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AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA QUALIDADE DO SOLO DE UNIDADES RURAIS FAMILIARES UTILIZANDO ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS

Marilia Schuch 1; Deivid Ismael Kern 1; Luis Fernando Marion 1 ; Júlia Carina Niemeyer 2;
Eduardo A Lobo 1
1 Departamento de Biologia, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RS

marilias.sch@gmail.com
2 Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA

Ensaios ecotoxicológicos terrestres constituem uma importante ferramenta para avaliar a toxicidade de contaminantes sobre a fração biodisponível dos solos. Apesar de existirem normas
nacionais e internacionais que padronizam o uso de invertebrados terrestres em ensaios de ecotoxicidade, normalmente minhocas, estudos abrangendo ecotoxicologia terrestre ainda são
recentes no Brasil, especialmente sobre possíveis impactos da agricultura. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade dos solos oriundos de diferentes unidades
rurais familiares, de propriedades agro-ecológicas e convencionais, localizadas ao longo das microbacias do Vale do Rio Pardo, RS, Brasil, através de ensaios ecotoxicológicos terrestres,
utilizando como organismo-teste a espécie de minhoca Eisenia fetida. Até o momento quatro testes ecotoxicológicos agudos foram realizados. As amostras de solo foram obtidas por
amostragem composta. Para a realização dos testes, seguiu-se a Norma ABNT NBR 15537/2007 – Ecotoxicidade aguda – Método de ensaio com minhocas, adaptando-se a quantidade de solo
por réplica, 500 gr, distribuídos em 4 replicatas. Utilizou-se 10 indivíduos adultos por réplica, idade entre 2 e 12 meses, e peso de 300 a 600 mg. Os ensaios foram mantidos nas condições de
18 ºC ± 22 ºC, com intensidade luminosa de 400 a 800 lux. A mortalidade foi observada no 7º e no 14º dia. Os dois primeiros testes foram realizados em culturas de alface e tomate do sistema
convencional, na fase inicial e final do plantio. Os resultados preliminares demonstraram ausência de toxicidade aguda na fase inicial de ambas as culturas, no entanto houve toxicidade no solo
da cultura de alface, constatado em sua fase final, através da mortalidade de todos os indivíduos. Em ambas as culturas houve a aplicação de agroquímicos, como fungicidas e inseticidas,
sendo que a intensidade de aplicação em concentrações maiores pode ter sido a causadora do efeito tóxico na amostra da cultura da alface convencional. O terceiro e quarto teste foram
realizados com amostras de solo de plantios agro-ecológicos e convencionais, sendo que os resultados demonstraram ausência de toxicidade em ambos os testes, apesar do sistema
convencional ter tido a aplicação de herbicidas. O ensaio de mortalidade com minhocas mostrou-se uma importante ferramenta potencial no monitoramento de solos agrícolas, indicando
toxicidade aguda para os solos que recebem uma maior carga de agentes agroquímicos durante o tratamento de alguns cultivos convencionais.

Palavras-chave: ecotoxicologia terrestre, Eisenia fetida, qualidade do solo.

Tipo de cultivo Cultura Agroquímicos utilizados Quantidade do produto Ecotoxicidade


aplicada/hectare Aguda

Alface (estágio inicial) Fungicidas e Inseticidas 400 litros/hectare NÃO

Tomate (estágio inicial) Fungicidas e Inseticidas 400 litros/hectare NÃO

Alface (estágio final) Fungicidas e Inseticidas 800 litros/hectare SIM

Convencional
Tomate (estágio final) Fungicidas e Inseticidas 800 litros/hectare NÃO

Misto Herbicida 3 litros/hectare NÃO

Couve Herbicida 2,5 litros/hectare NÃO

Misto - - NÃO
Agro-ecológico

Repolho - - NÃO

Resultados dos testes agudos realizados em cultivos agro-ecológicos e convencionais.

Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, RS, Brasil.

Cultivo convencional. Cultivo agro-ecológico. Coleta de solo em cultivo convencional.

Teste agudo em andamento. Organismo-teste, Eisenia fetida.

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