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Jul/Dezz 2006
DANTAS, D.; CAMPOS, A. Autonomia projetual: um novo olhar sobre as estratégias de ensino
de metodologia de projetos em design.. In: Revista Design em Foco, v. III n.2, jul/dez 2006.
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em design
Projectual autonomy: a new way of looking at the
strategies of project teaching methodologies in Design
Sobre o autor
Palavras Chave
Projeto, metodologia, educação em design.
Keywords
Project, methodology, education in Design.
1.Introdução
O ato de projetar não é uma ação inata ao ser humano. Para ser
aprendido requer um esforço para compreensão dos procedimentos
e mecanismos de construção e articulação intrínsecos ao pensamento
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projetual. Para muitos, projetar se aprende projetando. Mas o que
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mento do futuro.
Revista Design em FFoc
oc
Para isso, o primeiro objetivo a ser alcançado para que haja um diálo-
go é desmistificar o que se considera como papel do método projetual.
Geralmente os alunos de design apreciam as questões estéticas e
criativas enxergando preconceituosamente os aspectos técnicos e pro-
cessuais, pois imaginam que estes sejam restritivos e cerceadores de
sua liberdade criativa. Ao rompermos com esse olhar distorcido, não
procuramos fazer apologia ao tecnicismo, mas apenas difundir a idéia
de que, entendendo o processo, pode-se ser mais criativo, uma vez
que este conceito pressupõe a ruptura de barreiras e uma postura
aberta à inovação.
a fim de nos orientarmos temos que ter uma função que nos asse-
gure de que algo está aqui (sensação); uma segunda função que
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pele” ele transfere para si a responsabilidade pelo que não deu certo,
afinal fica evidente que o que é claro para um, pode não ser
compreendido pelo outro, e que o processo produtivo, no mundo
real, não está todo em suas mãos.
6. Materialidade e Contretização
A inserção no universo projetual pressupõe sua concretização, afinal
todo projeto se constrói a partir do desejo de sua efetiva realização,
mesmo que em tempos futuros longínquos. Assim sendo, o contato
com a realidade dos materiais e processos produtivos constitui condi-
ção imperativa para a atuação do designer.
7. De Consumidor a Projetista
Esse aspecto parece sintetizar o que se pretende, em última instância,
com o ensino de uma metodologia projetual. O percurso que vai de
um olhar autômato, desprovido de intencionalidade, rumo a uma
percepção ampliada dos contextos sociais e das implicações de sua
interação com o mundo, encerra o conceito de autonomia projetual.
8. Algumas considerações
Se num primeiro momento o exposto acima pode parecer, para
alguns, muito direcionador, contrapondo-se à idéia de que o aluno
deveria descobrir o prazer de projetar, acreditamos que uma prática
docente efetiva não pode se furtar de colocá-lo em contato com as
reais dificuldades inerentes aos procedimentos projetuais. O esforço
da prática pedagógica, quando aplicada ao ensino de projeto, consiste
em ajudar o aluno a trilhar esse caminho e não em eliminar os
obstáculos. Dar-lhe ferramentas para poder superá-los permite que
ele obtenha o prazer da conquista pessoal, pois não acreditamos
em aprendizado sem um esforço dirigido. A mediação pedagógica
se dá a partir de proposições conscientes e consistentes de modo a
equilibrar desafios criativos com resultados concretos aplicados.
tir das evidências reveladas pelos alunos a partir de seu próprio pro-
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9. Referências
BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o desenvolvi-
mento de novos produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
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BOLLAS, Christopher. Sendo um personagem. Tradução: Suzana
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Menescal de Alencar Carvalho. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.
BOMFIM, Gustavo A. Fundamentos de uma teoria transdisciplinar
do design: morfologia dos objetos de uso e sistemas de comunica-
ocoo • vv.III