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1.

EXAME DOS FATORES DE TIRO

1.1. POSIÇÃO Em princípio, é preciso esclarecer que, em confronto,


o atirador deverá tomar a posição que melhor convier ao momento para ele, objetivando
sempre sua melhor conduta, e melhor favorecimento para o seu disparo, e por esse
motivo são ensinadas diversas posições reais de confronto, com respectivo emprego
mais favorável, para que o homem aplique ao máximo sua VIVACIDADE, adaptando-
se por reflexo ao melhor favorecimento da situação através do uso de proteções, relevos
naturais, viaturas, ou mesmo, usando o disparo a longa distância, o qual pode ser muito
válido, embora muitos não creiam.

1.2. EMPUNHADURA Consistem de ALTURA, ENVOLVIMENTO


e PRESSÃO: é necessário entender que se empunharmos muito alto, estará
prejudicando o trabalho do cão à retaguarda, e ainda dificultando a ação do dedo
indicador, durante a ação dupla, favorecendo a chamada “pane de dedo” por má posição
da mão; no entanto, se empunharmos muito baixo, aumentará o recuo da arma,
aumentando o tempo de recuperação da visada, daí ser o ideal que o início da mão
(região entre o polegar e o indicador) comece justamente com o início do cabo do
revólver. Deve-se dar grande atenção para o problema da pressão da mão no cabo,
evidenciando que uma vez feita à pegada, esta não deve, em hipótese alguma, ser
desfeita, o que ocorrendo, mostrará que a pegada não foi firme suficiente afrouxando-se,
pois a arma na mão. Pressione somente com os dedos anular, médio, mínimo e polegar,
até as mãos ficarem tremulas, relaxando até o tremor passar, e não modifique mais. O
dedo indicador não participa da pegada, ele apenas de acionar a tecla do gatilho,
independentemente da pegada. Dê atenção para isso. Evite, ao máximo, a ocorrência
desse erro. Lembre-se que, a cada disparo, se o instruendo refizer a pegada, isso é sinal
claro que sua pegada está frouxa; atente para esse detalhe e tente corrigi-lo.

1.3. VISADA Não permita que a massa cresça ou desapareça do


entalhe de mira; não deixe que ela “corra” para a direita ou para a esquerda; iguale as
entradas de luz dos dois lados da massa no entalhe. Não faça correções absurdas. Depois
de feita a visada e concluído o tiro, procure manter os olhos abertos para não diminuir o
seu campo visual.
1.4. RESPIRAÇÃO É importante, sempre que possível, mantermos a
respiração presa durante o disparo ou uma seqüência de disparos, para tanto devemos
apenas manter mais ou menos 40% da capacidade pulmonar, para então concluirmos o
acionamento da tecla do gatilho. É importante lembrar, que após aproximadamente 8
segundos com a respiração presa, começa faltar oxigênio no cérebro, prejudicando
assim a visão. Após cada disparo ou seqüência de disparos, sempre que for possível
respire várias vezes rapidamente para hiper-ventilar os pulmões aumentando assim a
concentração de O2 no sangue.

1.5. ACIONAMENTO DA TECLA DO GATILHO Constitui-se


no fator crucial de aprendizado. Em um primeiro momento, deve ser usada, nas
posições pedidas, a ação dupla, uma vez que, esta é a verdadeira ação de confronto. Em
segundo lugar, na ação dupla, a dobra do dedo entre as falanges deve coincidir com a
quina direita da tecla (arma do destro), e que a ação do dedo indicador deve ser trazida
para trás, no sentido do eixo do antebraço e não em diagonal, o que provocará tiros em
linha, à esquerda, para os destros, e a direita, para os sinistros, caracterizando a típica
PUXADA FORA DE EIXO. Com calma, procure combater outro fenômeno, que cedo
ocorrerá: o homem afrouxa a pegada e, aciona a tecla, conjuga a pegada dos quatro
dedos, com o movimento de acionamento do dedo indicador na tecla do gatilho,
caracterizando o que os Americanos chamam de “tirar leite”, pois é uma ação com
aquela referida; ele, ao invés de comandar a ação somente para o dedo indicador. O faz
para todos os dedos, o que impede a ação correta do dedo indicador, não conseguindo
este realizar o acionamento, originando a “pane de dedo” curiosamente chamada, pois,
enquanto não corrigido este fato, o homem fica sem poder realizar disparo em ação
dupla. É preciso lembrar que o problema é de “cuca”, ou seja, comando só para o dedo
indicador. Muito comum também, será o acionamento brusco da tecla do gatilho, por
prevenção contra o estampido do revólver; inicia-se o movimento do cão a retaguarda e
o mesmo termina bruscamente, e muitas vezes, nem se inicia o movimento lentamente,
e assim, num movimento único e repentino, típico dos filmes “cowboy”, o que
provocará tiros “enterrados”, isto é, abaixo da silhueta, e muitas vezes, no chão a uma
distância de 10 metros. Em último caso, pode ser que tampando os ouvidos, evite-se
esse erro, pois diminuirá o barulho. Em ação simples o acionamento deve ser feito com
a extremidade da terceira falange do dedo indicador, uma vez que um tiro efetuado,
nesta ação, acarretará um erro muito maior que em ação dupla.
5- POSIÇÕES BÁSICAS DO TIRO POLICIAL

6 METROS - INSTINTIVO - DUAS MÃOS


EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta é a posição de confronto, máxima
rapidez, curta distância e ambiente interiores. Não é de grande precisão mais pode
produzir impactos agrupados com rapidez cegante. É realmente o tiro instintivo. Pois é
feito por instinto ao invés de mira deliberada e a arma é vagamente percebida pela vista,
fruto da visão periférica. Quando a situação é realmente conturbada como num tiroteio
em pequeno recinto e as distâncias curtas, as coisas tendem a se tornar extremamente
confusas; estampidos e projéteis traçando os ares; pedaços de móveis e fragmentos
diversos, ricochetes e confusão geral. Tudo isso obriga o atirador a aplicar o
mandamento de que contra pessoal somente se aplica dois tiros-homem, procurando
atingir a região do abdome. Para isso deve-se olhar o local que se quer atingir (região do
abdome) e tentar observar, por reflexo, o local de primeiro impacto (normalmente na
perna, ela se move, no peito, o homem tende a cair para trás pela força do impacto; na
barriga ele curva). NÃO PROCURE SANGUE (como mostra nos filmes no cinema).
Caso o agressor fuja para a esquerda ou para a direita não torça o tronco para atirar, e
sim faça pivô na perna que convier e não desfaça a posição, atire, pois, sempre de frente
para o alvo.
EXECUÇÃO – Pernas afastadas e flexionadas na abertura do ombro; tronco
ligeiramente inclinado para frente; braços rígidos mais não totalmente estendidos; mão
esquerda empolga a mão direita, arma na direção do externo; evite a quebra do punho
para cima, evite encolher o braço; olhar no plexo do oponente.
VARIANTE – Encostado – pé esquerdo à frente, perna esquerda flexionada e
direita trancada; mão esquerda segura o punho direito; antebraço esquerdo colado ao
tronco; mão direita junto à cintura. É a posição ideal para a revista de preso, pois a arma
encostada impossibilita o revistado de atacá-lo, e a mão esquerda fica livre para revistar
o agressor
6 METROS - INSTINTIVO - MÃO DIREITA E ESQUERDA
EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Idêntico ao instintivo duas mãos, sendo
ainda mais rápido de se executar, no entanto deverá obedecer as mesmas prescrições
citadas na posição anterior.
EXECUÇÃO – A posição é idêntica a de duas mãos, com exceção agora para a
mão esquerda, em se tratando de tiro com a mão direita, que ficará solta naturalmente ao
longo do corpo; ao inverso se dará com respeito ao tiro com a mão esquerda, quando o
braço direito é que ficará solto ao longo do corpo.

10 METROS - DUAS MÃOS


EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Ação de inopino; a surpresa ao invadir-se
uma favela, com suas vielas estreitas; permita grande precisão pela distância e ainda
pelo apoio que dá a mão esquerda ao ajustar-se com a direita; permite locomoção e
vivacidade e ainda a possibilidade de mesmo ferido continuar em confronto, por causa
de seu desequilíbrio para frente. DEVE SER USADA SEMPRE APÓS UMA
MOVIMENTAÇÃO; nunca seja um alvo imóvel. Pode-se atirar caminhando para
frente ou para o lado, fazendo-se pivô numa das pernas, portanto jamais torça o tronco
para atirar.
EXECUÇÃO – Mão direita empunha a arma, mão esquerda envolve a direita
servindo de base ou com os quatro dedos maiores sobre os da mão direita; polegar
esquerdo sobre o polegar direito, braços totalmente estendidos, tronco ligeiramente
inclinado para a frente, joelhos levemente flexionados.

10 METROS - MÃO DIREITA


EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Idêntico ao de duas mãos.
EXECUÇÃO – Braço direito totalmente estendido; tronco flexionado para
frente; joelhos levemente flexionados para favorecer a movimentação; braço esquerdo
caído naturalmente.
VARIANTE – Perfil – braço direito totalmente estendido, rígido; perna direita
flexionada a 90º; perna esquerda trancada, braço esquerdo solto naturalmente.
VARIANTE – Baby – braço direito estendido, braço esquerdo serve de suporte
para o direito, dobrado abaixo do mesmo, mão esquerda segurando firmemente o braço
direito na altura do tríceps, perna esquerda flexionada a 90º e a direita trancada.

10 METROS - MÃO ESQUERDA


EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Impossibilidade de uso da mão direita,
por ferimento ou mesmo por conveniência, nas mesmas situações comuns às duas mãos.
EXECUÇÃO – Tronco de frente para o alto, levemente flexionado, braço
esquerdo estendido; braço direito solto naturalmente (como se estivesse ferido); joelho
esquerdo flexionado; perna direita trancada.
20 METROS – MÃO DIREITA - BARRICADO
EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta é a posição favorita de tiro policial: é
rápida, firme, permite boa visibilidade, protege e esconde o atirador. A única
desvantagem é que precisa de proteção para todo o corpo e que nem sempre está onde
precisa. Situações de confronto em que o homem tem a chance de procurar a cobertura
para o seu lado esquerdo é o ideal emprego da posição. É um tiro de precisão absoluta,
pois a arma está totalmente apoiada e ainda, o atirador tem a alto-confiança ditada pela
cobertura. É UMA POSIÇÃO ALTAMENTE VÁLIDA EM CONFRONTO. Exija o
máximo aproveitamento dela.
EXECUÇÃO – Mão esquerda, através da bochecha, apoiada na barricada; braço
esquerdo e direito estendidos; mão esquerda empolga o punho direito. CORPO
TOTALMENTE ATRÁS DA BARRICADA.
VARIANTE – Mão esquerda espalmada na barricada, polegar saltado; punho
direito apoiado no polegar que se fecha para dentro.
VARIANTE – No caso de não serem superfícies com quina viva – antebraço
esquerdo apoiado na barricada; braço direito apoiado na palma da mão esquerda.
VARIANTE – De joelhos, esquerdo alto e direito no chão, posição da mão
esquerda, à vontade na barricada.

20 METROS - MÃO ESQUERDA - BARRICADO


EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Nem sempre encontraremos cobertura
para o lado esquerdo do corpo, e assim se acharmos somente para o lado direito, não é
certo atirar com a mão direita expondo todo o corpo, pois sérios reveses já tiveram
notícias desse errado emprego, portanto cabe usar a posição citada. CONTINUA
SENDO ALTAMENTE VÁLIDA A POSIÇÃO, e não se surpreenda, se muitos destros
obtiverem melhor resultado nessa modalidade.
EXECUÇÃO – Idem em tudo, inclusive nas variantes cabíveis, à mão direita
barricada, respeitando-se as devidas inversões para a mão esquerda.

30 METROS - DEITADOS
EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta posição oferece grande precisão e
pode ser tomada com grande rapidez por atiradores experimentados. É aplicável para a
pontaria demorada em campo aberto onde o tiro colina abaixo é freqüente. Tem grande
utilidade para o confronto, especialmente em telhados, terraços e passarelas. Contra ela
esta extremamente limitada visibilidade (qualquer pequena moita de capim ou
ondulação do terreno pode obscurecer o alvo) Pode-se usar proteção de um meio-fio ou
um tronco de árvore, colocando-se o corpo em diagonal a este e atirando-se pelo lado.
EXECUÇÃO – Deitado de frente para o alvo, braços estendidos, mão esquerda
servindo de base para a direita, empolgando-a; pés juntos com calcanhares arriados.
VARIANTE – Perpendicular ao alvo (proteção de um tronco ou meio-fio),
perna esquerda flexionada (para o destro), direita arriada, visando por sobre o braço
direito, apoiando-se o rosto no deltóide.

50 METROS - AJOELHADOS
EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta posição, apesar de pouco conhecida
e empregada, deveria ser aperfeiçoada e treinada por todos os atiradores policiais. É
excelente para tiros de longa distância, sendo uma ótima combinação de rapidez,
firmeza, visibilidade e proteção. Não tira o atirador de seus pés, como ocorre na posição
sentado e ainda fornece precisão quase iguala das armas longas. É um tiro de alta
confiança, que muitas vezes surpreende o inimigo; uma PATAMO que chegue a 50
metros, presumíveis, numa situação de um assalto, pode ter condição de atuação com
excelentes resultados, SEM RISCOS PARA TERCEITOS. É um tiro de concentração,
usado, portanto, em ação simples.
EXECUÇÃO – Sentam no calcanhar direito, joelhos em 90º, cotovelo esquerdo
se introduz, pela depressão formada pelos músculos do joelho esquerdo que está alto,
enquanto o joelho direito está no chão, braço direito apoiado na palma da mão esquerda.
A última coisa a fazer é armar o cão com o polegar da mão esquerda, deixando o dedo
indicador fora do gatilho. Normalmente a visada deve ser feita no peito, alto à direita.

75 METROS - SENTADOS
EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – É uma posição muito firme mais requer
condições do terreno muito especiais. É muito lenta e expõe o atirador, É primeiramente
uma posição de caça, dando igual precisão ao tiro deitado, porém com visibilidade
muito melhor. É ideal buscar-se quando possível um apoio para as costas, pelo menos
tão alto quanto à cabeça quando se senta no chão. O uso correto dos fundamentos dirá
que este, também é um tiro de consecução bastante precisa. Há uma correção natural da
visada, para pouco acima do ombro direito de quem vê, mas cada um achará a sua
correção devida e ajustada.
EXECUÇÃO – Ideal é ter um reparo às costas para relaxamento dos músculos
da coluna; manter as pernas dobradas em abertura igual aos ombros, braços estendidos e
apoiados sobre os joelhos, pés plantados no solo ou com as pontas para cima, forçando
os calcanhares no chão. Todavia o mais comum é não ter apoio para as costas; manter
então, pernas cruzadas à frente do corpo, joelhos podem prender os cotovelos para
dentro, ou simplesmente os cotovelos se apóiam nos joelhos; havendo uma variante de
cócoras com pés plantados, na impossibilidade de sentar-se, ou para obter-se maior
rapidez na tomada da posição.

6- SEGURANÇAS DURANTE O TIRO


Toda a responsabilidade durante o tiro será sua. É preciso que você incuta
nos instruendos o perigo que uma arma na mão pode causar quando o homem se distrai.
Cite exemplos. Você tem de ser o líder durante a instrução e para tal sugerimos os
seguintes comandos, os quais devem ser cumpridos à risca pelos instruendos:

- “Atiradores a seus postos”,


- “Arma na mão esquerda”,
- “Cartuchos na mão direita”,
- “Carregar, entrar na posição, empunhar firmemente”,
- “Fogo, à vontade”,
- “Série terminada, (só responde quem não tiver terminado) armas no coldre”,
- “Pista fria, aos alvos”.

Lembre sempre, a todo instante, os seguintes mandamentos:

6.1. Nunca coloque o dedo no gatilho a menos que esteja pronto para atirar.

6.2. Nunca aponte a arma, carregada ou não, a menos que pretenda atirar.

6.3. Nunca pergunte se uma arma está carregada; verifique você mesmo, e com o
dedo fora do gatilho, e ainda, apontando a arma para lugar seguro.
6.4. Nunca atire em seco exceto em lugar apropriado e somente após a inspeção
rígida da arma. Mantenha para tiro em seco a arma com estojos vazios, para
proteção do percussor.

6.5. Durante a instrução no estande, mantenha sempre o revólver com o cilindro


aberto sobre a bancada. Se for uma arma semi ou automática mantenha a culatra
aberta e sem o carregador.

6.6. Mantenha a arma limpa. Verifique se há corpo estranho dentro do cano, para
tal, introduza abaixo do cano a unha do dedo polegar para melhor observação,
sempre use a munição e carga recomendada ao tipo de arma.

6.7. Nunca deixe uma arma abandonada, carregada ou não.

6.8. Nunca atire em objetos que possam causar ricochete do projétil, atire somente
em alvos regulamentares, em linha de tiro ou estandes aprovados onde não haja
moradias e pessoas.

6.9. Qualquer instrução ou prática de tiro deve ter sempre um observador e


responsável presente.

6.10. Quando receber ou apanhar uma arma, verifique imediatamente se está


carregada. Faça disso um ato reflexo, um cacoete, uma mania. Fora da instrução ou
das operações, transporte sempre a arma no coldre e em segurança (apresilhada).

6.11. Quando devolver ou guardar a arma verifique se está descarregada.

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