detrimento do que se julga o mais “correto”, o mais
“legal”, ou, até mesmo, o menos “bobo”.
Hoje tenho claro na minha cabeça, que quanto
mais esse tipo de atitude se prolonga dentro de
nossa faculdade, mais todos nós temos a perder.
Perdemos amizades, perdemos interesse na
produção do outro, perdemos interesse na vida do
nosso colega... E com certeza essa falta de interesse
generalizada acaba se mostrando como uma falta
de interesse pela vida e as oportunidades
universitárias, principalmente nas atividades
organizadas pela nossa faculdade. E com isso quem
perde? Todos nós. Não é fulano, nem ciclano que
acaba prejudicado. Quem acaba saindo no prejuízo,
CHARGE
é a FAMÍLIA MED UNICAMP.
Tenho dois exemplos bem claros: O primeiro
seria a adesão ao CoMaU. Já cansei de ouvir de
pessoas mais velhas que “antigamente o CoMaU
era lotado; todo mundo tinha vontade de ir; todo
mundo disputava os prêmios; todos tinham
vontade de apresentar um trabalho”. Posso estar
falando uma grande besteira, mas acredito que a
adesão ao CoMaU desse ano não tenha sido, nem
de perto, boa se compararmos com as inscrições do
passado. O porquê disso? Não sou o dono da
verdade, nem posso afirmar nada, mas a sensação
que tenho é que isso é um reflexo da
“desvalorização” do colega ao lado.
O outro exemplo que gostaria de citar, como
não poderia deixar de ser, seria o apoio e incentivo
à prática esportiva dentro da faculdade. Não pela
reitoria, não pela diretoria da FCM, não pelas
instituições políticas da faculdade... Apoio e
incentivo pelo seu amigo de turma, sendo este um
atleta ou não. Muitas vezes o atleta “exemplo” e
dedicado, acaba sendo desvalorizado pelo colega ao
lado, e sendo alvo de críticas vazias como “isso é
perda de tempo; você não prefere gastar seu tempo
livre estudando? Pra que se dedicar tanto por causa
dessa tal de intermed?”. Atitudes como essa, além
de serem desanimadoras para quem escuta, é
frustrante ao mesmo tempo, pois o atleta tem a
impressão de que seu colega acha que o que ele está
produzindo para a faculdade não é bom o suficiente
se comparado com determinada pessoa. E vice-
versa. O atleta pode criticar quem o critica,
também fazendo críticas vazias, e desestimulando
o colega a produzir seja lá o que ele tem vontade de
fazer.
O que quero dizer com tudo isso? Acho que
chegamos a um ponto, onde todos devem refletir o
quanto respeitam e VALORIZAM o que seu
AMIGO está fazendo dentro dessa faculdade,
independente de estigmas e preconceitos. Tenho
hoje a certeza de que, quanto mais nos afastamos
um dos outros, mais nos afastamos da nossa
própria faculdade, história e tradição. Estar na Pré,
o Comau estar vazio, críticas de todos os lados,
intrigas, egos e rivalidades... Será que ninguém
nunca parou pra pensar que coisas assim podem
ser reflexo das atitudes tomadas por todos?
Obviamente não existe solução mágica para
acabar com o problema, e não é do dia pra noite
que se resolvem as coisas. Muito menos sendo uma
pessoa falsa, escondendo suas atitudes e opiniões, e
vestindo uma “máscara” para tentar contornar a
situação. O que podemos fazer, são coisas simples:
Se você vê que seu colega vai pegar um plantão e
está exausto dos treinos, quebre esse galho uma vez
por ele, troque o plantão! Quando você estiver
apertado com a iniciação ou os estudos, e ele
folgado com os treinos e etc, quem quebrará o
galho será esse seu colega... Apóie todo tipo de
produção cientifica e cultural dentro da faculdade,
quem sabe um dia você não poderá falar “Esse cara
aí da TV sentava do meu lado” ou coisas desse
tipo... Mas no final das contas, a idéia que quero
transmitir é de união e valorização. Somente nos
apoiando, uns aos outros, sempre juntos, é que
conseguiremos alcançar todos nossos objetivos, e
também comemorá-los juntos, como uma
verdadeira FAMÍLIA! Não me canso de dizer,
trabalhando juntos, nada poderá nos abater!
Beijos a todos
Jota