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Ética a Nicômaco

A Ética a Nicômaco é a principal obra de Aristóteles sobre Ética. Nela se expõe


sua concepção de racionalidade prática, sua concepção da virtude como
mediania e suas considerações acerca do papel do hábito e da prudência na
Ética.

Em Aristóteles, toda racionalidade prática é teleológica, quer dizer, orientada


para um fim (ou um bem, como está no texto). À Ética cabe determinar qual a
finalidade suprema (o summum bonum) que preside e justifica todas as demais
e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade
(eudaimonia), que não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas
honras, mas numa vida virtuosa. A virtude, por sua vez, se encontra num justo
meio entre os extremos, que será encontrada por aquele dotado de prudência
(phronesis) e educado pelo hábito no seu exercício.

Vale destacar aqui que a virtude, na época dos gregos, não é idêntica ao
conceito atual, muito influenciado pelo cristianismo. Virtude era no sentido da
excelência de cada ação, de fazer bem feito, na justa medida, cada pequeno
ato.

Relação dos tópicos da Obra

Livro I. O que é o Bem para o homem

I.A. Definindo o objeto da investigação

I.A.1. Todas as atividades humanas visam a alguma forma de bem. Alguns


bens são subordinados a outros.

I.A.2. A política é a ciência do Bem para o homem.

I.B. A natureza da ciência

I.B.3. Não se pode esperar obter mais precisão no estudo de um assunto do


que a natureza mesma do assunto permite. Um estudante precisa amadurecer
através de vários anos.

I.C. O que é o Bem para o homem?

I.C.4. Geralmente se considera que o bem para o homem é a felicidade, mas


há vários pontos de vista acerca do que seja a felicidade para o homem. Se faz
necessário, no começo, que se tenha uma forte convicção sobre os fatos
(disposiçãoes) que são produzidos por uma boa criação e educação.

I.C.5. Discussão dos pontos de vista comuns de que a bem seja o prazer, a
honra, a riqueza. Um quarto tipo de vida, aquela de contemplação, é deixada
para discussão posterior.
I.C.6. Discussão da visão filosófica de que há uma idéia de bem.

I.C.7. O Bem precisa ser algo de final e auto-suficiente. Alcança-se uma


definição de felicidade considerando a função característica do homem.

I.C.8. Essa definição confirma-se ao contrapô-la às crenças correntes sobre


felicidade.

I.C.9. De que modo se obtém a felicidade? Ela é aprendida? Adquirida por


hábito? Mandada por Deus? Decorrência do acaso?

I.C.10. Sobre se algum homem poderia ser chamado feliz enquanto está vivo.

I.C.11. Haveria como a fortuna dos vivos afetar a felicidade dos mortos.

I.C.12. A virtude é digna de louvor e elogio, mas a felicidade está para além de
qualquer louvor ou glorificação.

I.D. Tipos de virtude

I.D.13. A divisão das faculdades e a decorrente divisão da virtude em moral e


intelectual.

Livro II. A virtude Moral – Considerações gerais –

II.A. Virtude moral; como se produz, de que materiais é constituída e de que


maneira é exibida.

II.A.1. A virtude moral, tal como as artes, é adquirida através da repetição de


seus atos correspondentes.

II.A.2. Não se pode prescrever com exatidão esses atos. Porém deve-se evitar
excesso e insuficiência.

II.A.3. Sentir prazer como decorrência de haver realizado atos virtuosos é um


sinal de que a disposição virtuosa foi alcançada: múltiplas considerações
mostram a conexão essencial da virtude com o prazer e a dor.

II.A.4. As ações que geram a virtude moral não são boas no mesmo sentido
que aquelas que o bem dela decorrente, esta deverá condizer com certas
condição que não são necessárias para o caso de uma arte.

II.B. Definição de Virtude moral

II.B.5.Seu gênero: Não é uma paixão ou faculdade, mas um estado de caráter.

II.B.6. Sua diferença específica: consiste numa disposição de escolher o meio-


termo.
II.B.7. Uma ilustração dessas proposições fazendo referência a virtudes
particulares.

II.C. As características dos estados extremos e do meio-termo: corolários


práticos.

II.C.8. Os extremos são opostos uns aos outros e ao meio termo.

II.C.9. O meio-termo é difícil de atingir, e é apreendido pela percepção, e não


pelo raciocínio.

Livro III.

D. O aspecto intrínseco da Virtude moral: condições para a responsabilidade


pela ação.

III.D.1. O aplauso e a censura vinculados a ações voluntárias. Ações feitas 


sem estar sob compulsão, e  com conhecimento das circunstâncias.

III.D.2. A virtude moral implica que a ação seja realizada  por escolha própria;
o objeto da escolha sendo decorrente de uma deliberação prévia.

III.D.3. A natureza da deliberação e os seus objetos: escolha é o desejo


deliberado por coisas que estão ao nosso alcance.

III.D.4. O objeto de um desejo racional é um determinado fim: um bem, ou um


bem aparente.

III.D.5. Nós somos responsáveis tanto pelas boas, quanto más ações.

 As virtudes e os vícios 

III.A.6. A coragem está relacionada com as emoções de medo e confiança –


em sentido bastante estrito – com o medo de morrer em combate.

III.A.7. O motivo para a coragem é o senso de honra: característica dos vícios


opostos: a covardice e a precipitação temerária.

III.A.8. Cinco modos impróprios de designar coragem.

III.A.9. Relação da coragem com prazer e dor.

III.B. Temperança

III.B.10. A temperança se limita a certos prazeres decorrentes do tato, do tocar


e do toque.

III.B.11.Características da temperança e seus opostos: a insensibilidade e o


desregramento(sensualidade-sensualismo).
III.B.12. O desregramento sensual é mais voluntário do que a covardice. O
homem desregrado é comparável a uma criança mimada.

Livro IV. C. Virtudes relacionadas com o dinheiro.

IV.C.1. Liberalidade, prodigalidade e mesquinharia (baixeza, mediocridade,


tacanhez de espírito)

IV.C.2. Magnificência, vulgaridade e avareza.

IV.D. Virtudes relacionadas com a honra

IV.D.3. Orgulho, Vaidade e Humildade.

IV.D.4. Ambição, carência de ambição e o meio-termo delas.

IV.E. Virtudes relacionadas com a raiva

IV.E.5. Brandura, irascibilidade e a inireascibilidade.

IV.F. Virtudes relacionadas a Interação Social

IV.F.6. Amistoso, contencioso e obsequioso (puxa-saco)

IV.F.7. Franqueza e sinceridade; Presunção ostentadora; autodepreciação.

IV.F.8. sagacidade – perspicácia de tato; bufonaria; rudez (obtuso)

IV.G. A quase-virtude

IV.G.9. A vergonha, o recato e a sem-vergonhice.

Livro V. Justiça.

V.a. Sua esfera e natreza distinta. De que maneira a justiça é um meio-termo.

V.a.1. O justo como o legal, e o justo como o proporcional e equitativo: o


primeiro considerado.

V.a.2. O justo como o proporcional e equitativo; distribuído em justiça


distributiva e justiça retificatória.

V.a.3. A justiça distributiva de acordo com proporção geométrica.

V.a.4. A justiça retificatória, de acordo com proporção aritmética.

V.a.5. A justiça nas trocas; reciprocidade de acordo com uma proporção.


V.a.6. Justíça política e tipos análogos de justiça.

V.a.7. Justiça natural e justiça legal.

V.b. Sobre como a sua natureza intrínseca envolve escolha.

V.b.8. A escala gradativa de ações errôneas.

V.b.9. Pode um homem ser voluntariamente ser tratado de modo injusto? Será
o distribuidor, ou o receptor, o culpado da injustiça na distribuição. A justiça não
é tão fácil como pode parecer, pois não é uma maneira de agir, mas uma
disposição interna.

V.b.10. Equidade, um corretivo da justiça legal.

V.b.11. Pode um homem tratar a si mesmo injustamente?

Livro VI. A virtude intelectual

VI.A. Introdução

VI.A.1. Razões para estudar a virtude intelectual: o intelecto é dividido em


contemplativo e calculativo.

VI.A.2. O objeto do intelecto contemplativo é a verdade. O objeto do intelecto


calculativo é a verdade correspondente ao desejo correto.

VI.B. As virtudes intelectuais capitais

VI.B.3. Ciência – conhecimento demonstrativo do necessário e do eterno.

VI.B.4. Arte – conhecimento de como fazer coisas.

VI.B.5. Sabedoria prática (Phronesis) – Conhecimento sobre como assegurar


os fins da vida humana

VI.B.6. Razão intuitiva – Conhecimento dos princípios a partir dos quais a


ciência se desenvolve.

VI.B.7. Sabedoria filosófica – União de razão intuitiva e ciência.

VI.B.8. Relações entre sabedoria prática e ciência política.

VI.C. Virtudes intelectuais menores relacionadas a conduta.

VI.C.9. A bondade na deliberação, como está relacionada ao conhecimento


prático.
VI.C.10. Compreensão/entendimento – a qualidade crítica em confronto com a
qualidade imperativa da sabedoria prática.

VI.C.11. Julgamento – A discriminação correta do equitativo:o lugar da intuição


na esfera moral.

VI.D. Relação entre sabedoria prática e sabedoria filosófica.

VI.D.12. Para que servem a sabedoria filosófica e a sabedoria prática? A


sabedoria filosófica é a causa formal da felicidade. A sabedoria prática é o que
garante a adoção dos meios apropriados para atingir aos fins desejados pela
virtude moral.

VI.D.13. Relação entre a sabedoria prática e a virtude natural, virtude moral e


as normas do que é certo fazer.

Livro VII.

VII.A - Continência e incontinência

VII.A.1. Seis variedades de caráter: método de tratamento: opiniões correntes.

VII.A.2. Contradições envolvendo essas opiniões.

VII.A.3. Solução para o problema, em que sentido o homem incontinente age


contra o conhecimento.

VII.A.4. Solução para o problema: qual é a esfera de incontinência: Dintinção


entre o seu sentido lato e o seu sentido estrito.

VII.A.5. A incontinência em seu sentido lato incluí formas brutais e mórbidas.

VII.A.6. A incontinência no que diz respeito à irascibilidade é menos prejudicial


do que a incontinência propriamente dita.

VII.A.7. Moleza e rigidez – Duas formas de incontinência: fraqueza e


impetuosidade.

VII.A.8. Porque o desregramento sensual é pior do que a incontinência.

VII.A.9. Relação da continência com a obstinação, incontinência,


‘insensibilidade e temperança.

VII.A.10. A sabedoria prática não é compatível com a incontinência; todavia a


esperteza é compatível com a incontinência.

VII.B. Prazer
VII.B.11. Três pontos de vista hostis sobre o prazer, e os argumentos em que
se baseiam.

VII.B.12. Discussão do ponto de vista de que o prazer não é um bem.

VII.B.13. Discussão do ponto de vista de que o prazer não é o bem último.

VII.B.14. Discussão do ponto de vista de que a maior parte dos prazeres é


ruim, e a tendência de identificar os prazeres corporais e sensuais com o
prazer em geral.

Livro VIII. Amizade.

VIII.A. Tipos de amizade.

VIII.A.1. A Amizade é ao mesmo tempo necessária e nobre: isto suscita muitas


questões.

VIII.A.2. Os três objetos do amor: implicações da amizade.

VIII.A.3. Os três tipos correspondentes de amizade. A superioridade da


amizade que tem como motivo e fundamento o bem.

VIII.A.4. Contraste entre o melhor tipo e os tipos inferiores.

VIII.A.5.O estado da amizade é distinto da atividade decorrente da amizade e


do sentimento de amistosidade.

VIII.A.6. Relações diversas entre os três tipos de amizade.

VIII.B. Reciprocidade da Amizade

VIII.B.7. Em amizades desiguais deve-se procurar manter uma proporção.

VIII.B.8. Amar ativamente é mais da essência do amor, do que ser amado


(passividade)

VIII.C. A relação entre a reciprocidade própria da amizade e aquela


envolvidade em outras formas de comunidade.

VIII.C.9. Paralelismos entre Amizade e Justiça: O Estado abarca todas as


comunidades menores.

VIII.C.10. Classificação das constituições: analogia com as relações familiares.

VIII.C.11. Correspondências entre formas de amizade e de justiça.

VIII.C.12. AS diversas formas de amizade nas relações.


VIII.D. Casuística da Amizade

VIII.D.13. Princípios do intercâmbio de serviços.

VIII.D.14.  na amizade entre iguais.  na amizade entre desiguais.

Livro IX.

IX.D. (continuação)

IX.D.1. Nas amizades onde os motivos de cada um das duas partes são
diferentes.

IX.D.2. Conflito de obrigações.

IX.D.3. Ocasiões para a quebra e término de uma amizade.

IX.E. natureza intrínseca da amizade

IX.E.4. Amizade é baseada em amor próprio.

IX.E.5. Relação entre amizade e boa-vontade.

IX.E.6.Relação entre amizade e unanimidade.

IX.E.7. O prazer da beneficência.

IX.E.8. A natureza do verdadeiro amor-próprio.

IX.F. A necessidade por Amizade.

IX.F.9. Por que um homem feliz precisa de amigos?

IX.F.10. O limite para o número de amigos.

IX.F.11. São os amigos mais necessários em momentos de boa ou má fortuna?

IX.F.12. A essência da amizade é a vida em comum.

Livro X. A - Prazer ; B – Felicidade

X.A. Prazer X.A.1. Duas visões opostas sobre o prazer.

X.A.2. Discussão do ponto de vista de que o prazer seja o Bem.

X.A.3. Discussão do ponto de vista de que o prazer seja inteiramente mal.

X.A.4. Definição do que é prazer.


X.A.5. Os prazeres diferem de acordo com as atividades que acompanham e
completam: critério para o valor dos prazeres.

X.B. Felicidade

X.B.6. A felicidade é uma boa atividade, e não divertimento.

X.B.7. A felicidade é, num sentido mais elevado, a vida contemplativa.

X.B.8. Considerações adicionais sobre a superioridade da vida contemplativa.

X.B.9. Legislação é necessária se um fim deve ser atingido. Transição para a


Política.

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