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Radar Social

Principais
Iniciativas do
Governo Federal

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gest ão


Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

APRESENTAÇÃO

O Radar Social – Principais Iniciativas do Governo Federal, elaborado pela Secretaria de


Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
tem a finalidade de apresentar os principais pro gramas e ações do PPA 2004-2007 e outras
iniciativas do atual Governo que resultaram favoravelmente no enfrentamento dos maiores
problemas sociais do País identificados no livro Radar Social do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada – IPEA. No presente documento estão apontadas as iniciativas de cunho econômico e
social que têm contribuído para a redução dos problemas apontados nas áreas do trabalho, renda,
educação, saúde, moradia e segurança.

As iniciativas selecionadas não abarcam toda a ação social do Governo Federal, pois
guardam consistência com a análise do Radar Social/IPEA. Foram citadas iniciativas
implementadas nos dois anos do governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva que repercutiram
diretamente na qualidade de vida da população, embora o diagnóstico diga respeito aos anos de
2002 e 2003, em vista da temporalidade das estatísticas disponíveis.

Para cada problema, foram descritas as principais iniciativas, sem preocupação de ordem
hierárquica de importância e sem repetição. Mesmo que algumas iniciativas causem impactos
sobre mais de um problema, a opção foi por correlacionar cada iniciativa a um problema, à
exceção dos programas de saneamento que aparecem vinculados a problemas nas áreas de
moradia e saúde.

Finalmente, o presente trabalho pretende oferecer subsídios para o debate sobre as


políticas sociais implementadas pelo Governo Federal frente aos diversos problemas existentes na
sociedade brasileira.

Ariel Cecílio Garces Pares


Secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos
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INTRODUÇÃO

O Radar Social – Principais Iniciativas do Governo Federal, que tem por objetivo
apresentar várias iniciativas governamentais relacionadas com os principais problemas
sociais identificados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, pretende dar
transparência às ações do Governo Federal permitindo o debate com a sociedade
brasileira sobre as formas de enfrentamento desses problemas que afligem milhões de
brasileiros e conformam uma imensa dívida social acumulada ao longo de décadas,
emperrando o desenvolvimento equânime e com justiça social do País.

Embora as estatísticas que evidenciam os problemas sejam de 2003 e, no caso da


saúde, de 2002, confirmando uma herança histórica de iniqüidade e exclusão social, as
iniciativas listadas são da atual gestão do Presidente Luis Inácio Lula da Silva.

São ações, programas e outras iniciativas do Governo Federal que contrapõem tais
problemas sociais não abarcando toda a política social do Gove rno Federal. O Radar
Social – Principais Iniciativas do Governo Federal , portanto, não traduz toda a ação do
Governo na área social, mas sim aquelas que colaboram diretamente para o
enfrentamento dos problemas identificados pelo IPEA e a melhoria das condições de vida
da população. A idéia fundamental consistiu em identificar e mostrar a atuação
governamental face aos problemas nacionais, em sintonia com a metodologia adotada no
Plano Plurianual – PPA 2004-2007, que está baseada na construção de desafios e na
problematização para formulação dos programas. Setorialmente, cada Ministério
implementa suas políticas, programas e ações que conformam um conjunto
significativamente maior de iniciativas que aquelas listadas no Radar. Como exemplo, os
benefícios previdenciários lastreados em contribuições, a discussão, em curso, sobre a
Reforma Universitária, grande parte das transferências para os sistemas estaduais e
municipais de saúde e educação, a atual política de desenvolvimento regional, dentre
outras, todas ações no campo social, não foram listadas.

O gasto direto e indireto do Governo Federal na área social, conforme trabalho elaborado
pelo Ministério da Fazenda1, totalizou R$ 280,7 bilhões, em 2004, representando 16% do
PIB. Neste documento são apresentados os dados físicos e, apenas quando é parte do
resultado alcançado, são citados valores financeiros, a exemplo da concessão de crédito,

1
Ministério da Fazenda (2004),Orçamento Social do Governo Federal 2001-2004 , Brasília

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como no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, dos


investimentos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT e das várias linhas de
microcrédito, que ampliaram significativamente o acesso por parte da população de baixa
renda.

De forma articulada com o Radar Social do IPEA, são seis as áreas prioritárias: trabalho,
renda, educação, saúde, moradia e segurança. A essas áreas relacionam-se 22
problemas, aos quais são associadas 71 iniciativas. Ademais, para cada problema foi
feita a correspondência com um ou dois Desafios do PPA 2004 -2007.

A apresentação das iniciativas não pressupôs ordenamento por relevância, e, mesmo


sabendo que podem impactar mais de um problema, procurou -se não repeti-las. A opção
foi por citar cada iniciativa uma única vez correlacionando -a, ao problema onde ela tem
maior impacto. A exceção são os programas de saneamento, que ap arecem vinculados a
problemas nas áreas de em saúde e moradia. No entanto, uma iniciativa pode trazer
várias ações, a exemplo do Fome Zero, que contempla o programa Bolsa Família, a
construção de cisternas, o apoio a estados e municípios para instalação de restaurantes
populares e bancos de alimentos, o apoio à agricultura urbana, dentre outras ações.

O Radar Social – Principais Iniciativas do Governo Federal está estruturado na forma de


um Quadro Síntese que: indica os problemas e aponta as principais est atísticas do Radar
Social do IPEA; faz uma associação com os Desafios do PPA 2004 -2007; e lista as
principais iniciativas. Seqüencialmente, o texto traz uma pequena descrição do que
consiste a iniciativa e os resultados alcançados em 2003 e 2004. Há poucas
comparações com anos anteriores, pois a proposta não era elaborar análises temporais.

O Radar deverá ser atualizado periodicamente, de modo a manter a sociedade sempre


informada sobre as principais iniciativas do Governo Federal.

Por fim, deve-se ressaltar que o enfrentamento real dos problemas sociais do País
demanda iniciativas tanto do Governo Federal, quanto dos demais entes da Federação e
da sociedade, que devem trabalhar sinergicamente rumo à transformação social do Brasil
e à construção de uma sociedade mais justa e menos desigual.

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PRINCIPAIS INICIATIVAS DO GOVERNO FEDERAL

Dimensão Social: TRABALHO 09

1 - Política de crescimento econômico


2 - Política de recuperação dos investimentos públicos
3 - Seguro Desemprego (MTE)
4 - Investimentos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para geração de emprego e
renda (MTE)
5 - Orientação Profissional e Intermediação de Mão-de-Obra (MTE)
6 - Programa Primeiro Emprego (MTE)
7 - Programa Economia Solidária em Desenvolvimento (MTE)
8 - Projeto de Lei Complementar que prevê novo regime tributário, previdenciário e
trabalhista para microempresas
9 - Rede de Proteção ao Trabalho – Fiscalização do Trabalho (MTE)
10 - Educação Previdenciária (MPS)
11 - Política de recuperação do Salário Mínimo
12 - Plano Nacional de Qualificação – PNQ (MTE)
13 - Abono Salarial (MTE)
14 - Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil – PETI (MDS/MTE)

Dimensão Social: RENDA: POBREZA E DESIGUALDADE 25

1 - Fome Zero
1.1 - Bolsa Família (MDS)
1.2 - Política de Acesso à Alimentação (MDS/CONAB)
1.3 - Construção de Cisternas (MDS)
2 - Benefícios de Prestação Continuada (MDS)
3 - Previdência Rural (MPS)
4 - Programa Luz para Todos (MME)
5 - Tarifas diferenciadas de energia elétrica (MME)
6 - Eliminação de Impostos sobre a Cesta Básica ( MF)
7 - Ações de Assistência Social (MDS)
8 - Mobilização Nacional para o Registro Civil de Nascimento ( SEDH)
9 - Reforma Agrária (MDA)
10 - Política de acesso ao crédito:

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10.1 - Pronaf
10.2 - Microcrédito
10.3 - Crédito em Consignação
10.4 - Correspondentes Bancários
11 - Pontos de Cultura (MinC)

Dimensão Social: EDUCAÇÃO 40

1 - Programa Brasil Alfabetizado (MEC)


2 - Educação de Jovens e Adultos - EJA (MEC)
3 - Programa de Valorização e Formação de Professores e Trabalhadores da Educação
(MEC)
4 - Programa de Expansão do Ensino Superior a Distância em Universidades Públicas
(MEC)
5 - Reformulação e ampliação do Programa do Livro Didático (MEC)
6 - Proposta de criação do FUNDEB
7 - Programa Universidade para Todos - ProUni (MEC)
8 - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior - FIES (MEC)
9 - Expansão da Rede de Universidades Federais (MEC)
10 - Programa de Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica (MEC)
11 - Correção do Fluxo Escolar (MEC)
12 - Reformulação e ampliação dos programas de Alimentação Escolar e Transporte
Escolar (MEC)
13 - Programa de Desenvolvimento da Educação Infantil (MEC)
14 - Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem (SG/PR)
15 - Programa Segundo Tempo (ME)

Dimensão Social: SAÚDE 56

1 - Programas de Saneamento (MS/MCid)


2 - Saúde da Criança (MS)
3 - Programa Saúde da Família (MS)
4 - Programa de Humanização do Pré -natal e Nascimento (MS)
5 - Comitês de Mortalidade Materna (MS)
6 - Elevação do valor pago pelo parto no âmbito do SUS (MS)
7 - Prevenção e Detecção Precoce das Doenças Não-Transmissíveis (MS)
8 - Assistência Farmacêutica (MS)
9 - Centros de Referência em Oncologia – Cacons (MS)
10 - Atenção Hospitalar (MS)

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11 - Qualificação da Atenção em Saúde – Qualisus (MS)


12 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu (MS)

Dimensão Social: MORADIA 69

1 - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (MCid)


2 - Programa de Arrendamento Residencial (MCid)
3 - Programas Carta de Crédito Associativo e Individual (MCid)
4 - Lei do Mercado Imobiliário
5 - Ampliação dos recursos destinados ao Mercado Imobiliário (Resolução CMN
3.177/04)
6 - Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários
(MCid)
7 - Programa Papel Passado (MCid)
8 - Programas de Saneamento (MS/MCid)

Dimensão Social: SEGURANÇA 79

1 - Campanha Nacional do Desarmamento (MJ)


2 - Programa de Proteção ao Adolescente Ameaçado de Morte (SEDH)
3 - Implantação do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP (MJ)
4 - Programas de Apoio à Prevenção da Violência e Atendimento a Vítimas de Grupos
Vulneráveis (SEDH)
5 - Centros de Apoio a Vítimas de Crimes – CEAV (SEDH)
6 - Serviço de Proteção ao Depoente Especial (MJ)
7 - Programa de Combate a Lavagem de Dinheiro (MJ)
8 - Programa de Combate à Criminalidade (MJ)
9 - Reforma do Judiciário (MJ)
10 - Modernização do Sistema Penitenciário Nacional (MJ)
11 - Pintando a Liberdade e a Esperança (ME)

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TRABALHO

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Radar Social Plano Plurianual 2004-2007


Principais Iniciativas do
Problemas Situação 2003 Desafios
Governo Federal

1 - Política de crescimento
econômico
2 - Política de recuperação
Megaobjetivo II dos investimentos públicos
Crescimento com Geração de
Emprego e Renda, 3 - Seguro Desemprego
ambientalmente sustentável e (MTE)
♣ Taxa de desemprego: redutor das desigualdades
4 - Investimentos do Fundo
Desemprego

10% em 2003 (6,2% Regionais.


em 1995) de Amparo ao Trabalhador
Desafio 13 para geração de emprego e
Ampliar a oferta de postos de renda (MTE)
♣ Taxa de participação: trabalho, promover a
74,9% em 2003 (73,2% formação profissional e 5 - Orientação Profissional e
em 1995) regular o mercado de Intermediação de Mão-de-
trabalho, com ênfase na Obra (MTE)
redução da informalidade.
6 - Programa Primeiro
Emprego (MTE)
7 - Programa Economia
Solidária em
Desenvolvimento (MTE)

Megaobjetivo II
Crescimento com Geração de 8 - Projeto de Lei
♣ Grau de informalidade: Emprego e Renda, Complementar que prevê
45,5% em 2003 ambientalmente sustentável e
novo regime tributário,
Informalidade

redutor das desigualdades


(47,2% em 2002) Regionais. previdenciário e trabalhista
♣ Sem carteira assinada: para microempresa
24,2% em 2003 (22,1% Desafio 13
em 1995) Ampliar a oferta de postos de 9 - Rede de Proteção ao
♣ Por conta própria: trabalho, promover a Trabalho - Fiscalização do
21,3% em 2003 (22,6% formação profissional e Trabalho (MTE)
em 1995) regular o mercado de
trabalho, com ênfase na 10 - Educação Previdenciária
redução da informalidade. (MPS)
Megaobjetivo II
Crescimento com Geração de
Queda da Renda Real

Emprego e Renda,
ambientalmente sustentável e
redutor das desigualdades 11 - Política de recuperação
Regionais.
do Salário Mínimo
♣ R$ 639,00 em 2003 Desafio 13 12 - Plano Nacional de
(R$ 754,00 em 1996) Ampliar a oferta de postos de Qualificação – PNQ (MTE)
trabalho, promover a
formação profissional e 13 - Abono Salarial (MTE)
regular o mercado de
trabalho, com ênfase na
redução da informalidade.
Megaobjetivo I
Inclusão Social e Redução das
Desigualdades.
Trabalho Infantil

♣ 1,7 milhão de crianças Desafio 7


entre 10 e 14 anos em Reduzir a vulnerabilidade 14- Programa de Prevenção
2003 das crianças e de e Erradicação do Trabalho
adolescentes em relação a Infantil – PETI (MDS/MTE)
(3,3 milhões em 1995)
todas as formas de violência,
aprimorando os mecanismos
de efetivação dos seus
direitos.

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Radar Social:

Problema: DESEMPREGO

Situação 2003: Taxa de desemprego: 10% em 2003 (6,2% em 1995) / Taxa de


participação: 74,9% em 2003 (73,2% em 1995)

Iniciativas do Governo Federal:

1 - Política de Crescimento Econômico

O esforço de estabilização da economia durante o ano de 2003 e a construção de uma


trajetória de crescimento com o Produto Interno Bruto que cresceu à taxa de 5,2% em
2004, refletiram positivamente na geração de mais empregos formais, como mostra o
quadro abaixo.

Postos de Trabalho Gerados

2003 0,645 milhão

2004 1,523 milhão


Fonte: Caged/MTE

O desempenho de 2004 configura-se como o melhor desde o início da série histórica do


Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, em 1992. Este resultado,
fruto fundamentalmente do crescimento da demanda interna e da elevação das
exportações, também está registrado nas pesquisas de emprego do IBGE e do DIEESE,
que identificaram queda nos índices de desemprego.

2 - Política de recuperação dos Investimentos Públicos

Visando garantir os investimentos em infra-estrutura necessários à manutenção do


crescimento econômico, cabe destacar duas iniciativas importantes implementadas pelo
Governo Federal.

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A primeira foi a criação das parcerias público-privadas (PPP) que têm por objetivo atrair o
setor privado para a prestação de serviços públicos e a realização de obras,
compensando as atuais limitações da capacidade de investimento do setor público. A Lei
11.079, de 30 de dezembro de 2004, que institui as normas gerais para licitação e
contratação de parcerias público-privadas no âmbito da administração pública federal,
estadual e municipal, foi sancionada após grande debate com o Congresso Nacional,
entidades de classes e outros segmentos da sociedade.

Outra iniciativa importante foi a discussão com o Fundo Monetário Internacional para o
estabelecimento de novos critérios de contabilização das despesas com investimentos
em infra-estrutura para fins de cálculo do resultado primário, que resultaram na liberação
de recursos da ordem de R$ 9 bilhões para investimentos em infra -estrutura nos
próximos três anos.

3 - Seguro Desemprego (MTE)

O Seguro Desemprego consiste de assistência financeira temporária ao trabalh ador


desempregado. Atualmente, existem 4 modalidades de Seguro Desemprego: 1) Formal,
que assiste ao trabalhador desempregado por dispensa sem justa causa ou por
paralisação das atividades do empregador, atendeu, em 2004, 4,7 milhões de
trabalhadores; 2) Pescador Artesanal, que com a flexibilização do tempo de inscrição
como pescador artesanal (Lei 10.779/03), teve o número de beneficiários (que recebem
um salário mínimo durante o período de defeso) elevado de 91.973, em 2003, para
150.900, em 2004; 3) Empregado Doméstico, com acesso ao Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço – FGTS, atendeu 8.600 trabalhadores em 2004; 4) Resgatados da
Condição Análoga à de Escravo, que beneficiou 1.879 trabalhadores por ação
fiscalizatória do Ministério do Trabalho, em 2004.

4 - Investimentos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para geração de emprego e renda


(MTE)

O Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, constituído pelos recursos do PIS-PASEP e


outras receitas financeiras provenientes dos juros recebidos pelo seu patrimônio , tem por
objetivo financiar o programa seguro desemprego, o pagamento do abono salarial e
ações voltadas para a geração de emprego e renda. Do ponto de vista da alocação, os
recursos do FAT estão divididos em quatro grandes grupos.

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O primeiro, previsto constitucionalmente, engloba 40% dos recursos do PIS/PASEP e


destina-se ao BNDES para operações de financiamentos de projetos de desenvolvimento
econômico e social. Os demais são: pagamento do seguro -desemprego e do abono
salarial; política nacional de qualificação (PNQ); intermediação de mão-de-obra (SINE); e
disponibilidade de linhas de crédito para diversos programas de geração de emprego e
renda. Neste último grupo, desde que foi criada a figura jurídica do depósito especial, o
FAT vem alocando seus rec ursos em instituições financeiras federais servindo de lastro
para operações de financiamentos de programas que propiciam a geração de emprego e
renda, a exemplo do Proger Urbano, Proger Rural, Pronaf, Proemprego.

Em 2004, foram contratadas 2,2 milhões de operações de crédito com recursos do FAT
somando cerca de R$ 11,9 bilhões. O Quadro abaixo mostra a aplicação dos recursos do
FAT, em 2003 e 2004, por modalidade e número de operações.

2003 2004
PROGRAMA Recursos Recursos
Operações (mil)
Operações (mil)

PROGER Urbano 470.199 2.199.910 1.571.258 4.384.978


FAT Empreendedor Popular 110.854 289.676 108.520 130.253
PROGER Exportação - - 33 2.070
PROGER Turismo 59 3.369 491 24.391
FAT Habitação 3.023 164.727 850 46.825
FAT Habitação – Material de Construção 53.926 130.578 401.206 935.616
PROEMPREGO 29 1.640.059 112 2.100.934
PROTRABALHO 16 2.946 - -
PCPP 47.097 56.219 - -
PROGER Bens de Consumo Duráveis 5.063 3.731 63 47
FAT Fomentar 4.257 4.257 3.905 882.221
FAT Integrar - - 1 422
FAT Exportar 161 499.879 182 2.547.613
FINEP Pró-Inovação 25 246.541 - -
PROGER Rural 17.916 270.721 10.047 241.429
PRONAF 390.391 1.298.900 114.509 603.861
Fonte: MTE

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5 – Orientação Profissional e Intermediação de Mão-de-Obra (MTE)

O Sistema Nacional de Emprego – SINE objetiva realizar a intermediação entre


trabalhadores em busca de emprego e empresas que precisam contratar mão -de-obra,
como forma de reduzir o tempo de desemprego, conseguir para o trabalhador uma
melhor inserção no mercado de trabalho e dimin uir o desemprego friccional, favorecendo
o funcionamento mais eficiente do mercado de trabalho.

Com 1.063 Postos de Atendimento em todo o Brasil, o SINE, em 2003, inscreveu


5.444.319 trabalhadores para o preenchimento de 1.560.767 vagas captadas. Foram
encaminhados 3.428.921 trabalhadores para entrevistas com empregadores, que
resultaram em 844.693 colocações. Em 2004, a rede de atendimento do SINE inscreveu
5.051.281 trabalhadores. Neste período captou 1.672.575 vagas, encaminhou para
entrevistas com empregadores 3.634.316 trabalhadores, tendo colocado 885.097
trabalhadores.

6 - Programa Primeiro Emprego (MTE)

Criado em 2003, o Programa Primeiro Emprego tem por objetivo combater o desemprego
entre jovens de 16 a 24 anos de idade, considerando que esse pú blico representa cerca
de 47% do total de desempregados no país.

O Programa é implementado por meio de cinco modalidades:

1) subvenção econômica, que consiste da concessão de incentivo financeiro às


empresas para contratação de jovens nessa faixa etária com renda familiar per
capita até meio salário mínimo, sendo 70% das vagas destinadas a jovens com
ensino fundamental ou médio incompleto;

2) responsabilidade social, que se trata de parcerias com empresas para


contratação de jovens cadastrados em contrapartida ao recebimento do certificado
“Empresa Parceira do Programa Primeiro Emprego”;

3) consórcios da juventude, que oferecem qualificação profissional;

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4) serviço civil voluntário, que visa articular qualificação com trabalho comunitário
e apoio à elevação da escolaridade com a concessão de ajuda de custo de R$
150,00/mês pelo período de quatro meses;

5) ações voltadas para o incentivo ao empreendedorismo juvenil.

Em 2004, o programa gerou 36.881 postos de trabalho, sendo 2.646 na modalidade


subvenção econômica, 3.900 na modalidade responsabilidade social e 30.335
contratações de jovens entre 14 e 18 anos na condição de aprendiz.

Também foram qualificados para o mercado formal e para o empreendedorismo 54.512


jovens, sendo 28.701 pelos Consórcios da Juventude, 4.755 pelo serviço civil voluntário e
21.056 pelas linhas de empreendedorismo.

7 - Programa Economia Solidária em Desenvolvimento (MTE)

Criado em 2003, o Programa “Economia Solidária em Desenvolvimento” é composto por


oito ações distintas e complementares para o devido cumprimento da finalidade de
promover o desenvolvimento da Economia Solidária no Brasil de forma pública e
nacional.

O Programa procura apoiar a economia solidária por meio da constituição de novos


empreendimentos autogestionários, do fortalecimento de empreendimentos já existentes,
da constituição de redes de Economia Solidária, da implementação de arranjos criativos
para a comercialização de bens e serviços, da transferência e adequação de tecnologia
aos empreendimentos solidários e suas formas de articulação, feita por processos de
incubagem de empreendimentos e de redes de Economia Solidária.

Durante 2004, o Programa possibilitou a manutenção e criação de mais de 3.000 postos


de trabalho para trabalhadores organizados cole tivamente, por meio de apoio às ações
emergenciais. Foram apoiados 917 empreendimentos com ações de fomento à
constituição e/ou fortalecimento.

Por meio da ação de Promoção do Consumo Ético e Comércio Justo, também foi apoiada
a constituição de espaços de comercialização de produtos do setor, por intermédio de
feiras realizadas em todas as regiões do País. Mais que centros de troca de bens, essas

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feiras constituíram espaços de troca de experiências e consolidação de laços de


solidariedade, que são fundamentais para a manutenção do desenvolvimento que vive a
Economia Solidária em nosso País.

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Radar Social:

Problema: INFORMALIDADE

Situação 2003: Grau de informalidade: 45,5% em 2003 (47,2% em 2002) / Sem carteira
assinada: 24,2% em 2003 (22,1% em 1995) / Por conta própria: 21,3% em 2003 (22,6%
em 1995)

Iniciativas do Governo Federal:

8 - Projeto de Lei Complementar que prevê novo regime tributário, previdenciário e


trabalhista para microempresas

Em novembro de 2004, foi encaminhado ao Congresso Nacional o Projeto de Lei


Complementar nº 210/2004, que institui regime tributário, previdenciário e trabalhista
especial à microempresa com receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil
reais), e dá outras providências.

O PLC pretende combater a informalidade das microempresas e inova em vários


aspectos: cria um regime tributário simplificado permitindo à microempresa a arrecadação
unificada de tributos federais, estaduais e municipais; desonera a microempresa de um
conjunto de impostos e contribuições federais, de modo que o recolhimento será apenas
o da Contribuição para a Seguridade Social, que fica reduzida a 1,5% do faturamento;
possibilita uma escrituração tributária simplificada e de baixo custo; possibilita ao
microempresário, aos trabalhadores por conta-própria e aos contribuintes facultativos, a
opção de se filiar à Previdência Social e ter direito a todos os benefícios assegurados
pelo regime (à exceção da aposentadoria por tempo de contribuição) mediante
contribuição de 11% sobre o salário mínimo.

9 - Rede de Proteção ao Trabalho - Fiscalização do Trabalho (MTE)

Em 2003, as ações de fiscalização das condições de trabalho realizadas pelos fiscais do


Ministério do Trabalho e Emprego resultaram no registro em Carteira de Trabalho

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de 534.125 trabalhadores, dos quais 103.545 (19,38%) na agricultura, 131.606 (24,63%)


no setor industrial e 90.645 (16,97%) no comércio, garantindo seus direitos trabalhistas e
previdenciários. Já em 2004, 708.957 trabalhadores foram registrados sob ação fiscal,
dos quais 173.641 na agricultura (24,49%), 146.899 (20,72%) na indústria e 127.592
(17,99%) no comércio.

10 - Educação Previdenciária (MPS)

O programa de Educação Previdenciária tem por objetivo informar a população sobre a


importância da previdência social para suas vidas ao garantir a reposição da renda nas
situações de perda da capacidade para o trabalho, temporária ou permanente, em virtude
de idade avançada, doença, invalidez, maternidade, acidente ou morte. Pretende -se não
apenas expandir a cobertura e elevar a arrecadação previdenciária, reduzindo a
informalidade de trabalhadores e empresas, mas fundamentalmente proteger o cidadão.

O programa atua por meio de ações de conscientização, tais como cursos de capacitação
e de formação de disseminadores e distribuição de material informativo e didático. Possui
uma rede de colaboradores espalhados por todo o país, servidores do INSS e parceiros
como o SENAC e a CNA.

Em 2003, foram realizadas palestras para 304 mil pessoas; cursos com a participação de
7.868 representantes de segmentos da sociedade civil e órgãos públicos; inclusão de
módulo referente à previdência social nos cursos de qualificação profissional oferecidos
pelo SENAC; seminários e cursos ministrados para mais de 20 mil produtores e
empregadores rurais, em parceria com a CNA.

Em 2004, foram treinados 320 instrutores do SENAC em cursos disseminadores do


conhecimento previdenciário, 811 servidores da previdência social, capacitando -os como
disseminadores das informações previdenciárias, e ministra das palestras para 5.300
pessoas. Foram realizados também 161 cursos destinados a representantes de
entidades da sociedade civil e profissionais de diversas áreas (em especial, assistentes
sociais de prefeituras, sindicalistas, professores, líderes comunit ários e agentes
comunitários de saúde) que resultaram no treinamento de 7.672 pessoas. Além disso,
foram realizadas atividades voltadas para o processo de conscientização de cerca de 8
mil mulheres trabalhadoras rurais, no que se refere aos seus direitos e deveres em
relação à previdência social.

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O Programa também realizou oficinas para 63 adolescentes em unidades de privação de


liberdade, internação provisória, semiliberdade e liberdade assistida do Estado do Rio de
Janeiro.

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Radar Social:

Problema: QUEDA DA RENDA REAL


Situação 2003: R$ 639,00 em 2003 (R$ 754,00 em 1996)

Iniciativas do Governo Federal:

11 - Política de recuperação do Salário Mínimo

A recuperação do salário mínimo é uma conquista importante para os trabalhadores. Nos


últimos três anos, os reajustes ficaram acima da inflação: 20%, em 2003; 8,33% em
2004; 15,38% em 2005.

A partir de maio deste ano, o valor do salário mínimo passou para R$ 300,00. Tal reajuste
ao mesmo tempo em que recupera a renda, é responsável pelo impacto na Lei
Orçamentária Anual devido, principalmente, aos pagamentos dos benefícios
previdenciários.

O Quadro abaixo mostra a evolução do salário mínimo entre dezembro de 2002 e abril de
2005.

130

120

110

100

90
Fev/03

Fev/04

Fev/05
Dez/02

Ago/03

Dez/03

Ago/04

Dez/04
Abr/03

Abr/04

Abr/05
Out/03

Out/04
Jun/03

Jun/04

Elaboração: MTE

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Cabe ainda mencionar o reajuste do salário família que passou de R$ 13,47 para R$
20,00 que pode ser considerado como um componente do salário mínimo.

12 - Plano Nacional de Qualificação - PNQ (MTE)

O Plano Nacional de Qualificação - PNQ é parte integrante do Programa de Qualificação


Social e Profissional, que tem por objetivo promover a qualificação social e profissional,
certificação e orientação do/a trabalhador/a brasileiro/a, com prioridade para as pessoas
discriminadas no mercado de trabalho por questões de gênero, raça/etnia , faixa etária
e/ou escolaridade. Desse modo, articulado às políticas de educação, desenvolvimento e
inclusão social, o PNQ busca fortalecer a probabilidade de acesso do/a trabalhador/a ao
mundo do trabalho e de sua permanência nele.

As ações de qualificação social e profissional são implementadas de forma


descentralizada, por meio de Planos Territoriais de Qualificação (em parceria com
estados, municípios e consórcios municipais) e de Projetos Especiais de Qualificação
(em parceria com entidades do movimento social e organizações não-governamentais).
Uma inovação importante é a possibilidade de municípios com mais de 1 milhão de
habitantes ou consórcios intermunicipais conveniarem-se diretamente com o Ministério do
Trabalho e Emprego. Desse modo, tornou possível aos estados direcionar maior volume
de recursos às demandas de seus municípios de médio e pequeno porte.
Os resultados da qualificação social e profissional em 2004 foi da ordem de 142,3 mil
pessoas qualificadas, sendo que 61% eram mulheres, 52% jovens (16-24 anos), 60%
possuía até ensino médio incompleto e 62% eram não-brancos.

Em 2004, por meio da Resolução CODEFAT nº 408, o Ministério do Trabalho e Emprego


criou os Planos Setoriais de Qualificação, elaborados para o atendimento direto de
demandas de qualificação associadas a empreendimentos econômicos de dimensões
setoriais ou estruturantes e de situações emergenciais que envolvam risco social. São
organizados com base na concertação entre agentes governamentais, privados e sociais,
com particular atenção para o diálogo tripartite e a lógica do co-financiamento.

13 – Abono Salarial (MTE)


Abono Salarial é um benefício, previsto no artigo 239, § 3º da Constituição Federal, no
valor de um salário mínimo anual, assegurado aos empregados que recebem até dois

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salários mínimos de remuneração mensal de empregadores que contribuem para o


PIS/PASEP. Em 2004, foram identificados 9,6 milhões de trabalhadores com direito ao
Abono, tendo sido pagos 92,71% - maior quantidade de trabalhadores identificados e
pagos desde a criação do programa.

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Radar Social:

Problema: TRABALHO INFANTIL

Situação 2003: 1,7 milhão de crianças entre 10 e 14 anos em 2003 (3,3 milhões em
1995)

Iniciativas do Governo Federal:

14 - Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil – PETI (MDS/MTE)

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI tem por objetivo combater o


trabalho de crianças e adolescentes até 15 anos, salvo na condição de aprendiz ou
trabalhador registrado a partir de 14 anos.

O programa é implementado por meio da concessão de bolsas mensais por criança e


adolescente, no valor de R$ 40,00 na área urbana e de R$ 25,00 na área rural, e do
desenvolvimento de atividades sócio -educativas em horário complementar ao da escola.
Em contrapartida, as famílias devem garantir a freqüência escolar dos beneficiários.

Em dezembro de 2004, o programa estava atendendo 930.824 crianças e adolescentes


de até 15 anos de idade que se encontravam em situação de trabalho ilegal, em 2.785
municípios.

As crianças e adolescentes em situação de trabalho ilegal são, muitas vezes,


identificadas por meio da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. Em 2003,
foram encontradas 11.956 crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos
trabalhando em condições ilegais; em 2004, 4.040.

Em 2003, foram admitidos como aprendizes 18.146 adolescentes entre 14 e 16 anos que
trabalhavam que trabalhavam. Devido à ação da fiscalização do Ministério do Trabalho e
Emprego, em 2004, esse número foi 25.215 adolescentes. A ação fiscal também obteve o

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registro em Carteira de Trabalho de 3.932 adolescentes empregados, em 2003, e de


5.120 no ano de 2004.

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RENDA:
Pobreza e Desigualdade

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Radar Social Plano Plurianual 2004-2007


Principais Iniciativas do
Problemas Situação 2003 Desafios
Governo Federal

1 - Fome Zero:
1.1 Bolsa Família (MDS)
1.2 Política de Acesso à
Alimentação
(MDS/CONAB)
1.3 Construção de
Megaobjetivo I Cisternas (MDS)
♣53,9 milhões de pobres Inclusão Social e Redução
(vivem em domicílios das Desigualdades.
2 - Benefícios de Prestação
Alta Incidência de Pobreza

com renda per capita


Desafio 1 Continuada (MDS)
inferior a ½ salário
mínimo) atingindo Combater a fome
promovendo a 3 - Previdência Rural (MPS)
31,7% da população.
segurança alimentar e
nutricional, garantindo o 4 - Programa Luz para Todos
♣21,9 milhões de muito caráter de inserção e (MME)
pobres/indigentes cidadania.
(vivem em domicílios
5 - Tarifas diferenciadas de
com renda per capita Desafio 2
energia elétrica (MME)
inferior a 1/4 salário Ampliar a transferência
mínimo) atingindo de renda para as
famílias em situação de 6 - Eliminação de impostos
12,9% da população. sobre a cesta básica ( MF)
pobreza e aprimorar os
seus mecanismos
7 - Ações de Assistência
Social (MDS/CONAB)

8 - Mobilização Nacional para


o Registro Civil de
Nascimento (SEDH)

9 - Reforma Agrária (MDA)


Elevada Desigualdade na

Megaobjetivo I
Distribuição de Renda

♣1% dos brasileiros mais Inclusão Social e Redução 10 - Política de acesso ao


das Desigualdades.
ricos se apropriam de crédito:
parcela da renda total Desafio 2 10.1 - Pronaf
semelhante àquela Ampliar a transferência 10.2 - Microcrédito
detida por 50% dos de renda para as 10.3 - Crédito em
mais pobres famílias em situação de Consignação
- 13,0% e 13,3%, pobreza e aprimorar os 10.4 - Correspondentes
respectivamente. seus mecanismos. Bancários

11 - Pontos de Cultura (MinC)

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Radar Social:

Problema: ALTA INCIDÊNCIA DE POBREZA

Situação 2003: 53,9 milhões de pobres vivem em domicílios com renda per capita inferior
a ½ salário mínimo, atingindo 31,7% da população / 21,9 milhões de muito pobres e
indigentes vivem em domicílios com renda per capita inferior a 1/4 salário mínimo,
atingindo 12,9% da população.

Iniciativas do Governo Federal:

1 – Fome Zero

1.1 - Programa Bolsa Família (MDS)

O Programa Bolsa Família tem por objetivo a inclusão social das famílias em situação de
pobreza e extrema pobreza por meio da transferência direta de renda e da promoçã o do
acesso a serviços sociais de saúde e educação, induzida pelas condicionalidades do
Programa. Criado em 2003, a partir da unificação dos programas Bolsa Escola, Bolsa
Alimentação, Auxílio-Gás e Cartão Alimentação, consiste da concessão de benefícios
mensais às famílias que recebem até R$ 100,00 “per capita” por mês, segundo os
critérios abaixo, em contrapartida ao compromisso dessas famílias de garantir a
freqüência escolar e cuidados com a saúde das crianças e adolescentes.

Renda “per capita” Benefício Fixo Renda Variável


R$ 15, R$ 30 ou R$ 45, conforme
Até R$ 50,00 R$ 50,00 o número de crianças e
adolescentes de até 15 anos,
De R$ 51,00 até R$100,00 não recebem gestantes e nutrizes em cada
família.

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Em 2004, o Bolsa Família apresentou resultados expressivos em termos de expansão do


atendimento, conforme mostra Quadro abaixo. O Programa vem atendendo quase 60%
do seu público constituído por 11,2 milhões de famílias, segundo projeções feitas a partir
de dados do IBGE (PNAD, 2001), e está presente em quase todos os municípios
brasileiros (5.533).

BOLSA FAMÍLIA
Famílias atendidas Valor médio benefício
(milhões) (R$1,00)
2003 3,6 24*
2004 6,6 ** 77
Taxa de crescimento 83% 221%
Fonte: MDS
* Valor médio pago pelos programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio-Gás e Cartão Alimentação.
**A relação nominal dos beneficiários do Bolsa Família está disponível na Internet – www.mds.gov.br

Além do Bolsa Família, em dezembro de 2004, ainda existiam 5,3 milhões de famílias
remanescentes dos programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio -Gás e Cartão
Alimentação que continuam recebendo seus benefícios enquanto o processo de
migração para o Cadastro Único de Programas do Governo Federal, que registra os
beneficiários do Programa Bolsa Família, está sendo finalizado, evitando que tais famílias
sejam prejudicadas.

O Bolsa Família considerou, em sua estratégia inicial de expansão, as desigualdades


regionais, priorizando as regiões mais pobres. De cada 10 (dez) famílias atendidas pelo
Programa, no final de 2004, quase 6 (seis) estavam nas regiões Norte e Nordeste,
totalizando 3,9 milhões de famílias. Tendo em vista que até o final de 2006 a meta é
universalizar a cobertura da população alvo, em 2005 propõe -se alcançar um piso de
cobertura de 70% em todos os municípios brasileiros.

O Programa também impacta a receita dos municípios. O quadro abaixo mostra o


impacto dos programas de transferências de renda (Bolsa Família mais remanescentes
do Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio Gás) na receita dos
municípios, por região, em dezembro de 2004. Em relação ao Fundo de Participação dos
Municípios, por exemplo, esses programas representam quase metade dos recursos
recebidos na região nordeste.

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TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS PARA O MUNICÍPIO – DEZ/2004


Total dos PTR /
Total das PTR/
Programas de Transf.
Região FPM Transferências
Transferência de FPM Constitu-
(a) Constitucionais
Renda (c/a) cional
(b)
(c) (c/b)
Centro Oeste 124.278.431,92 207.163.899,50 25.099.760,00 20,2 12,1
Nordeste 605.995.291,62 973.308.109,54 296.458.859,00 48,9 30,5
Norte 152.043.102,58 269.699.148,03 49.743.777,00 32,7 18,4
Sudeste 536.807.479,71 1.135.571.095,03 133.488.626,00 24,9 11,8
Sul 298.219.646,17 496.129.880,93 54.080.779,00 18,1 10,9
Total Geral 1.717.343.952,00 3.081.872.133,03 558.871.801,00 32,5 18,1
Fonte: MDS-dez/2004
* Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio -Gás e Cartão Alimentação.

1.2 - Política de Acesso à Alimentação (MDS/CONAB)

Criado em 2003, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA visa incentivar a


agricultura familiar por meio da compra de sua produção, até o limite de R$ 2,5 mil por
agricultor, e distribuir esses produtos agropecuários às pessoas em situação de
insegurança alimentar. Dentre as várias modalidades do PAA, o Programa do Leite
atendeu 13,2 mil pequenos agricultores e beneficiou com a distribuição diária de um litro
de leite 620 mil famílias em situação de vulnerabilidade alimentar e nutricional.

Ainda no âmbito da política de acesso a alimentos, foram apoiados estados e municípios


para: implantação e modernização de 32 restaurantes populares, que deverão atender
cerca de 40 mil usuários por dia, a partir de 2005; 19 bancos de alimentos, que fazem
intermediação entre doadores de alimentos (supermercados, Ceasas, etc) e entidades
assistenciais, beneficiando cerca de 2.000 entidades; 119 cozinhas comunitárias e 18
hortas comunitárias.

Além disso, grupos populacionais mais vulneráveis e em situação de insegurança


alimentar (comunidades indígenas, quilombolas, acampados da reforma agrária,
atingidos por barragens e vítimas de calamidades públicas) foram beneficiados com a
distribuição de cestas de alimentos. Foram entregues, até novembro de 2004, cerca de
709,7 mil cestas de alimentos (17,3 mil toneladas) atendendo a 280,9 mil famílias, sob
responsabilidade da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB.

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1.3 - Construção de Cisternas (MDS)

A construção de cisternas para armazenamento de água contribui fundamentalmente na


melhoria das condições de vida e de acesso à água para o consumo humano das
populações rurais do semi-árido brasileiro, facilitando o acesso a uma estrutura simples e
eficiente de captação da água da chuva e de aproveitamento sustentável de recursos
pluviais.

Por meio de parceria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome com a


ASA - Articulação do Semi-Árido, de julho de 2003 até 31 de março de 2005, foram
construídas 50.246 cisternas com recursos investidos pelo Ministério e 12.041 cisternas
com recursos repassados pela FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos,
totalizando 62.287 unidades construídas no âmbito do Programa Fome Zero. Esse
montante equivale a 80% de todas as cisternas já construídas pela ASA em sua história e
representa um benefício direto para 312 mil pessoas. Vale ressaltar, também, que estão
sendo apoiados 5 estados da região nordeste (Bahia, Pernambuco, Piauí, Paraíba e Rio
Grande do Norte) e 03 municípios para construção de 15.003 cisternas em 2005.

2 - Benefícios de Prestação Continuada (MDS)

O Benefício de Prestação Continuada – BPC é um benefício assistencial não contributivo,


assegurado constitucionalmente e regulamentado pela Lei 8.472/93. Consiste no repasse
mensal de um salário mínimo às pessoas idosas com 65 anos ou mais e pes soas com
deficiência incapacitada para a vida independente e para o trabalho, cuja renda mensal
familiar mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo. Este benefício constitui
efetiva provisão de renda que traduz o princípio da certeza na assistên cia social, como
política não contributiva de responsabilidade do Estado. Tem revelado um impacto
decisivo na sustentabilidade das famílias e na economia dos municípios

A coordenação nacional, o financiamento, acompanhamento e a avaliação da prestação


do benefício competem ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A
operacionalização, no que se refere à concessão, revisão e pagamento do BPC, é
efetuada pelo Instituto Nacional de Seguro Social – INSS.

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A cada dois anos é realizado processo de revisão dos benefícios concedidos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem, em estreita parceria com
estados e municípios.

No exercício de 2004, foram mantidos 2,6 milhões de beneficiários (incluindo a Renda


Mensal Vitalícia, extinta em 1996), sendo 1,5 milhão de pessoas com deficiência e 1,1
milhão de idosos.

3 – Previdência Rural (MPS)

Os benefícios previdenciários e acidentários pagos pelo INSS (aposentadoria, pensão,


auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-maternidade, entre outros), em dezembro de
2004, somavam cerca de 21 milhões, dos quais aproximadamente 14 milhões de
benefícios eram destinados a pessoas residentes em áreas urbanas e 7 milhões para
pessoas em áreas rurais. Estes 7 milhões eram majoritariamente direcionados a
segurados especiais com contribuição previdenciária reduzida, por se tratar de parcela
extremamente vulnerável da população, que a Constituição Federal buscou proteger.
Esses segurados especiais consistiam em milhões de pessoas idosas de baixa ren da,
oriundas do meio rural, que recebiam mensalmente 1 salário mínimo de benefício.

4 - Programa Luz para Todos (MME)

O Programa Luz para Todos tem como objetivo levar, até 2008, energia elétrica a 12
milhões de brasileiros sem acesso ao serviço, dos quais 10 milhões residem em áreas
rurais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social das comunidades
beneficiadas.

Todos os estados têm Comitês Gestores em funcionamento, que são os responsáveis


por receber as demandas, definir prioridades e acompanhar a execução do programa.

Em 2004, foram assinados 58 contratos com concessionárias e cooperativas de


eletrificação rural, no valor de R$ 2,5 bilhões (R$ 1,8 bilhão da União), para a realização
das obras. Até dezembro, haviam sido feitas 69.999 lig ações.

5 - Tarifas diferenciadas de energia elétrica (MME)

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A tarifa social de energia elétrica é reduzida em até 65% do seu valor e destina -se aos
domicílios com consumo mensal entre 80 e 220 kWh, calculado com base na média dos
últimos 12 meses, cujo responsável esteja inscrito no Cadastramento Único para
Programas Sociais do Governo Federal, que inclui os beneficiários do Programa Bolsa
Família e remanescentes do Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio -Gás e Cartão
Alimentação.

A Lei no 10.762, de 11 de novembro de 2003, fixa os recursos para suportar a subvenção


econômica da tarifa social de baixa renda, que são provenientes da Conta de
Desenvolvimento Energético; e a Resolução ANEEL nº 44, de 26 de fevereiro de 2004,
estabelece os critérios para classificação das unidades consumidoras (domicílios) com
consumo mensal entre 80 e 220 kWh na Subclasse Residencial Baixa Renda. A tarifa
social de baixa renda beneficia atualmente cerca de 14 milhões de domicílios.

6 - Eliminação de Impostos sobre a Cesta Básica (MF)

A redução do custo de produtos essenciais ao consumo, a exemplo da cesta básica de


alimentos e medicamentos, beneficia principalmente a parcela da população de baixo
poder aquisitivo, que dispende grande parte de sua renda na compra desses pr odutos.

Em 2003 e 2004, foram tomadas medidas importantes no campo tributário com impacto
positivo na redução dos preços dos alimentos. Cabe destacar a eliminação da cobrança
do PIS e da COFINS incidentes sobre os alimentos da cesta básica, como arroz, feijão,
farinha de mandioca, ovos e hortifrutigranjeiros, bem como sobre os produtos essenciais
à agricultura, como adubos, fertilizantes, defensivos, sementes e vacinas. Alem disso, foi
concedido crédito presumido do PIS e da COFINS para a agroindústria em relação às
aquisições dos insumos adquiridos de pessoas físicas.

O projeto de lei da Reforma Tributária, em tramitação no Congresso Nacional, prevê a


isenção ou a cobrança de alíquota mais baixa de ICMS para os produtos da cesta básica
e medicamentos.

7 - Ações de Assistência Social (MDS)

Em 2004, as principais ações implementadas no âmbito da assistência social foram:


Programa de Atenção Integral à Família, desenvolvido em 901 Centros de Referência da

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Assistência Social – CRAS, conhecidos como Casas das Famílias, instalados em 650
municípios, que atendeu 250 mil famílias com serviços de apoio sócio -assistenciais;
Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que
apoiou cerca de 29 mil crianças e adolescentes vítimas des ses crimes e suas famílias,
em 315 municípios; Programa Agente Jovem, que concede bolsas de R$ 65,00 a
adolescentes entre 15 e 17 anos para o desenvolvimento de atividades comunitárias e
capacitação profissional, atendeu 57 mil jovens em 1.077 municípios; Serviços de
Proteção Sócio-assistencial à Infância e à Adolescência, que apóia estados e municípios
na atenção ao público infanto-juvenil e suas famílias em situação de pobreza, beneficiou
1,7 milhões de crianças e adolescentes, em 4.501 municípios; Proteç ão Especial à
Pessoa com Deficiência, que apóia estados e municípios nas ações voltadas para a
promoção da autonomia, inclusão e participação na sociedade das pessoas com
deficiência, atendeu 151,4 mil pessoas, em 1.532 municípios; Programa de Proteção
Social à Pessoa Idosa, que apóia estados e municípios na atenção a esse público em
atividades físicas, laborativas, recreativas e culturais, atendeu 335,9 mil pessoas idosas,
em 2.289 municípios.

Cabe ainda destacar a criação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, que está
sendo implementado a partir de 2005, após amplo debate com a sociedade, e
reorganizará a forma de gestão da assistência social no país, de modo que as ações
sejam efetivamente descentralizadas e financiadas de acordo com a complexid ade dos
serviços prestados. Vale ressaltar também que o SUAS WEB – sistema informatizado de
informações, já está em funcionamento desde fevereiro/2005 para todos os municípios
brasileiros, bem como o trabalho das diversas Comissões Intersetoriais que estão
estudando planos de políticas públicas em áreas estratégicas, como o Direito de Crianças
e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

8 - Mobilização Nacional para o Registro Civil de Nascimento (SEDH)

O registro e a certidão de nascimento são direitos básicos e iniciais de cidadania. Eles


são a porta para o acesso a uma série de outros direitos e de benefícios que o Estado
presta aos seus cidadãos. Sem eles, por exemplo, uma pessoa não pode obter qualquer
outro documento obrigatório (carteira de identidade, CPF, título de eleitor) não pode
matricular-se na escola e sequer receber os benefícios dos Programas Bolsa Família, Luz
para Todos, e outros. Sua ausência é grave fator de exclusão social.

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Apesar desses direitos serem garantidos na legislação brasileira e de serem gratuitos,


ainda são muitos os brasileiros que não os possuem. Em 2002, estimava -se que 24,4%
dos nascidos vivos, o que corresponde a um milhão de crianças, não eram registrados no
ano de seu nascimento. Por essa razão, desde 2003, o Governo Federal tem se
empenhado numa mobilização nacional pelo Registro Civil de Nascimento, com o objetivo
de garantir que, até o final de 2006, todos os brasileiros e brasileiras tenham seu registro
e sua certidão de nascimento.

Foram realizados 3 eventos nacionais de campanhas artesanais de mobilização (25 de


outubro de 2003, 6 de agosto e 6 de novembro de 2004) e uma série de atividades de
realização de registros, sempre em parceria com estados, municípios, cartórios e com a
sociedade civil organizada. Em 2003, com o esforço de mobilização nacional, o número
de subregistro caiu um pouco, para 21,6% (750 mil crianças), mas ainda continuou alto.

Dentre os principais frutos dessa ação, além da diminuição do subregistro, destaca -se a
sensibilização de políticas públicas que lidam com o atendimento da população, para
atuarem enquanto mobilizadores permanentes para o registro civil de nascimento, a
exemplo da saúde, educação, assistência social e desenvolvimento agrário.

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Radar Social:

Problema: ELEVADA DESIGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Situação 2003: 1% dos brasileiros mais ricos se apropriam de parcela da renda total
semelhante àquela detida por 50% dos mais pobres - 13,0% e 13,3%, respectivamente.

Iniciativas do Governo Federal:

9- Reforma Agrária (MDA)

Em 2003, foram assentadas pela reforma agrária 36,3 mil famílias e, em 2004, 81,2 mil
famílias, atingindo 81% da meta de 145 mil famílias estabelecida pelo II Plano Nacional
de Reforma Agrária para esse período.

As terras para reforma agrária são obtidas por meio de decretos de desapropriação,
operações de compra e destinação de terras públicas. Em 2004, foram publicados
decretos desapropriatórios para 388 imóveis, somando 869.721 hectares. Em dois anos,
foram criados 762 projetos de assentamentos e decretada a desapropriação de 1,3
milhão de hectares.

Em 2004, das 544.165 famílias assentadas, cerca de 77,7% foram atendidas com
serviços de assistência técnica e extensão rural. Além disso, foram implementadas ações
de recuperação do passivo de infra-estrutura social e produtiva nos assentamentos com
ações de: energia elétrica (Programa Luz para Todos), beneficiando 220 assentamentos
com 16.904 famílias; saúde, com a inclusão das famílias assentadas no cálculo do Piso
de Atenção Básica do SUS; saneamento básico, com investimentos em 50
assentamentos atendendo 5.710 famílias; educação, mediante alfabetização de jovens e
adultos, ensino fundamental, médio e superior, tendo sido beneficiados com
escolarização formal 57.697 trabalhadores rurais, por meio de parcerias com 35
universidades públicas.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 34


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O Programa Nacional de Crédito Fundiário, que também integra o II Plano Nacional de


Reforma Agrária como um instrumento complementar de acesso à terra para associações
de agricultores, financia a compra de imóveis rurais que não são passíveis de
desapropriação para fins de reforma agrária e investimentos em infra -estrutura produtiva
e social. Em 2004, o Programa atendeu 8.535 famílias, tendo sido financiados a compra
de 177,17 mil hectares de terras.

10 - Política de Acesso ao Crédito

10.1 - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, que


disponibiliza crédito ao agricultor familiar com taxas de jur os mais baixas e prazos
especiais de pagamento, teve seus recursos elevados em 89% comparando a safra
2002/2003 com a de 2003/2004. O volume efetivamente aplicado passou de um patamar
de R$ 2,4 bilhões na safra 2002/2003 para R$ 4,5 bilhões na safra 2003/2 004. O número
de operações de crédito, por sua vez, passaram de 904 mil para 1,4 milhão.

VALORES CONTRATADOS NAS DUAS ÚLTIMAS SAFRAS POR REGIÃO


2002/2003 2003/2004 VARIAÇÃO (%)
Região
Contratos Valores Contratos Valores
Contratos Valores
(mil) (milhão) (mil) (milhão)
Centro-Oeste 30,1 186,7 57,9 344,9 92% 85%

Nordeste 285,7 394,0 547,2 892,4 92% 127%

Norte 35,1 200,2 90,7 545,2 159% 172%

Sudeste 118,4 390,0 194,3 781,3 64% 100%

Sul 435,0 1.205,7 500,1 1.924,9 15% 60%

Total 904,2 2.376,6 1.390,2 4.488,7 54% 89%

Para a safra 2004/2005, estão disponibilizados R$ 7 bilhões em crédito, 30% a mais que
a safra anterior.

Quando analisados sob o contexto do ano civil, o Pronaf passou de um patamar


estagnado de cerca de 950 mil contratos para 1,55 milhão, incluindo 600 mil famílias de
agricultores familiares que passaram a ter acesso à política de crédito, representando um
acréscimo de 63,2 % no número de beneficiários.

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Cabe ainda destacar que, a partir da safra 2004/2005, os agricultores que acessa m o
Pronaf passaram a ter acesso a um seguro agrícola adequado à sua realidade,
garantindo parte da renda e a totalidade dos financiamentos. Assim, no caso de perda da
safra, o Seguro da Agricultura Familiar permite a continuidade das atividades produtivas .
Estimativas apontam que, até o final desta safra, em junho de 2005, chegue a 850 mil o
número de agricultores familiares segurados.

10.2 - Microcrédito

O microcrédito e as microfinanças são formas de garantir o acesso da população de


baixa renda aos serviços financeiros, garantindo cidadania e contribuindo para a geração
de trabalho e renda. As operações de microcrédito aumentaram significativamente em
2004, em decorrência, principalmente, da destinação de 2% de todos os depósitos à vista
dos bancos públicos e privados - caso os bancos não emprestem tais recursos estes são
recolhidos ao Banco Central do Brasil sob a forma de depósito compulsório – com taxas
limitadas a 2% ao mês. O valor máximo dos empréstimos é de R$ 1.000,00 para micro -
empreendedores e R$ 600,00 para pessoa física.

Essa forma de acesso e ampliação do crédito, no âmbito do sistema financeiro nacional,


pode efetivamente chegar à população de baixa renda com a criação das contas
correntes simplificadas, cuja abertura não exige comprovação de renda e endereço.

Até o fim de 2004, já tinham sido criadas mais de 4,6 milhões de contas correntes e de
poupança simplificadas nos bancos oficiais, isentas de tarifas e CPMF. Entre agosto de
2003 e dezembro de 2004, foram realizadas mais 4 milhões d e operações envolvendo R$
1,18 bilhão, por bancos oficiais e privados.

Além disso, a CAIXA adaptou uma faixa do tradicional empréstimo sob penhor para
atender parcela da população com crédito fácil e juros baixos pela modalidade
Micropenhor, realizando, em apenas quatro meses de funcionamento, 578 mil operações
que representaram R$ 137 milhões computados entre as operações de crédito.

Ainda no âmbito das iniciativas de microcrédito, o maior programa brasileiro – pioneiro,


com sete anos de existência - o CrediAmigo, do Banco do Nordeste do Brasil, que conta
com 170 agências, 28 postos de atendimento e 844 assessores de crédito, levando o

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microcrédito a 1.165 municípios localizados nos estados do Nordeste, norte de Minas


Gerais e norte do Espírito Santo. Em 2004, o volume de desembolsos foi da ordem de R$
441 milhões, representando um crescimento de 17,79% em relação a 2003, quando
foram contratados R$ 368,2 milhões. Em 2003 e 2004, foram realizadas 942,6 mil
operações de crédito.

É importante destacar, ainda, a criação, em novembro de 2004, do Programa Nacional de


Microcrédito Produtivo Orientado – PNMPO, com o objetivo de conceder crédito orientado
aos micro-empreendedores com faturamento bruto anual até R$ 60 mil, por intermédio de
instituições de microcrédito como as Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público (Oscip), as Cooperativas de Crédito, as Sociedades de Crédito ao Micro -
empreendedor e as Agências de Fomento, sem a exigência de garantias reais. O
PNMPO desenvolverá, também, um Plano de Desenvolvimento Institucional para as
instituições operadoras de microcrédito produtivo orientado, com o objetivo de aprofundar
o grau de profissionalização e oferecer instrumentos de gestão para torná -las mais
eficientes. O PNMPO utilizará recursos do FAT e de parcela dos 2% de todos os
depósitos à vista dos bancos públicos e privados. A metodologia empregada está
baseada no relacionamento direto de um agente de crédito com os empreendedores, que
definem em conjunto as necessidades de crédito e de gestão do empreendimento.

Finalmente, foi encaminhado ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 1.355/2003, que


permitirá que os empréstimos em atraso do PNMPO sejam cobrados no âmbito dos
Juizados Especiais Federais, o que reduzirá o custo dos mesmos pela via da qued a do
custo administrativo de cobrança.

10.3 - Crédito em Consignação

Por meio das Leis 10.820, de 17 de dezembro de 2003, e 10.953, de 27 de setembro de


2004, foram criadas as condições legais para a concessão de empréstimos com desconto
em folhas de pagamento para trabalhadores assalariados e aposentados e pensionistas
da previdência social, com o estabelecimento de linhas de crédito especiais, contribuindo
para ampliar o acesso ao crédito, especialmente à população de baixa renda, e reduzir a
taxa de juros cobrada, devido à maior segurança que as operações oferecem.

Analisando uma amostra de instituições financeiras para o ano de 2004, que representam
cerca de 80% do volume de crédito pessoal no país, o volume de recursos de crédito

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consignado aumentou 89% entre janeiro e dezembro, passando de R$ 6,3 bilhões para
R$ 11,9 bilhões. A participação do crédito consignado no valor total financiado por essas
instituições para pessoa física cresceu de 25,5% para 34,4%.Em dezembro de 2004, a
taxa de juros anual nos empréstimos consignados em folha era de 40,27% ao ano (2,86%
ao mês), muito abaixo dos 70,7% ao ano das demais linhas de crédito pessoal.

10.4 - Correspondentes Bancários

A atuação dos correspondentes bancários, que prestam serviços de microfinanças à s


pessoas de baixa renda cresceu substancialmente nos dois últimos anos. A criação do
Banco Popular do Brasil, que começou a operar em julho de 2004, foi um dos fatores que
favoreceu tal expansão, sendo que, em dezembro, já contava com 5.530 pontos de
atendimento, possuía 1.050.000 contas simplificadas e tinha concedido empréstimos da
ordem de R$ 19,6 milhões.

Outro exemplo, o Banco Postal, implantado pela Empresa de Correios e Telégrafos - ECT
em suas agências, em 2004, instalou 1.494 pontos de atendimen to e abriu 1,3 milhão de
contas correntes, tendo atendido cerca de 600 mil pessoas diariamente e celebrado mais
de 343 mil contratos de empréstimos para a população de baixa renda.

11 - Pontos de Cultura (MinC)

Criado em 2004, os Pontos de Cultura têm por objetivo promover a inclusão social pela
cultura, incentivando projetos desenvolvidos em comunidades pobres, mediante apoio
financeiro direto e doação de kits de cultura digital – compostos por equipamentos de
informática multimídia, câmaras e uma pequena ilha de edição – possibilitando a
produção cultural na própria comunidade e sua transmissão via Internet banda larga. Em
2004, foram selecionados 262 projetos, que beneficiarão 1,7 milhão de pessoas, sendo
que 72 já estão em funcionamento.

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EDUCAÇÃO

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Radar Social Plano Plurianual 2004-2007


Principais Iniciativas do
Problemas Situação 2003 Desafios
Governo Federal
♣14,6 milhões de Megaobjetivo I
analfabetos com 15 anos Inclusão Social e Redução
Analfabetismo das Desigualdades.
ou mais de idade – taxa
1 - Programa Brasil
de 11,6%.
Desafio 4 Alfabetizado (MEC)
♣3,4% da população entre Ampliar o nível e a
15 e 24 anos é qualidade da 2 - Educação de Jovens e
analfabeta. escolarização da Adultos - EJA (MEC)
♣19,9% da população de população, promovendo
40 anos ou mais é o acesso universal à
analfabeta. educação.
3 - Programa de Valorização
Baixa Qualidade do Ensino

Megaobjetivo I e Formação de Professores e


♣ 55% dos alunos da 4ª Inclusão Social e Redução Trabalhadores da Educação
série em estágio crítico das Desigualdades. (MEC)
ou muito crítico em língua
Básico

portuguesa. Desafio 4 4 - Programa de Expansão do


Ampliar o nível e a Ensino Superior a Distancia
♣ 51,6% dos alunos da 4ª qualidade da em Universidades Públicas
escolarização da (MEC)
série em estágio crítico
população, promovendo
ou muito crítico em o acesso universal à 5- Reformulação e ampliação
matemática. educação. do Programa do Livro
Didático (MEC)
6 - Proposta de criação do
FUNDEB
Acesso Restrito aos Níveis de

7 - Programa Universidade
Megaobjetivo I
Inclusão Social e Redução
para Todos - ProUni (MEC)
Não Obrigatórios

das Desigualdades.
♣ Apenas 41% dos jovens 8 - Fundo de Financiamento
entre 15 e 17 anos estão ao Estudante do Ensino
Ensino

Desafio 4
no ensino médio, embora Ampliar o nível e a
Superior - FIES (MEC)
o índice de freqüência a qualidade da
escola seja de mais de 9 - Expansão da Rede de
escolarização da
81%. Universidades Federais
população, promovendo
o acesso universal à
(MEC)
educação. 10 - Programa de
Desenvolvimento da
Educação Profissional e
Tecnológica (MEC)
11 - Correção do Fluxo
Escolar (MEC)
População (reprovação e evasão
Baixa Escolaridade Média da

12 - Reformulação e
♣ 6,4 anos de estudo em Megaobjetivo I
Inclusão Social e Redução
ampliação dos programas de
média. Alimentação Escolar e
das Desigualdades.
Transporte Escolar (MEC)
♣ Apesar do acesso quase
escolar)

Desafio 4
universal à escola, Ampliar o nível e a 13 – Programa de
menos de 70% das qualidade da Desenvolvimento da
crianças de sete a 14 escolarização da Educação Infantil (MEC)
anos conseguem concluir população, promovendo
o acesso universal à 14 - Programa Nacional de
a 8ª série do ensino
educação. Inclusão de Jovens -
fundamental.
ProJovem (SG/PR)
15 - Programa Segundo
Tempo (ME)

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 40


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Radar Social:

Problema: ANALFABETISMO

Situação 2003: 14,6 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade – taxa de
11,6% / 3,4% da população entre 15 e 24 anos é analfabeta / 19,9% da população de 40
anos ou mais é analfabeta.

Iniciativas do Governo Federal:

1 - Programa Brasil Alfabetizado (MEC)

Ler e escrever são condições básicas para o exercício da cidadania. O Programa Brasil
Alfabetizado tem por objetivo resgatar essa dívida social com cerca de 14,6 milhões de
analfabetos com 15 anos ou mais de idade e vem trabalhando a alfabetização de forma
integrada com a educação de jovens e adultos, no intuito de aumentar a probabilidade de
continuidade dos estudos. O programa consiste na transferência de recursos financeiros
a estados, municípios, instituições de ensino superior e entidades da sociedade civil para
a formação de alfabetizadores e implantação de cursos de alfabetização, que devem ter
duração de oito meses e turmas com no máximo 25 alunos.

Em 2003, foram atendidos com financiamento direto do programa cerca de 2 milhões de


jovens e adultos, em 2.729 municípios. Outros 1,2 milhão de alunos foram atendidos por
meio de protocolos de intenção firmados com diversos parceiros da sociedade civil, sem
aporte de recursos da União. Em 2004, o programa atendeu 1,9 milhão de alunos, em
mais de 4 mil municípios.

2 - Educação de Jovens e Adultos (MEC)

A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino voltada para a população


que não teve acesso ou não concluiu o ensino fundament al ou médio na idade própria. O
Ministério da Educação apóia técnica e financeiramente os estados e municípios para a
ampliação do atendimento e melhoria da qualidade do ensino fundamental para jovens e

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 41


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adultos. Esse apoio financeiro é realizado por meio do Programa Fazendo Escola,
mediante transferência legal de recursos, em caráter suplementar, aos sistemas
estaduais e municipais para aquisição, impressão ou produção de livro didático, material
escolar para aluno e professor, pagamento de professores do quadro ou contratados
temporariamente, formação continuada de docentes e aquisição de gêneros alimentícios.

Em 2004, foram atendidos pelo Fazendo Escola 1.790.119 alunos do ensino fundamental
para jovens e adultos e mais 44.116 alunos egressos do progra ma Brasil Alfabetizado,
perfazendo um total de 2.172 municípios contemplados.

Nesse mesmo ano, as ONG’s e os sistemas de ensino, municipais ou estaduais, não


beneficiados pelo programa, receberam apoio financeiro através dos Projetos
Educacionais para capacitação de professores e aquisição de material didático. Foram
atendidos 8.643 professores e 116.580 alunos.

O Ministério da Educação desenvolve uma política de educação de jovens e adultos que


visa fortalecer a continuidade de estudos da população de 15 anos ou mais que não
completou, no mínimo, o ensino fundamental. Nesse sentido, o Programa Brasil
Alfabetizado é considerado a porta de entrada para essa continuidade. A articulação
entre as ações de alfabetização e o ensino fundamental de jovens e adultos, buscando
sensibilizar os egressos dos programas de alfabetização para o ingresso e permanência
nos sistemas de ensino e a institucionalização da modalidade são os princípios que
norteiam as ações desenvolvidas nesta área. Entre elas, destaca -se a elaboração de
materiais para alunos e professores além de programas de formação de docentes.

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Radar Social:

Problema: BAIXA QUALIDADE DO ENSINO BÁSICO

Situação 2003: 55% dos alunos da 4ª série em estágio crítico ou muito crítico em língua
portuguesa / 51,6% dos alunos da 4ª série em estágio crítico ou muito crítico em matemática.

Iniciativas do Governo Federal:

3 - Programa de Valorização e Formação de Professores e Trabalhadores da Educação


(MEC)

O Programa de Valorização e Formação de Professores e Trabalhadores da Educação


visa melhorar a qualificação dos professores e está sendo implementado por meio do
apoio aos estados e municípios que desenvolvem ações de formação e capacitação
voltadas para professores da rede pública de ensino e demais profis sionais da educação.

Em 2004, foram capacitados 4.653 professores da educação infantil e 48.748 professores


do ensino fundamental.

Em março de 2005, foi lançado o Plano de Qualidade para a Educação Brasileira, que
inclui a criação do Sistema Nacional de Formação de Professores, formado pelo conjunto
de programas do MEC que desenvolvem ações nessa área:

1) O Pró-Infantil é um curso de formação inicial em nível médio, modalidade


Normal, com habilitação em educação infantil. É oferecido a distância para
professores que atuam em creches e pré-escolas e que não possuem a
formação exigida pela legislação vigente, com o objetivo de elevar seu nível de
conhecimento e aprimorar sua prática pedagógica.

2) O Proformação - Programa de Formação de Professores em Exercício ,


oferece formação inicial de nível médio com habilitação ao magistério a

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professores que atuam da 1ª a 4ª série, seja no ensino regular ou na


educação de jovens e adultos, sem a devida habilitação. O curso é ministrado
por professores e tutores especialmente capacitados e oferece material
didático impresso e videográfico específicos. Em 2004, foram formados 30 mil
professores, sendo 6.000 nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Sergipe.

3) O Pró-Licenciatura propõe a professores de escolas públicas de ensino médio


e das séries finais do ensino fundamental, que não têm a qualificação exigida
pela legislação, acesso a cursos superiores em suas áreas de atuação. Para
viabilizar a proposta, o MEC se compromete a arcar com os custos de
formação oferecidos por universidades parceiras em todas as regiões do País;

4) A REDE - Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da


Educação Básica, propõe, em parceria com estados, municípios e instituições
de ensino superior, a oferta de formação continuada a professores das redes
públicas municipais e estaduais. Foram selecionadas 19 universidades,
públicas e comunitárias, de todas as regiões do País para a implantação dos
Centros de Pesquisa e Desenvolvim ento da Educação, que serão
responsáveis pelo planejamento e elaboração de materiais e metodologias
que atendam às necessidades de formação continuada dos professores e de
apoio à gestão.

5) O Pró-Letramento trata-se de um projeto de atualização de conteúdos em


língua portuguesa e matemática, destinado a professores das séries iniciais do
ensino fundamental. Seu desenvolvimento se dá a partir da REDE, na
modalidade semipresencial, com material didático produzido pelos Centros de
Pesquisa e Desenvolvimento da Educação.

6) O Pro-Ifem - Programa Nacional de Incentivo à Formação Continuada de


Professores de Ensino Médio que se destina à formação continuada de
professores das escolas públicas do ensino médio estaduais e do Distrito
Federal, é implementado por meio de cursos ofertados por instituições
selecionadas pelo Programa, contemplando as áreas do conhecimento
presentes no currículo do ensino médio.

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4 - Programa de Expansão do Ensino Superior a Distância em Universidades Públicas


(MEC)

O Programa de Expansão do Ensino Superior a Distância em Universidades Públicas


criado, em 2004, com o objetivo de contribuir para a democratização do acesso ao ensino
superior e qualificar os docentes da rede pública de ensino, buscando enfrentar,
principalmente, o problema da carência de professores de ciências exatas na educação
básica.

Por meio de convênios com 37 universidades, foram abertos 19 cursos de licenciatura


nas áreas de Matemática, Física, Química, Biologia e Pedagogia, possibilitando a oferta
de 17.585 vagas a partir de 2005. Vale ressaltar que, até então, nunca havia sido
realizada qualquer ação ou programa específico de apoio à expansão de cursos a
distância em universidades públicas.

Ainda com o propósito de qualificar os professores e elevar a qualidade da educação,


ficou assegurada a participação, no âmbito do Programa Universidade para Todos –
PROUNI, de professores da rede pública, sem diploma, em cursos de Licenciatura ou
Pedagogia em universidades privadas.

5 - Reformulação e Ampliação do Programa do Livro Didático (MEC)

Com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino público brasileiro, preservando a


afirmação da diversidade das propostas educacionais e das relações escola, cultura e
sociedade, em uma concepção que atribuiu ao livro didático a cond ição de instrumento
essencial a essa realização, o Ministério da Educação implementa o Programa Nacional
do Livro Didático que faz aquisição e distribuição de livros didáticos de qualidade para
todos os alunos da rede pública de ensino fundamental.

Em 2004, foram adquiridos 111 milhões de livros didáticos para o ano letivo de 2005, que
atendeu 30,9 milhões de alunos, em cerca de 150 mil escolas públicas.

Cabe destacar que, desde 2004, para utilização em 2005, as escolas de educação
especial públicas e escolas privadas definidas pelo Censo Escolar como comunitárias e
filantrópicas estão sendo atendidas pelo programa.

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Também em 2004, foi criado, de forma piloto, o Programa Nacional do Livro Didático do
Ensino Médio – PNLEM que, pela primeira vez, distribuiu 2,7 milhões de livros didáticos
para todos os 1,3 milhões de alunos da primeira série do ensino médio das 5,3 mil
escolas públicas das regiões Norte e Nordeste.

Vale ainda destacar que o Governo Federal responde, em média, anualmente, por cerca
de 50% dos livros produzidos pelo mercado editorial nacional.

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Radar Social:

Problema: ACESSO RESTRITO AOS NÍVEIS DE ENSINO NÃO OBRIGATÓRIOS

Situação 2003: Apenas 41% dos jovens entre 15 e 17 anos estão no ensino médio,
embora o índice de freqüência à escola seja de mais de 81%.

Iniciativas do Governo Federal:

6 - Proposta de criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e


Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB

A proposta de criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de


Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, em substituição ao atual Fundo de
Valorização do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério – Fundef, visa
fundamentalmente equacionar a questão do financiamento da educação básica
ampliando os investimentos do setor. O novo Fundo irá criar as possibilidades para o
necessário crescimento do ensino médio e da educação infantil, etapas da educação
básica que não são contempladas pelo Fundef.

O Fundeb representa um avanço no pacto federativo ao reord enar as relações entre


União, Estados e Municípios e estabelecer um novo patamar de financiamento para a
educação básica. Ademais, ao estabelecer uma abordagem sistêmica para todo ciclo de
educação básica e ampliar os recursos, pretende melhorar a qualific ação e a
remuneração dos professores, bem como aparelhar e manter em melhores condições as
escolas públicas, contribuindo para alterar o quadro da qualidade da educação.

7 - Programa Universidade para Todos - ProUni (MEC)

O Programa Universidade para Todos – Prouni consiste da concessão de bolsas de


estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda que tenham cursado todo o
ensino médio em escola pública ou com bolsa de estudo integral em escola particular. Há

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reserva de vagas para alunos com defic iência e para autodeclarados negros e indígenas.
As bolsas integrais são para estudantes com renda familiar “per capita” de até um e meio
salário mínimo, e as parciais (50% do valor da mensalidade) para aqueles com renda
familiar “per capita” de até três salários mínimos. Professores da rede pública, sem
diploma, também poderão participar do programa nos cursos de Licenciatura e
Pedagogia, independente da renda.

Além desses critérios, também são considerados os resultados dos estudantes no Exame
Nacional do Ensino Médio para a seleção dos beneficiados.

Em 2004, 1.142 instituições privadas de ensino superior, que representam mais de 2/3
das existentes no país, aderiram ao programa e 343.812 alunos se inscreveram. Foram
oferecidas 112.416 mil bolsas de estudo a universitários de baixa renda para o ano letivo
de 2005, em 1.135 instituições privadas e filantrópicas de ensino superior.

Cabe destacar que o Prouni é financiado por meio de isenção fiscal, revertendo impostos
não pagos pelas instituições privadas em vagas nas instituições de ensino. Atualmente,
85% do sistema privado do ensino superior já têm isenção de tributos, total
(universidades filantrópicas) ou parcial (universidades sem fins lucrativos).

8 - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior – FIES (MEC)

O Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior – FIES tem por objetivo


conceder financiamento a estudantes universitários sem condições de arcar
integralmente com os custos de sua formação. O fundo financia alunos que não se
enquadram nos critérios de seleção do ProUni e deve ser reformulado a partir da
consolidação deste.

Em 2004 foram atendidos 188.664 alunos, cerca de três mil a mais em relação ao ano
anterior, em que foram beneficiados 185.740. Atualmente, 1.370 instituições de ensino
superior privadas mantêm alunos pelo FIES.

9 - Expansão da Rede de Universidades Federais (MEC)

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Visando à ampliação da participação do setor público na educação superior, com


conseqüente elevação do número de vagas ofertadas, bem como a interiorização do
ensino universitário federal, estão sendo implementadas as seguintes iniciativas:

1) criação ou expansão dos campus das universidades de Vitória da Conquista


(UFBA), Volta Redonda (UFF), Nova Iguaçu (UFRRJ), Baixada Santista (UNIFESP),
Sorocaba (UFSCa), Litoral do Paraná (UFPR), Caruaru (UFPE), Garanhuns (UFRPE)
e da Floresta (UFA), além dos campi de Marabá, Bragança e Castanhal (UFPA);

2) criação da Universidade Federal do Vale de São Francisco, que já está em


funcionamento com a abertura de 530 vagas em Petrolina (PE); da Universidade do
ABC, na grande São Paulo; da Universidade Federal de Grande Dourados (MS) e da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas (BA).

10 – Programa de Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica (MEC)

Em 2004, para facilitar e estimular a formação de jovens na educação profissional técnica


de nível médio, foi publicado o Decreto nº 5.154/04, permitindo que esta modalidade
educacional passasse a ser desenvolvida de forma integrada com o ensino médio, como
previa a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Antes da nova regulamentação,
para os jovens terem uma formação profissional, era preciso cursar o ensino médio e o
curso técnico em turnos ou escolas diferentes. A alternativa era concluir o ensino médio
para depois ingressar na etapa de formação profissional. Agora, todos os alunos de
escolas públicas ou privadas vão poder freqüentar os ensinos médio e técnico de nível
médio ao mesmo tempo, na mesma organização curricular e na mesma escola. A
iniciativa permite que milhares de jovens concluam o ensino médio já com uma profissão.

A partir de outubro de 2004, com a publicação dos Decretos nº 5.224/04 e 5.225/04, os


Centros Federais de Educação Tecnológica - CEFET passam a ser considerados
instituições de ensino superior pluricurriculares, especializados na oferta de educação
tecnológica nos diferentes níveis e modalidades de ensino, caracterizando -se pela
atuação prioritária na área tecnológica.

Cabe ainda destacar a homologação do Parecer CNE/CEB 14/2004 permitindo a


autorização, em caráter experimental, de Cursos Superiores de Tecnologia em Escolas
Agrotécnicas Federais - EAF. O processo para autorização de um Curso Superior,

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 49


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nessas Escolas, atende aos mesmos critérios e procedimentos utilizados para as demais
Instituições de Ensino Superior. Originalmente, as EAF só podiam oferecer habilitação
em nível técnico, cursos de nível básico e ensino médio. Com a medida, jovens da área
rural não precisarão mais sair do campo para freqüentar um curso superior. Atualmente,
onze cursos estão autorizados para funcionamento em dez Escolas Agrotécnicas
Federais.

Apoiando instituições das redes federal, estadual e privada (comunitária) de educação


profissional, o Programa de Expansão da Educação Profissional - PROEP se insere em
uma nova política de educação profissional e tecnológica que extrapola os limites do
mercado e inclui em suas prioridades as demandas sociais, visando consolidar a
educação profissional no plano dos direitos necessários ao exercício da cidadania.

Em 2004, dando continuidade ao processo de monitoramento do Programa, foi iniciada a


Pesquisa de Acompanhamento das Metas do PROEP. Realizada nas 234 escolas
financiadas com recursos do Programa, a Pesquisa revelou, a part ir das respostas de
216 instituições, que 150 escolas estavam em funcionamento em 2004. Foram
ministrados cursos técnicos em 139 escolas totalizando 108.107 alunos matriculados,
sendo 59.262 nas escolas federais; 30.556 nas escolas estaduais e 18.289 nas escolas
comunitárias. Os cursos tecnológicos, ministrados em 37 escolas, atenderam 15.090
alunos, sendo 13.675 matrículas nas escolas federais; 1.291 nas escolas estaduais e 124
nas escolas comunitárias. Quanto aos Cursos de Formação Inicial e Continuada d e
Trabalhadores, dados relativos ao ano letivo de 2003, indicam um total de 53.085 alunos
atendidos nas 80 escolas que responderam aos questionários.

Os resultados obtidos na Pesquisa, principalmente quanto aos cursos técnicos, revelaram


o progressivo crescimento das matrículas nas escolas financiadas com recursos do
PROEP. Ao compararmos com os dados finais do Censo Escolar, observa -se que em
2003, essas escolas participavam com 84.707 do total de 589.383 alunos matriculados
nos cursos técnicos, ou seja, 14% das matrículas. Em 2004 essa participação aumentou
para 16%, sendo 108.107 em um total de 676.093 alunos matriculados.

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Radar Social:

Problema: BAIXA ESCOLARIDADE MÉDIA DA POPULAÇÃO (reprovação e evasão


escolar)

Situação 2003: 6,4 anos de estudo em média / apesar do acesso quase universal à
escola, menos de 70% das crianças de 7 a 14 anos conseguem concluir a 8ª série do
ensino fundamental.

Iniciativas do Governo Federal:

11 - Correção do Fluxo Escolar (MEC)

O Programa de Correção do Fluxo Esco lar – Aceleração da Aprendizagem foi criado para
assegurar o atendimento aos alunos de 1ª a 8ª série do ensino fundamental que
apresentam defasagem idade-série de dois ou mais anos. Possibilita ao sistema público
condições de reverter a situação de fracass o escolar, oferecendo aos alunos
oportunidades para superar as dificuldades da aprendizagem. Em 2004 foram
beneficiados 118.578 alunos por meio da ação de capacitação de professores.

12 - Reformulação e Ampliação dos Programas de Merenda e Transporte Esco lar (MEC)

Alimentação Escolar

Após quase dez anos sem aumento, em 2003, o valor “per capita” da alimentação escolar
mais conhecido como merenda da pré-escola e escolas filantrópicas – estabelecido em
1994 – foi corrigido, com aumento de 116%, igualando-o ao valor do ensino fundamental.
O repasse para a pré-escola e para as escolas filantrópicas, que era de R$ 0,06, passou
para R$ 0,13. Além disso, a merenda escolar foi estendida às creches públicas e
filantrópicas, que nunca haviam recebido este benefício. Passaram a ser atendidas 881
mil crianças de 18 mil creches, com valor de R$ 0,18 aluno/dia, por 250 dias letivos. Os
alunos indígenas, reconhecidamente em grave situação de insegurança alimentar,

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também foram beneficiados com um aumento do valor “per c apita” para R$ 0,34 por
aluno/dia.

Em agosto de 2004, foi concedido novo aumento, de 15,38%, para a merenda da pré -
escola e ensino fundamental, que passou de R$ 0,13 para R$ 0,15 por aluno/dia,
beneficiando 36,9 milhões de alunos diariamente.

Todas essas medidas, além de garantir a segurança alimentar de milhões de crianças,


contribuíram para a aprendizagem e o rendimento escolar e a formação de hábitos
alimentares saudáveis.

Transporte Escolar

Em 2004, o Programa Nacional de Transporte Escolar foi rees truturado, atendendo


reivindicação histórica dos Prefeitos e Governadores. O Governo Federal, através da Lei
Nº 10.880, de 9 de junho de 2004, instituiu o Programa Nacional de Apoio ao Transporte
do Escolar - PNATE. Até 2003, o Programa repassava recursos aos estados, municípios
e entidades da sociedade civil para a aquisição de veículos, por meio de convênios. Com
a alteração, os repasses passaram a ser feitos automaticamente (e não mais por meio
de convênios) aos Estados e Municípios, de acordo com o nú mero de alunos do ensino
fundamental público, residentes na zona rural, que utilizam o transporte escolar,
declarados no Censo Escolar do ano anterior. O recurso, que tem caráter suplementar e
que era usado para compra de veículos, a partir de 2004, passo u a ser usado na
manutenção dos veículos da frota própria e na contratação de serviços terceirizados
para o transporte escolar.

A alteração da sistemática do programa agilizou o repasse e universalizou o atendimento


de tal forma que só em 2004 foram atendidos 3.219.975 alunos, em 5.353 municípios, a
um custo per capita de R$ 76,00 / ano.

13 – Programa de Desenvolvimento da Educação Infantil (MEC)

A Educação Infantil é uma etapa extremamente importante para o desenvolvimento


integral do ser humano. A discussão e o estabelecimento de uma política de educação
infantil é fundamental para melhorar o aprendizado e criar bases sólidas para a educação
de crianças de zero a seis anos. Em 2003, em parceria com entidades da sociedade civil,

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foi elaborada a Política Nacional de Educação Infantil que estabelece as diretrizes, metas
e estratégias para ampliação do atendimento de creches e pré -escolas. Em 2004, com o
apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), foram
realizados seminários regionais com a participação das secretarias municipais e
estaduais de educação e outras entidades que atuam na área para discussão e
implementação da Política. Segundo dados do Censo Escolar de 2004 existem 1,3
milhão de crianças matriculadas em creches e 5,6 milhões de crianças na pré-escola em
todo o Brasil.

14 - Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem (SG/PR)

Em dezembro de 2004, foi lançado o Programa Nacional de Inclusão de Jovens –


ProJovem com o objetivo de proporcionar formação integral aos jovens entre 18 e 24
anos, residentes nas regiões metropolitanas e capitais, que terminaram a 4ª série, mas
não concluíram a 8ª série do ensino fundamental, e não têm vínculos formais de trabalho.
O Programa irá oferecer curso com certificação (após avaliação), que terá duração de um
ano e currículo que integra formação geral, qualificação profissional e engajamento
cívico. Os alunos selecionados por sorteio receberão auxílio financeiro mensal de R$
100,00 e material didático. As primeiras turmas deverão ter início em junho de 2005.

15 - Programa Segundo Tempo (ME)

O Programa Segundo Tempo tem por objetivo oferecer atividades esportivas no horário
complementar ao da escola, colaborando para a inclusão social de alunos matriculados
no ensino fundamental e médio da rede pública, principalmente em áreas de
vulnerabilidade social, contribuindo para a redução da evasão escolar e do trabalho
precoce.

O Programa utiliza espaços físicos ociosos e oferece reforço alimentar, reforço escolar e
material esportivo, sem novos investimentos em infra-estrutura O custo médio é R$ 25,00
por criança/mês e os recursos são transferido a estados, prefeituras municipais, unidades
militares e entidades não governamentais. O Programa também conta com outros
parceiros como clubes sociais e esportivos, empresários e sistema "S"

O Programa possui 3.627 Núcleos de Esporte Educacional que atendem 837,8 mil
crianças e adolescentes na prática desportiva, em 686 municípios de todas as Unidades

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da Federação, tendo sido capacitados 2.684 profissionais para atuarem como monitores
das atividades do Programa.

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SAÚDE

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Radar Social Plano Plurianual 2004-2007


Principais Iniciativas do
Problemas Situação 2003 Desafios
Governo Federal
Mortalidade Infantil
Elevadas Taxas de

Megaobjetivo I
♣ Taxa nacional de 25,1 Inclusão Social e Redução 1 - Programas de
das Desigualdades. Saneamento (MS/MCid)
óbitos para cada mil
crianças nascidas vivas Desafio 3 2 - Saúde da Criança (MS)
em 2002, porém Promover o acesso
chegando a 37,7 por mil universal, com qualidade 3 - Programa Saúde da
na região Nordeste. e equidade à seguridade Família (MS)
social.

Megaobjetivo I 4 - Programa de
Mortalidade Materna

Inclusão Social e Redução Humanização do Pré-natal e


Elevada Taxa de

das Desigualdades. Nascimento (MS)


♣ Taxa nacional estimada
de 73,1 óbitos para cada Desafio 3 5 - Comitês de Mortalid ade
cem mil crianças Promover o acesso Materna (MS)
universal, com qualidade
nascidas vivas em 2002. e equidade à seguridade 6 - Elevação do valor pago
social.
pelo parto no âmbito do SUS
(MS)
por Doenças Não-Transmissíveis

7 - Prevenção e Detecção
Elevadas Taxas de Mortalidade

Precoce das Doenças Não -


♣ Taxa de mortalidade por Megaobjetivo I Transmissíveis (MS)
problemas de coração e Inclusão Social e Redução
circulação sangüínea de das Desigualdades. 8 - Assistência Farmacêutica
151,7 óbitos para cada (MS)
100 mil habitantes. Desafio 3
Promover o acesso 9 - Centros de Referência em
universal, com qualidade Oncologia – Cacons (MS)
♣ Taxa de mortalidade por
e equidade à seguridade
câncer de 72,7 óbitos social.
para cada 100 mil 10 - Atenção Hospitalar (MS)
habitantes.
11 - Qualificação da Atenção
em Saúde – Qualisus (MS)
Mortalidade por Causas

Megaobjetivo I
Externas (transporte,
violência e suicídio)

♣ Taxa nacional de 71,7


Elevadas Taxas de

Inclusão Social e Redução


óbitos para cada 100 mil das Desigualdades
habitantes – 14,9% do
Desafio 3 12 - Serviço de Atendimento
total de óbitos. Na região
Promover o acesso Móvel de Urgência – Samu
Sudeste esta taxa
universal, com qualidade (MS)
alcança 82,3 e no
e equidade à seguridade
Nordeste é de 58,8 social.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 56


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Radar Social:

Problema: ELEVADAS TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL

Situação 2003: Taxa nacional de 25,1 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas em
2002, porém chegando na região Nordeste a 37,7 por mil.

Iniciativas do Governo Federal:

1 - Programas de Saneamento (MS/MCid)

No âmbito da saúde, a área de saneamento é orientada fundamentalmente para prevenir


e controlar agravos contribuindo para a qualidade de vida e saúde da população. Uma
dessas medidas refere-se à implantação de melhorias habitacionais para o controle da
doença de Chagas, que, até novembro de 2004, beneficiou 4.443 famílias.

Também foram beneficiadas, em 2004, 32.328 famílias por meio de implantação de


sistemas de coleta, tratamento e destinação final de resíduos sólidos (lixo), em
municípios de até 30 mil habitantes e em municípios com risco de dengue. Um total de
4.676 famílias foi atendido com obras de implantação e melhoria de drenagem e manejo
ambiental para a prevenção e controle da malária.

Em municípios de até 30 mil habitantes, 228.936 famílias foram beneficiadas com a


implantação, ampliação ou melhoria do sistema de abast ecimento de água e 58.842
famílias tiveram o benefício de implantação, ampliação ou melhoria do sistema público de
esgotamento sanitário, ambos visando sempre a prevenção e o controle de agravos.

Já os financiamentos em saneamento ambiental, suspensos des de 1998, foram


retomados nestes dois primeiros anos de governo. As novas contratações, com recursos
do FGTS, FAT e OGU, no biênio atingiram valores bastante expressivos, chegando a R$
6,1 bilhões. É importante ressaltar a relevância dos recursos da Saúde, do OGU, que

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representam aproximadamente 60% dos investimentos utilizados para intervenções em


saneamento.

2 - Saúde da Criança (MS)

No contexto da atenção à saúde da criança, vem sendo implementado um amplo


conjunto de medidas que, entre outras, destacam-se: implantação da Caderneta de
Saúde da Criança, com distribuição de 3,5 milhões de cadernetas em todo país; abertura
de 10 novos Bancos de Leite; implantação de centros colaboradores estaduais em saúde
da criança em 27 estados; capacitação nas boas práticas da atenção obstétrica e
neonatal; realização do encontro nacional de avaliação das equipes das 27 maternidades
qualificadas em atenção obstétrica e neonatal e do seminário nacional sobre atenção
obstétrica e neonatal.

Em toda a rede SUS, são desenvolvidas ações que visam à promoção do nascimento
saudável, o acompanhamento do recém-nascido de risco, o acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento e da imunização das crianças, a promoção do
aleitamento materno e alimentação saudável, com atenção ao s distúrbios nutricionais e
anemias carenciais, a abordagem de doenças respiratórias e infecciosas e a manutenção
de altas coberturas vacinais em todos os municípios brasileiros, além da incorporação de
novas vacinas.

3 - Programa Saúde da Família (MS)

O Programa Saúde da Família tem por objetivo dar prioridade às ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, reorganizando a prática assistencial e centrando a
atenção na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico e social.

Atualmente existem 21.232 equipes do Programa Saúde da Família, que atendem a uma
população de mais de 69 milhões de pessoas, em 4.664 municípios. Comparado com
dezembro de 2002, houve um acréscimo de 27,1% no número de equipes.

O Programa de Agentes Comunitários de Saúde – Pacs, que é parte do Programa Saúde


da Família, mas também apóia agentes comunitários não integrantes das equipes,
alcançou o patamar de 192.735 agentes comunitários, atendendo a uma população ao
redor de 98,3 milhões de brasileiros, em 5.122 municípios (dados de dezembro de 2004).

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 58


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
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Radar Social:

Problema: ELEVADA TAXA DE MORTALIDADE MATERNA

Situação 2003: Taxa nacional estimada de 73,1 óbitos para cada cem mil crianças
nascidas vivas em 2002.

Iniciativas do Governo Federal:

4 - Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (MS)

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento busca concentrar esforços no


sentido de reduzir as altas taxas de morbi-mortalidade materna e perinatal, adotando
medidas que: assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, puerpério e neonatal; ampliem as
ações de atenção à gestante, como os investimentos nas redes estaduais de assistência
à gestação de alto risco e o incremento do custeio de procedimentos específicos, além de
outras ações.

Entre janeiro e dezembro de 2004, foi realizado o cadastramento de 1,29 milhão de


gestantes no Programa. Cabe ainda destacar, o Projeto de Capacitação de Parteiras
Tradicionais, o financiamento de cursos de especialização em enfermagem obstétrica e a
realização de investimentos nas unidades hospitalares.

5 - Comitês de Mortalidade Materna (MS)

A principal estratégia adotada no Brasil para o monitoramento e combate à mortalidade


materna foi a criação dos Comitês de Mortalidade Materna, que têm por objetivo
acompanhar e investigar as notificações de mortes maternas.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 59


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Até 2004, foram implantados Comitês de Mortalidade Materna em 80% das capitais
brasileiras. A implantação dos Comitês em todos os estad os permitirá se chegar a um
índice comparativo mais confiável da mortalidade materna no país.

Atualmente, as razões de mortalidade materna são maiores nos estados em que os


Comitês encontram-se melhor estruturados, o que conduz à falsa conclusão de que
ocorram mais mortes nesses estados. Na verdade, o que ocorre é simplesmente uma
melhor notificação nos estados em que os Comitês estão devidamente implantados.

6 - Elevação do valor pago pelo parto no âmbito do SUS (MS)

Em 2004, o valor do parto pago pelo SUS foi elevado em 45% para o parto normal e em
19% para a cesárea.

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Radar Social:

Problema: ELEVADAS TAXAS DE MORTALIDADE POR DOENÇAS NÃO -


TRANSMISSÍVEIS

Situação 2003: Taxa de mortalidade por problemas de coração e circulação sangüínea


de 151,7 óbitos para cada 100 mil habitantes / Taxa de mortalidade por câncer de 72,7
óbitos para cada 100 mil habitantes.

Iniciativas do Governo Federal:

7- Prevenção e Detecção Precoce das Doenças Não-Transmissíveis (MS)

A Prevenção e Detecção Precoce das Doenças Não-Transmissíveis procura desenvolver,


por meio das unidades de saúde, ações de promoção primária e secundária de
prevenção, de assistência e de controle das doenças não -transmissíveis, com ênfase na
hipertensão e no diabetes mellitus, com vistas à redução da incidência de
morbimortalidade decorrente dessas causas. Em 2004, foram apoiadas as atividades de
16.000 unidades de saúde em todo o país.

8 - Assistência Farmacêutica (MS)

No âmbito da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, que tem por objetivo


precípuo promover o acesso da população a medicamentos, foram implementadas várias
iniciativas, cabendo destacar:

1) incentivo financeiro para os 5.560 municípios habilitados à parte variável do


Piso da Atenção Básica (PAB variável) para a aquisição de medicamentos
básicos, cuja compra é descentralizada;

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2) garantia a 330.000 usuários do SUS ao acesso a medicamentos excepcionais –


normalmente de alto custo e para uso prolongado –, como a ciclosporina para
pessoas que receberam transplante;

3) distribuição de cerca de 1,7 bilhão de unidades de medicamentos estratégicos -


que são aqueles utilizados para o tratamento de doenças de perfil endêmico,
como a tuberculose, hanseníase, malária e aids, além de outros usados para
tratamento de hipertensão e diabetes e de derivados do sangue para tratamento
de hemofilia - alcançando-se, em 2004, a cobertura de 87.605.448 pacientes que
demandaram a rede do SUS;

4) aquisição de fábrica de medicamentos junto à indústria privada, com a qual


espera-se atingir, em 2005, a produção de 3,5 bilhões de unidades farmacêuticas;

5) apoio a 19 estabelecimentos públicos produtores de medicamentos, visando a


dinamização do parque estatal produtor, o qual produziu cerca de 992,7 milhões
de unidades farmacêuticas;

6) transferência de tecnologia do laboratório estatal do Governo de Cuba para


produção, em Biomanguinhos/Fiocruz/MS, dos produtos Interferon e Eritropoetina,
que permitirá a auto-suficiência brasileira na produção destes dois produtos.

Outra iniciativa que compõe a Política Nacional de Assistência Farmacêutica é o projeto


Farmácia Popular, que tem por objetivo ampliar o acesso da população aos
medicamentos considerados essenciais, beneficiando principalmente as pessoas com
dificuldade para realizar o tratamento devido ao alto custo destes produtos. Em 2004,
foram criadas 27 farmácias populares, com potencial de atendimento de 200 mil famílias,
com um elenco disponível de 89 itens de medicamentos.

9 - Centros de Referência em Oncologia – Cacons (MS)

Os serviços vinculados ao Sistema Único de Saúde - SUS que realizam tratamento


oncológico no Brasil são cadastrados pelo Ministério da Saúde como CACON - Centros
de Alta Complexidade em Oncologia, Serviços Isolados de Quimioterapia ou de
Radioterapia, compondo uma Rede de Atendimento em Oncologia.

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Os CACON são unidades hospitalares públicas ou filantrópicas que dispõem de todos os


recursos humanos e tecnológicos necessários à assistência integral do paciente de
câncer. São responsáveis pela confirmação diagnóstica dos pa cientes, estadiamento,
assistência ambulatorial e hospitalar, atendimento das emergências oncológicas e
cuidados paliativos.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde dispõe de 283 serviços que prestam assistência
oncológica, sendo: 63 Serviços Isolados de Quimioterapia; 38 Serviços Isolados de
Radioterapia; 90 Centros de Alta Complexidade em Oncologia sem radioterapia (CACON
s/RT) e 92 Centros de Alta Complexidade em Oncologia com radioterapia (CACON c/RT).
No ano de 2004, foram realizados na rede SUS 6.232.088 procedimentos de radioterapia
e 1.309.494 procedimentos de quimioterapia.

10 - Atenção Hospitalar (MS)

A atenção hospitalar e ambulatorial no Sistema Único de Saúde inclui uma série de


procedimentos adotados pelo Governo Federal no sentido de facilitar o acesso da
população aos serviços ambulatoriais e hospitalares, visando principalmente à
humanização do atendimento, bem como a redução das desigualdades regionais. A
manutenção e o reforço da rede hospitalar é fundamental para atender aos desafios
impostos pelo tratamento de várias doenças, pelo atendimento a acidentados e vítimas
de violência e pela realização de cirurgias de alta complexidade.

Entre janeiro e novembro de 2004, foram custeadas mais de 11 milhões de Autorizações


de Internação Hospitalar, que culminaram na realização de procedimentos como
tratamento da Aids, angioplastia coronariana, implante de marca -passo, transplante de
medula óssea, gastroplastia, transplante de córnea e partos.

No tocante à atenção ambulatorial, no primeiro semestre de 2004, foram realizados pela


rede do SUS mais de 881 milhões de procedimentos especializados e de alta
complexidade, entre consultas médicas especializadas, sessões de hemodiálise,
quimioterapia e de radioterapia, radiodiagnóstico, ultra-sonografia, exames de patologia
clínica, além das terapias especializadas e de outros grupos de procedimentos.

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11 – Qualificação da Atenção em Saúde – QualiSUS (MS)

O QualiSUS começou a ser implementado em 2004, com um conjunto de iniciativas que


visa proporcionar maior conforto para o usuário do sistema de saúde, com atendimento
prestado de acordo com o grau de risco, maior atenção dos profissionais de saúde e
menor tempo de permanência no hospital. Os hospitais atendidos pelo QualiSUS
recebem equipamentos novos, comprados pelo Governo Federal, e têm suas instalações
reformadas.

Em 2004, o QualiSUS iniciou intervenções nas emergências de seis hospitais do Rio de


Janeiro: Hospital Municipal Miguel Couto, Hospital Municipal Souza Aguiar, Hospital
Municipal Andaraí, Hospital Municipal Salgado Filho, Hospital Estadual Rocha Faria e
Hospital Geral de Bonsucesso. Essas obras serão concluídas em 2005.

Além disso, foi iniciada a implantação de quatro pilotos do programa, referentes a


urgência/emergência, nas regiões metropolitanas de Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre
e Goiânia, bem como do piloto QualiSUS do Sistema no estado de Sergipe.

O QualiSUS, além da melhoria do atendimento das emergências médicas, atua em


outras quatro frentes:
• adequação das unidades de atenção básica para que realizem procedimentos
simples, contribuindo para reduzir as filas nas emergências;
• garantia do acesso a consultas especializadas e cirurgias de média complexidade
a toda a população;
• implantação de política de humanização do atendimento no SU S; e,
• criação de centrais de regulação de leitos e de consultas para distribuir pacientes
entre hospitais e unidades de atenção básica.

No âmbito da atenção básica, o QualiSUS atua com vistas a reduzir a procura dos
serviços básicos médico-odontológicos nos hospitais. Nesse sentido, foi revisado o valor
per capita do Piso da Atenção Básica (PAB) Fixo, que passou de um mínimo de R$ 10,00
para R$ 13,00 - representando um aumento de cerca de R$ 210 milhões ao ano no
repasse federal aos Estados e Municípios. Cabe ainda destacar a ampliação das equipes
de saúde bucal, que integram as equipes do Programa Saúde da Família. Estão em
atuação no país 8.951 equipes de saúde bucal, das quais 2.781 foram implantadas em
2004, representando um aumento, em termos de popula ção coberta, de 11,4 milhões de

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 64


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beneficiários, que passaram de 35,7 milhões, em 2003, para 47,1 milhões, em 2004.
Além disso, em 2004, foram implantados 396 consultórios odontológicos para as equipes
de saúde bucal da modalidade II (integrada por um cirurgião-dentista, um auxiliar de
consultório dentário e um técnico em higiene dental).

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Radar Social:

Problema: ELEVADAS TAXAS DE MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS


(transporte, violência e suicídios)

Situação 2003: Taxa nacional de 71,7 óbitos para cada 100 mil habitantes – 14,8 % do
total de óbitos em 2002.

Iniciativas do Governo Federal:

12 - Serviço de Atendimento Móvel às Urgências – Samu (MS)

O Serviço de Atendimento Móvel às Urgências – Samu/192, integrante do QualiSUS, é o


serviço de atendimento pré-hospitalar do SUS. Ele foi estruturado para prestar
assistência às pessoas em situações de urgência real ou presumida, seja por causas
clínicas (como infartos do coração ou derrames cerebrais), traumáticas (como fraturas ou
ferimentos decorrentes de acidentes) ou psiquiátricas (como no caso de doenças mentais
ou uso de drogas).

O Samu destina-se a melhorar o nível de resposta do sistema de saúde nesses casos e


está permitindo a organização e a racionalização da rede pública, visto que, na central de
regulação deste Serviço, o médico atende a chamada de socorro e tem autonomia para
fazer a triagem do atendimento, decidindo o encaminhamento do paciente segundo
informações de vagas em leitos de emergências nos hospitais.

A estrutura física requer Centrais de Regulação Médica das Urgências, com fácil acesso
ao público, por via telefônica (192), em sistema gratuito, e o envolvimento de outros
profissionais não oriundos da área de saúde, como telefonistas, rádio -operadores e
condutores de veículos de urgência. Até agosto de 2004, o Samu já tinha prestado
socorro a 100 mil pessoas por meio do telefone 192.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 66


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

No aspecto do transporte das vítimas, o Samu atende à população com dois tipos de
veículos, diferenciados segundo a complexidade dos equipamentos e a capac idade de
atender determinadas urgências. Em 2004, foram implantados 80 Samu, com a
distribuição de 702 unidades móveis, beneficiando 64 milhões de pessoas em 379
municípios.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 67


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
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MORADIA

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Radar Social Plano Plurianual 2004-2007


Principais Iniciativas do
Problemas Situação 2003 Desafios
Governo Federal

Escassez da Oferta e Elevado Preço da 1 - Programa de Subsídio à


Habitação de Interesse Social
♣ 17 milhões de brasileiros
(MCid)
(9,9% da população)
Megaobjetivo I
moram em residências Inclusão Social e Redução 2 - Programa de
superlotadas (mais de das Desigualdades.
Arrendamento Residencial
três pessoas por
(MCid)
dormitório). Desafio 6
Habitação

Implementar o processo
3 - Programas C arta de
♣ 5,7 milhões de pessoas de reforma urbana,
melhorar as condições Crédito Associativo e Carta
que residem em de Crédito Individual (MCid)
domicílios alugados de habitabilidade,
acessibilidade e de
comprometem
mobilidade urbana, com 4 - Lei do Mercado Imobiliário
excessivamente sua ênfase na qualidade de
renda familiar com vida e no meio- 5 - Ampliação dos recursos
aluguel (mais de 30% da ambiente. destinados ao Mercado
renda familiar).
Imobiliário (Resolução CMN
3.177/04)

Megaobjetivo I
Assentamentos Precários

Inclusão Social e Redução


Segregação Espacial em

das Desigualdades.

Desafio 6
♣ 6,6 milhões de pessoas Implementar o processo
6 - Programa de
vivem em 1,7 milhão de de reforma urbana, Urbanização, Regularização
domicílios localizados em melhorar as condições e Integração de
favelas e assentamentos de habitabilidade, Assentamentos Precários
semelhantes. acessibilidade e de (MCid)
mobilidade urbana, com
ênfase na qualidade de
vida e no meio-
ambiente.
Megaobjetivo I
Assentamentos Informais

Inclusão Social e Redução


das Desigualdades.
Proliferação de

♣ No Brasil, 9,8 milhões de Desafio 6


pessoas residem em Implementar o processo
de reforma urbana, 7 - Programa Papel Passado
domicílios com
melhorar as condições (MCid)
irregularidade fundiária,
de habitabilidade,
sendo 7,3 milhões em
acessibilidade e de
áreas urbanas. mobilidade urbana, com
ênfase na qualidade de
vida e no meio-
ambiente.
Megaobjetivo I
Inclusão Social e Redução
Escassez de Serviços de

das Desigualdades.
Saneamento e Infra-
Estrutura Urbana

♣ No Brasil, 28,5% da Desafio 6


população urbana (41,8 Implementar o processo 8 - Programas de
milhões de pessoas) não de reforma urbana, Saneamento (MS/MCid)
têm acesso simultâneo melhorar as condições
de habitabilidade,
aos serviços de água,
acessibilidade e de
esgoto e coleta de lixo. mobilidade urbana, com
ênfase na qualidade de
vida e no meio-
ambiente.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 69


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
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Radar Social:

Problema: ESCASSEZ DA OFERTA E ELEVADO PREÇO DA HABITAÇÃO

Situação 2003: 17 milhões de brasileiros (9,9% da população) moram em residências


superlotadas (mais de três pessoas por dormitório) / 5,7 milhões de pessoas que residem
em domicílios alugados comprometem excessivamente sua renda familiar com aluguel
(mais de 30% da renda familiar).

Iniciativas do Governo Federal:

1 - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (MCid)

O Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social objetiva tornar a moradia


acessível aos segmentos populacionais de baixa renda ao complementar a capacidade
financeira de pessoas físicas cuja renda familiar mensal não u ltrapasse três salários
mínimos, cobrindo, nas operações de financiamento ou parcelamento habitacional, a
diferença entre sua capacidade de pagamento e o valor necessário à aquisição ou à
produção do imóvel. No biênio 2003-2004, o programa beneficiou 65.898 famílias.

2 - Programa de Arrendamento Residencial – PAR (MCid)

O Programa de Arrendamento Residencial – PAR é destinado às famílias com renda


mensal de até seis salários mínimos, moradoras das capitais estaduais, regiões
metropolitanas e municípios com população urbana superior a cem mil habitantes.

São diretrizes do Programa o fomento à oferta de unidades habitacionais e à melhoria


das condições do estoque de imóveis existentes, a promoção da melhoria da qualidade
de vida das famílias beneficiadas, a intervenção em áreas objeto de planos diretores, a
criação de novos postos de trabalho diretos e indiretos e o aproveitamento de imóveis
públicos ociosos em áreas de interesse habitacional.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 70


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Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

O PAR é uma operação de aquisição de empreendimentos novos, a serem construídos,


em construção ou a recuperar, e suas unidades habitacionais são destinadas à moradia
das famílias beneficiadas, sob a forma de arrendamento residencial com opção de
compra do imóvel.

Os contratos de arrendamento são firmados pelo prazo de 15 anos e, neste período, os


arrendatários efetuam o pagamento de taxas de arrendamento mensal, que funcionam
como uma espécie de aluguel.

Em 2003 e 2004, no âmbito do PAR foram adquiridos 481 empreendimentos,


compreendendo 77.268 unidades habitacionais, no valor total de investimento de R$ 1,98
bilhão. Nestes dois anos, foram arrendadas 50.497 unidades.

O Programa, que antes se concentrava nas faixas de cinco a seis salários mínimos,
agora direciona 50% dos recursos para as famílias que ganham até quatro salários
mínimos, tendo em vista a implementação de projetos com especificações técnicas
simplificadas e taxa de arrendamento calculada com base em 0,5% do valor do imóvel
objeto do arrendado.

3 - Programas Carta de Crédito Associativo e Carta de Crédito Individual (MCid)

Utilizando recursos do FGTS, os Programas Carta de Crédito Associativo e Individual


financiam aquisições de unidades habitacionais ou lotes urbanizados, bem como a
construção de unidades habitacionais, a conclusão, ampliação, ref orma e melhoria de
unidades habitacionais e aquisições de materiais de construção.

Em sua modalidade individual, os Programas concedem financiamentos a pessoas físicas


não-agrupadas e, na modalidade associativa, financiam pessoas físicas agrupadas em
condomínios ou por sindicatos, cooperativas, associações, companhias de habitação e
órgãos assemelhados, voltados à produção habitacional.

Em 2003 e 2004, o programa beneficiou mais de 366 mil famílias.

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4 - Lei do Mercado Imobiliário

A Lei do Mercado Imobiliário nº 10.931/04 foi sancionada com o objetivo de impulsionar a


oferta de crédito pelos agentes financeiros e dar mais segurança jurídica para os
adquirentes da casa própria, garantindo a preservação do valor pago pelo comprador do
imóvel mesmo na hipótese de falência da construtora. Para tanto, importantes medidas
foram introduzidas nesta Lei. São elas:

1) permite a segregação do acervo de cada incorporação imobiliária, mediante a


constituição do Patrimônio de Afetação;

2) altera o Código Civil na parte de Condomínio, Propriedade Fiduciária e


Hipoteca;

3) estabelece requisitos para demandas sobre Contratos de Comercialização de


Imóveis;

4) trata da Atualização Monetária dos Contratos de Comercialização de Imóveis;

5) cria a Cédula de Crédito Imobiliário - CCI;

6) institui a Letra de Crédito Imobiliário - LCI;

7) altera a Lei de Registros Públicos, permitindo a Retificação de Registros


mediante procedimento administrativo.

5 - Ampliação dos recursos destinados ao mercado Imobiliário

A Resolução nº 3.177 do Conselho Monetário Nacional, publicada em março de 2004,


dobrou a taxa de redução do Fundo de Compensação das Variações Salariais - FCVS
usado para fins de cumprimento do direcionamento dos recursos captados e caderneta
de poupança e destinados a aplicação em operações de crédito imobiliário, o que
permitirá a injeção no mercado imobiliário de cerca de R$ 12 bilhões a cada ano, durante
2005 e 2006. A Resolução retrata o esforço do Governo Federal em estimular o setor da

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 72


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construção civil, mobilizar agentes financeiros, ampliar o financiamento habitacional e


gerar mais empregos.

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Radar Social:

Problema: SEGREGAÇÃO ESPACIAL EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

Situação 2003: 6,6 milhões de pessoas vivem em 1,7 milhão de domicílios localizados em
favelas e assentamentos semelhantes.

Iniciativas do Governo Federal:

6 - Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários


(MCid)

O Programa Urbanização, Regularização Fundiária e Integração de Assentamentos


Precários visa melhorar as condições de habitabilidade de assentamentos humanos
precários e reduzir riscos mediante sua urbanização e regularização fundiária,
integrando-os ao tecido urbano da cidade. Suas ações compreendem a urbanização
integral de assentamentos precários, conjugando um amplo espectro de ações
urbanísticas e sociais necessárias para transformar a área e alcançar condições dignas
de moradia.

Ademais, apóia projetos de Regularização Fundiária Sustentável, implementa projetos de


Saneamento Ambiental e contribui para prevenir a ocorrência de desastres e para reduzir
os riscos associados a escorregamento de encostas, erosão e enxurradas em
assentamentos precários.

Em 2004, mais de 100 mil famílias obtiveram financiamentos para melhorar suas casas.

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Radar Social:

Problema: PROLIFERAÇÃO DE ASSENTAMENTOS INFORMAIS

Situação 2003: 6,6 milhões de pessoas vivem em 1,7 milhão de domicílios localizados em
favelas e assentamentos semelhantes.

Iniciativas do Governo Federal:

7 - Programa Papel Passado (MCid)

O Programa Papel Passado tem por objetivo apoiar estados, municípios, entidades sem
fins lucrativos e o Distrito Federal na implementação de programas de regularização
fundiária para a população de baixa renda residente em assentamentos precários
irregulares, situados, prioritariamente, em áreas de domínio público.

O conjunto das ações e parcerias do Programa viabilizou o início dos processos de


regularização fundiária em 26 estados e 134 municípios, envolvendo 361 áreas, com
estimativa de beneficiar mais de 355 mil famílias.

Desde 2003, cerca de 22 mil famílias obtiveram a titulação da área e 128 mil famílias
estão em estágio avançado de regularização, em áreas já aforadas, desapropriadas, com
dominialidade municipal ou estadual definida ou em fase fin al de negociação.

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Radar Social:

Problema: ESCASSEZ DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO E INFRA-ESTRUTURA


URBANA

Situação 2003: No Brasil, 28,5% da população urbana (41,8 milhões de pessoas) não
têm acesso simultâneo aos serviços de água, esgoto e coleta de lixo.

Iniciativas do Governo Federal:

8 - Programas de Saneamento (MS/MCid)

O setor de saneamento foi significativamente ampliado e aperfeiçoado durante os últimos


dois anos. Até 2002, havia 80 ações distribuídas em 24 programas sob a
responsabilidade de 8 ministérios e 2 instituições financeiras oficiais. Com o PPA 2004 -
2007, o setor foi reorganizado em 5 programas geridos de forma colegiada. Os
investimentos cresceram de forma expressiva com a retomada dos financiamentos em
saneamento ambiental, suspensos desde 1998. As novas contratações, da União, com
recursos do FGTS e FAT, no biênio, atingiram valores bastante expressivos, chegando a
R$ 4,1 bilhões, que somados aos R$ 2 bilhões de OGU, totalizam R$ 6,1 bilhões.

Em 2003 e 2004, o Conselho Monetário Nacional – CMN publicou Resoluções


excepcionalizando as contratações para saneamento, por parte dos estados e
municípios, das atuais regras que regulam a matéria.

Quanto ao marco regulatório do setor, está em fase final de elaboração, na esfera do


Executivo Federal, o Projeto de Lei que institui as diretrizes para os serviços públicos de
saneamento básico e a Política Nacional de Saneamento – PNS, construído mediante
consultas públicas e seminários envolvendo diversos setores governamentais e da
sociedade.

No âmbito da saúde, a área de saneamento é orientada fundamentalmente para prevenir


e controlar agravos contribuindo para a qualidade de vida da população. Uma dessas

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 76


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

medidas refere-se à implantação de melhorias habitacionais para o controle da doença


de Chagas, que, até novembro de 2004, beneficiou 4.443 famílias.

Também foram beneficiadas, em 2004, 32.328 famílias por meio de implantação de


sistemas de coleta, tratamento e destinação final de resíduos sólidos (lixo), em
municípios de até 30 mil hab itantes e em municípios com risco de dengue. Um total de
4.676 famílias foi atendido com obras de implantação e melhoria de drenagem e manejo
ambiental para a prevenção e controle da malária.

Em municípios de até 30 mil habitantes, 228.936 famílias foram beneficiadas com a


implantação, ampliação ou melhoria do sistema de abastecimento de água e 58.842
famílias tiveram o benefício de implantação, ampliação ou melhoria do sistema público de
esgotamento sanitário, ambos visando sempre a prevenção e o controle de agravos.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 77


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

SEGURANÇA

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 78


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

Radar Social Plano Plurianual 2004-2007


Principais Iniciativas do
Problemas Situação 2003 Desafios
Governo Federal
Megaobjetivo III
♣ Taxa de 29,1 vítimas de Promoção e expansão da
Alta Taxa de homicídio por 100 mil cidadania e fortalecimento 1 - Campanha Nacional do
Homicídios habitantes, em 2003 (em da democracia. Desarmamento (MJ)
1980, era de 11,4).
Desafio 25
♣ 1ª causa de morte entre Garantir a segurança 2 - Programa de Proteção ao
homens de 15 a 39 anos pública com implementação Adolescente Ameaçado de
e 3ª entre o número total de políticas públicas Morte (SEDH)
descentralizadas e
de homens.
integradas.
♣ 35% dos entrevistados Megaobjetivo III
em pesquisa Ilanud / FIA Promoção e expansão da
Elevadas Taxas de

cidadania e fortalecimento 3 - Implantação do Sistema


/ GSI de 2002 foram
da democracia. Único de Segurança Pública
Vitimização

vítimas de algum tipo de


– SUSP (MJ)
crime em São Paulo, Rio Desafio 25
de Janeiro, Recife e Garantir a segurança 4 - Programas de Apoio à
Vitória. pública com a Prevenção da Violência e
♣ Sensação de insegurança implementação de
Atendimento a Vítimas de
atinge 57% dos políticas públicas
descentralizadas e
Grupos Vulneráveis (SEDH)
entrevistados na
pesquisa. integradas.
♣ Embora seja difícil medir
a correlação de 5 - Centros de Atendimento a
Megaobjetivo III Vítimas - CEAV (SEDH)
homicídios com o crime
Promoção e expansão da
organizado, há consenso
Crime Organizado

cidadania e fortalecimento
de que ela é significativa da democracia. 6 - Serviço de Proteção ao
com alto número de Depoente Especial
assassinatos de policiais, Desafio 25 (MJ/SEDH)
Garantir a segurança
jovens e usuários de
pública com a
drogas; o aliciamento de 7 - Programa de Combate a
implementação de
crianças e adolescentes, políticas públicas
Lavagem de Dinheiro (MJ)
a dominação de áreas descentralizadas e
das cidades e a integradas. 8 - Programa de Combate à
corrupção de policiais, Criminalidade (MJ)
advogados e políticos.
♣ Dos 1.730 assassinatos
de trabalhadores rurais,
Crise do Sistema de Segurança e Justiça

advogados e líderes
sindicais e religiosos
ocorridos entre 1964 e
1992, somente 2% dos Megaobjetivo III
9 - Reforma do Judiciário
réus foram a julgamento Promoção e expansão da
cidadania e fortalecimento (MJ)
até 1992, segundo a
da democracia.
Comissão Pastoral da
10 - Modernização do
Criminal

Terra. Desafio 25 Sistema Penitenciário


♣ Policiais foram Garantir a segurança Nacional (MJ)
responsáveis por 915 pública com a
homicídios no Estado de implementação de
11 - Pintando a Liberdade
São Paulo em 2003. políticas públicas
(ME)
♣ Crise do sistema descentralizadas e
penitenciário, com alta integradas.
taxa de reincidência.
♣ Sub -notificação dos
casos e falta de
padronização no registro
de informações.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 79


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

Radar Social:

Problema: ALTA TAXA DE HOMICÍDIOS

Situação 2003: Taxa de 29,1 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, em 2003 (em
1980, era de 11,4) / 1ª causa de morte entre homens de 15 a 39 anos e 3ª entre o
número total de homens.

Iniciativas do Governo Federal:

1 - Campanha Nacional do Desarmamento (MJ)

A Campanha do Desarmamento consiste do esforço de mobilização do Estado e da


sociedade brasileira para a entrega voluntária de armas pela população em troca de uma
indenização de até R$ 300,00.

Coordenada pela Polícia Federal, com apoio do Exército, das polícias estaduais e de
entidades da sociedade civil, a Campanha teve início em setembro de 2004 com a
perspectiva de recolher 80 mil armas, até 23 de dezembro. Pa ra manter a população
informada sobre os procedimentos necessários para a devolução das armas, foi instalado
um sistema de ligação interurbana gratuito do tipo 0800, que recebeu mais de 100 mil
ligações até dezembro.

Os resultados obtidos superaram todas as expectativas e foram recolhidas 218.847


armas. Além de superar a meta, o País assistiu à redução do número de homicídios em
função do Estatuto do Desarmamento. No Estado de São Paulo, os índices de homicídios
recuaram 18%. Na região metropolitana de Cur itiba (PR), os dados mostram redução de
27%. Estudos recentes mostram que exclusivamente por força do desarmamento,
somente no Estado de São Paulo, houve redução de 5% dos homicídios, significando que
600 vidas foram poupadas.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 80


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI

A campanha recebeu o Prêmio Unesco 2004, na categoria Direitos Humanos e Cultura


da Paz.

Com a publicação da Medida Provisória nº 229, de 18 de dezembro de 2004, a


Campanha do Desarmamento foi prorrogada por mais seis meses, e a expectativa é
recolher 400 mil armas, até 23 de junho de 2005.

2 – Programa de Proteção ao Adolescente Ameaçado de Morte (SEDH)

Tendo em vista o crescimento da violência envolvendo crianças e adolescentes,


principalmente no que se refere à mortalidade por causas externas, torna -se fundamental
a implementação de programas específicos que protejam a vida deste segmento
populacional. Com esse intuito, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos elaborou o
Programa que tem como objetivo a preservação da vida das crianças e adolescentes
ameaçados de morte, garantindo, na medida do possível, os vínculos familiares e
afetivos, bem como a inserção social segura.

Atualmente, o Programa está implantado em três Unidades da Federação (Minas Gerais,


Espírito Santo e São Paulo) e está em processo de implementação nos Esta dos de
Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia. A priorização desses estados deveu -se
principalmente ao aumento da vitimização de crianças e adolescentes e ao crescimento
do número de mortes de crianças e adolescentes por causas externas. Estudos estão
sendo realizados para inclusão de novas regiões devido ao envolvimento de
adolescentes no tráfico de drogas e a ação de grupos de extermínio.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 81


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
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Radar Social:

Problema: ELEVADAS TAXAS DE VITIMIZAÇÃO

Situação 2003: 35% dos entrevistados em pesquisa Ilanud / FIA / GSI de 2002 foram
vítimas de algum tipo de crime em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Vitória / A
sensação de insegurança atinge 57% dos entrevistados na pesquisa.

Iniciativas do Governo Federal:

3 - Implantação do Sistema Único de Segurança Públic a - SUSP (MJ)

O Sistema Único de Segurança Pública - SUSP tem por objetivo apoiar a modernização e
promover a integração entre os diversos órgãos (federais, estaduais e municipais)
responsáveis pela segurança pública e justiça criminal no país. O SUSP atu a em seis
frentes prioritárias: implantação de infra-estrutura física; reaparelhamento; formação
profissional; gestão do conhecimento; prevenção; e repressão qualificada.

Por esse Sistema, o financiamento dos projetos dos governos estaduais e municipais,
com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, passou a seguir critérios
específicos, com prioridade para o atendimento eficiente às demandas da sociedade e
para o impacto na criminalidade, evitando-se investimentos em projetos políticos ou
pirotécnicos.

Outro avanço importante diz respeito às Ouvidorias de Polícia, instrumentos do cidadão


para controle externo das atividades policiais. Foram incrementadas 4 Ouvidorias (SC,
GO, MT e PE), duas novas Ouvidorias estão em processo de criação (SE e AP) e ainda
foi efetivamente implantada a Ouvidoria do Estado do Paraná. Com isso já são 13
Ouvidorias consolidadas (RS, SC, PR, SP, RJ, MG, GO, BA, MT, PE, CE, RN e PA), ou
seja, Ouvidorias autônomas e independentes, com suporte legislativo (lei estadual ou
decreto), Ouvidor nomeado e contando com uma infra-estrutura mínima para o
recebimento de denúncias e encaminhamento dos processos.

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 82


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Fazendo alusão ao Plano Plurianual – PPA 2004/2007, deve-se registrar que, por meio
da Ação Reaparelhamento e Modernização dos Órgãos de Segurança Pública, foram
repassados cerca de R$ 93 milhões aos Estados e Distrito Federal, referentes a 47
projetos de reaparelhamento das instituições, em 2004. Além disso, o Governo Federal
passou a realizar investimentos diretos em meios tecnológicos de alto valor agregado, a
exemplo de: aquisição de 7 laboratórios de DNA, sendo 5 laboratórios regionais de DNA
Forense em ambiente de Segurança Pública (RS, RJ, DF, BA e AM) e 2 laboratórios em
ambiente universitário (AL e PB) em fase de implantação; e implantação de laboratórios
de entomologia forense, responsáveis por diagnósticos precisos em exame de
cadáveres. De igual modo, o Governo Federal está procedendo à aquisição direta de
equipamentos e viaturas, distribuídos aos Estados, de forma a maximizar o emprego dos
recursos públicos. Em 2004 foram distribuídos cerca de 4.200 veículos.

No que concerne à Ação Implantação de Projetos de Prevenção à Violência, o Governo


Federal tem investido no desenvolvimento de uma política de segurança urbana voltada
para a prevenção da violência e criminalidade, na qual o município é responsável pelo
debate, articulação e implementação das ações. Em 57 Municípios, onde há guardas
municipais, conselhos de segurança e ações de policiamento comunitário implantada s, a
União assinou, em 2004, convênios que têm por objetivo estimular as atividades desses
agentes, voltadas para o exercício da cidadania em parceria com a comunidade. O
conteúdo dos convênios corresponde a capacitação de profissionais das guardas
municipais; reaparelhamento; diagnósticos e ações voltadas para prevenção da violência.

No tocante à Ação Sistema Integrado de Formação e Valorização Profissional, está em


implantação a Matriz Curricular Nacional que tem como princípios os direitos humanos e
a cidadania, a formação e a capacitação continuada, humana e profissional, dos
diferentes atores sociais, a construção democrática de saberes renovados, a integração,
a interdisciplinaridade, a articulação, continuidade e regularidade, e finalmente a
qualidade. As Academias de Polícia estão adequando suas diretrizes em consonância
com a política adotada pela Matriz. Até o presente momento, 14 Estados aderiram à
Matriz.

Quanto à Ação Implantação do Sistema Nacional de Gestão do Conhecimento e de


Informações Criminais, merecem destaque os investimentos realizados com vistas a
promover a integração em rede (Plataforma Nacional de Informações de Justiça e

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 83


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Segurança Pública - INFOVIA) das áreas de segurança e justiça criminal, o que permite a
operação de um Sistema Nacional de Integração de Informações em Justiça e Segurança
Pública – INFOSEG, que já conta com a adesão das 27 Unidades Federadas.

Por fim, merecem também destaque as iniciativas realizadas no contexto da Ação


Intensificação da Repressão Qualificada, sobretudo a que se refere à implantação da
Força Nacional de Segurança Pública, integrada pelos órgãos de Inteligência de
Segurança Pública dos Estados; grupos táticos e de forças especiais das Polícias
Militares Estaduais; grupos especializados dos Corpos de Bombeiros Militares; e
profissionais das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares especialmente
selecionados. Não se trata de um novo órgão policial, mas da estruturação de um grupo
de elite inspirado na atuação das forças de paz da ONU, controlado pelo Governo
Federal, para atuar, quando acionado, em situações de calamidade, casos de crise
aguda nos Estados ou em eventos que exijam reforço na segurança, desde que o
emprego da Força seja requisitado pelos governos estaduais à União. Encer rou-se 2004
com 1.500 policiais e bombeiros instruídos na Academia Nacional de Polícia Federal,
com total financiamento dos gastos pelo Ministério da Justiça. A estréia da Força
Nacional ocorreu no começo de dezembro em Vitória (ES), quando o governo do Es tado
detectou a urgência de reforço na área de segurança pública estadual e solicitou o apoio
de 150 profissionais já capacitados.

4 - Programas de Apoio a Prevenção e Atendimento a Vítimas de Grupos Vulneráveis


(SEDH)

Nos últimos dois anos, estão sendo implementadas várias iniciativas voltadas para o
atendimento de grupos vulneráveis, buscando diminuir as elevadas taxas de vitimização
registradas. Dentre elas, cabe destacar:

1) o programa Atendimento Sócio -educativo do Adolescente em Conflito com a


Lei, que busca ampliar e aperfeiçoar os serviços voltados para o cumprimento de
medidas sócio-educativas não-privativas de liberdade e humanizar o atendimento
nas unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei. Nos últimos
dois anos, foi implantado o Sistema Nacional de Atendimento Sócioeducativo ao
Adolescente em Conflito com a Lei (SINASE) com base em planos estaduais; e
vem-se apoiando os Estados no processo de reordenamento do atendimento;

Radar Social - Principais Iniciativas do Governo Federal 84


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2) o Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crian ças e Adolescentes, que


visa a integração entre os três eixos da Política de Garantia de Defesa de Direitos
da Criança e do Adolescente (prevenção, atendimento e defesa) utilizando -se de
uma metodologia de combate em redes, é executado de maneira descentra lizada
junto a estados e municípios por meio do Programa de Ações Integradas e
Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes
(PAIR), tendo sido capacitados 5.000 profissionais das redes de atendimento,
prevenção, defesa e proteção, em 2004;

3) a Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente prevê o apoio


técnico e/ou financeiro a estados e municípios, bem como ao Poder Judiciário
Estadual e à sociedade civil, tendo sido capacitados 4.700 profissionais ligados à
promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes e implantada a Rede
Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes
Desaparecidos (REDESAP), em 2004;

4) a Proteção da Adoção e Combate ao Seqüestro Internacional busca reduzir a


vulnerabilidade das crianças e adolescentes em relação a todas as formas de
violência, aprimorando os mecanismos de efetivação dos seus direitos sociais e
culturais, sendo os mecanismos estratégicos previstos para a execução do
programa: o desenvolvimento, implantação e gerenciamento de um banco de
dados específico, o apoio ao funcionamento das Comissões Estaduais Judiciárias
de Adoção dos Estados, do Conselho das Autoridades Centrais Brasileiras; a
viabilização dos complexos procedimentos que envolvem o intercâmbio
internacional de informações e documentos; e a publicação de material específico.
No âmbito desse programa, destacam-se as seguintes realizações: i) capacitação
de 150 pessoas entre técnicos e profissionais ligados ao tema adoção
internacional, sendo 3 por estado; ii) atuação no encerramento de 21 casos de
seqüestro internacional de crianças e adolescentes, sendo que 7 foram resolvidos
diretamente com a atuação da Autoridade Central e iii) acompanhamento de 38
casos de seqüestro internacional de crianças e adolescentes.

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Radar Social:

Problema: CRIME ORGANIZADO

Situação 2003: Embora seja difícil medir a correlação de homicídios com o crime
organizado, há consenso de que ela é significativa com alto número de assassinatos de
policiais, jovens e usuários de drogas; o aliciamento de crianças e adolescentes, a
dominação de áreas das cidades e a corrupção de policiais, advogados e políticos.

Iniciativas do Governo Federal:

5 – Centros de Atendimento a Vítimas – CEAV (SEDH)

Os Centros de Apoio a Vítimas de Crimes objetivam conceder amparo jurídico, social e


psicológico a pessoas vitimizadas e buscam primordialmente a reestruturação moral,
psíquica e social da vítima. O acesso à justiça significa para essas pessoas o
restabelecimento da ordem social individual e familiar, o que implica, em última instância,
o controle da violência, o exercício da cidadania e o resgate dos direitos humanos.

Constitui-se, portanto, numa iniciativa de pôr à disposição daqueles que são diretamente
afetados pelos matizes impostos pela violência social um serviço que torna o Estado,
mormente em seu papel de ente garantidor do acesso à justiça e da prática da cidadania,
uma figura mais presente em suas vidas.

Atualmente, há 14 Centros instalados em 12 estados (AL, BA, ES, GO, MG, PA, PB, PE,
RS, RJ, SP e SC) e, até 2006, o número de Centros poderá chegar a 17. Cada unidade
dispõe, em média, de capacidade para atender até 250 pessoas por ano, o que significa
uma disponibilidade total de atender até 3.500 pessoas a cad a ano.

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6 - Serviço de Proteção ao Depoente Especial (MJ/SEDH)

O Sistema Nacional de Proteção a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas hoje existente


no Brasil tem por finalidade, numa atuação complementar à competência constitucional
dos órgãos de segurança pública, conceder assistência e proteção a testemunhas,
vítimas e seus familiares que se encontrem em situação de risco em função de sua
colaboração com investigação ou processo criminal.

Esse Sistema congrega os Programas Especiais de Proteção a Testemu nhas


(conhecidos pelo nome genérico de PROVITA e no Rio Grande do Sul, como
PROTEGE), o Programa Federal de Proteção a Testemunhas e o Serviço de Proteção ao
Depoente Especial - SPDE. Os PROVITA estão implantados atualmente em 16 estados e
no Distrito Federal por meio de convênios firmados entre a União (Secretaria Especial de
Direitos Humanos da Presidência da República) e o ente subnacional, e são, via de regra,
executados por entidades da sociedade civil. O Programa Federal atende aos casos de
proteção oriundos de estados onde ainda não existem programas especiais implantados.

Ao Serviço de Proteção ao Depoente Especial - SPDE, cuja responsabilidade pela


execução cabe ao Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, cabe a
proteção aos casos que não comportam ingresso ou permanência nos programas
especiais. O SPDE atua principalmente na proteção de acusados ou condenados que
tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao
processo criminal.

Mais de 1500 pessoas foram protegidas pelos Programas Especiais (PROVITA´s e


PROTEGE) e pelo Programa Federal, desde 1998, sendo que nenhuma delas sofreu
qualquer tipo de atentado ou foi morta. Em 2004, cerca de 650 pessoas foram
efetivamente protegidas por esses programas, que possuem a capacidade de
atendimento de 750 pessoas simultaneamente. O SPDE acolheu, em 2004, 29
testemunhas e 53 familiares.

7 - Programa de Combate a Lavagem de Dinheiro (MJ)

O Combate à Lavagem de Dinheiro visa à realização de ações integradas com o objetivo


de combater o crime organizado em seu aspecto mais sensível: o patrimônio gerado com
os recursos ilícitos.

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O Governo Federal adotou um novo enfoque no combate à lavagem de dinheiro,


associando essa conduta diretamente ao fortalecimento do c rime organizado. A partir
desse enfoque, propõe-se a adoção de uma nova postura social de repreensão ao crime,
de forma a sufocar as oportunidades de desfrute do produto criminoso.

O sucesso no combate à lavagem de dinheiro depende de uma ampla articulaçã o entre


instituições governamentais, das quais cabe destacar: Ministério da Justiça, Banco
Central do Brasil, Casa Civil da Presidência da República, Controladoria -Geral da União,
Conselho da Justiça Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF/Ministério da Fazenda) e Ministério Público Federal. Cada uma dessas
instituições desempenha certas atividades em busca de metas definidas pela Estratégia
Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro (ENCLA). As metas da ENCLA são
definidas anualmente, em reuniões em que se fazem presentes representantes das
instituições citadas.

Como resultado da ação da ENCLA, em 2004, foi realizado o bloqueio de cerca de 13


milhões de dólares desviados do patrimônio público para o exterior.

Com o fim de ampliar as possibilidades de efetiva recuperação de ativos desviados para


o exterior, o Ministério da Justiça vem articulando contatos com diversos países, a
exemplo da Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, EUA, França, Itália, Peru e Portugal.

8 - Programa de Combate à Criminalidade (MJ)

A atuação da Polícia Federal tem por objetivo intensificar o combate à criminalidade


mediante o fortalecimento da repressão às organizações criminosas, buscando a
integração permanente com os demais órgãos de segurança pública.

Em 2004, por meio do programa Combate à Criminalidade, foram realizadas diversas


operações, que culminaram em expressivos resultados, como a prisão de mais de 300
pessoas, inclusive de políticos e servidores públicos de vários órgãos federais e
estaduais. Vale ressaltar que o combate ao desvio de conduta de servidores públicos,
incluindo servidores da própria Polícia Federal e membros do Poder Judiciário, serviu
para recrudescer a confiança da sociedade na política de combate à corrupção, um dos
objetivos centrais e permanentes do Governo Federal.

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Outrossim, para a realização de operações policiais um fator básico é o levantamento de


informações de inteligência, que permitem localizar pessoas e realizar o levantamento do
modo de operação das organizações criminosas. Essas informações são utilizadas nas
operações realizadas pelas áreas operacionais do Departamento de Polícia Federal e
também na realização de operações que necessitam se revestir de caráter sigiloso.

Houve também um incremento nas ações policiais de combate ao roubo de cargas, com
o conseqüente aumento do número de cargas recuperadas. Em relação ao tráfico de
drogas, foram apreendidas 120 toneladas de entorpecentes, principalmente cocaína e
maconha.

Dentre as operações realizadas pela Polícia Federal, destacam-se:

§ Operação Zumbi - força-tarefa composta por 100 policiais. Resultou na prisão de


16 membros de quadrilha especializada em fraudes previdenciárias, sendo dois
servidores do INSS;

§ Operação Vampiro - apreensão de nove lanchas, 20 im óveis e cerca de R$ 1,5


milhão em investigação de esquema de fraude em licitações do Ministério da
Saúde na área de hemoderivados;

§ Operação Farol da Colina - força-tarefa composta por 800 policiais destinada a


investigar crimes financeiros, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação
de quadrilha. É um desdobramento do “Caso Banestado”;

§ Operação Urso Branco - Prisão de 12 pessoas da maior organização criminosa


voltada para o tráfico de entorpecentes do Estado do Rio Grande do Norte, com
estrutura para processar e distribuir mais de 500 kg de “crack” e cocaína.

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Radar Social:

Problema: CRISE DO SISTEMA DE SEGURANÇA E JUSTIÇA CRIMINAL

Situação 2003: Dos 1.730 assassinatos de trabalhadores rurais, advogados e líderes


sindicais e religiosos ocorridos entre 1964 e 1992, somente 2% dos réus foram a
julgamento até 1992, segundo a Comissão Pastoral da Terra / Policiais foram
responsáveis por 915 homicídios no Estado de São Paulo em 2003 / Crise do sistema
penitenciário, com alta taxa de reincidência / Sub-notificação dos casos e falta de
padronização no registro de informações.

Iniciativas do Governo Federal:

9 - Reforma do Judiciário

Depois de 13 anos de tramitação no Congresso, a Reforma do Judiciário foi aprovada


com promulgação da Emenda Constitucional nº 45, em 8 de dezembro e incluiu pontos
importantes como: a criação do Conselho Nacional de Justiça e do Ministério Público,
que têm como principal função o planejamento e a padronização das atividades do Poder
Judiciário e do Ministério Público; a adoção da súmula vinculante pelo Superior Tribunal
Federal obrigando as instâncias inferiores a seguirem suas decisões sumuladas e
aprovadas por, no mínimo, 8 ministros; a autonomia das defensorias públicas; a
federalização dos crimes contra os direitos humanos; a “quarentena” de três anos para
que juizes e desembargadores exerçam advocacia nos tribunais de origem; a unificação
dos critérios para ingresso nas carreiras da Magistratura e Ministério Público; o fim das
férias forenses;

A reforma do Judiciário tem como objetivo democratizar o acesso e racionalizar as


decisões, de forma a garantir credibilidade ao sistema. Assim, é ponto fundamental para
a redução dos conflitos interpessoais violentos, uma vez que o Estado caminha no
sentido de abandonar o estigma de lento, ineficiente e parcial.

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10 - Modernização do Sistema Penitenciário Nacional (MJ)

O sistema penitenciário nacional apresenta hoje dois grandes desafios: a superlotação


dos estabelecimentos penais nos estados e Distrito Federal, inclusive a cu stódia indevida
de presos em delegacias de polícia, cadeias públicas e carceragens; e o controle que
grupos criminosos organizados exercem sobre a população prisional, liderando rebeliões,
motins e ações criminosas fora do Sistema Penitenciário. Baseada ne ste diagnóstico, a
modernização do sistema penitenciário passa tanto pela criação de novas vagas em
penitenciárias estaduais e federais, quanto pela integração da gestão do conhecimento,
promoção de políticas públicas dentro das penitenciárias e acompanhamento à aplicação
das penas alternativas.

No biênio 200/2004, foram repassados recursos aos estados para a criação de 9.229
novas vagas no sistema penitenciário, em conformidade com as realidades regionais.

Com o propósito de isolar presos de alta periculosidade e comandantes de organizações


criminosas, está sendo consolidado o Sistema Penitenciário Federal. A primeira, de 5
penitenciárias, está sendo construída em Campo Grande/MS e a licitação para a
construção da Penitenciária Federal de Catanduvas/PR já foi aberta. As demais serão
implantadas em Porto Velho/RO, em Mossoró/RN e na região Sudeste.

Cabe ainda mencionar a adesão de todas as Unidades da Federação ao Sistema de


Informações Penitenciárias – INFOPEN que se trata de um programa de coleta de da dos,
com acesso via Internet, alimentado pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública
com informações estratégicas sobre os estabelecimentos penais e a população prisional.

11 - Pintando a Liberdade (ME)

Os Programas Pintando a Liberdade e Pintando a Esperança visam oferecer


oportunidade de trabalho e geração de renda, respectivamente, aos internos do sistema
penitenciário e aos adolescentes em privação de liberdade, proporcionando redução da
pena em um dia para três dias trabalhados, mediante a prod ução de materiais esportivos.

A partir de 2004, passou-se também a contemplar comunidades em situação de


vulnerabilidade social. Foram beneficiadas 12.700 pessoas envolvidas nas atividades de
produção em 65 núcleos de produção, a grande maioria em instituições carcerárias e

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unidades de internação de adolescentes privados de liberdade, localizadas em todas as


Unidades da Federação, beneficiando 4.182.657 pessoas.

No último biênio, foram produzidos cerca de 1,5 milhão de itens de materiais esportivos
(bolas, agasalhos, bolsas, redes, raquetes, mesas, etc), atendendo 13.082 escolas
públicas, 876 instituições não governamentais e 34 países.

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