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N Efeitos na Física
Prof. Luiz Ferraz Netto
leobarretos@uol.com.br
Apresentamos aqui um resumo de uma série de efeitos da física em geral. Alguns são velhos
conhecidos dos leitores, outros podem ser novidades. Independentemente de nós os
reconhecermos ou não, são eles alguns dentes da engrenagem do progresso científico. É leitura
compensadora e sugestões para pesquisas sobre excelentes temas em Feiras de Ciências ou para
Trabalhos Escolares. Envie sua sugestão para a inserção de outros efeitos.
EFEITO: Fisicamente, 'efeito' é designação genérica de um fenômeno notável ou conspícuo por qualquer
particularidade. É reconhecido, comumente, pela particularidade que o caracteriza ou pelo nome do observador que o
descobriu.
1. Efeito de magnetoestricção
Quando metais, como o níquel, o ferro ou o cobalto, são magnetizados pela presença de um campo
magnético, eles sofrem uma variação no seu comprimento. Em freqüências ultra-sônicas, esse efeito é útil
para aplicações de limpezas ou como transdutor para sonar.
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Você pode constatar isso experimentalmente, utilizando-se de um tubo de aço ou de ferro, conforme a
montagem que ilustramos.
3. Efeito Kerr
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4. Efeito Stark
Surge quando associamos campos elétricos e luz. Stark descobriu que os campos elétricos intensos
"dissecam" as linhas espectrais de vários elementos, em numerosas linhas mais finas, relacionando-se esse
efeito com a polarização do material.
5. Efeito Hallwachs
Também é relacionado com a luz. É graças a esse efeito que um corpo eletrizado negativamente, no vácuo,
se descarrega quando banhado com luz ultravioleta. Isso pode ser constatado, conforme ilustramos,
colocando-se uma esfera eletrizada negativamente dentro de uma campânula da máquina pneumática.
6. Efeito Barkhausen
É o efeito de orientação da força magnetizante imposta por uma corrente elétrica, sobre os elementos
cristalinos num corpo ferromagnético. O efeito Barkhausen explica a elevação abrupta da curva de
magnetização até a saturação. É originado pela repentina reordenação dos mesmos domínios magnéticos,
que são facilmente girados.
Se a imantação se efetuar com lentidão suficiente, podemos mesmo ouvir distintamente cada golpe.
7. Efeito Seebeck
É o efeito que permite a utilização dos termos elementos (par termelétrico).
Seebeck foi o primeiro a constatar que um circuito formado pela conexão de dois metais diferentes, passa a
ser fonte de força eletromotriz (e conseqüentemente a causa da corrente elétrica num circuito fechado),
quando as junções desses metais estiverem a temperaturas diferentes.
Você pode verificar isso facilmente e até utilizar desse efeito para, por exemplo, examinar as diferentes
temperaturas nas típicas regiões da chama de um bico de Bunsen.
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8. Efeito Doppler-Fizeau
Também se diz, simplesmente, Efeito Doppler; alguns preferem dizer 'Doppler' quando se trata de onda
sonora e 'Doppler-Fizeau' quando se trata de onda eletromagnética.
Consiste no aparente desvio de freqüência que ocorre quando existe movimento relativo entre uma fonte de
ondas (sonoras ou eletromagnéticas) e o receptor (adequado a cada caso). Esse efeito explica, por exemplo,
a aparente modificação do tom do apito de uma locomotiva (sirene de ambulância, ruído dos motores de
carros de corrida etc) aproximando-se ou afastando-se, a grande velocidade, do observador. Ele explica,
também, o "desvio para o vermelho" das estrelas que se afastam da Terra.
É fácil verificá-lo para as ondas sonoras, registrando a altura do som emitido pelo apito de uma locomotiva
que se aproxima ou afasta de um observador, como dito acima. Quando o móvel se aproxima do observador
a altura do som é maior que a emitida e quando se afasta é menor. Quantitativamente, estas observações
exprimem-se pela expressão:
em que f' e f são as freqüências observada e emitida, v é a velocidade da onda no meio, v' a velocidade do
observador medida num referencial fixo no meio e v" a velocidade da fonte medida no mesmo referencial. Os
sinais positivo no numerador e negativo no denominador indicam que o observador e a fone se aproximam;
os outros dois sinais indicam o afastamento.
em que f é a freqüência da onda, num referencial que se move com velocidade v em relação a outro em que a
freqüência da mesma onda é f'; c é a velocidade da luz e θ é o ângulo entre a direção de movimento e a
direção da propagação da luz. A diferença entre f e f' é o chamado deslocamento Doppler.
9. Efeito Meissner
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Ao atingir a temperatura de
supercondutividade, o campo
magnético é expelido para fora da
massa do condutor, o qual passa
a agir como um verdadeiro
"isolante magnético".
Corno resultado, o programa da estação mais potente poderá ser distintamente ouvido durante a recepção
das emissoras mais fracas.
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No cobre, isto é mais notável, quando a corrente flui de partes quentes para partes frias. No ferro ocorre o
oposto.
Encontra atual aplicação prática, no aquecimento ou resfriamento de pequenos objetos por elementos
semicondutores e na termopilha.
A revista Química Nova, vol. 16, no. 1, janeiro/fevereiro de 1993 trás excelente artigo de Pedro L. O. Volpe, da
UNICAMP, na página 49, com título: "O que são termopilhas, como funcionam e como os químicos podem
utilizar estes componentes".
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18. Efeito Volta
Consiste na tensão elétrica gerada quando metais diferentes são postos em contato.
Assim, uma lâmina de cobre superposta a uma lâmina de zinco geram uma d.d.p., com cobre positivo e zinco
negativo.
A quantidade de calor trocado com o ambiente, por sua vez depende, por uma parte, da intensidade da
corrente através do condutor, por outra, da natureza e das dimensões desse condutor, isto é, da sua
resistência elétrica. As observações que demonstram este fenômeno são numerosas:
a) nos filamentos das lâmpadas incandescentes (que alcançam temperaturas acima dos 2000 oC);
b) nos potenciômetros e reostatos (que podem até tornarem-se incandescentes pela passagem de elevadas
intensidades de corrente);
c) nos enrolamentos de motores, dínamos e alternadores (que requerem, por vezes, ventilação forçada
para que não venham a 'queimar');
d) nos fusíveis de metal e ligas de baixo ponto de fusão (que são fundidos quando a corrente supera certos
limites);
e) nos eletrodomésticos (radiadores, ferros de passar, chuveiros, secadores de cabelo, fogões, marmitas,
fornos, fogareiros etc.);
f) nos fornos elétricos industriais (de arco, de resistência, de indução, que permitem obtenção de elevadas
temperaturas com variadas funções), etc.
Uma primeira experiência, que permite obter conclusões científicas do fenômeno em observação, consiste
em estender entre dois suportes, um fio de ferro de 0,5 a 1,5 mm de diâmetro e de 4 a 5 metros de
comprimento.
A seguir, fazendo passar por ele uma corrente de intensidade de alguns ampères; constatamos que:
o fio se aquece, dilata e baixa. Quando se interrompe a corrente, o fio resfria e sobe. Aumentando-se a
intensidade de corrente, o fio torna-se incandescente e depois funde.
Usando-se de fio de ferro galvanizado, o zinco superficial queimará com grande brilho. Usando-se fio de aço
duro observa-se, durante o aquecimento, que o fio inicialmente desce, depois sobe um pouco, para tornar a
descer apreciavelmente. Os mesmos fenômenos, que se reproduzem em sentido inverso, quando se
interrompe a corrente, são devidos às transformações internas do aço. Usando-se fio de alumínio observa-se
que este funde-se mas, fica envolto por uma camada de alumina que o sustenta; constituindo assim um fio
muito leve.
As leis de Joule têm por objeto determinar a quantidade de calor Q que se desprende num condutor, durante
o intervalo de tempo ∆ t, quando percorrido por corrente de dada intensidade i.
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A formulação da primeira lei de Joule diz:
A quantidade de calor desprendida num dado condutor, por unidade de tempo, é proporcional ao
quadrado da intensidade de corrente.
Faz-se passar sucessivamente e durante um minuto cada vez, correntes de 1A, 2A, 3A, 4A, na espiral S,
resultando os seguintes valores:
1A 11-10=1oC 1000cal
2A 15-11=4oC 4000cal
3A 24-15=9oC 9000cal
4A 40-24=16oC 16000cal
A segunda lei de Joule tem por objeto determinar como influi a geometria e a natureza do condutor no
fenômeno observado; é enunciada assim:
A quantidade de calor Q despendia na unidade de tempo, para uma dada intensidade de corrente
(constante), depende do comprimento, da seção reta e da natureza do condutor.
Substituamos na experiência precedente a espiral metálica S por uma outra do mesmo metal, mas de
comprimento ou secção diferentes, ou ainda por uma espiral de mesmas dimensões, mas de natureza
diferente. Para um mesmo valor da intensidade de corrente as quantidades de calor desprendidas por
segundo não são as mesmas. Este resultado pode ser facilmente evidenciado por experiências de ordem
qualitativa:
— Dispõem-se, em série, dois fios de mesmo comprimento, do mesmo metal (ferro por
Experiência 1
exemplo), mas de secções muito diferentes (0,1 e 2 mm) e faz-se passar neles uma corrente controlada.
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Aumentando-a progressivamente, constata-se que o fio fino torna-se incandescente, enquanto que o mais
grosso se aquece muito menos.
— Dispõem-se, em série, dois fios de mesmo comprimento, mesma seção reta, porém um de
Experiência 2
cobre e outro de ferro. Aumentando-se pouco a pouco a intensidade de corrente, o de ferro torna-se
incandescente, enquanto que o cobre pode ser sustido na mão.
E = P. ∆ t = R.i 2. ∆ t
Ele concluiu que isso era devido às minúsculas partículas de carvão que se destacavam do filamento, quando
o mesmo era levado à incandescência, pela corrente elétrica.
Experimentando achar um modo de evitar esse escurecimento, Edison colocou uma placa de metal (P) entre
o vidro e o filamento (F). Isso resolveu o problema do escurecimento do bulbo porém, nosso ilustre
observador verificou que tal placa ficava carregada (eletrizada). Um sensível galvanômetro (G) ligado entre a
tal placa e o filamento acusava uma corrente elétrica unidirecional (retificada, como diríamos hoje!).
Edison não foi capaz de resolver essa questão, aliás, ninguém o faria pois, o elétron ainda não tinha nascido.
Se o elétron fosse conhecido na época, sem dúvida Edison enunciaria o efeito, que hoje leva o seu nome,
assim:
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"Todo metal aquecido emite elétrons"
A primeira válvula foi a retificadora; depois De Forest inventou a grade e dai para a frente você sabe no que
deu isso tudo. Boa parte das válvulas, já há bom tempo, foram substituídas pelos transistores que, por
curiosidade, baseiam-se num efeito conhecido mesmo antes de Edison --- o efeito galena.
Uma causa sugerida é a de que o campo magnético excita os sistemas enzimáticos e assim estimula a
respiração.
Experiência de Compton
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Para explicar a modificação da freqüência dos raios espalhados, Compton utilizou a teoria quântica da luz. O
físico norte-americano propôs que a interação entre um fóton ou quantum de luz e um elétron de um átomo
podia ser considerada sob certas condições como a colisão entre duas partículas em mecânica Clássica.
Os elétrons, ligados ao núcleo do átomo por forças eletrostáticas, podiam comportar-se como elétrons livres
se a energia (hν ) e a quantidade de movimento (hν /c) dos fótons incidentes fosse suficientemente grande.
Utilizando as leis da conservação da energia:
hν = hν ’ + (1/2) mv2 ,
onde h.ν = energia do fóton incidente, hν ’ = energia do fóton espalhado e (1/2)mv2 = energia cinética do
chamado “elétron de recuo”.
Efeito Compton.
Como o valor da velocidade do “elétron de recuo” está próximo da velocidade da luz, em muitos casos deve-
se utilizar a correção relativística para a massa (ver relatividade, na Sala 23).
Compton também aplicou a conservação da quantidade de movimento (como no caso de duas esferas
elásticas), obtendo finalmente a equação:
onde: λ' − λ = aumento do comprimento de onda para o fóton espalhado (em relação ao comprimento de
onda do fóton incidente); ( h/mo.c) = ' comprimento de onda' de Compton, onde h é a constante de Planck, mo
a massa em repouso do elétron e c a velocidade da luz e, θ = ângulo de espalhamento do fóton de
comprimento de onda λ'.
O elétron de recuo do efeito Compton foi descoberto simultaneamente por Wilson e por Bothe e Becker.
O efeito Compton ocorre principalmente com elétrons livres ou fracamente ligados e pode ser explicado
como uma absorção do fóton incidente pelo elétron livre. A energia deste fóton aparece repartida entre o
elétron de recuo e um outro fóton de menor energia. Na explicação deste fenômeno, utiliza-se a idéia de
“fotons virtuais”, mas não podemos neste resumo sobre os efeitos da Física estendermos-nos em sua
explicação.
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24. Efeito Selbt
Relativo às ondas eletromagnéticas (de rádio) estacionárias
O transmissor tem freqüência fixada em 85 MHz e é alimentado por um transformador (primário para a rede
local e secundários com tensões adequadas para os filamentos das válvulas osciladoras e suas placas). O
tubo de Selbt demonstra ondas de rádio estacionárias para as quais a velocidade de propagação é inferior à
velocidade da luz no vácuo (c).
O tubo de Selbt é de vidro e tem sobre si um fio de cobre enrolado em forma de espiral. Essa espiral é
projetada de modo a ter freqüência natural de oscilação igual a do transmissor. O tubo é acoplado ao
transmissor apenas mantendo uma de suas extremidades próxima á bobina de transmissão.
À medida em que deslocamos uma limpada (fluorescente, de néon ou incandescente) ao longo do tubo,
podemos visualizar os ventres (lâmpada acesa) e os nós (lâmpada apagada) da onda estacionária. Para a
freqüência do transmissão especificada (85MHz), a distância entre ventres consecutivos ou nós consecutivos
está em torno de 11 cm, o que corresponde a meio comprimento do onda (semionda).
É necessário que a pessoa que segura a lâmpada esteja em contato com a terra para que, em regiões de
ventre, a lâmpada seja percorrida por corrente elétrica. O melhor afeito se obtém com lâmpadas
fluorescentes ou de néon.
De duas em duas, as arestas AA',CC',EE' são terminadas por facetas que faltam nas arestas intermediárias,
resultando dai uma dessimetria particular. 00’ é um eixo ternário A3, isto é, o cristal se encontra na mesma
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forma, depois de o termos girado um terço de circunferência (120o) em torno desse eixo. Toda reta que une
os meios de duas arestas opostas é um eixo de simetria binária A2, isto é, o cristal apresenta a mesma
forma, depois de uma rotação de 180o em. torno desse eixo. Há, pois, um eixo de simetria ternária A3 e três
eixos de simetria binária A2.
Imaginemos que se tenha cortado uma lâmina L desse cristal (ilustração acima em b e c), formando um
prisma reto de base retangular de modo que quatro faces sejam paralelas a A3 e duas sejam paralelas a um
dos eixos A2. Jacques e Pedro Curie descobriram, em 1882, que essa lâmina é piezelétrica, ou por outra,
que se pode eletrizar por compressão (piezo, em grego, significa pressão) ou por tração e de duas maneiras
diferentes.
Exercendo-se, por exemplo, um esforço de compressão ou de tração segundo A2, observa-se a formação de
cargas elétricas, iguais e de sinais contrários, nas duas armaduras metálicas aplicadas sobre as faces
perpendiculares a A2; mas se o esforço mecânico exercido for uma compressão ou uma tração, os sinais
das cargas elétricas desenvolvidas se inverterão. Reciprocamente, sendo reversível o fenômeno, se
eletrizarmos as referidas faces, o cristal se alongará ou encurtará segundo A2, num sentido tal que tende a
neutralizar as cargas assim originadas. É uma aplicação da condição geral de estabilidade dos equilíbrios.
Por outra parte, pode-se exercer o esforço de compressão ou de tração sobre as duas faces
simultaneamente paralelas a A2 e A3, aparecendo ainda cargas elétricas nas mesmas faces como
anteriormente. As cargas mudam de sinal com o sentido do esforço (ilustração acima, em d), e o fenômeno é
ainda reversível, isto é, a eletrização faz variar a espessura da lâmina.
Exercendo-se a tração de 5 kgf perpendicularmente a A2 e A3, as lâminas de estanho coladas nas faces
perpendiculares a A2 se eletrizam com sinais contrários. As folhas de ouro do eletroscópio indicam um
desvio correspondente a uma diferença de potencial de 100 volts, por exemplo.
Reciprocamente, comunicando às lâminas de estanho as cargas elétricas precedentes, o quartzo se contrai e
torna-se capaz de levantar 5 kgf.
A um esforço duplo corresponde uma carga elétrica dupla. Outros cristais, muito numerosos, mas
apresentando todos uma certa dessentiria, possuem essa mesma propriedade piezelétrica. Alguns se
eletrizam por variação de temperatura (fenômeno pirelétrico; exemplo: a turmalina). Verifica-se ainda nesses
fenômenos, como nos do atrito e da influência, que, em cada operação se engendram duas cargas elétricas
iguais e de sinais contrários, isto é, tais que se as superpuséssemos num mesmo ponto, esse ponto
permaneceria neutro.
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Aplicações do quartzo piezelétrico
a) Medidas elétricas - Carregando-se um cristal de quartzo com um peso dado, produz-se uma determinada
quantidade de cargas elétricas positiva e negativa. Baseados nisso, J. e P. Curie inventaram um aparelho
que serve diariamente, nos laboratórios de estudo dos corpos radioativos, para a medida das. quantidades
de cargas elétricas que esses engendram. Neutraliza-se essa quantidade de carga pela que desenvolve,
numa das faces do cristal, a ação de um peso dado. O cristal piezelétrico, quartzo, tartarato duplo de
potássio e sódio, ou outro, substitui, aqui, um galvanômetro ou um eletrômetro de grandíssima sensibilidade.
b) Medida da pressão nos canhões - A lâmina de cristal é submetida às pressões sucessivas que produz a
explosão. Daí resulta uma liberação progressiva de cargas elétricas, que um oscilógrafo de fácil instalação
registra. A curva assim obtida é a da pressão em função do tempo.
Podemos, assim, medir outras pressões ou outras grandezas susceptíveis de se transformar em pressões.
Construíram-se, por exemplo, receptores de fonógrafos (toca-discos) que utilizam a piezeletricidade dos
cristais. Por bom tempo os 'fones de ouvido' de cristais foram largamente utilizados; hoje já são raros.
e) Medida de intensidade de forças - As forças ou pesos que se deseja medir atuam convenientemente
sobre a lâmina de quartzo, e o aparelho elétrico que mede as cargas é graduado em quilogramas-força ou
em newtons, resultando, assim, uma espécie de báscula muito simples e fiel.
As vibrações assim produzidas se propagam na água com a velocidade de 1 500 metros por segundo,
produzindo ondas de comprimento igual a 1,5 centímetro, que se transmitem quase sem se difratar, numa
direção normal às faces da lâmina que as emite. Ondas mais longas apresentariam maior difração.
Tais ondas penetram a uma grande profundidade, sem serem absorvidas, podendo mesmo vencer vários
quilômetros, enquanto um feixe de luz solar seria extinto, geralmente, depois de uma centena de metros.
O mesmo cristal torna-se, então, um receptor de ondas mecânicas sonoras que o esmagam e dilatam, de
sorte que vem a funcionar, por reversibilidade, como um gerador de correntes elétricas. Essas correntes são
pouco intensas, mas são suficientes para carregar a grade de uma válvula termiônica de três eletrodos, ou,
modernamente, a base de um transistor, podendo evidentemente ser amplificadas pelos métodos clássicos
da radiotelegrafia. Em seu retorno, essas ondas são ouvidas e registradas.
Pode-se, assim, medir o tempo que separa a partida da chegada, isto é, o tempo de ida e volta dos ultra-
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sons, Se é de 2 segundos, o obstáculo acha-se à distância de 1 500 metros, descobrindo-se assim,
facilmente, um submarino escondido a uma distância inferior a 1 500 metros do navio a que pretende atacar.
Se o tempo é de 2/100 de segundo, 4/100 de segundo..., a profundidade do mar é de 15 metros, 30 metros,
etc.
Destarte, o mesmo aparelho, podendo servir, em tempo de guerra, para a caça de submarinos, é utilizado,
em tempo de paz, para o nivelamento do fundo do mar, para procurar icebergs ou navios submersos,
flutuantes entre duas águas. Serve, ainda, de sonda para um navio em perigo de encalhar num baixio ou de
abalroar em recifes não indicados nos mapas.
A piezeletricidade do quartzo é um exemplo frisante desses fenômenos que parecem, à primeira vista,
interessantes unicamente aos físicos dos laboratórios, mas que são quase sempre susceptíveis de uma
aplicação industrial insuspeitada pelo sábio que consegue descobri-los.
Para ilustrar, suponhamos que a luz que penetra no vidro seja polarizada assim //// - as vibrações de luz
ocorrendo somente na direção (/); a que passa através do vidro torna-se polarizada assim = e que a luz que
emerge do vidro estaria então vibrando em um plano diferente, assim \\\\ - fazendo um ângulo com o plano
horizontal.
Este "efeito de Faraday", como é chamado, ocorre sempre que uma luz polarizada passa através de uma
substância transparente, ao longo das linhas de força de um forte campo magnético.
O efeito de Faraday demonstrou a íntima relação entre as ondas de luz e o eletromagnetismo. Sabemos hoje
que o efeito é causado por pequeninas correntes elétricas dentro de átomos individuais. Quando colocadas
em um forte campo magnético, essas correntes são ligeiramente modificadas dentro do átomo. Mais tarde,
foi demonstrado que essas modificações produzem a rotação do plano de polarização, observada por
Faraday.
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Eis aqui nossas sugestões para trabalhos escolares envolvendo Efeitos Físicos. O aluno pode acrescentar
mais outro tanto deles, apresentando um trabalho mais extenso, eventualmente incluindo algum histórico dos
personagens citados.
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