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GESTÃO EMPRESARIAL I
TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO
Nome : ___________________________________
Apresentação
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GESTÃO EMPRESARIAL I DOCENTE – SILVIO DONIZETE DE FREITAS
Considera-se que um dos traços mais marcantes da evolução da humanidade ao longo do tempo é
a mudança da sociedade quanto a sua forma de ver e de vivenciar o trabalho. Inicialmente os
artesãos dominavam a produção, através de um conhecimento acumulado ao longo de gerações e
realizado em pequenas oficinas, comumente para atender encomendas específicas de seus poucos
clientes. Após a Revolução Industrial vemos a substituição deste artesão por operários; das oficinas
pelas fábricas e da produção por encomenda para a produção em massa. O mundo nunca mais
seria o mesmo! O ofício de produzir já não comportaria mais o empirismo e o improviso de outrora.
A ordem agora era produzir o máximo com o mínimo de custo, eliminar as perdas e o desperdício.
Os estudiosos então perceberam que só teriam sucesso se buscassem implantar técnicas que
viabilizassem maior produtividade. Assim, a Administração que desde sempre acompanhava a
humanidade, passou a ser indispensável para a realidade destes novos tempos.
Administrar é planejar metas, organizar recursos, dirigir pessoas e controlar resultados. Mas estas
quatro ações englobam um mundo de informação, conhecimento e experiência acumulado ao
longo da história em especial após a Revolução Industrial.
Nesse sentido, conhecer a Teoria Geral da Administração é tão essencial para o administrador
como é para um médico aprender sobre anatomia e fisiologia. É fundamental para quem irá decidir
hoje, conhecer o que pensavam os estudiosos da administração, quais os caminhos que trilharam,
as experiências que tiveram, os erros e acertos que cometeram. Dessa forma tem-se conteúdo
para embasar nossas próprias decisões.
Você verá que a evolução da administração se confunde com a evolução da sociedade e o melhor,
você perceberá o quanto ainda há para ser construído e que você como estudante de
Administração tem um papel chave a desenvolver nessa sociedade.
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Então :
FUNÇÕES ADMINSTRATIVAS :
• Solucionar problemas
• Organizar e alocar recursos (recursos financeiros e tecnológicos e as pessoas).
• Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar)
• Negociar
• Tomar as decisões.
• Mensurar e avaliar (controlar).
As características do gestor
Entende-se como características do gestor, suas funções, habilidades e competências.
Segundo Araujo(2004), “as funções do gestor foram, num primeiro momento, delimitadas
como: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. No entanto, por ser essa
classificação bastante difundida, é comum encontrá-la em diversos livros e até mesmo em
jornais de forma condensada em quatro categorias. São elas: planejar, organizar, liderar e
controlar.”
Organizar: pode-se constatar que [...] se fosse possível seqüenciar, diríamos que depois
de traçada(s) a(s) meta(s) organizacional (ais), é necessário que as atividades sejam
adequadas às pessoas e aos recursos da organização, ou seja, chega a hora de definir o
que deve ser feito, por quem deve ser feito, como deve ser feito, a quem a pessoa deve
reportar-se, o que é preciso para a realização da tarefa. (ARAUJO, 169, 2004).
Liderar: envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum.
“Meta(s) traçada(s), responsabilidades definidas, será preciso neste momento uma
competência essencial, qual seja, a de influenciar pessoas de forma que os objetivos
planejados sejam alcançados.” (ARAUJO, 170, 2004).
Cada uma das características podem ser definidas separadamente, porém dentro da
organização, são executadas em conjunto, ou seja, não pode ser trabalhados disjuntas.
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Chiavenato (2003, p.3 apud Katz) afirma que para um administrador ser bem sucedido no
seu trabalho é necessário que desenvolva algumas habilidades, definidas como: Técnicas,
Humanas, Conceituais.
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ANOS
TEORIA
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e individuais;
Teoria do desenvolvimento Mudança organizacional planejada;
organizacional Abordagem de sistema aberto;
Análise intra-organizacional e análise
Teoria estruturalista
ambiental;
Teoria neo-estruturalista
Abordagem de sistema aberto;
Ambiente
Análise ambiental (imperativo
Teoria da contingência ambiental);
Abordagem de sistema aberto;
Administração da tecnologia (imperativo
Tecnologia Teoria dos sistemas
tecnológico);
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Conceitos de Administração
A administração parece ter tantos conceitos quanto há administradores. Embora a temática básica
permaneça a mesma, a forma de colocar os pensamentos diverge muito de autor para autor, o que
permite uma visão mais ampla da abrangência da ação do administrador.
Apresenta-se abaixo alguns conceitos para que você possa ter acesso ao pensamento de alguns
dos mais dedicados estudiosos da administração e ao final deixaremos um espaço para que você
possa criar o seu próprio conceito.
“A administração nada mais é do que a condução racional das atividades de uma organização seja
ela lucrativa ou não-lucrativa. A administração trata do planejamento da organização
(estruturação), da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de
trabalho que ocorrem dentro de uma organização” (CHIAVENATO, 2003, p.2)
“Administrar é um processo integrativo da atividade organizacional que permeia nossa vida diária.
A necessidade de administrar surge do confronto entre as variáveis que compõem uma atividade
formalmente estruturada, como recursos materiais e humanos, tecnologia, restrições ambientais,
entre outros”. (Kwasnicka, 2004, p.19)
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“Administrar significa assumir tarefas. Significa disciplina. Mas significa também gente. Cada
realização da administração é a realização de um administrador. Cada fracasso, é o fracasso de um
administrador. São pessoas que administram, e não “forças” nem “fatos”.” (DRUCKER, 2002, p.5)
Os conceitos acima permitem formar uma idéia interessante do que seja administrar. Exercite
agora seu aprendizado e use este espaço para registrar o seu próprio conceito:
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Estudo de Caso :
o administrador deve estar focalizado no futuro para poder preparar sua empresa para enfrentar
os novos desafios que surgem, seja por meio de novas tecnologias, novas condições sociais e
culturais, seja por meio de novos produtos e serviços. Além disso, deve pensar globalmente (ver o
mundo) e agir localmente (atuar na empresa). Para levar sua empresa à excelência, o
administrador deve ter espírito empreendedor, aceitar desafios, assumir riscos e possuir um
senso de inconformismo sistemático. Somente assim o administrador pode conduzir sua empresa
a uma situação melhor. O que você acha de tudo isso?
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A PROMOÇÃO DE MARCELO
Marcelo Gonçalves refletiu bastante sobre sua recente promoção ao cargo de Gerente do
Departamento de Novos Produtos. O que deveria fazer para começar de maneira satisfatória?
Suas principais dúvidas estão relacionadas com os seguintes desafios:
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ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
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O ano é 1898. A Bethlehem Steel vendeu 80 mil toneladas de ferro em lingotes. Agora é preciso
carregar vagões com os lingotes, que estão amontoados em pequenas pilhas ao ar livre. Essa
operação deve ser executada manualmente. Os operários contratados para essa gigantesca
tarefa começaram movimentando 12,5 toneladas por homem por dia, o melhor que se pode
conseguir.
Chamado para estudar a eficiência do processo, Frederick Taylor chegou decidido a aplicar a
administração científica. Taylor adotou uma combinação de pagamento elevado, proporcional à
quantidade movimentada, seleção dos melhores trabalhadores e orientação para realizar a tarefa.
Porém, o Taylor percebeu que os trabalhadores iriam começar correndo, para ganhar bastante, e
rapidamente ficariam exaustos, sendo obrigados a interromper o trabalho muito antes de terminá-
lo.
Taylor, então, descobriu que homens de físico adequado conseguiriam aumentar a quantidade de
toneladas movimentadas, com total segurança, desde que os supervisores os obrigassem a
descansar a intervalos freqüentes. Em resumo, ele descobriu que, para produzir o melhor
resultado possível, um trabalhador que ele considerava de primeira classe, carregando lingotes
que pesavam cerca de 45 quilos, deveria trabalhar apenas 43% do tempo. A "ciência" de carregar
lingotes de ferro, desse modo, consistia primeiro em escolher o homem apropriado, e segundo,
em obrigá-lo a descansar a intervalos que se havia descoberto serem os mais eficientes, após
cuidadosa investigação.
1. 1. Que aconteceria se Taylor não obrigasse os homens a descansar? Você acha que eles se
esgotariam e sua produtividade diminuiria, como Taylor previu?
4. 4. Você acha que trabalhar menos produz mais em qualquer situação? Você recomendaria isso
a seus auxiliares?
5. 5. Você conhece outras situações em que as pessoas precisam descansar para poder realizar
uma tarefa?
6. 6. Em sua opinião, por que algumas pessoas trabalham demais: necessidade, excesso de
trabalho, falta de método, compulsão, vontade de agradar o chefe, recompensa elevada
ou outro motivo?
7. 7. Você acha que, de forma geral, as pessoas que trabalham com inteligência não precisam
trabalhar muito para alcançar bons resultados?
Fordismo
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Outra importante contribuição para a construção da Administração foi feita por Henry Ford
(1863-1947), fundador da Ford Motor Company e criador da linha de montagem móvel
que revolucionou o modo de produção e a estratégia comercial de sua época. Foi tal a
importância do que ele realizou, que alguns consideram seu feito como uma segunda
Revolução Industrial. O fordismo não se constitui em uma teoria da Administração, mas
em uma associação dos princípios de Taylor, com o incrível complemento da linha de
montagem que possibilitou a produção e, por conseguinte, o consumo em massa. A profa.
Sônia M. G. Larangeira, formula o seguinte conceito para o fordismo:
Mas não foi só na aplicação da linha de montagem ao sistema de produção que Ford
inovou.Segundo MAXIMIANO (2000, p.59), Ford Também:
“Revolucionou a estratégia comercial da sua época. Fabricou o primeiro carro popular, Criou um
plano de vendas. Criou a assistência técnica de grande alcance. Repartiu, em 1914, parte do
controle acionário da empresa com os funcionários. Estabeleceu salário mínimo de US5,00 por dia
de trabalho com jornada diária de 8 horas. Em 1926 fabricava 2.000.000 de carros por ano.
Produzia desde a matéria prima inicial ao produto final acabado. Criou a distribuição através de
agências próprias. Idealizou a linha de montagem, com produção em série, padronizada e de custo
mais baixo”.
A idéia básica de Ford era tornar os veículos que produzia acessíveis ao grande público.
No início da história do automóvel, eles eram produzidos de forma artesanal, com custos
elevadíssimos e somente os ricos poderiam adquiri-los. Com a aplicação da linha de
montagem, Ford obteve resultados incríveis na produção, o que lhe permitiu oferecer ao
mercado de automóveis, preços de fato populares.
MAXIMIANO (2000, p.59) explica:
Com isso, a venda de automóveis do modelo Ford T disparou. Em 1923 já eram produzidas
mais de 2.000.000 (dois milhões) de unidades deste modelo. Mas todo este crescimento
teve seu custo. (MOTTA & VASCONCELOS, 2002, p.40) relatam o ponto fraco do modelo de
produção fordista: “Ele propunha ao cliente escolher a cor que quisesse para o seu
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automóvel, desde que fosse a cor preta”. O motivo disto era que com a cor preta, a tinta
secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente. Assim, Ford
ofertava ao mercado um único modelo de uma única cor, mas em compensação oferecia
um veículo de baixo custo, o que constituía uma grande evolução para a sociedade da
época, na qual, comprar um carro já era uma enorme conquista.
Este sistema desenvolvido por Ford acabou se tornando universal. Qualquer indústria
acaba por aplicar seus princípios em algum de sua produção. Foi uma verdadeira
revolução que teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas
décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos
Dourados.
Ford adotou três princípios básicos para alcançar maior eficiência e produtividade:
Segundo MEGGINSON, MOSLEY, & JR, PIETRE (1998, p.45) a tese mais importante de Fayol
se relaciona à universalidade dos princípios que podem ser aplicados às funções da
Administração em todas as formas de esforço humano organizado”. Fayol partiu de um
ponto de análise diferente do de Taylor. Enquanto este focava nas tarefas desenvolvidas
no chão da fábrica, Fayol se preocupou em trabalhar e desenvolver uma estrutura
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Assim como Taylor, Fayol acreditava que haviam princípios gerais que norteariam o
exercício da Administração por qualquer pessoa em qualquer situação e também, à
semelhança de Taylor, não foi o autor de todos estes princípios, pois utilizou uma
coletânea de diversos autores de sua época.
III. Disciplina: Respeito aos acordos estabelecidos entre as partes da empresa e que exige
obediência, aplicação, energia, comportamento, respeito;
IV. Unidade de Comando: autoridade única. Cada funcionário deve receber ordens de
apenas um superior. Aqui há uma diferença clara entre o pensamento de Fayol e o de
Taylor que propunha uma supervisão funcional com vários supervisores para um
funcionário;
V. Unidade de Direção: uma cabeça e um plano para cada grupo com o mesmo objetivo.
Convergência de esforços para alcance do objetivo estabelecido;
VI. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: o que é bom para todos
deve sobrepujar em importância, dentro das organizações, o que é bom para apenas um
indivíduo ou grupo;
IX. Cadeia escalar: Hierarquia. Linha de autoridade do nível mais alto ao mais baixo. É
uma forma de garantir o respeito dos níveis inferiores aos superiores e facilitar a
manutenção da disciplina, da ordem e do controle.
X. Ordem: material e humana. Um lugar para cada coisa. Pessoas e materiais devem estar
em lugares adequados e no tempo certo para o máximo de eficiência.
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4 - COORDENAR: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos para
alcance do
objetivo pré-estabelecido;
Para Fayol, essas funções da Administração podem ser encontradas em todos os níveis da
organização, mas especialmente nos níveis mais altos, onde elas ganham maior
importância e força.
Trata-se aqui da mesma preocupação presente entre Taylor e seus colaboradores, quando
queriam eliminar todo empirismo e improviso das práticas administrativas, por técnicas
que fossem testadas e aprovadas. Fayol ia além ao propor um ensino organizado e
sistemático da Administração, baseados nos princípios gerais por ele exposto, para
formação de administradores.
2 – A TEORIA DA ORGANIZAÇÃO
A teoria clássica sofreu uma forte influência das organizações militares e eclesiásticas na
sua concepção das empresas, reproduzindo um modelo onde existia muita rigidez e
hierarquização. A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou seja, uma
linha de autoridade que interliga as posições da organização e define quem se subordina
a quem. Aqui estabelece-se a unidade de comando, onde cada empregado deve se
reportar a um só superior.
Fayol, assim como Taylor, também acreditava que a especialização levava a eficiência,
então a divisão do trabalho era valorizada e estimulada, só que havia uma diferença de
aplicação deste conceito entre eles. Enquanto a Administração Científica aplicava a
divisão de trabalho para os operários, fragmentando suas tarefas, a Teoria Clássica se
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preocupava com a divisão de trabalho no nível dos órgãos que compõem a organização,
isto é com os departamentos, divisões, seções, unidades, etc, e se estendia tanto
verticalmente (através da cadeia de comando e níveis de autoridade) quanto
horizontalmente (no mesmo nível hierárquico cada departamento ou seção passa a ser
responsável por uma atividade específica e própria). Este processo é denominado de
“Departamentalização”.
4 – COORDENAÇÃO
Fayol se preocupou muito com a chamada “Organização Linear”, que constitui um dos
tipos mais simples de organização. A organização linear se baseia nos princípios de:
Essa organização linear apresenta uma forma piramidal. Nela ocorre a supervisão linear,
baseada na unidade de comando e que é o oposto à supervisão funcional de Taylor. Na
organização linear os órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização,
seguem rigidamente o princípio escalar (autoridade de comando).
Porém, para que os órgãos de linha possam executar suas atividades especializadas,
tornam-se necessários órgãos prestadores de serviço especializados, como assessoria,
recomendações, conselhos, e outros. Esses não obedecem ao conceito de princípio escalar
nem possuem autoridade de comando.
Tais serviços e assessorias não podem ser impostos obrigatoriamente aos órgãos de linha,
mas simplesmente oferecidos. Sua autoridade - chamada de autoridade de staff - é
simplesmente autoridade de especialista e não autoridade de comando.
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OBSESSÃO PELO COMANDO - Tendo como ótica a visão da empresa a partir da gerência
administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na
responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo comando.
A maior crítica relativa à influência negativa que os conceitos Taylor e Fayol tiveram
na gestão de empresas - mais especificamente nas indústrias – pode ser claramente
observado no filme de Carlitos: "Tempos Modernos".
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Dessa forma, tanto as teorias desenvolvidas por Taylor, como as de Fayol, sofreram
críticas por serem eminentemente mecanicistas e, até mesmo, motivadas no sentido da
exploração do trabalhador, como se fora uma máquina.
TEORIA DA BUROCRACIA
As Origens da Burocracia
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A Burocracia de Weber
A teoria da burocracia foi formalizada por Max Weber que, partindo da premissa de
que o traço mais relevante da sociedade ocidental, no século XX, era o agrupamento
social em organizações, procurou fazer um mapeamento de como se estabelece o poder
nessas entidades.
Construiu um modelo ideal, no qual as organizações são caracterizadas por cargos
formalmente bem definidos, ordem hierárquica com linhas de autoridade e
responsabilidades bem delimitadas. Assim, Weber cunhou a expressão burocrática para
representar esse tipo ideal de organização, porém ao fazê-lo, não estava pensando se o
fenômeno burocrático era bom ou mau.
Weber descreve a organização dos sistemas sociais ou burocracia, num sentido
que vai além do significado pejorativo que, por vezes, tem. Burocracia é a organização
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eficiente por excelência. E para conseguir essa eficiência, a burocracia precisa detalhar
antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas. Segundo
Weber, a burocracia ideal deveria assegurar a estabilidade, a previsibilidade e a
padronização de comportamentos, visando à máxima eficiência a partir das seguintes
dimensões com suas respectivas características básicas:
Autoridade e Legitimidade
VANTAGENS DA BUROCRACIA
• Racionalidade;
• Precisão na definição de cargos e operações;
• Previsibilidade do funcionamento – rapidez e constância nas decisões;
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• Univocidade de interpretação;
• Padronização de rotinas e procedimentos - uniformidade;
• Redução de conflitos – funções claras;
• Continuidade da organização;
• Subordinação natural aos mais antigos;
• Confiabilidade – impessoalidade, regras claras;
• Hierarquia formalizada;
• Benefícios sob o prisma das pessoas – possibilidade de especialização e carreira;
• Controle – padronização facilita o acompanhamento do desenvolvimento das
tarefas e medição de desempenho;
• Comunicação – formal, sempre por escrito, garantia de interpretação única.
DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA
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conhecimento técnico; ele deve atuar como um generalista especializado, deve ter
competências políticas, comunicativas, sociais, intelectuais e comportamentais para
atuar como um ser pensante para criar, reinventar e revitalizar as organizações,
grupos, indivíduos e a sociedade.
f) Formalismo das comunicações – Na organização burocrata, o emissor não está
preocupado com a decodificação da mensagem, já que a relação entre emissor e
receptor é impessoal; ele, geralmente, não conhece os valores e os sentimentos do
receptor. Isso provoca as disfunções da burocracia ou as conseqüências
imprevistas, pelo fato de o comportamento humano não ser previsível como
apregoava Weber. No atual contexto, o processo de comunicação deve favorecer o
desenvolvimento das atividades dos outros subsistemas.
g) Rotinas e procedimentos – No momento em que se afirma que as organizações
devem estar orientadas para o cliente interno e externo, não faz sentido normatizar
por meio de regras e regulamentos tudo o que é feito na organização. Aqui vale
perguntar: até que ponto um participante da organização pode atender um cliente
por meio de normativas feitas pelas organizações que não levam em conta as
necessidades dos clientes? Hoje, as empresas, para sobreviverem, podem adotar,
para muitas situações, políticas gerais de gestão e/ou de negócios. As políticas
servem como guia d orientação e não como uma ‘camisa de força’.
h) Competência técnica – o mérito técnico, por si só, não basta, o bom profissional
deve ter ‘jogo de cintura’ para atender às demandas não previstas pela burocracia
e possuir competências políticas, organizacionais, intelectuais, sociais,
comunicativas e comportamentais, conforme já citado.
i) Profissionalização do participante – No atual mundo dos negócios, o participante
tem que ser um generalista com uma sólida especialização, tem que ter a visão do
todo; o contexto interno e externo é que determinará a dimensão do cargo; o
participante nem sempre é escolhido pela competência técnica, pelo fato de
prevalecerem os recursos do poder, como o nepotismo, o jeitinho; o tempo é
indefinido, porque na burocracia o participante é útil enquanto a organização
precisa dele; nem todas as organizações possuem um plano de carreira.
j) Previsibilidade do funcionamento – Não se pode controlar o comportamento e as
reações do participante; é imprevisível (conseqüência não desejada pela
burocracia).
1. Análise de Resultados
contratos com empresas da região onde está situada. Conforme um de seus sócios-
proprietários (possui 02 sócios) e administrador, a filial não segue nenhum padrão ditado
pela matriz, já que o mesmo não tem participação nesta. O percentual, do sócio que
administra esta filial, no capital social da empresa é maior.
• Droga Rio Ltda possui apenas uma loja, com seis funcionários e motocicleta própria, para
a busca de receitas e a entrega de medicamentos.Localiza-se no centro de Campo Grande.
A farmácia Droga Rio, começou com dois sócios, mas um dos proprietários não quis
permanecer no negócio, vendendo a sua parte.
Trabalhavam na loja apenas o proprietário e um funcionário, que desempenhava todas as
atividades necessárias.
A farmácia foi crescendo com o passar dos anos e hoje é uma empresa de porte médio que esta
em busca de se tornar uma empresa de porte grande (como uma rede de farmácias,por exemplo).
• Drogaria Rui Barbosa, atuando há mais de 30 anos, iniciou suas atividades com apenas
cinco funcionários. Possui hoje 45 funcionários na matriz e mais 15, nas cinco filiais.
• Droga Leve: O proprietário já trabalhava em farmácias, e resolveu montar seu próprio
negócio. Primeiramente iniciou uma franquia das lojas São Bento, com seis funcionários,
durante dez meses. A franquia foi desfeita por não haver liberdade de administração.
Recomeçou com 04 funcionários, no mesmo prédio.
• Drogaria Alvorada iniciou suas atividades em 1981, com 02 funcionários. Hoje está bem
estruturada, num ponto central, com 11 funcionários.
• São Bento Comércio De Medicamentos & Perfumaria Ltda., fundada a 54 anos pelo
Sr. Adib Assef Buainaim, sendo que, na época, já possuí a características de uma estrutura
organizada. A primeira matriz foi sediada na Cândido Mariano com 14 de julho. Nesta loja
trabalhavam o fundador, seu sócio e um funcionário.
Características:
São princípios, regras, adotadas, por escrito, como base para a realização das tarefas. Consiste, em
outros termos, numa espécie de legislação própria. As normas e regulamentos são racionais porque
são coerentes com os objetivos
Somente a Farmácia São Bento possui normas e procedimentos estabelecidos por escrito, mas
todas as demais seguem uma padronização.
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V2.Comunicação Interna
Consiste em formulários padronizados onde constam todas as informações relevantes que devem
circular pela organização. Todas as decisões e regras são registradas por escrito, para a sua devida
comprovação e documentação.
Na maioria das drogarias é muito mais utilizada a comunicação verbal, mas a Drogaria Rui Barbosa
e a Farmácia São Bento utilizam, também, e-mail, que depois de impresso é assinado pelos
funcionários, e esta última possui um livro ata, de uso freqüente, e formulários de CI.
V3.Divisão de Tarefas
Através de tarefas bem definidas para cada função, estabelecem-se as atribuições de cada
participante, de acordo com os objetivos a serem atingidos.
Na Farmácia São Bento as tarefas são regulamentadas. Cada funcionário possui um crachá de
identificação, no verso do qual constam informações sobre as metas e tarefas inerentes ao mesmo.
Nas demais, as tarefas são divididas entre os funcionários, mas também utilizam-se da cooperação
entre a equipe, existindo ajuda mútua.
V4.Padronização
Modelo que determina rotinas, tarefas, decisões, em situações similares. O funcionário não pode
fazer o que quiser, mas o que a burocracia impõe que ele faça, determinando sua conduta dentro
da organização.
Em todas as empresas citadas existem padrões de procedimentos, mas com maior ou menor
flexibilidade, sendo diretamente proporcional à complexidade da empresa e ao número de
funcionários que possui.
V5.Meritocracia:
Contratação e promoção de funcionários de acordo com seus méritos e competência técnica, e não
nas preferências pessoais. Daí a necessidade de exames, concursos, testes para a contratação e
promoção de funcionários.
Na Drogaria Rui Barbosa e Farmácia São Bento a contratação de funcionários acontece de acordo
com a capacidade e a competência técnica necessárias para a função. Nas demais, apesar desses
critérios serem considerados, utilizam-se muito das indicações pessoais..
V6.Continuidade:
Apenas a Drogaria Alvorada afirmou passar por sobressaltos, na hipótese do afastamento súbito de
algum funcionário. Nas demais, a rotina é facilmente restabelecida.
V7.Treinamento:
Em todas as farmácias entrevistadas são oferecidos treinamentos periódicos, com maior ou menor
freqüência, com exceção da Drogaria Itanhangá, que acabou de iniciar suas atividades e ainda está
em fase de estruturação.
V8.Atendimento ao Cliente:
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Bateman e Snell (1998), citam que uma burocracia pode ser eficiente e produtiva. Entretanto,
burocracia não é o modelo apropriado para todas as organizações. Organizações ou departamentos
que necessitem de tomadas de decisões rápidas e de flexibilidade podem sofrer sob uma
abordagem burocrática. Algumas pessoas podem não dar o melhor de si mesmas com
procedimentos e regras burocráticas.
Na verdade, entendemos que não há um único modelo de burocracia, mas uma variedade de graus
de burocratização. Uma organização pode ser muito burocratizada quanto ao conjunto de
regulamentos, mas escassamente burocratizada quanto à sua divisão do trabalho. A burocracia
varia de acordo com a complexidade estrutural, e conseqüentemente,com o nível de controle
necessário.
A experiência de Hawthorne
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Em 1924, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos fez uma pesquisa para verificar a
correlação entre produtividade e iluminação do local de trabalho, dentro dos pressupostos da
Administração Científica. Pouco antes, Mayo conduzira uma pesquisa em uma indústria têxtil com
elevadíssima rotatividade de pessoal ao redor de 250% ao ano e que havia tentado inutilmente
vários esquemas de incentivos salariais. Mayo introduziu um intervalo de descanso, delegou aos
operários a decisão sobre horários de produção e contratou uma enfermeira. Em pouco tempo,
emergiu um espírito de grupo, a produção aumentou e a rotatividade do pessoal diminuiu.
Contexto da experiência
A literatura a respeito da Experiência de Hawtorne. A Western Electric fábrica equipamentos e componentes
telefônicos. Na
época, desenvolvia uma política de pessoal que valorizava o bem-estar dos operários, mantendo salários
satisfatórios e boas condições de trabalho. Na fábrica de Hawthorne havia um departamento de montagem de
relés de telefone constituído de moças (montadoras) que executavam tarefas simples e repetitivas que
dependiam de sua rapidez. A empresa não estava interessada em aumentar a produção , mas em conhecer
melhor seus empregados.
Na primeira fase da experiência foram escolhidos dois grupos de operários que faziam o
mesmo trabalho e em condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sob
intensidade de luz variável, enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante.
Pretendia-se conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. Os
observadores não encontraram correlação direta entre ambas as variáveis, mas verificaram,
desapontados, a existência de uma variável difícil de ser isolada, denominada fator
psicológico: os operários reagiam à experiência de acordo com suas suposições pessoais, ou
seja, eles se julgavam na obrigação de produzir mais quando a intensidade de iluminação
aumentava e, o contrário, quando diminuía.
A segunda fase da experiência começou em 1927. Foi criado um grupo de observação (ou
grupo experimental): cinco moças montavam os relês, enquanto uma sexta operária fornecia
as peças para abastecer o trabalho. A sala de provas era separada do departamento (onde
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estava o grupo de controle) por uma divisão de madeira. O equipamento de trabalho era
idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um plano inclinado com um contador
de peças que marcava a produção em fita perfurada.
A produção foi o índice de comparação entre o grupo experimental (sujeito a mudanças nas
condições de trabalho) e o grupo de controle (trabalho em condições constantes).
A pesquisa com o grupo experimental foi dividida em 12 períodos, para observar sua
produção.
1. Este período durou duas semanas. Foi estabelecida a capacidade produtiva em condições
normais de trabalho (2.400 unidades semanais por força) que passou a ser comparada com a
dos demais períodos.
2. Este período durou cinco semanas. O grupo experimental foi isolado na sala de provas,
mantendo-se as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se o ritmo de produção.
Serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho.
5. Neste período os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada,
verificando-se novo aumento de produção.
6. Neste período introduziu-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde. A
produção não aumentou, havendo queixas das moças quanto à quebra do ritmo de trabalho.
7. Neste período voltou-se a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um
lanche leve. A produção aumentou novamente.
10. Neste período o grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas, como no 7Q• A
produção aumentou bastante.
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11. Neste período estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária
do grupo experimental continuou a subir.
12. Neste período voltou-se às mesmas condições do 3Q período, tirando-se todos os benefícios
dados, com o assentimento das moças. Esse período, último e decisivo, durou 12 semanas.
Inesperadamente, a produção atingiu um índice jamais alcançado anteriormente (3.000
unidades semanais por moça).
B) Havia um ambiente amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida, o que
aumentava a satisfação no trabalho;
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Foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com condições de
trabalho idênticas às do departamento. Um observador ficava dentro da sala e um
entrevistador do lado de fora entrevistava o grupo. Essa experiência visava analisar a
organização informal dos operários.
A Experiência de Hawthorne foi suspensa em 1932 por motivos financeiros. Sua influência
sobre a teoria administrativa foi fundamental, abalando os princípios básicos da Teoria
Clássica então dominante.
Quanto maior a integração social no grupo de trabalho, tanto maior a disposição de produzir.
Se o empregado apresentar excelentes condições físicas e fisiológicas para o trabalho e não
estiver socialmente integrado, sua eficiência sofrerá a influência de seu desajuste social.
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Essas crenças e expectativas - sejam reais ou imaginárias - influem nas atitudes e nas normas
e padrões de comportamento que o grupo define como aceitáveis. As pessoas são avaliadas
pelo grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento: são bons colegas se seu
comportamento se ajusta a suas normas e padrões de comportamento ou são péssimos
colegas se o comportamento se afasta delas.
D. Grupos informais
Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização (como
autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios
gerais de Administração, departamentalização etc.), os autores humanistas se concentravam
nos aspectos informais da organização (como grupos informais, comportamento social dos
empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc.). A empresa passou a ser
visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais, cuja estrutura
nem sempre coincide com a organização formal da empresa, ou seja, com os propósitos
definidos pela empresa. Os grupos informais constituem a organização humana da empresa,
muitas vezes em contraposição à organização formal estabelecida pela direção. Os grupos
informais definem suas regras de comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais,
objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai
assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento.
E. Relações Humanas
No local de trabalho, as pessoas participam de grupos sociais dentro da organização e
mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar o comportamento humano nas
organizações, a Teoria das Relações Humanas passou a estudar essa interação social. As
relações humanas são as ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre
pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no
comportamento e nas atitudes das outras com quem mantém contatos e é, por outro lado,
igualmente influenciada pelas outras. As pessoas procuram ajustar-se às demais pessoas e
grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a seus
interesses e aspirações pessoais.
proposta pela Teoria Clássica não cria a organização mais eficiente. Observaram que os
operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando a política da
empresa. Essas trocas provocavam efeitos negativos na produção, mas elevavam o moral do
grupo. O conteúdo e a natureza do trabalho têm influência sobre o moral do trabalhador.
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A filial do laboratório americano Merck Sharp &Dohme oferece algumas pistas sobre como
alavancar as pessoas. A empresa foi compelida a moldar um sistema que delega decisões
e tarefas e apresenta hoje um dos escores mais elevados de empowerment
(empoderamento das pessoas e equipes), que funciona como uma alavanca para dividir
responsabilidades com o pessoal. Ao invés de resolver os problemas dentro do escritório,
os chefes estão em campo, juntamente com suas equipes. E nem poderia ser diferente: a
maioria do seu pessoal é formada de representantes que se mantêm em contato
permanente com médicos de diferentes especialidades. O planejamento mensal das
metas é todo feito de baixo para cima. Os "propagandistas", a infantaria de campo das
indústrias farmacêuticas, têm autonomia para implementar seus planos de negócios.
Estamos no final da década de 20 e você faz parte da equipe do professor Elton Mayo, de Harvard. Ele
está no momento analisando um problema curioso.
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Um grupo foi organizado na Universidade para estudar o efeito das variações no ambiente físico de
trabalho sobre a produtividade. O estudo foi realizado na fábrica Hawthorne da Western Electric, situada
na cidade de Cicero, Illinois. Esta fábrica é a principal fornecedora de equipamentos (aparelhos de
telefone, estações, cabos, etc) para a Bell System, empresa que tem o monopólio da telefonia nos
Estados Unidos. Cerca de 30.000 pessoas trabalham na fábrica.
O estudo começou com a aplicação de métodos da psicologia experimental, introduzidos nos Estados
Unidos pelo professor alemão Hugo Munsterberg. Inicialmente, o objetivo era descobrir se a produtividade
seria de algum modo afetada por alterações da iluminação do ambiente de trabalho. Para isso, foram
organizados dois grupos de moças, um experimental e um de controle, trabalhando na montagem de
componentes para a fabricação de telefones. As modificações na iluminação seriam feitas apenas no
grupo experimental.
Quando os pesquisadores aumentaram a luz no grupo experimental, verificaram que a produção
aumentava nos dois grupos. Para consternação dos pesquisadores, eles diminuíram a quantidade de luz
no grupo experimental e a produção também aumentou nos dois grupos! Em seguida, os pesquisadores
ofereceram benefícios: lanches e intervalos de descanso. A produção continuou aumentando.
Finalmente, todos os benefícios foram retirados, com a expectativa de que a produção cairia. Para
desalento de todos, a produção chegou a uma quantidade espantosa para os padrões habituais daqueles
grupos. A única coisa que os pesquisadores conseguiram demonstrar era a ausência de qualquer
correlação simples e direta entre os fatores que eles estavam manipulando (iluminação e benefícios) e a
produtividade (peças produzidas). A produção aumentava sistematicamente, qualquer que fosse a
modificação introduzida pelos pesquisadores, inclusive aquelas que presumivelmente deveriam diminuir
os resultados do grupo.
Ninguém estava entendendo nada. Os pesquisadores, então, concluíram que as causas das variações no
desempenho das moças só poderiam estar no comportamento humano. Aparentemente, as moças, por
alguma razão desconhecida, estavam fazendo o que imaginavam que os pesquisadores desejavam que
elas fizessem. Ou seja, elas estavam colaborando com a equipe e a empresa. Mas, seria essa a
conclusão correta? E se fosse, qual o motivo?
Foi então que a equipe resolveu chamar o professor Elton Mayo, australiano radicado nos Estados
Unidos, para ajudar a explicar o que estava acontecendo. Elton Mayo chamou você.
E agora, enquanto dirige seu Ford Modelo T, indo para a primeira reunião com a equipe, você pensa nas
perguntas que o professor pediu para você considerar.
Questões para Debate:
1. Que hipóteses você consideraria para explicar porque as moças agiram de modo contrário ao
esperado pelos pesquisadores? Ou seja, que razões poderiam tê-las levado a aumentar, ao invés de
diminuir sua produção, conforme os benefícios fossem retirados?
2. Você acha que qualquer grupo de trabalhadores teria agido da mesma forma?
3. Que estratégia você sugere para descobrir o que aconteceu?
• Concepção utópica
• Espionagem disfarçada
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Þ A Teoria do sistemas surgiu de uma percepção dos cientistas, de que certos princípios e
conclusões eram válidos e aplicáveis a diferentes ramos da ciência. Imbuído dessa
filosofia, o biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, lançou em 1937 as bases da Teoria
Geral dos Sistemas. Bertalanffy defendia a idéia de que não somente os aspectos gerais
das diferentes ciências são iguais, como as próprias leis específicas de cada uma delas
podem ser utilizadas de forma sinérgica pelas outras.
Þ A teoria foi amplamente reconhecida na administração, durante os anos 60. Sua difusão se
deveu a uma necessidade de síntese e integração das teorias precedentes. De forma
concomitante, possibilitou a operacionalização e a aplicação de conceitos da Teoria dos
Sistemas à administração.
Organismos Organizações
organização.
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Þ Um sistema pode ser visto como um todo organizado ou complexo; uma combinação de
coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário. As idéias centrais da teoria de
sistemas aplicada à administração podem ser explicadas a partir dos seguintes aspectos:
· Homem Funcional - os papéis são mais enfatizados do que as pessoas em si. Nas
organizações, as pessoas se relacionam através de um conjunto de papéis. Diferentes
variáveis interferem nesses papéis: variáveis organizacionais, de personalidade e
interpessoais. A interação de todas elas é fundamental para que a organização alcance
maior produtividade.
· Conflitos de papéis - as pessoas não agem em função do que são mas em função
dos papéis que representam. Cada papel estabelece um certo tipo de comportamento:
transmite uma certa imagem, define o que uma pessoa supostamente deve fazer, o que
“não pega bem”, “não é de bom tom”, não condiz com o comportamento que se espera
dela.
Não é propriamente a Teoria Geral dos Sistemas que nos interessa, mas o seu produto principal: a
sua abordagem de sistemas.
A Teoria de Sistemas se opõe ao mecanicismo que divide organismos em agregados de células,
células em agregados de moléculas, moléculas em agregados de átomos e o comportamento humano
em um agregado de reflexos condicionados e incondicionados. A partir dela, surgem novas
denominações, como sistema solar em Astronomia, sistema social em Sociologia, sistema monetário
em Economia, sistemas digestivo e respiratório em Fisiologia, e assim diante, mas dentro de uma
visão global e integrada.
O conceito de sistemas passou a dominar as Ciências e, principalmente, a Administração.
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Tipos de SISTEMAS :
SISTEMA ABERTO é o sistema que interage dinamicamente com o ambiente que o envolve, tendo
várias entradas e saídas para garantir seu intercâmbio com o meio.
SISTEMA FECHADO é um sistema que não é influenciado pelo seu ambiente externo e nem interage
com ele.
O "homem funcional"
A Teoria de Sistemas utiliza o conceito do "homem funcional" em contraste com o
conceito do "homo economicus" da Teoria Clássica, do "homem social" da Teoria
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A Wall-Mart é uma empresa de venda a varejo, com dezenas de lojas abastecidas por centros de
distribuição que dispõem de estoques suficientes para suprir os pedidos das lojas em sua
jurisdição.
Quando os estoques dos centros de distribuição atingiam um limite crítico, a empresa
encomendava novos pedidos aos fornecedores. Contudo, um dos maiores problemas da Wall-Mart
eram os artigos de grande volume e de pequeno valor unitário que exigiam muito espaço de
armazenamento para tão pouco valor.
A Wall-Mart queria um equilíbrio: nem estoques elevados que acarretam custos financeiros e de
estocagem e nem estoques insuficientes que provocam queda de vendas e reclamações dos
clientes. Para tanto, entrou em contato com a Procter & Gamble para cuidar de seus estoques de
fraldas descartáveis Pampers. Como a P&G conhece melhor a movimentação de fraldas e possui
informações sobre padrões de consumo e reposição de varejistas em todo o país, a Wall-Mart
pediu que a própria P&G assumisse toda a função de reposição de estoques. Com isso, o processo
ultrapassou as suas fronteiras organizacionais que se tornaram interfaces interempresas.
E introduziu-se o reabastecimento contínuo entre fabricante e varejista. A gestão de estoques foi
tão otimizada que as fraldas passam do centro de distribuição para as lojas e delas para o
consumidor antes que a Wall-Mart tenha de pagá-Ias à P&G, o que é feito com o dinheiro já
recebido do consumidor. Os custos de manutenção de estoques de fraldas foram eliminados e
os estoques são geridos com mais eficácia pelo fornecedor, melhor qualificado para tanto. A Wall-
Mart trabalha com menos estoque, menor necessidade de capital de giro e espaço liberado no
centro de distribuição.
Por outro lado, a P&G tornou-se um fornecedor que adiciona valor ao produto que fornece pelo
fato de executar todo o processo de gestão dos estoques. É fornecedor preferencial, com direito
a espaço adicionais prateleiras e nas extremidades dos corredores das lojas da Wall-Mart. A P&G
ganha também pelo fato de gerir sua produção e logística com mais eficiência por dispor de
informação segura sobre a demanda do produto. Os estoques não são mais transferidos em
grandes lotes e irregularmente para a Wall-Mart, mas continuamente e em pequenas quantidades.
Outro benefício para a PG& é a minimização do número de pontos de contato externo no seu
processo de contas a receber. Normalmente, o processo de contas a receber executa a
reconciliação dos pagamentos dos clientes com os pedidos deles e as faturas do próprio
fornecedor, que devem bater entre si. O pedido é gerado pela P&G e não pela Wall-Mart. A P&G
precisa agora apenas de dois pontos de contato nas suas contas a receber:
a fatura e o pagamento.
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
• condições tecnológicas
• condições econômicas
• condições políticas
• condições legais
• condições demográficas
• condições ecológicas
• condições culturais
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organização, pois o mesmo ambiente pode ser percebido de maneiras diferentes por duas
organizações.
O Homem Complexo
Para a Teoria da Contingência as concepções anteriores a respeito da natureza humana
contam apenas uma parte da história e não consideram toda a complexidade do homem e
os fatores que influenciam a sua motivação para alcançar os objetivos organizacionais.
Os autores propõem uma concepção contingencial a que denominam "homem
complexo”, o homem como um sistema complexo de valores, percepções, características
pessoais e necessidades. Ele opera como um sistema capaz de manter seu equilíbrio
interno diante das demandas feitas pelas forças externas do ambiente. Esse sistema
interno se desenvolve em resposta à premência do indivíduo de solucionar os problemas
apresentados no seu defrontamento com o ambiente externo, seja na família, com os
amigos, nas organizações onde atua etc.
Introdução
O sistema de produção japonês, tal como o entendemos, surgiu nos vinte e cinco anos
seguintes à Segunda Guerra Mundial, na Toyota Motor Co. Seu maior idealizador foi o
engenheiro Taiichi Ohno, daí as denominações Sistema Toyota de Produção ou
Ohnoismo, caracterizado por uma preocupação obsessiva com a qualidade em todos
os aspectos do processo produtivo.
Mais recentemente, o conceito de Lean Prodution (Produção Enxuta) veio a designar
o conjunto de técnicas desenvolvidas nos anos 70 por fabricantes japoneses, como a
Toyota e a Matsushita, para reduzir os custos de produção e aumentar a
competitividade. Baseia-se em quatro princípios: trabalho de equipe, comunicação,
uso eficiente de recursos ou eliminação de desperdícios (muda) e melhoria contínua
(kaizen).
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Quando falamos em JIT - o material certo disponível na hora certa, no local certo, no
momento de sua utilização - não estamos falando de um conceito novo. É apenas a
percepção de que se chegar tarde há paralisação do processo produtivo e chegando
muito cedo haverá um simples acumulo de material sem utilidade naquele momento,
desperdiçando espaço e capital. O conceito pode ser considerado natural nas
indústrias de fluxo contínuo.
O sistema Just In Time é uma filosofia de administração da manufatura surgida no
Japão na década de 60, sendo o seu desenvolvimento creditado à Toyota Motor
Company. Este novo enfoque na administração da manufatura surgiu de uma visão
estratégica, buscando vantagem competitiva através da otimização do processo
produtivo.
O sistema visa administrar a manufatura de forma simples e eficiente, otimizando o
uso dos recursos de capital, equipamento e mão-de-obra. O resultado é um sistema
de manufatura capaz de atender às exigências de qualidade e entrega do cliente, ao
menor custo. Existem três idéias básicas sobre as quais se desenvolve o sistema Just
In Time:
a) Integração e otimização de todo o processo de manufatura: tudo o que não
agrega valor ao produto é desnecessário e precisa ser eliminado;
b) Melhoria contínua (Kaizen): a atitude gerencial postulada pelo JIT é: “nossa
missão é a melhoria contínua”. Isto significa uma mentalidade de trabalho em grupo,
de visão compartilhada, de revalorização do homem em todos os níveis dentro da
empresa. Esta mentalidade permite o desenvolvimento da potencialidade humana,
buscando o comprometimento de todos através da descentralização do poder;
c) Entender e responder às necessidades dos clientes: isto significa a
responsabilidade de atender o cliente nos requisitos de qualidade do produto,
prazo de entrega e custo. A empresa JIT deve assumir a responsabilidade de
reduzir o custo total do cliente na aquisição e uso do produto. Desta forma, os
fornecedores devem também estar comprometidos com os mesmos requisitos, já
que o fabricante é cliente dos seus fornecedores. Clientes e fornecedores formam,
então, uma extensão do processo de manufatura da empresa.
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Na verdade, esses objetivos são aspirações normais para qualquer empresa, nem
sempre exeqüíveis devido ao desconhecimento dos meios para alcançá-los. É
necessário estabelecer um programa de educação e treinamento para gerência,
operários, fornecedores e clientes. Cada aspecto do desenvolvimento do sistema JIT
depende de pessoas que trabalhem mais produtivamente, mais integradas à empresa
como um todo, ajudando a melhorar continuamente o sistema.
A abordagem Just In Time questiona o conceito de custo e muda alguns paradigmas
da administração da produção. No Just in Time o custo é apenas o valor agregado ao
produto provocado pela real necessidade de transformação de sua matéria-prima até
o produto final embalado e entregue ao cliente.
Qualquer atividade que não contribua na transformação física do produto é
considerada desperdício pelo JIT. Atividades como transportar peças de uma operação
para outra, contar peças, inspecionar, armazenar, retrabalhar peças rejeitadas são
desperdícios por não “acrescentarem valor real” à peça. São custos antinaturais,
resultados de um modelo ultrapassado de administração.
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variação. Assim, a melhoria do processo pode ser realizada eficazmente, uma vez
conseguido e mantido o estado de controle estatístico.
Conclusão
Como temos visto desde o início do nosso curso, as correntes de pensamento se
formam como resposta às forças presentes em um determinado momento histórico. O
pensamento econômico busca explicar as formas de criação e distribuição de riqueza.
O pensamento administrativo procura estruturar linhas de ação que maximizem os
resultados de uma organização ou, mais especificamente, de uma empresa.
A escola japonesa de administração não é exceção. Os teóricos japoneses da
administração buscaram maneiras de melhorar as condições de competitividade das
suas empresas, debilitadas pela guerra e pelo isolamento. É também preciso lembrar
que o Japão é um país pequeno e quase desprovido de recursos naturais. Quase toda
a matéria prima é importada, para não falar dos combustíveis.
A administração japonesa baseia-se, em última análise, na combinação de valores
tradicionais da cultura nipônica (sobriedade, disciplina, empenho, simplicidade) com
as técnicas (e o dinheiro) do Ocidente. O que veio a distinguir as empresas japonesas
foi a aplicação sistemática de princípios e técnicas desenvolvidos no Ocidente
(principalmente no EUA), utilizando os escassos recursos disponíveis a partir de uma
ótica própria.
Provavelmente, os recentes fracassos e dificuldades da economia e das empresas
japonesas devem-se mais ao abandono dos seus valores tradicionais do que ao seu
esgotamento. Esta parte da História ainda está sendo escrita: o que será das
empresas japonesas? Conseguirão superar as crises e se “reinventarem”? Ou estão
destinadas a desaparecer como alguns dos gigantes europeus e americanos do
passado empresarial que estamos terminando de estudar?
Na verdade, estas questões não se aplicam apenas às empresas japonesas, mas a
todas as empresas. O que está acontecendo agora, no início do século XXI? O que nos
espera nos próximos anos? Qual será o futuro da empresa, do emprego, do
investimento? Em qual mundo viveremos daqui 5, 15, 50 anos?
Tudo leva a crer que ninguém tenha respostas para estas questões. Porém, podemos
“arriscar” algumas considerações e quem sabe até alguma previsões. É o que
veremos nas nossas duas últimas aulas. Até lá!
Esta aula foi dedicada ao estudo das características fundamentais dos sistemas de
gestão de qualidade típicos da administração japonesa.
Em resumo, pudemos verificar que a eficácia destes sistemas está mais ligada à
disciplina e ao empenho do que em “fórmulas mágicas”.
Por volta de 1950, a economia japonesa estava debilitada. A Toyota tinha um programa de
produção de menos de 1.000 carros por mês. Se fabricasse mais, não conseguiria vendê-los.
Bem diferente da situação no final dos anos 80, quando a Toyota fabricava 1.000 carros em
poucos minutos.
Em 1956, Taiichi Ohno, criador do sistema Toyota de produção, foi aos Estados Unidos visitar
fábricas de automóvel. “Finalmente, ele escreveu, pude realizar o desejo de conhecer um
supermercado de perto.” O Sr. Ohno conhecia o supermercado por referência e já havia
observado que é a loja onde, em geral, se compra de acordo com a necessidade.
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Do supermercado, o Sr. Ohno havia tirado a idéia de enxergar cada processo de uma linha de
produção como uma espécie de loja que fornece peças para o processo seguinte. No entanto, a
linha como um todo é administrada do fim para o começo. O processo seguinte (cliente) vai ao
processo anterior (supermercado) para obter as peças necessárias (mercadorias) na hora certa e
na quantidade necessária. O processo anterior imediatamente produz a quantidade que acabou
de sair (reposição de mercadoria nas prateleiras). Escreveu ele mais tarde:
- - Nós esperávamos que essa idéia nos ajudasse a realizar o objetivo do just-in-time, de fabricar
apenas o necessário. Em 1953, nós de fato aplicamos o sistema em nossa oficina de máquina
da fábrica principal. Para fazer funcionar o sistema do supermercado, usamos pedaços de
papel em que escrevíamos informações sobre o trabalho a ser realizado. Nós chamávamos
isso de kanban.
Nos anos 80, quando funcionários da Daihatsu procuraram a Toyota para aprender seus métodos
de eficiência, o Sr. Ohno recomendou-lhes que fabricassem apenas o necessário.
- - Mas não é melhor idéia continuar produzindo, enquanto houver tempo e materiais?, perguntou
um dos visitantes.
- - Acho que não, respondeu Ohno. Façam apenas o que for necessário. Pode ser que vocês
fiquem com materiais sobrando, mas a empresa não ganha nada se fizer 120 itens quando
precisa apenas de 100. Se você precisa de 100, faça apenas 100.
O Sr. Ohno também recomendou que o ritmo de trabalho fosse calibrado para que a produção dos
100 itens ocupasse o dia todo.
- - A fórmula básica da Toyota, de fazer o que for necessário, apenas na quantidade necessária,
no momento necessário, tem outro elemento: tão eficientemente quanto possível. Ou seja,
gastando o mínimo. Há muitas formas de gastar o mínimo para produzir. Uma delas é produzir
apenas 100 se você precisa apenas de 100, mesmo que você possa produzir 110 antes do
final do expediente.
- - A parte mais difícil do sistema Toyota de produção é aprender a fazer os 100 itens gastando o
mínimo. Para isso, todos devem aprender o just-in-time. Se a prioridade for dada apenas para
a minimização dos gastos, pode-se obter diversos resultados indesejáveis. Porém, se esse
objetivo for negligenciado, o produto poderá custar terrivelmente caro.
Essa idéia tem seus adversários. Eles dizem que não se deve restringir a produção. É melhor
tentar reduzir os preços por meio da produção em massa. Ou então, se você tiver cinco
trabalhadores disponíveis, é melhor fazer 200 itens ao invés de 100.
Questões
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Referências Bibliográficas
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