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Esportes Coletivos

Futsal Handebol Basquetebol


Voleibol Atletismo
Prof. Douglas Flesch Cygainski
2009

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 1


FUTSAL

História do Futsal
O futebol de salão tem duas versões sobre o seu surgimento, como em outros
esportes há divergências quanto a sua invenção. Há uma versão que o futebol de salão
começou a ser jogado por volta de 1940 por freqüentadores da Associação Cristã de Moços
(ACM), em São Paulo, pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol
livres para poderem jogar e entãoentão começaram a jogar suas ''peladas'' nas quadras de
basquete e hóquei. No início, jogavam-se
jogavam se com cinco, seis ou sete jogadores em cada equipe,
mas logo definiram o número de cinco jogadores para cada equipe. As bolas usadas eram de
serragem, crina vegetal,, ou de cortiça granulada, mas apresentavam o problema de saltarem
muito e freqüentemente saiam da quadra de jogo, então tiveram seu tamanho diminuído e
seu peso aumentado, por este fato o futebol de salão foi chamado o ‘’esporte da bola
pesada''.

Tem uma versão que seja a mais provável, o futebol da salão foi inventado em 1934
na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, no Uruguai, pelo professor Juan Carlos
Ceriani, que chamou este novo esporte de ‘’indoor-foot-ball''.
‘’indoor

Campeonatos Mundiais de Futsal

Ano País Sede Campeão Vice Campeão


1982 Brasil Brasil Paraguai
1985 Espanha Brasil Espanha
1988 Austrália Paraguai Brasil
1989 Holanda Brasil Holanda
1992 Hong Kong Brasil Estados Unidos
1996 Espanha Brasil Espanha
2000 Guatemala Espanha Brasil
2004 Taiwan Espanha Itália
2008 Brasil Brasil Espanha
Futsal x Futebol de Salão: Até 1989 o futsal era chamado de futebol de salão, e era de
organização da FIFUSA (federação de futebol de salão). Após 1989 a FIFA passou a organizar
orga
e redigir as regras deste jogo, agora chamado de futsal.

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Fundamentos
Voser (2002) define técnica como sendo todo gesto ou movimento realizado pelo atleta que
lhe permite dar continuidade e desenvolvimento ao jogo, as técnicas esportivas do futsal
são: passe, domínio, condução, chute, drible, finta, marcação, cabeceio.

Passe: É a ação de interligar-se com os integrantes de uma equipe, é o fundamento técnico


mais importante e que mais acontece, pode sair um passe com a cabeça, com o peito, a
coxa, o ombro. O passe pode ser classificado, de acordo com:
a) Distância: curto (até 4m), médio (de 4m a 10m), longo (acima de 10m)
b) Trajetória: rasteiro, meia altura, parabólico
c) Execução: interna, externa, bico, solado, dorso
d) Espaço de Jogo: lateral, diagonal, paralelo
e) Passes de Habilidades: coxa, peito, cabeça, calcanhar, ombro, etc.

Domínio: Ação consciente que ocorre a partir do recebimento da bola, muitas vezes
entregue por um companheiro de equipe, em mantê-la sob controle e, assim, poder
realizar movimentos técnicos a fim de dar seqüência à jogada. Essa ação poderá ser feita
com qualquer parte do corpo, exceto com aquelas não permitidas pela regra.

Condução: É o movimento de levar a bola próximo aos pés, de maneira que ela esteja
sempre ao alcance do condutor.

Chute: Ação de golpear a bola parada ou em movimento visando desvia-la ou dar-lhe


trajetória, é o fundamento que precede o gol.

Drible: Trata-se de uma série de movimentos e ações que culmina com a superação
do adversário e a seqüência da jogada com a posse da bola. A principal diferença entre o
drible e a finta reside no fato de que no primeiro há o controle da bola, enquanto no
segundo a bola não está presente.

Finta: É uma ação de inteligência motora e cognitiva que ocorre no espaço e no tempo
apropriado. Seu objetivo maior é o de levar o adversário a pensar que quem faz a finta irá
para um lugar quando este vai para outro.

Marcação: Trata-se da ação de evitar que o adversário recebe a bola ou, quando este a
possui, impedir ou dificultar suas ações técnicas de condução, passe, chute ou drible.

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Cabeceio: É a ação de golpear a bola com a cabeça.

Sistema e Tática: Qual a diferença?

Sistema Tática
É a maneira pela qual se aplicam os
Trata-se do modo como são posicionados sistemas de combinar o jogo de ataque e
os jogadores em quadra de defesa, explorar as deficiências e
neutralizar potencialidades em busca da
vitória.

Exemplos de Sistemas

Tipos de Marcação

Individual: tem como objetivo executar a marcação direta de um adversário. Há dois tipos:
pressão parcial e pressão total.

Zona: marcação em um determinado espaço ou setor da quadra de jogo.

Mista: é a combinação das ações de marcação individual e por zona.

Jogadores
Goleiro (G)
Fixo (F)
Ala (A)
Pivô (P)

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Principais Regras

Quadra de Jogo
a) Comprimento: 42m (máximo), 25m (mínimo)
b) Largura: 25m (máximo), 15m (mínimo)
c) Área de meta: raio de 6m
d) Penalidade máxima: 6m
e) Tiro livre sem barreira: 10m
f) Circulo central: raio de 3m
g) Metas (goleiras): 3m x 2m

Número e Substituições dos Atletas


a) Iniciar uma partida: cinco atletas
b) Ficar em quadra: três atletas
c) Máximo no banco de reservas: sete atletas
d) O número de substituições é ilimitada, deve-se fazer sempre uma substituição na
zona de substituição.

Equipamentos Necessários
a) Tênis sem trava, meias, calção, camisas com números
b) Os goleiros devem apresentar camisas de cores diferentes dos demais jogadores.

Duração da Partida e Pedidos de Tempo


a) Dois tempos de 20 minutos cada com 10 minutos de intervalo, cada vez que
houver uma paralisação (saída de bola, falta, etc) o tempo cronometrado é
paralisado.
b) Cada treinador pode pedir apenas um tempo de um minuto por período.

Saída de Centro
Na saída de centro a bola sempre deve ser rolada para frente, vale o gol direto. O time
que rolar a bola para trás, será penalizado com um tiro livre indireto do mesmo local.

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Infrações (faltas)
a) Faltas Técnicas: dar ou ter intenção de dar pontapé, calçar, bater, empurrar,
obstruir intencionalmente, trancar e outros do gênero. Tendo como punição uma
falta pessoal e coletiva. O atleta que cometer 5 faltas técnicas ou pessoais,
será desclassificado da partida, sendo substituído por outro jogador.

b) Faltas Pessoais: o goleiro segurar a bola por mais de quatro segundos, demorar
mais que quatro segundos para a cobrança de uma falta ou quatro segundos com
a bola dentro da área de defesa. Outras formas de faltas pessoais é o bi-toque,
tocar na bola sem algum equipamento (principalmente tênis). Tendo como
punição uma falta pessoal e coletiva. Será punido a equipe infratora, com a
cobrança de um TIRO LIVRE INDIRETO a ser executado pelo adversário, no local
onde ocorreu a infração. Se cometida dentro da área de meta do infrator, o
tiro deverá ser executado sobre a linha da área, no local mais próximo da
infração.

c) Faltas Disciplinares: quando o atleta ou comissão técnica comete atos de


indisciplina verbal ou atitudes anti-desportivas. Tendo como punição uma
advertência ou até mesmo uma expulsão e após a quinta falta tiro livre sem
barreira.

Cartões
a) Amarelo: advertência
b) Vermelho: expulsão (dois minutos ou tomar um gol)

Tiros Livres (direto e indireto)


a) Faltas com barreira (5 metros até a quinta falta, a partir da sexta falta, tiro livre
da linha dos 10 metros, ou mais próximo, sem barreira).

b) O executor do tiro livre de 10m deverá obrigatoriamente chutar a bola em


direção a meta, com a intenção de assinalar um tento (gol), sendo proibido o
passe para outro jogador de sua equipe.

c) Se um atleta recuar a bola (tiro livre direto ou indireto) para o goleiro e esta
entra diretamente no gol, deverá ser marcado um arremesso de canto a favor da
equipe adversária.

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Penalidade Máxima
Faltas dentro da área (distância 6 metros e o goleiro deve permanecer na linha do gol), o
executante não é obrigado a chutar a bola em direção à meta, podendo passar a bola
para outro companheiro.

Tiro de Meta e Ações do Goleiro


a) O goleiro deve cobrar o tiro de meta somente com a mão.

b) Para devolver a bola para o goleiro, a bola deve ultrapassar o meio da quadra,
bater no adversário ou sair pela lateral (se acontecer alguma destas
infrações, será concedido um arremesso lateral para a equipe adversária). O
goleiro só poderá pegar a bola recuada com a mão se atrasada pelo seu
companheiro com parte acima do joelho (coxa, peito, cabeça).

c) O goleiro utilizara os pés na quadra de defesa por quatro segundos, na quadra de


ataque o tempo é livre, na sua área, quatro segundos com as mãos ou os pés.

d) Não será válido o tento assinalado diretamente de arremesso de meta tocando


ou não no goleiro.

Arremesso Lateral
a) A bola deve estar em cima da linha.

b) Se um jogador cobrar o tiro lateral contra sua própria meta, e a bola tocar em
qualquer jogador e entrar no gol, o tento será válido. Se penetrar diretamente o
gol não será válido, será cobrado tiro de canto em favor da equipe adversária.

c) Se um jogador cobrar o tiro lateral contra a meta adversária, e a bola tocar em


qualquer jogador e entrar no gol, o tento será válido. Se penetrar diretamente o
gol não será válido, será cobrado, será cobrado arremesso de meta em favor da
equipe adversária.

Arremesso de Canto
a) Vale gol direto, dentro do semi círculo.

b) Não vale gol contra, tocando ou não no goleiro, a partida será reiniciada com um
arremesso de canto em favor da equipe adversária.

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Quadra de Jogo
FONTE: http://www.futsaldobrasil.com.br/2009/cbfs/regras.php

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HANDEBOL

História do Handebol
O Handebol não foi criado ou inventado, a bola é sem dúvida um dos instrumentos
desportivos mais antigos do mundo e vem cativando o homem há milênios. O jogo de
Urânia, praticado na antiga Grécia com uma bola do tamanho de uma maçã, usando as mãos
mas sem balizas, é citado por Homero na Odisséia.

Também os Romanos, segundo Cláudio Galeno (130-200 d.C), conheciam um jogo


praticado com as mãos, o Harpastum. Mesmo durante a idade média, eram os jogos com
bola praticados como lazer por rapazes e moças. Na França, Rabelais (1494-1533 d.C) citava
uma espécie de handebol (esprés jouaiant â la balle, à la paume). No ano de 1848, o
professor dinamarquês Holger Nielsen criou, no Instituto de Ortrup, um jogo
denominado Haandbold, determinando suas regras. Na mesma época, os tchecos
conheciam um jogo semelhante denominado Hazena. Fala-se também de um jogo similar na
Irlanda e no El Balon do uruguaio Gualberto Valetta, como precursores do handebol.

Todavia o Handebol, como se joga hoje, foi introduzido na Alemanha, como


Raftball. Quem o levou para o campo, em 1912, foi o alemão Hirschmann, então
Secretário da Federação lnternacional de Futebol.

O período da I Grande Guerra (1915-1918) foi decisivo para o desenvolvimento do


jogo, quando um professor de ginástica, o berlinense Max Heiser, criou um jogo ao ar livre
para as operárias da Fábrica Siemens, derivado do Torball, e quando os homens
começaram a praticá-lo, o campo foi aumentado para as medidas do futebol.

Em 1919, o professor alemão Karl Schelenz reformulou o Torball, alterando seu nome
para Handball com as regras publicadas pela Federação Alemã de Ginástica para o jogo com
11 jogadores. Schelenz levou o jogo como competitivo para a Áustria, Suíça, além da
Alemanha. Em 1920, o diretor da Escola de Educação Física da Alemanha tornou
o jogo desporto oficial.

A divulgação na Europa deste novo desporto não foi difícil, visto que Karl Schelenz
era professor na então famosa Universidade de Berlim onde seus alunos, principalmente os
estrangeiros, difundiram as regras então propostas para vários países.

Por sua vez, existia na Tchecoslováquia desde 1892 um jogo praticado num campo de
45m x 30m e com 7 jogadores que também era jogado com as mãos e o gol era feito em
balizas de 3m x 2m. Este jogo, o Hazena, segundo os livros, foi regulamentado pelo Professor
Kristof Antonin, porém, somente em 1921 suas regras foram publicadas e divulgadas

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por toda a Europa. Mas, foi o Handebol jogado no campo de futebol, que chamamos de
Handebol de Campo, que teve maior popularização, tanto que foi incluído nos Jogos
Olímpicos de Berlim em 1936.

Com o grande crescimento do futebol com quem dividia o espaço de jogo, com as
dificuldades do rigoroso inverno, muitos meses de frio e neve, o Handebol de Campo foi
paulatinamente sendo substituído pelo Hazena que passou a ser o Handebol a 7,
chamado de Handebol de Salão, que mostrou-se mais veloz e atrativo. Em 1972, nos Jogos
Olímpicos de Munique (Alemanha), o Handebol (não mais era necessário o
complemento "de salão") foi incluído na categoria masculina, reafirmou-se em Montreal
(Canadá) em 1976 (masculino e feminino) e não mais parou de crescer.

O Handebol no Brasil

Após a I Grande Guerra Mundial, um grande número de imigrantes alemães vieram


para o Brasil estabelecendo-se na região sul por conta das semelhanças climáticas. Dessa
forma os brasileiros passaram a ter um maior contato com a cultura, tradição folclórica e por
extensão as atividades recreativas e desportivas por eles praticadas, dentre os quais o
então Handebol de Campo. Foi em São Paulo que ele teve seu maior desenvolvimento,
principalmente quando em 26 de fevereiro de 1940 foi fundada a Federação Paulista de
Handebol, tendo como seu primeiro presidente Otto Schemelling.

O Handebol de Salão somente foi oficializado em 1954 quando a Federação


Paulista de Handebol instituiu o I Torneio Aberto de Handebol que foi jogado em campo
improvisado ao lado do campo de futebol do Esporte Clube Pinheiros, campo esse
demarcado com cal (40m x 20m e balizas de madeira 3m x2m).

Este Handebol praticado com 7 jogadores e em um espaço menor agradou de tal


maneira que a Confederação Brasileira de Desportos – CBD, órgão que congregava os
desportos amadores a nível nacional, criou um departamento de Handebol possibilitando
assim a organização de torneios e campeonatos brasileiros nas várias categorias
masculina e feminina.

Contudo, a grande difusão do Handebol em todos os estados adveio com a sua


inclusão nos III Jogos Estudantis Brasileiros realizado em Belo Horizonte em julho de 1971
como também nos Jogos Universitários Brasileiros realizado em Fortaleza em julho de 1972.
Como ilustração, nos JEB's/72 o Handebol teve a participação de aproximadamente 10
equipes femininas e 12 masculinas, já em 1973 nos IV JEB's em Maceió tivemos cerca de 16
equipes femininas e 20 masculinas. A atual Confederação Brasileira de Handebol - CBHb foi
fundada em 1º de junho de 1979, tendo como primeira sede São Paulo e o primeiro
Presidente foi o professor Jamil André.

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Fundamentos
Os fundamentos técnicos individuais e coletivos dos jogadores de linha do handebol são:
Passe, Arremesso, Finta, Recepção, Progressão, Drible.

Passe: É a ação de entregar a bola ao companheiro de equipe. Trata-se de uma ação técnica
de extrema importância. É o fundamento mais importante do handebol sob o ponto de vista
de que é a partir de passes corretos que acontecerão os demais fundamentos.
a) objetivo: dar seqüência ao jogo, progressão, preparação do ataque ou contra-ataque
b) classificação quanto à distância: curtos (até 10m), médios (até 15m), longos (acima de
15m)
c) classificação quanto à trajetória: direto, picado (quicado), parabólico

Arremesso: É a ação de impulsionar a bola em direção ao gol. Este é o objetivo máximo de


um jogo de handebol, os demais fundamentos serão os que estarão em direção a este
fundamento.
a) objetivo: fazer o gol
b) classificação quanto à distância:

geralmente feito até em menores distâncias, quando o


6 metros jogador se projeta para o interior da área.
7 metros equivalente ao pênalti do futebol
9 metros ou mais praticado na maioria das vezes por jogadores fortes

c) classificação quanto à mecânica corporal: de ombro, com queda, com giro, com salto e
inclinação, etc.

Finta: É a ação consciente de ludibriar o adversário com ou sem a posse de bola, acontece
ainda, simultaneamente ao passe ou quando há a ameaça do arremesso a gol.
objetivo: ludibriar o adversário com o propósito de conseguir espaço para arremessar,
passar ou dar seqüência à jogada.

Recepção: É o ato de receber e controlar ou dominar a bola. Poderá ser feita com uma ou
com as duas mãos, em movimento ou parado.
a) objetivo: dar continuidade ao jogo
b) técnica: deve-se dominar a bola usando as mãos côncavas, em forma de concha, em
seguida deverá estar predisposto a ações rápidas e definitivas.

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Progressão: É a ação individual ou coletiva (2x2, 3x3 ou todos da equipe) de progredir com a
bola
a) objetivo: dar o ritmo ao jogo com propósitos de ataque ou contra-ataque
b) classificação: poderá ser realizado de modo individual, duplas, trios, quartetos, com
toda a equipe

Drible: É o ato de superar o adversário com a posse de bola, tanto no ataque como na
defesa. Sua prática se dá a partir do controle da bola com sucessivos quiques da bola ao
solo.
a) objetivos: superar o adversário e assim conseguir uma melhor posição para o
arremesso, o passe ou a progressão.

Sistema e Tática

Sistema Tática
É a forma de dispor (posicionar) os É a maneira pela qual são postos em
jogadores em quadra, podendo ser no ação os sistemas adotados em um jogo,
ataque ou na defesa. tanto na defesa como no ataque, com a
intenção de superar o adversário.

Sistema Defensivo no Handebol


É a maneira de coordenar as individualidades defensivas em conjunto.

Tipos de defesa

Individual: pode ser em toda a quadra, meia quadra ou próxima aos nove metros.

Zona: cada jogador defende em um determinado espaço.

Mista (combinado): é a fusão da defesa individual com a defesa mista.

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Respeitando-se
se uma disposição gráfica e linear, as linhas de defesa podem ser
apresentadas das seguintes maneiras:

Sistema Ofensivo

Da mesma maneira que os sistemas de defesa, estes sistemas de ataque tambémt


possuem suas vantagens, desvantagens e aplicabilidade, podendo ser classificado da
seguinte maneira:

Posicional: rápida circulação da bola, cada jogador ocupa a sua posição característica,
quem circula é a bola.

Circulação: os atletas deverão


deverão estar em constante movimentação, com troca de
posições e de passes rápidos.

Combinado: caraterizado pela mistura do posicional e do circulação, alguns jogadores


permanecem em suas posições características enquanto os outros circulam,
principalmente
cipalmente próximo à área de 6 metros.

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Jogadores

As posições dos jogadores de handebol são:

Goleiro (7)
Armador central (3)
Armador (ou meias) direito e esquerdo (5 e 2)
Pivô (4)
Extremas (ou pontas) direita e esquerda (6 e 1)

Principais Regras

Quadra
a) Tamanho: 40m x 20m
b) Gol: 3m x 2m
c) Área de gol: 6m de raio
d) Linha do tiro livre: 9m de raio
e) Tiro de 7 metros: marca de 7m do gol
f) Linha de delimitação do goleiro para cobrança de 7m: marca de 4m do gol

Duração da Partida
a) A duração normal da partida para todas as equipes com jogadores de idade igual
ou acima de 16 anos, é de 2 tempos de 30 minutos. O intervalo de jogo é de 10
minutos.

b) A duração normal da partida para equipes de jovens é 2x25 minutos no grupo de


idade entre 12 e 16 anos e 2x20 minutos no grupo de idade entre 08 e 12 anos,
em ambos os casos o intervalo de meio tempo é de 10 minutos.

c) No handebol o tempo de jogo é corrido. O tempo só para com a sinalização do


time-out por parte do árbitro, os árbitros decidem por quanto tempo e quando, o
tempo de jogo tem de ser interrompido.

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Bola H1, H2, H3
a) H3: 58-60 cm e 425-475g: para homens e equipes masculinas jovens (acima de
16anos)

b) H2: 54-56 cm e 325-375g: para mulheres, equipes femininas jovens (acima de 14


anos) e equipes masculinas jovens (entre 12 e 16 anos)

c) H1: 50-52 cm e 290-330g: para equipes femininas jovens (entre 8 e 14 anos) e


equipes masculinas jovens (entre 8 e 12 anos).

Equipes e Substituições
a) Time completo: 14 jogadores

b) Time para início da partida: 7 jogadores (6 de quadra e 1 goleiro)

c) Uma equipe deve ter no mínimo 5 jogadores na quadra no começo do jogo.

d) Durante o jogo a equipe pode ficar com menos que 5 jogadores em quadra.

e) As substituições devem ser feitas, respeitando o local destinado a elas e o jogador


que vai entrar em quadra deve esperar a saída do jogador a ser substituído.

f) Se o jogador que vai entrar em quadra não esperar a saída do jogador a ser
substituído, este, o jogador que entrou prematuramente em quadra, será
excluído do jogo por dois minutos. O jogador que deveria ser substituído também
deve sair da quadra, ou seja, a equipe ficará com um jogador a menos por 2
minutos.

g) No handebol oficial, podem ser feitas quantas substituições forem necessárias ao


longo do jogo.

O Goleiro
a) Dentro da sua área de gol o goleiro pode defender a bola, com qualquer parte do
seu corpo.

b) O goleiro pode deslocar-se dentro da área de gol, de posse de bola, sem


nenhuma restrição. Ele não pode retardar o jogo, após o apito do árbitro, o
goleiro deverá colocar a bola em jogo em no máximo três segundos.

c) É permitido, deixar a área de gol, sem a bola e jogar no campo de jogo. Neste

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caso, fica submetido às regras de jogo dos jogadores de campo.

d) Não é permitido o goleiro sair da área de gol com a posse de bola ou retornar da
área de jogo para a área de gol com a posse da mesma.

e) Não é permitido lançar intencionalmente a bola, já controlada, para fora pela


linha de fundo.

f) Não é permitido tocar ou pegar a bola que se encontra, parada ou rolando


no solo, fora da área de gol, enquanto ele próprio se encontra dentro da área de
gol.

Tiro de Saída
a) No começo do jogo, o tiro de saída é executado pela equipe que ganhou o sorteio
e escolheu começar com a posse de bola. O adversário tem o direito de escolher
o lado da quadra.

b) Após um gol ter sido marcado, o jogo é recomeçado por um tiro de saída,
executado pela equipe que sofreu o gol. O tiro de saída é sempre precedido por
um apito, deve ser executado dentro de 3 segundos e com uma tolerância lateral
de cerca de 1,5 metros do centro da linha central.

c) O jogador executante do tiro de saída deve ter um pé em cima da linha central


até que a bola tenha deixado sua mão. Os companheiros de equipe do
executante, não estão autorizados a cruzar a linha central antes do apito.

d) No momento do tiro de saída, para começar cada meio período, todos os


jogadores devem estar na sua própria meia quadra.

e) Entretanto, após um gol ser marcado, durante a partida, a equipe que fez o
gol pode permanecer em ambas as metades da quadra de jogo.

f) Os jogadores da equipe adversária devem estar a no mínimo 3 metros de


distância do jogador executante do tiro de saída.

Tiro Lateral
a) O tiro lateral é ordenado assim que a bola ultrapassar completamente a linha
lateral.

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b) O executante do tiro de lateral deverá manter, pelo menos, um pé sobre a linha
lateral até que a bola tenha saído de sua mão.

c) Um tiro de lateral é concedido quando a bola tocar o teto ou objeto fixado sobre
a quadra, neste caso o tiro deverá ser cobrado no ponto mais próximo em relação
ao ponto onde a bola tocou o teto ou o objeto fixado.

d) A execução do tiro de lateral é feito sem a necessidade do sinal de apito do


árbitro.

e) O tiro lateral é executado do ponto onde a bola cruzou a linha lateral.

f) Se a bola ultrapassou a linha de fundo, após tocar em um jogador de defesa o tiro


lateral é cobrado na interseção da linha lateral com a linha de fundo.

g) Enquanto o tiro lateral está sendo executado, os adversários não podem estar a
menos de três metros do executante, porém os defensores sempre estarão
autorizados a permanecerem no lado de fora da sua linha da área de gol,
mesmo se a distância entre e o executante for inferior a 3 metros.

Tiro de 7 metros
a) Um tiro de sete metros é ordenado nos seguintes casos:
• Fazer fracassar uma clara chance de gol, de forma irregular, em qualquer parte da área
de jogo.
• Quando um jogador defensor invade sua própria área de gol, a fim de obter vantagem
sobre o jogador atacante que está com a posse da bola.
• Quando houver um apito não autorizado no momento de uma clara chance de gol.

b) Se um jogador atacante marcar um gol apesar da interferência ilegal dos


defensores, então não há razão para assinalar um tiro de 7 metros.

c) O goleiro deve respeitar a sua linha de limitação (linha de 4 metros), durante o


tiro de sete metros.

d) Quando concederem um tiro de 7 metros, os árbitros podem sinalizar um


time-out, mas somente se houver um atraso substancial.

e) O jogador que executar o tiro de sete metros deve posicionar-se atrás da linha de
7 metros, não mais distante do que 1 metro desta linha. Depois do apito do
árbitro, o executante não poderá tocar nem ultrapassar a linha de sete metros,

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antes que a bola tenha deixado a sua mão, uma parte do pé do jogador executor
deverá estar em permanente contato com o solo.

f) Para a cobrança do tiro de 7 metros, todos os jogadores, exceto o cobrador, têm


que estar fora da linha do tiro livre. Os adversários devem estar fora da linha do
tiro livre e a no mínimo 3 metros da bola. O tiro de 7 metros deverá ser
executado dentro de 3 segundos após o apito do árbitro.

Punições: advertência, exclusão, desqualificação, expulsão


Advertência: cartão amarelo, uma advertência deve ser dada:
a) Faltas que vão além do tipo de infração que normalmente ocorre na disputa
pela bola (atitude antidesportiva).

b) A um único jogador, não deve ser dado mais do que uma advertência, e a uma
equipe não deve ser dada mais do que 3 advertências.

c) A um jogador que já teve uma exclusão por 2 minutos, não deveria ser
subseqüentemente dado uma advertência. Não mais do que uma advertência
deveria ser dada aos oficiais de equipe.

Exclusão: 2 minutos sem o jogador punido: uma exclusão deve ser dada:
a) Atitude antidesportiva repetida

b) A partir da terceira advertência da equipe

c) Falta de substituição ou entrada ilegal na quadra

d) Por não soltar ou colocar a bola no solo quando da marcação de tiro livre
contra a equipe que esta em posse de bola

e) A terceira exclusão ao mesmo jogador sempre conduzirá a uma desqualificação.

Desqualificação: cartão vermelho (o jogador desqualificado deve sair da quadra não


podendo mais retornar a ela, podendo ser substituído após 2 minutos), uma
desqualificação deve ser dada:
a) Por causa da terceira exclusão para o mesmo jogador

b) Por faltas que coloquem em perigo a saúde do adversário

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c) Por conduta antidesportiva grosseira de um jogador ou oficial de equipe,
dentro ou fora da quadra

d) Por causa de uma terceira exclusão para o mesmo jogador. Toda desqualificação
deve ser precedida por um time-out, que deve ser assinalado pelo árbitro.

e) Não deve haver maiores conseqüências, em relação à desqualificação, após o


término do jogo.

Expulsão: a equipe joga com 1 a menos até o final da partida, uma expulsão deve ser
dada: Quando um jogador é culpado de uma agressão durante o tempo de jogo, dentro
ou fora da quadra de jogo. Toda expulsão deve ser precedida por um time-out, que deve
ser assinalado pelo árbitro. Uma expulsão deve ser explanada pelos árbitros no relatório
de jogo para as autoridades competentes.

O manejo da bola e o jogo passivo


a) É permitido dar no máximo três passos com a bola na mão

b) É permitido segurar a bola por no máximo três segundos.

c) É permitido atirar, agarrar, parar, empurrar ou bater a bola, usando mãos


(abertas ou fechadas), braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos.

d) É permitido receber a bola, dar três passos com a mesma na mão, driblá-la e
então dar mais três passos e então passar ou arremessar a bola.

e) É permitido mover a bola de uma mão para a outra.

f) Driblar ou rolar a bola com ambas as mãos alternadamente é permitido.

g) Durante o drible o contato da mão deve ser por cima da bola, nunca pelo
lado ou por baixo da mesma.

h) Não é permitido depois que a bola foi controlada, tocá-la mais de uma vez.

i) Não é permitido tocar na bola com as pernas, abaixo do joelho, exceto


quando a bola foi atirada no jogador por um adversário.

j) O jogo continua se a bola toca um árbitro na quadra.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 19


k) Se um jogador com a bola se movimenta para fora da quadra de jogo com um ou
ambos os pés (e a bola ainda está dentro da quadra), por exemplo, passar ao
redor de um jogador defensor, isto deverá conduzir a um tiro livre para o
adversário.

l) Não é permitido manter a bola em posse da equipe sem fazer uma tentativa
reconhecível de ataque ou arremesso a baliza. Não é permitido atrasar
repetidamente a execução de um tiro de saída, tiro livre, tiro lateral ou tiro de
meta. Isto será considera como JOGO PASSIVO, que será penalizado com um tiro
livre contra a equipe de posse de bola.

Tiro de Meta
a) Um tiro de meta é assinalado quando: o goleiro controlou a bola na área de gol; a
bola cruza a linha de fundo, depois de ter sido tocada por último pelo goleiro ou
pelo jogador da equipe adversária; um jogador da equipe adversária entrou na
área de gol no momento de um arremesso; um jogador da equipe adversária,
sem a bola, invadiu a área de gol buscando obter vantagem; um jogador da
equipe adversária tocou a bola quando ela estava rolando ou parada no solo
dentro da área de gol.

b) Quando o goleiro na execução de uma defesa a sua baliza desvia a bola para a
linha de fundo é marcado um tiro de meta a seu favor.

c) O tiro de meta é executado pelo goleiro, sem o apito do árbitro, de dentro da sua
área de gol.

Tiro Livre
a) O tiro livre é marcado em qualquer situação de falta simples dentro da área
de jogo. (No handebol não há limite de faltas).

b) O tiro livre é executado sem nenhum sinal de apito do árbitro, e, em princípio, no


local onde a falta foi cometida.

c) Se este local esta situado entre a linha da área de gol e a de tiro livre da equipe
que cometeu a infração, o tiro livre concedido à equipe atacante é executado
no local mais próximo imediatamente fora da linha de tiro livre (9 metros).

d) Os jogadores da equipe atacante não devem tocar ou cruzar a linha de tiro


livre dos adversários antes que o tiro livre seja executado.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 20


e) Quando da execução de um tiro livre, os jogadores adversários deverão manter
uma distância mínima de 3 metros do jogador executor.

f) Os árbitros devem dar continuidade ao jogo, adiando uma interrupção prematura


do jogo, para sinalizar um tiro livre.

g) Se houver uma decisão de tiro livre contra a equipe que está em posse de bola ,
então o jogador que tem a bola neste momento deve soltá-la ou colocá-la
imediatamente no solo no ponto onde ele está.

h) Tiros livres sinalizados por conta de jogo passivo devem ser executados do lugar
onde a bola estava quando o jogo foi interrompido.

i) Um tiro livre também é usado como jeito de reiniciar o jogo em certas


situações onde o jogo é interrompido: se uma equipe está em posse de bola no
momento da interrupção, esta deve manter a posse; se nenhuma equipe está em
posse de bola, então a equipe que a detinha por último deverá tê-la em posse
de novo.

Instruções para a execução dos Tiros


a) Durante a execução, exceto no caso de tiro de meta, o executante deve ter uma
parte de um pé em constante contato com o solo até que a bola seja liberada. O
outro pé pode ser apoiado e levantado repetidamente.

b) Um gol pode ser marcado diretamente de qualquer tiro.

c) Se for necessário o apito do árbitro, depois do apito, o executante deve


jogar a bola dentro de 3 segundos.

d) Após a cobrança do tiro o jogador executor não poderá mais encostar na bola
antes que esta tenha tocado outro jogador ou a baliza.

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Quadra de Jogo

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 22


BASQUETEBOL

História do Basquetebol

Em 1891, o longo e rigoroso inverno de Massachussets (EUA) tornava impossível a


prática de esportes ao ar livre. As poucas opções de atividades físicas em locais fechados se
restringiam a entediantes aulas de ginástica, que pouco estimulavam
aos alunos.
Foi então que Luther Halsey Gullick, diretor do Springfield College,
colégio internacional da Associação Cristã de Moços (ACM),
convocou o professor canadense James Naismith, de 30 anos, e
confiou-lhe uma missão: pensar em algum tipo de jogo sem violência
que estimulasse seus alunos durante o inverno, mas que pudesse
também ser praticado no verão em áreas abertas. Depois de
algumas reuniões com outros professores de educação física da
região, James Naismith chegou a pensar em desistir da missão. Mas seu espírito
empreendedor o impedia. Refletindo bastante, chegou à conclusão de que o jogo deveria ter
um alvo fixo, com algum grau de dificuldade. Sem dúvida, deveria ser jogado com uma bola,
maior que a de futebol, que quicasse com regularidade. Mas o jogo não poderia ser tão
agressivo quanto o futebol americano, para evitar conflitos entre os alunos, e deveria ter um
sentido coletivo.

Havia um outro problema: se a bola fosse jogada com os pés, a possibilidade de


choque ainda existiria. Naismith decidiu então que o jogo deveria ser jogado com as mãos,
mas a bola não poderia ficar retida por muito tempo e nem ser batida com o punho fechado,
para evitar socos acidentais nas disputas de lances.

A preocupação seguinte do professor era quanto ao alvo que deveria ser atingido
pela bola. Imaginou primeiramente colocá-lo no chão, mas já havia outros esportes assim,
como o hóquei e o futebol. A solução surgiu como um relâmpago: o alvo deveria ficar a
3,05m de altura, onde imaginava que nenhum jogador da defesa seria capaz de parar a bola
que fosse arremessada para o alvo.

Tamanha altura também dava um certo grau de


dificuldade ao jogo, como Naismith desejava desde o início. Mas
qual seria o melhor local para fixar o alvo? Como ele seria?
Encontrando o zelador do colégio, Naismith perguntou se ele
não dispunha de duas caixas com abertura de cerca de 8
polegadas quadradas (45,72 cm). O zelador foi ao depósito
e voltou trazendo dois velhos cestos de pêssego. Com um
martelo e alguns pregos, Naismith prendeu os cestos na parte

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 23


superior de duas pilastras, que ele pensava ter mais de 3m, uma em cada lado do ginásio.
Mediu a altura. Exatos 3,05m, altura esta que permanece até hoje. Nascia a cesta de
basquete. James Naismith escreveu rapidamente as primeiras regras do esporte, contendo
13 itens. Elas estavam tão claras em sua cabeça que foram colocadas no papel em menos de
uma hora. O criativo professor levou as regras para a aula, afixando-as num dos quadros de
aviso do ginásio. Comunicou a seus alunos que tinha um novo jogo e se pôs a explicar as
instruções e organizar as equipes.

Havia 18 alunos na aula. Naismith selecionou dois capitães (Eugene Libby e


Duncan Patton) e pediu-lhes que escolhesse os lados da quadra e seus companheiros de
equipe. Escolheu dois dos jogadores mais altos e jogou a bola para o alto. Era o início do
primeiro jogo de basquete. Curioso, no entanto, é que nem Naismith nem seus alunos
tomaram o cuidado de registrar esta data, de modo que não se pode afirmar com precisão
em que dia o primeiro jogo de basquete foi realizado. Sabe-se apenas que foi em
dezembro de 1891, pouco antes do Natal.

Como esperado, o primeiro jogo foi marcado por muitas faltas, que eram
punidas colocando-se seu autor na linha lateral da quadra até que a próxima cesta fosse
feita. Outra limitação dizia respeito à própria cesta: a cada vez que um arremesso era
convertido, um jogador tinha que subir até a cesta para apanhar a bola. A solução
encontrada, alguns meses depois, foi cortar a base do cesto, o que permitiria a rápida
continuação do jogo.

A primeira bola de basquete foi feita pela A. C. Spalding & Brothers, de Chicopee Falls
(Massachussets) ainda em 1891, e seu diâmetro era ligeiramente maior que o de uma bola
de futebol. As primeiras cestas sem fundo foram desenhadas por Lew Allen, de Connecticut,
em 1892, e consistiam em cilindros de madeira com borda de metal. No ano seguinte, a
Narraganset Machine & Co. teve a idéia de fazer um anel metálico com uma rede nele
pendurada, que tinha o fundo amarrado com uma corda mas poderia ser aberta
simplesmente puxando esta última. Logo depois, tal corda foi abolida e a bola passou a cair
livremente após a conversão dos arremessos. Em 1895, as tabelas foram oficialmente
introduzidas. c não poderia imaginar a extensão do sucesso alcançado pelo esporte que
inventará.

Seu momento de glória veio quando o basquete foi incluído nos Jogos Olímpicos
de Berlim, em 1936, e ele lançou ao alto a bola que iniciou o primeiro jogo de basquete nas
Olimpíadas. Atualmente, o esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no
mundo inteiro, nos mais de 170 países filiados à FIBA.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 24


O Basquetebol no Brasil

Em 1896, através do professor norte-americano Auguste Farnham Shaw, do


colégio Mackenzie da cidade de São Paulo, chegou ao Brasil a primeira bola (já oficial) de
basquetebol. As alunas desse colégio foram as primeiras a praticar a nova modalidade.
Nesse mesmo ano, o esporte já era reconhecido como profissional nos EUA, a partir da
fundação da Liga Nacional de Basquetebol.

Pelo fato de este ter sido praticado e aceito primeiro entre as mulheres, o professor
Shaw teve algumas dificuldades para convencer os homens a praticar o basquetebol que,
também, disputava com o futebol a preferência da época. Conforme alguns autores, o Brasil
foi o quinto país do mundo e o primeiro da América do Sul a conhecer o basquetebol.

Fundamentos
Controle do Corpo, Controle da Bola, Drible, Passe e Recepção, Arremesso, Rebote.

Controle do Corpo: É a capacidade de controlar o corpo para realizar movimentos e gestos


específicos do esporte, exigidos pela própria dinâmica do jogo.

Tipos:
a) Fintas: são movimentos de corpo na tentativa de enganar a ação do defensor
b) Parada Brusca: interrupção do deslocamento de um atacante para dificultar a ação da
defesa
c) Giro: é o movimento realizado com as pernas no sentido de se livrar de um defensor
d) Outros gestos ainda são executados de maneira natural e não necessitam de técnica
específica para a sua realização: Corrida para frente, para trás e lateralmente; Corridas
com mudança de direção; Saídas rápidas; Saltos (com impulsão de ambas ou com
apenas uma das pernas)

Controle da bola: Trata-se da habilidade de dominar a bola em relação aos aspectos de


espaço, tempo e percepção do oponente, resumidamente, é a capacidade de manusear a
bola nas diversas situações do jogo.

Tipos:
a) Modo de segurar a bola
b) Modo de receber a bola

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 25


Principais Erros do Fundamento - Controle da Bola

a) apoiar a bola na palma das mãos


b) segurar a bola com a ponta dos dedos
c) segurar a bola somente pela sua parte superior, juntando os polegares
d) abrir demasiadamente os cotovelos
e) afastar a bola do corpo, desprotegendo-a
f) esperar que a bola chegue, em vez de ir ao seu encontro
g) receber a bola com uma das mãos e não segurar posteriormente, com as duas mãos
h) não estender os braços, mantendo-os muito próximos do corpo, o que dificulta o passe
e a recepção.

Drible: O drible é um fundamento de ataque com a bola, é a forma pela qual o jogador se
desloca pela quadra com a sua posse, o drible é o ato de bater na bola, impulsionando-a
contra o solo com uma das mãos.

Tipos:
a) Alto (Velocidade): utilizado quando o jogador se desloca em velocidade ou quando não
está sendo marcado de perto.

b) Baixo (Proteção): utilizado quando o jogador recebe uma marcação próxima e há uma
necessidade de uma maior proteção da bola.

c) Com mudança de direção: utilizado quando for preciso fintar um adversário e colocar-se
em melhores condições de arremessar ou passar. (pela frente do corpo, com giro, por
entre as pernas e por trás do corpo)

Principais Erros do Fundamento – Drible

a) driblar com ambas as mãos ao mesmo tempo


b) olhar para a bola ou para o solo
c) conduzir ou bater na bola, em vez de impulsioná-la contra o solo
d) na proteção da bola, colocar à frente a perna correspondente à mão do drible
e) em deslocamento, driblar com a bola bem à frente do corpo e acima da linha da cintura
dificultando o deslocamento

Passe: O passe é um fundamento de ataque que consiste em enviar uma bola de um jogador
a outro, podendo o jogador utilizar, para este fim, muitas formas diferentes de movimento.
O passe é também considerado a forma mais rápida de se avançar da zona de defesa para a
zona de ataque.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 26


Os passes podem ser classificados de acordo:
a) Distância:
Curto: até 5 metros
Médio: acima de 5 até 10 metros
Longo: acima dos 10 metros

b) Forma:
De ombro, com uma ou duas mãos, de peito, quicado, por cima da cabeça, de gancho, pelas
costas, por entre as pernas, por baixo, etc...

Principais Erros do Fundamento – Passe

a) abrir demasiadamente os cotovelos ou manter muito próximos do corpo


b) unir as pernas, prejudicando o equilíbrio
c) lançar a bola fora da linha de recebimento do companheiro
d) lançar a bola muito antes do posicionamento do companheiro
e) lançar a bola muito próxima do companheiro, dificultando o seu recebimento
f) segurar a bola atrás da cabeça ou da linha do ombro
g) colocar à frente a perna correspondente à mão do passe
h) segurar a bola somente com uma das mãos, não lhe dando o necessário apoio e
proteção

Recepção: É o ato ou ação de receber e controlar a bola a fim de dar seqüência à jogada

Arremesso: O arremesso é um fundamento de ataque com bola, realizado com o objetivo de


se conseguir a cesta

Tipos:
a) Arremesso com uma das mãos com apoio
b) Arremesso com salto (jump)
c) Arremesso de bandeja
d) Arremesso de gancho

Principais Erros do Fundamento – Arremesso

Bandeja:
a) não calcular corretamente o local de impulsão, colocando-se muito distante ou muito
próximo da cesta
b) executar mais que dois tempos rítmicos, cometendo uma violação (andada)
c) não obedecer à simetria entre membros superiores e inferiores. Ex.: arremessar com a
mão direita e elevar o joelho da perna esquerda

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Rebote: Em um jogo de basquetebol, toda vez que houver uma tentativa de arremesso
os jogadores deverão posicionar-se de tal forma que, se a cesta não for convertida, eles
estarão em condições de conseguir a posse da bola. Portanto, o ato de recuperar a bola após
um arremesso não-convertido é denominado rebote.
Tipos:
a) Rebote de defesa (defensivo)
b) Rebote de ataque (ofensivo)

Principais Erros do Fundamento – Rebote

a) colocar-se muito embaixo da cesta


b) não se colocar na região mais próxima à cesta, onde normalmente ocorrem os rebotes
c) não sincronizar o salto com o ressalto da bola no aro ou na tabela
d) conseguindo a posse da bola, não protege-la devidamente, deixando que um
adversário tenha facilidade em recupera-la.

Ataque vende ingressos,


Defesa ganha jogos.
Rebotes ganham campeonatos..
Pat Summitt

Aspectos Táticos
Sistema de Defesa e Sistema de Ataque

Sistema de Defesa
Os sistemas de defesa são ações táticas coletivas que objetivam um melhor rendimento
defensivo, podem ser classificados em:
a) individual
b) zona
c) sob pressão
d) mista
e) combinada

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Defesa Individual: É o sistema que tem como principal característica a situação de um
contra um, ou seja, cada defensor marca um atacante determinado.

Vantagens Desvantagens
dificulta passes e arremessos de meia e facilita as penetrações à cesta,
longa distância proporcionando os arremessos de curta
distância
exige do defensor a correta execução dos pode provocar um grande número de
fundamentos individuais de defesa faltas pessoais
define responsabilidades exige um certo grau de preparação física

Defesa por Zona: É o sistema que tem como característica a marcação por áreas e o
deslocamento dos defensores nessas áreas. Esse deslocamento é determinado pela
movimentação da bola.
Tipos: 2.1.2 1.2.2 1.3.1 2.3 3.2 2.2.1

Vantagens Desvantagens
propicia o posicionamento dos defensores poderá provocar indecisão na marcação
em regiões, de acordo com a estatura dos do(s) atacante(s) posicionado(s) naquela
jogadores determinada área
facilita o rebote de defesa facilita a troca de passes
facilita as saídas para o contra-ataque facilita arremessos de média e longa
distância
dificulta o jogo próximo à cesta necessita de muito entrosamento entre
defensores para a execução das coberturas
facilita a volta organizada para a defesa,
devido ao posicionamento pré-determinado

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 29


Defesa Sob Pressão: Tem como principal característica a situação de dois defensores
marcando um atacante e a agressividade. Este tipo de defesa requer dos defensores muita
condição física para suportar o ritmo de marcação a ser imposto para surpreender o
adversário e tentar mudar o ritmo de jogo. Além de suas próprias características, utiliza-se
também de conceitos e características de outras defesas, ou seja, a pressão pode ser
individual e por zona.

Vantagens Desvantagens
a possibilidade de fazer com que o o ataque pode utilizar de forma eficiente os
adversário altere seu ritmo de jogo, em atacantes que momentaneamente estejam
função da agressividade da defesa sem marcação, situação provocada pelo
fato da defesa realizar 2 em 1
o fator surpresa, que pode levar os maior possibilidade de cometer faltas
atacantes a cometerem erros e/ou violações pessoais
forçar o ataque a realizar passes e/ou
arremessos precipitados
aumentar as possibilidades de recuperação
de bola pela defesa

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 30


Defesa Mista: É o tipo de defesa no qual se utilizam dois sistemas simultaneamente em um
mesmo ataque. Exemplo: um defensor marca um determinado atacante individualmente e
os demais defensores marcam por zona.

Vantagens Desvantagens
faz com que o adversário tenha que se desguarnece a área restritiva em função da
adaptar à defesa, com movimentações de retirada de um defensor, que realiza uma
ataque que nem sempre são treinadas marcação especial
altera o ritmo de jogo do adversário exige maior atenção com relação à
movimentação da bola e das coberturas
dificulta a ação do principal atacante da
equipe adversária

Defesa Combinada: É o sistema de defesa que se utiliza de dois ou mais sistemas distintos
em momentos diferentes do ataque. Requer muito entrosamento entre os jogadores,
pois qualquer desatenção ou falha poderá provocar uma situação ideal para que o ataque
converta uma cesta.

Vantagens Desvantagens
alterando a movimentação, a defesa acaba é necessário grande entrosamento entre os
confundindo o ataque, que poderá perder defensores para que não ocorram falhas,
tempo para se reorganizar prejudicando todo o sistema defensivo

Sistema de Ataque
Os sistemas de ataque são movimentações táticas coletivas que têm como objetivo
principal a obtenção da cesta. É importante definir os nomes e funções das posições que um
jogador pode desempenhar no ataque. Existem três posições que são distribuídas em função
das características físicas e técnicas dos atacantes: Armador, Pivô e Lateral (ala).

Posição/Características Fisicamente Tecnicamente


normalmente o armador Deve passar e driblar bem, ter uma
Armador é o mais baixo e o mais boa visão de jogo, deve decidir o
rápido da equipe momento exato de passar ou
arremessar a bola na cesta.

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Deve saber fintar e girar, ter um
Pivô bom assremesso de curta distância
o pivô deve ser alto e (jump e gancho) e boa noção de
forte posicionamento para rebote
ofensivo.
pode ser um jogador de Deverá ter um bom arremesso de
Lateral ou Ala estatura média e que não média distância, boa noção de
pode ser muito lento rebote.

Classificação dos Sistemas de Ataque


Os sistemas de ataque NÃO apresentam uma clara definição em sua classificação. Isto deve-
se especialmente à multiplicidade de opções que se apresentam na elaboração de um
ataque.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 32


Principais Regras

1. Quadra
a) A quadra de jogo terá dimensões de 28m (comprimento) x 15m (largura).
b) As federações nacionais tem autoridade para aprovar, para suas competições, quadras
de jogo já existentes com dimensões mínimas de 26m x 14m.

2. Equipes
a) As equipes serão compostas por 5 jogadores cada (em jogo), mais 7 suplentes.
b) O jogo não pode começar se uma das equipes não estiver em quadra com 5 jogadores
prontos para jogar.
c) Uma equipe perderá por número insuficiente de jogadores, se durante a partida, a
equipe tiver menos que dois jogadores em quadra prontos para jogar.

3. Inicio do Jogo
O jogo começa com um lançamento da bola ao ar, pelo árbitro, entre dois jogadores
adversários no circulo central.

4. Duração do Jogo

Tempo total do Jogo: 40m


1º Tempo: 20’’ I: 15’’ 2º Tempo: 20’’
1P: 10’’ I: 2’’ 2P: 10’’ I: 15’’ 3P: 10’’ I: 2’ 4P: 10’’
O cronômetro só avança quando a bola se encontra em jogo.

5. Reposição da bola em jogo


Depois da marcação de uma falta, o jogo recomeça por um lançamento fora das linhas
laterais, exceto no caso de lances livres. Após a marcação de ponto, o jogo prossegue com
um passe realizado atrás da linha do campo da equipe que defende.

6. Como jogar a bola


A bola só pode ser jogada com as mãos, não é permitido andar com a bola ou provocar
contato com os pés ou pernas, bater na bola com o punho fechado também é proibido.

7. Pontuação
a) 1 ponto: lance livre
b) 2 pontos: uma cesta da área de dois pontos
c) 3 pontos: uma cesta da área de três pontos (atrás da linha de 6,15m)

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 33


8. Empate
Se o placar estiver empatado
empatado no final do quarto período, a partida continuará com quantos
tempos extras de 5 minutos forem necessários para desempatar.

9. Três, cinco, oito e vinte e quatro segundos

Um jogador não pode ficar na área restritiva


restritiva do adversário por mais
3 segundos que três segundos consecutivos enquanto suaa equipe tem o controle
da bola na quadra de ataque e o cronômetro de jogo estiver ligado.
Um jogador marcado de perto deve passar, arremessar ou driblar a
5 segundos bola dentro de cinco segundos.
Sempre que um jogador ganha o controle da bola em sua zona de
8 segundos defesa, sua equipe deve fazer com que a bola chegue a sua zona de
ataque dentro de oito segundos.
Sempre que um jogador ganhar o controle de uma bola em quadra,
24 segundos sua equipe deverá tentar umm arremesso para a cesta dentro 24
segundos.

10. Zona de defesa


A bola vai para a zona de defesa da equipe quando:
a) Ela toca na zona de defesa
b) Ela toca um jogador que tenha parte de seu corpo em contato com a zona de defesa

11. Bola pressa


Considera-se bola presasa quando dois ou mais adversários tiverem uma ou ambas as mãos
sobre a bola, ficando presa. A posse da bola será da equipe que tiver a seta a seu favor.

12. Lance livre


Os jogadores nas posições de rebote do lance
livre ocuparão espaços em posições alternadas.

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13. Faltas

Falta pessoal
Uma falta pessoal é o contato faltoso com um adversário: segurar, bloquear, empurrar.
a) Se a falta for cometida em um jogador que não está no ato do arremesso: A partida
será reiniciada com uma reposição de bola no ponto mais próximo da infração (fora da
quadra de jogo)

b) Se a falta for cometida em um jogador no ato do arremesso, a este jogador será


concedido o número de lance(s) livre(s) como segue:
- Se o arremesso para a cesta é convertido, a cesta contará e um lance livre adicional será
concedido.
- Se o arremesso da área dos dois pontos não for convertido, dois lances livres serão
concedidos.
- Se o arremesso da área dos três pontos não for convertido, três lances livres serão
concedidos.

Falta dupla: Uma falta dupla é uma situação em que dois adversários cometem faltas
pessoais, um contra o outro aproximadamente ao mesmo tempo.

Falta antidesportiva: Uma falta antidesportiva é uma falta de jogador com contato que, no
julgamento oficial, não é uma tentativa legítima de jogar a bola diretamente, dentro do
espirito e intenções da regra.

Falta desqualificante: Uma falta desqualificante é um comportamento antidesportivo


flagrante de um jogador. O jogador será desqualificado da partida se contra ele forem
marcadas duas faltas antidesportivas.

Falta técnica: É uma falta de um jogador que não envolve contato, que seja de
natureza de comportamento.

14. Cinco faltas de um jogador


Um jogador que tenha cometido cinco faltas pessoais e/ou técnicas, será informado pelo
árbitro e terá que deixar a partida imediatamente.

15. Faltas da Equipe


Uma equipe está em situação de penalidade de falta quando tenha cometido 4 faltas
coletivas em um período. Depois da quarta falta, todas as faltas serão com lances livres.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 35


Quadra de Jogo

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 36


VOLEIBOL

História do Voleibol

O vôlei foi criado em 1895, pelo americano William G.


Morgan, então diretor de educação física da Associação Cristã de
Moços (ACM) na cidade de Holyoke, em Massachusetts, nos
Estados Unidos. O primeiro nome deste esporte que viria se tornar
um dos maiores do mundo foi mintonette.
Naquela época, o esporte da moda era o basquetebol, criado
apenas quatro anos antes, mas que tivera um rápida difusão. Era,
no entanto, um jogo muito cansativo para pessoas de idade. Por
sugestão do pastor Lawrence Rinder, Morgan idealizou um jogo menos fatigante para os
associados mais velhos da ACM e colocou uma rede semelhante à de tênis, a uma altura de
1,98m sobre a qual uma câmara de bola de basquete era batida, surgindo assim o jogo de
vôlei.

A primeira bola usada era muito pesada e, por isso, Morgan solicitou à firma A.G.
Spalding & Brothers a fabricação de uma bola para o referido esporte. No início, o
mintonette ficou restrito à cidade de Holyoke e ao ginásio onde Morgan era diretor. Um ano
mais tarde, numa conferência no Springfield's College, entre diretores de educação física dos
EUA, duas equipes de Holyoke fizeram uma demonstração e assim o jogo começou a se
difundir por Springfield e outras cidades de Massachussetts e Nova Inglaterra.

Em Springfield, o Dr. A.T. Halstead sugeriu que o seu nome fosse trocado para volley
ball, tendo em vista que a idéia básica do jogo era jogar a bola de um lado para outro, por
sobre a rede, com as mãos. Em 1896, foi publicado o primeiro artigo sobre o volley ball,
escrito por J.Y. Cameron na edição do "Physical Education" na cidade de Búfalo, Nova
Iorque. Este artigo trazia um pequeno resumo sobre o jogo e de suas regras de maneira
geral. No ano seguinte, estas regras foram incluídas oficialmente no primeiro handbook
oficial da Liga Atlética da Associação Cristã de Moços da América do Norte.

A primeira quadra de Voleibol tinha as seguintes medidas: 15,24m de comprimento


por 7,62m de largura. A rede tinha a largura de 0,61m. O comprimento era de 8,235m,
sendo a altura de 1,98m (do chão ao bordo superior). A bola era feita de uma câmara de
borracha coberta de couro ou lona de cor clara e tinha por circunferência de 63,7cm a
68,6cm e seu peso era de 252g a 336g.

O volley ball foi rapidamente ganhando novos adeptos, crescendo vertiginosamente


no cenário mundial ao decorrer dos anos. Em 1900, o esporte chegou ao Canadá
(primeiro país fora dos Estados Unidos), sendo posteriormente desenvolvido em outros

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 37


países, como na China, Japão (1908), Filipinas (1910), México entre outros países
europeus, asiáticos, africanos e sul americanos.

Na América do Sul, o primeiro país a conhecer o volley ball foi o Peru, em 1910,
através de uma missão governamental que tinha a finalidade de organizar a educação
primária do país. O primeiro campeonato sul-americano foi patrocinado pela Confederação
Brasileira de Desportos (CBD), com o apoio da Federação Carioca de Volley Ball e aconteceu
no ginásio do Fluminense, no Rio de Janeiro, entre 12 e 22 de setembro de 1951, sendo
campeão o Brasil, no masculino e no feminino.

A Federação Internacional de Volley Ball (FIVB) foi fundada em 20 de abril de 1947,


em Paris, sendo seu primeiro presidente o francês Paul Libaud e tendo como fundadores os
seguintes países: Brasil, Egito, França, Holanda, Hungria, Itália, Polônia, Portugal, Romênia,
Tchecoslováquia, Iugoslávia, Estados Unidos e Uruguai.

O primeiro campeonato mundial foi disputado em Praga, na Tchecoslováquia, em


1949, vencido pela Rússia. Em setembro de 1962, no Congresso de Sofia, o volley ball foi
admitido comoesporte olímpico e a sua primeira disputa foi na Olimpíada de Tóquio, em
1964, com a presença de 10 países no masculino - Japão, Romênia, Rússia,
Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria, Holanda, Estados Unidos, Coréia do Sul e Brasil. O
primeiro campeão olímpico de volley ball masculino foi a Rússia; a Tchecoslováquia foi a vice
e a medalha de bronze ficou com o Japão. No feminino, o campeão foi o Japão, ficando a
Rússia em segundo e a Polônia em terceiro.

O criador do volley ball, Willian Morgan, conhecido pelo apelido de "armário",


devido ao seu porte físico, morreu em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos de idade.

Fundamentos
Os fundamentos são partes básicas que compõe o jogo como um todo, segundo a
Federação Internacional de Voleibol (FIVB), o esporte apresenta seis fundamentos: Saque,
Recepção, Levantamento, Ataque, Bloqueio, Defesa.

Saque: É o fundamento que inicia a jogada (rally). O saque coloca a bola em situação de jogo
pelo jogador da posição 1 e é considerado como sendo uma ação ofensiva.
a) é classificado como principio de ataque
b) inicialmente destinava-se apenas a colocar a bola em jogo
c) é iniciador do jogo e de uma cadeia de ações vantajosas para a equipe que o executa
d) com o saque, começa o jogo ofensivo
e) em partidas entre equipes de nível próximo, pode ser decisivo
f) regra: após o apito do árbitro, o jogador terá no máximo 8 segundos para realizar o
saque.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 38


Recepção: É uma ação em que o jogador tentará receber o saque efetuando um passe para
o levantador. É considerado um principio de defesa.
a) é um dos fundamentos decisivos para a elaboração da tática do time
b) exige uma segurança e correta execução, caso contrário não será possível armar um
bom ataque
c) na preparação para a recepção, atenção e paciência são fundamentais quando o
adversário encontra-se pronto para sacar
d) erros resultam em pontos para o adversário
e) a possibilidade de recepção de toque obrigará armações mais próximas a rede

Levantamento: É o passe que antecede o ataque. Para a escola russa, é a ‘’alma do ataque’’
a) o levantador deve ter máxima precisão com grande variedade de jogadas
b) a maior ou menor habilidade dos levantadores define o próprio sistema de jogo de uma
equipe

Ataque: É o fundamento que finaliza a jogada, é uma ação terminal, empregada


freqüentemente e que influência decisivamente no resultado do jogo. O fundamento do
ataque tem por objetivo primordial golpear a bola para a quadra adversária na tentativa de
vencer o bloqueio e a defesa adversária. Para que isso ocorra, o atacante deverá ter
capacidade para atacar a bola com força e velocidade, bem como variá-la de modo que a
trajetória de ataque atinja velocidades diferentes.
a) principal fundamento de ataque
b) exige domínio, força, velocidade e precisão
c) é considerado de difícil execução e de difícil aprendizagem

Bloqueio: É a tentativa de interceptar a bola vinda da quadra contrária atacada sobre a rede
por um jogador de ataque. O bloqueio é a primeira das linhas de defesa contra o
ataque adversário, servindo também para orientar a defesa de quadra. Também é
chamada como a primeira tentativa de defesa de uma equipe.
a) é um principio de defesa
b) apareceu no inicio da década de 1920 e foi usado somente com um jogador (simples),
até o final dos anos 30, quando evoluiu para o duplo
c) sua introdução provocou diversas mudanças no voleibol, principalmente as de ordem
tática
d) é a base de toda defesa e o ponto de partida para o sistema defensivo

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Defesa: A defesa é uma ação que objetiva recuperar bolas vindas do ataque adversário que
ultrapassam o bloqueio criando condições para o contra-ataque.
a) é um dos fundamentos mais difíceis, exige concentração, coragem, agilidade
b) as defesas e suas quedas imprimem a dinâmica e o espirito de luta do voleibol

Principais Regras

a) deve-se enviar a bola acima da rede, com o intuito de fazer cair na superfície da área da
equipe adversária, como também evitar que a outra equipe possa fazê-lo. Cada equipe
tem direito a três toques para o retorno da bola, além do contato do bloqueio

b) a bola é colocada em jogo com um saque: o sacador golpeia a bola, enviando-a por cima
da rede para a quadra adversária. A equipe que ganha o rally marca um ponto e o
direito de sacar novamente

c) uma equipe pode ser composta, no máximo, por 12 jogadores, um técnico, um


assistente técnico, um preparador físico e um médico

d) um dos jogadores, exceto o libero, é o capitão da equipe e, como tal, deve estar
indicado na súmula do jogo

e) as camisas dos jogadores devem ser numeradas de 1 a 18

f) se a equipe que saca, vence um rally, ela ganha um ponto e continua sacando

g) se a equipe receptora do saque vence um rally, ela marcará um ponto e deverá fazer a
rotação de seus jogadores e executar o próximo saque

h) um set (exceto o 5 set) é ganho pela equipe que primeiro atingir 25 pontos, com uma
vantagem mínima de dois pontos em relação à equipe adversária. Em caso de empate
em 24 ponto, o jogo continua, até que dois pontos de vantagem sejam conquistados
(26-24, 27-25...)

i) a equipe vencedora é aquela que ganha três sets

j) no caso de ocorrer um empate de sets (2x2), o set decisivo (5 set) será jogado com uma
contagem de 15 pontos, vencendo a equipe que tiver uma vantagem mínima de dois
pontos

k) para cada equipe, são permitidas, no máximo, seis substituições em cada set. Um ou
mais jogadores podem ser substituídos no mesmo momento

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l) em cada set, um jogador da formação inicial pode deixar o jogo e retornar, somente
uma vez, para a mesma posição inicial

m) um jogador substituto pode entrar no jogo somente uma vez em cada set, no lugar de
um outro jogador da formação inicial, mas ele só poderá ser substituído pelo mesmo
jogador a quem substituiu.

n) um jogador expulso ou desqualificado deve ser substituído respeitando os


procedimentos de uma substituição normal. Caso isso não seja possível , a equipe é
declarada incompleta

o) é proibido bloquear o saque da equipe adversária

p) após cada set, as equipes trocam de lado na quadra, exceto no 5 set

q) o libero não pode sacar, bloquear ou participar de uma tentativa de bloqueio

r) cartões:
- amarelo: perda do rally (um ponto para o adversário)
- vermelho: expulsão do set
- amarelo e vermelho juntos: desqualificação (expulsão do jogo)

Sistemas Táticos Ofensivos

Sistema 6x0
Todos os jogadores são atacantes e levantadores, que estiver no centro é o levantador

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Sistema 4x2

Sistema 6x2 (4x2 com infiltração) Sistema 5x1

Posições

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Quadra de Jogo

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ATLETISMO

Corridas
Conceito: É uma sucessão de saltos com progressão horizontal. Possui uma fase aérea maior
ou menor dependendo da velocidade de progressão. Os sucessivos impulsos fazem com que
qualquer elemento ao progredir
rogredir horizontalmente observe seu contato com o solo, ou seja,
quanto maior a velocidade menor será o contato do calcanhar com o solo. Partindo da
posição estática, com pés unidos poderemos avaliar toda a performance técnica de um
indivíduo.

Ao caminharr observamos que em primeiro lugar realizamos o deslocamento do


centro de gravidade provocado por vários grupos musculares. Este sistema provoca
sucessivos apoios dos pés sobre o solo de maneira alternada, porém em nenhum momento
ocorre a perda do contato com o mesmo.

O ciclo de deslocamento na caminhada é realizado por calcanhar, planta do pé e


ponta dos pés. A medida em que se aumenta a velocidade desta caminhada aumenta-se
aumenta
também o ciclo de contatos com o solo. Quanto mais rápida a caminhada mais rapidamente
rapida
se passará à fase da corrida. A acentuada posição do calcanhar, na caminhada, passa na
corrida lenta a ter menor projeção.

Ao realizarmos uma corrida lenta ocorre o contato de todo o pé com o solo (pé
chapado). À medida que aumentamos a velocidade desta
desta corrida perdemos gradativamente
o contato do calcanhar com o solo. O ciclo da fase aérea entra em ação, provocado pela
série de impulsos gerados pela ponta do pé.

Nas provas de velocidade, por exemplo, a utilização da ponta dos pés é grande. A
freqüência
ncia das passadas deverá ser intensa.

Ângulo do Corpo: O ângulo em que o corpo se coloca durante a


corrida é uma característica natural porque à medida que o
corredor acelera a passada, corpo começa a se inclinar à frente, em
uma tomada natural de equilíbrio.
equilí Para encontrar o ponto ideal da
inclinação do corpo, deve--se mantê-lo no conjunto em uma linha
reta, formada pela que está atrás (perna de apoio posterior), o
tronco e a cabeça. Na maioria dos casos, isso ocorre quando os
olhos enfocam um ponto a certa
cer distância na pista, o que coloca a
cabeça posicionada corretamente, fazendo com que o corpo
adquira automaticamente o ângulo desejado.

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Movimento dos Braços:: Os braços devem movimentar-se se lateralmente em relação ao
tronco. Sua ação consiste em balanceamento
balanceamento rítmico, partindo da articulação do ombro e
flexionando-se
se em um ângulo de mais ou menos 90º. A ação dos braços é de muita
importância, a ponto de alguns corredores declararem, em certas situações (falta de
condições ideais nas pernas), que finalizaram
finalizaram determinadas provas correndo com os
braços.Durante a movimentação dos braços, as mãos devem estar totalmente descontraídas
e voltadas para baixo.Os braços são os maiores equilibradores do corpo e também
responsáveis pela coordenação.

Colocação dos Pés: A colocação do pé no solo, ao realizar os apoios nas passadas, depende
muito do estilo próprio do corredor. Nas corridas de meio-fundo,
meio fundo, por exemplo, o pé deverá
apoiar-se
se primeiramente sobre o metatarso. (a) Já nas provas mais longas coloca-se
coloca primeiro
a parte
arte anterior do pé e depois a parte lateral externa (b), sendo que o calcanhar aproxima-
aproxima
se mais do solo em comparação com as corridas de velocidade, onde o calcanhar fica mais
elevado (predomina a ponta do pé), (c), porque a inclinação do corpo é mais acentuada
ace para
aumentar o impulso de deslocamento.
Em todos os casos, os pés devem ser colocados paralelamente um ao outro, apontados para
frente.

Movimentação das Pernas:


Pernas Ao realizar a passada, o pé responsável pelo apoio posterior só
deixa o solo após a extensão
xtensão total da perna. Nas provas mais longas, as pernas executam um
movimento pendular, com elevação não muito acentuada do calcanhar da perna de trás. Já
nas provas de velocidade o movimento é circular, havendo uma flexão mais acentuada da
perna traseiraa que provoca uma aproximação maior do calcanhar junto à parte posterior da
coxa e, conseqüentemente, faz com que o joelho se eleve mais para cima e para frente, no
momento em que essa perna vai à frente para realizar o apoio seguinte.

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Análise das Provas

100 m rasos
A largada é realizada no início da reta principal de uma pista de atletismo. Cada atleta
ocupa uma raia, no qual lhe coube através de sorteio. O atleta deverá percorrer os 100m
em sua raia. Será desclassificado se percorrer os 100m na raia que não lhe pertence, quer
seja na direita ou esquerda. Em provas oficiais, todos os atletas devem sair em blocos de
partida.

200 m rasos
A largada é realizada no início da 2a curva, ou seja, na metade de uma pista oficial. Como
nos 100m rasos, cada atleta deverá ocupar uma raia, portanto com diferente
escalonamento. O atleta que correr na raia 1 será seu ponto de partida exatamente nos 200
metros. O atleta da raia 2 deverá largar um pouco mais à frente que o atleta da raia 1. O
atleta da raia 3 à frente da raia 2, assim por diante. Pois é preciso haver uma compensação,
isto é, todos deverão correr exatamente 200 metros. Os atletas deverão permanecer em
sua respectiva raia até o fim da prova, sob pena de desclassificação.

400 m rasos
a
A largada é realizada no início da 1 curva. Com os mesmos princípios dos 200 metros rasos,
os atletas deverão sair escalonados, para que todos percorram 400 metros em sua
respectiva raia, até o fim da prova. Não poderá haver invasão da raia adversária.

800 m rasos
Dependendo do número de participantes, deveremos ou não realizar a prova com
escalonamento. Se o número de atletas for pequeno, poderemos ter uma prova com
largada em pista livre, isto é, todos os atletas atrás de uma linha curva estabelecida pela
direção da prova. Para isto, os atletas não precisarão ocupar raias determinadas. A chegada
também será livre, não obedecendo raia alguma. Se a prova for realizada com
escalonamento, os atletas deverão sair cada um em sua raia, percorrendo, para tal,
somente os primeiros 100 metros da prova dentro da mesma, podendo, logo após, utilizar-
se da pista livre. Logicamente, o escalonamento será feito de maneira que cada atleta
percorra os 800 metros em igualdade com os demais concorrentes. A largada é realizada
sem os blocos de partida. O motivo de escalonamento é em virtude de evitar-se o choque
de atletas em início de uma curva.

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1.500 m rasos
A largada é feita em pista livre (linha curva). Não há escalonamento. A saída é no fim da 1a
reta, atrás de uma linha curva estabelecida pela direção da prova. Em pista de 400 metros
serão 300 metros mais 3 voltas completas.

5.000 m rasos
Critério idêntico aos 1.500 metros rasos. Largada no fim da 1a reta início da 2a curva.
Mesmo local dos 2.000 metros rasos. A largada será atrás de uma linha curva determinada
pela direção da prova. São realizados 200 metros, mais 12 voltas completas.

10.000 m rasos
São 25 voltas completas. A largada é dada no mesmo local dos 800 metros rasos, sem
escalonamento, atrás de uma linha curva estabelecida pela direção da prova. Pista livre.

Corrida com Obstáculos: As distâncias padrão serão 2.000 m e 3.000 m. Haverá 28 saltos
sobre obstáculos e 7 sobre o fosso de água na prova de 3.000 m e 18 saltos sobre obstáculos
e 5 sobre o fosso
osso de água na prova de 2.000 m. Na prova de 3.000 m haverá 5 saltos por
volta completa, sendo a passagem do fosso o quarto dos mesmos. Os obstáculos estarão
distribuídos de forma regular, quer dizer, a distância entre elas será aproximadamente a
quinta parte
arte do comprimento normal de uma volta (80m). Na corrida de 3.000 m com
obstáculos, a distância da saída ao começo da primeira volta não deve incluir nenhum salto,
devendo ser removidos os obstáculos até que os competidores tenham iniciado a primeira
volta.
a. Os obstáculos devem ter 0,914 m de altura e pelo menos 3,96 m de largura. Para as
provas femininas, os obstáculos terão 0,762 m de altura e 3,96 m de largura.

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Corrida com Barreiras: A corrida com barreiras consiste em cobrir um determinado
percurso, passando sobre barreiras colocadas na pista. A característica principal do
barreirista é a velocidade completada pela perfeita transposição das barreiras. Outra
qualidade importante é a flexibilidade dos quadris, o que permitirá maior facilidade na
ultrapassagem das barreiras.
Para facilitar o estudo da técnica da corrida, podemos dividir a corrida nas seguintes fases:

a) Partida
A corrida com barreira exige grande velocidade. A partida usada será a baixa (com blocos de
partida). Os autênticos barreiristas devem trabalhar a distância até a primeira barreira tão a
fundo que possam passa-la de olhos vendados, se necessário. No momento do tiro, deve
colocar-se em posição normal mais rapidamente que o velocista. O tronco deve estar na
posição mais ereta aos 8 ou 10 metros da saída. Nos 110 metros com barreiras, da partida
até atingir a primeira barreira serão dadas 7 ou 8 passadas.

Cada atleta tem mais facilidade em elevar, em primeiro lugar, determinada perna, para
ultrapassar a barreira. Chamamos esta perna que se eleva primeiro de “perna de
abordagem”, e a outra de “perna de impulsão”. O ideal é sete passadas até o momento para
elevar a perna de abordagem. Muitas vezes a posição dos blocos de partida não permite que
o atleta atinja a primeira barreira com a perna que tem mais facilidade para aborda-la. Nesse
caso, é mais aconselhável que se mude a posição das pernas nos blocos de partida do que
mudar a perna de abordagem.

b) Abordagem
Quando o atleta não tem idéia de qual é sua perna de abordagem e visamos prepará-lo para
uma corrida de 400m (em que há passagem nas curvas), devemos treiná-lo para que faça a
abordagem com a perna esquerda, pois nas curvas o corpo estará inclinado para a esquerda,
e a perna direita, que passa flexionada sobre a barreira, irá faz-lo com mais facilidade. A
perna de abordagem, no entanto, deverá sempre ser a que o atleta tiver mais facilidade de
elevar em primeiro lugar para ultrapassar a barreira.

O atleta deve procurar dar a impulsão sempre de uma mesma distância da barreira. Esta
varia para cada atleta, mas podemos dizer que uma distância média de 2 metros é a
recomendável. A perna de abordagem deve elevar-se semiflexionada, com a ponta do pé
para cima.

Principais Erros
a) Elevar a perna descrevendo um arco lateral, ocasionando desequilíbrio e perda da
velocidade.
b) Elevação da perna totalmente estendida, com o pé em extensão, pois isto resultará num
choque violento, quando o pé tocar o solo.

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c) A perna de impulsão só deixará o solo depois de totalmente estendida. Isto evita que o
atleta de um salto, ocasionando perda de velocidade. A barreira deve ser passada e não
saltada.

c) Passagem sobre a barreira


A perna de abordagem deve iniciar o movimento descendente a uns vinte centímetros antes
da barreira, somente assim o pé de abordagem poderá apoiar-se no solo próximo à barreira,
permitindo que o centro de gravidade do atleta fique à frente desse pé, o que possibilitará a
corrida sem perda da velocidade. A parte inferior da coxa da perna de abordagem deverá
passar o mais próximo possível da barreira.

A perna de impulsão, após deixar o solo, deverá ser flexionada. Depois de passar
sobre a barreira, a perna de impulsão deverá ser puxada rapidamente para frente até o pé
tocar o solo.

O tronco deverá ser flexionado para passar sobre a barreira. Isto por dois motivos:
a) imprimir maior velocidade ao corpo durante a passagem e
b) facilitar a passagem da perna de impulsão, pois o tronco flexionado, a perna se eleva
com mais facilidade.

d) Apoio após a passagem


O pé da perna de abordagem deverá tocar o solo próximo à barreira, após a sua
ultrapassagem. Essa distância é de aproximadamente 1,50m. O pé deve tocar o solo pela
planta, perna semiflexionada e o centro de gravidade deverá estar à frente do pé da perna
de abordagem.
Após o apoio no solo, o braço não deverá ser puxado rapidamente para trás, a fim de
não desequilibrar o atleta, deverá continuar no movimento natural de corrida.

e) Corrida entre as barreiras


A corrida entre as barreiras deve ser feita com passadas largas, porém não exageradas, para
não ocorrer a perda do equilíbrio.

Nas corridas de 100 e 100m deverão ser dadas três passadas entre as barreiras, e nas
corridas de 400m, quinze. O movimento de braços é normal, igual o das corridas de
velocidade, sendo aconselhável amplia-lo um pouco mais.

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f) Corrida final:
A primeira passada após a última barreira deve ser executada como foi para as anteriores.
Depois disso, o atleta reunirá todas as forças a fim de passar pela linha de chegada, com o
máximo de velocidade possível.

110 m com barreiras (prova masculina)


Consiste em passar sobre 10 barreiras dispostas em cada raia ao longo de 110 m. As
barreiras devem ter 1,067 m de altura.A distância da linha de saída até a primeira barreira
será de 13,72 m, a distância entre as barreiras será de 9,14 m e a distância da última
barreira à linha de chegada será de 14,02 m.

100 m com barreiras (prova feminina)


Consiste em passar sobre 10 barreiras dispostas em cada raia ao longo de 100 m. As
barreiras devem ter 0,838 m de altura. A distância da linha de saída até a primeira barreira
será de 13 m, a distância entre as barreiras será de 9,5 m e a distância da última barreira à
linha de chegada será de 10,5m.

400 m com barreiras (prova masculina e feminina)


Consiste em passar 10 barreiras dispostas em cada raia ao longo de 400 m. As barreiras
devem ter 0,914 m de altura (masculino) e 0,762 m de altura (feminino). Para ambas as
provas, a distância da linha de saída à primeira barreira será de 45 m. A distância entre as
barreiras será de 35 m e a distância da última barreira à linha de chegada será de 40 m.

Nas provas com barreiras se um competidor passar seu pé ou perna abaixo do plano
horizontal da parte superior de alguma barreira, no momento da passagem, ou ultrapassar
uma barreira fora de sua raia, ou se na opinião do Árbitro Geral derruba-a deliberadamente
com o pé ou mão será desclassificado.

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Revezamentos
Revezamento 4x100m: A largada é dada no mesmo local dos 400 m rasos. Cada equipe
possui 4 atletas, dispostos nos 4 pontos distantes da posta. O 1º atleta de cada equipe,
colocando no local de largada, em bloco de partida, com um bastão numa das mãos. Ao tiro
de largada deverá correr e entregar ao 2º atleta de sua equipe (entrega somente dentro da
zona de passagem). O 2º atleta de posse do bastão entregará ao 3º de sua equipe e este ao
4º último atleta da equipe. A zona de passagem do bastão tem 20 metros, sendo
desclassificada a equipe que realizar uma passagem de bastão fora da zona. Não deverá
haver invasão de raia por qualquer equipe, e nem prejudicar equipes adversárias durante a
passagem de bastão.

A corrida de revezamento consiste em percorrer uma certa distância por etapas,


sendo cada etapa percorrida por um corredor. Cada equipe é composta por quatro
corredores, sendo que cada um deles percorre uma distância semelhante (100 ou 400
metros), conduzindo um bastão. Esse bastão é conduzido de mão em mão entre todos os
componentes da equipe. Daí a denominação de corrida de revezamento, devido a troca
realizada entre os corredores, a qual é feita dentro da zona de passagem, constituída de um
espaço de 20m situado dentro da raia.

No caso do revezamento 4x100m, em que cada corredor corre a distância de 100m, a


zona de passagem é marcada 10m antes e 10m depois de cada 100m que constituem cada
uma das etapas da prova. Portanto, a primeira zona tem seu início aos 90m e o final nos
110m. A segunda se inicia ao 190m e finaliza nos 210m e a terceira com início nos 290m e
final nos 310m, formando, desta maneira, o conjunto de três zonas de passagem, sendo que
o quarto corredor da equipe apenas recebe o bastão e o conduz até o final.

Como é necessário que as trocas sejam efetuadas em velocidade (4x100), existe um


espaço de 10m antes do início da zona de passagem, denominado zona opcional, onde o
corredor que recebe o bastão se coloca em posição de espera do companheiro que traz o
bastão.

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Essa zona tem por objetivo permitir ao corretor receptor do bastão iniciar a sua
corrida com antecedência, a fim de entrar na zona de passagem em alta velocidade,
veloci para
igualar à velocidade do companheiro que está chegando.

Antes da zona opcional (10 a 15 pés), faz-se


faz se uma marca na pista, que serve como
ponto de partida para o receptor do bastão iniciar sua corrida e não olha mais para trás,
porque, a partir desse
sse instante, toda a ação realizada pelos dois corredores é automática,
obtida através de treinamento, até que o bastão seja passado de um corredor para outro.
O corredor que vai receber o bastão deve se colocar no começo da zona opcional, numa
posição favorável
orável para executar sua ação. Para isso, existem duas maneiras de
posicionamento:

a) Saída alta:
O corredor se coloca em pé, ligeiramente
inclinado para frente, com as pernas
afastadas, tendo o peso do corpo sobre a
perna da frente. A cabeça deve estar
voltada
ltada para trás, com o olhar dirigido ao
companheiro que vem ao seu encontro.

b) Saída Semi-agachada:
É a posição de espera em que o corredor,
postado no início da zona opcional, se
coloca na posição de três apoios, com as
pernas em afastamento e a mão contrária
c
ao pé da frente apoiada no chão. O olhar
deve estar voltado para trás, do lado
oposto à mão que está apoiada,
observando o companheiro que se
aproxima. O braço livre é colocado atrás,
em posição normal de corrida.

Passagem não visual ou às cegas:


cega A passagem não visual é empregada nos revezamentos de
velocidade intensa (4x100), e (4x200) e nela o receptor, após iniciar a corrida, não olha para
o bastão, a fim de não perder velocidade com o movimento de cabeça, sendo assim, a maior
responsabilidadee da passagem está com o entregador.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 52


Passagem visual: A passagem visual é empregada nos revezamentos de 4x400m e maiores,
em virtude de o atleta que vai entregar o bastão já vir cansado e ter o recebedor de olhar o
entregador e arrancar o bastão de sua mão. mão. Nesse caso, a maior responsabilidade da
passagem está com o receptor, pois este se encontra descansado, ao passo que o
entregador chegará esgotado.

Tipos ou Estilos da Passagem do Bastão

a) Francês ou Descendente
Neste estilo o corredor que vai receber
receber o bastão, ao ouvir o sinal do companheiro que está
de posse do bastão, estende para trás um dos braços, previamente determinado, colocando
a palma da mão voltada para cima e com os dedos unidos, à exceção do polegar, que se
afasta dos demais, colocando-se
colocando se em posição de recepção. Nesse momento, o corredor que
conduz o bastão coloca-o, o, através de um movimento de cima para baixo, e pela extremidade
livre do mesmo, na mão do receptor, que o agarra rapidamente, coloca o braço em posição
de corrida, dando prosseguimento
seguimento à corrida. A vantagem deste estilo está no fato de que a
maneira como o bastão é colocado sobre a mão do companheiro possibilita um espaço livre
maior, o que facilita a entrega seguinte.

b) Alemão ou Ascendente:
Para receber o bastão, o corredor
corredor coloca o braço de ação semiflexionado para trás, com a
palma da mão voltada para o companheiro que se aproxima, tendo os dedos unidos, com
exceção do polegar, que deve estar voltado para baixo, em direção ao solo. Dessa forma, o
bastão é colocado em sua mão através de um movimento de baixo para cima, executado
pelo companheiro que faz a passagem. Daí a denominação de passagem ascendente, devido
à trajetória de elevação do bastão para ser colocado na mão do corredor receptor.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 53


O inconveniente deste estilo reside no perigo de o bastão cair da mão, uma vez que a
mão receptora deve se unir ou ficar muito próxima à mão do companheiro que faz a
entrega, a fim de não faltar espaço no bastão nas passagens seguintes, isto é, a metade
anterior do bastão precisa ficar livre.

Métodos para o Desenvolvimento do Revezamento

Além dos estilos e tipos de passagem do bastão, um outro procedimento a ser


levado em consideração, visando o melhor rendimento na corrida, diz respeito aos métodos
empregados para o desenvolvimento de todo o conjunto dos revezamentos a serem
efetuados no transcorrer da prova.

Esses métodos, que completam o mecanismo das corridas de revezamento, dizem


respeito à maneira pela qual o bastão deve ser conduzido durante a trajetória da corrida, ou
seja, a mão na qual o bastão deve ser transportado. Para isso, são utilizados dois métodos, o
uniforme e o alternado.

a) Método Uniforme
Caracterizado pela troca de mãos, porque o corredor recebe o bastão em uma das mãos e
imediatamente passa-o para a outra. Ex.: o primeiro corredor parte com o bastão na mão
direita e entrega-o ao segundo em sua mão esquerda; este, imediatamente, troca o bastão
de mão, passando-o à direita, para prosseguir a corrida; e assim sucessivamente, de forma
que os quatro corredores realizam suas etapas da corrida conduzindo o bastão na mão
direita, realizando, portanto, uma ação uniforme.

Considerando que existe uma pequena perda de tempo e uma ligeira influência
negativa na ação da corrida, esse método já não é o mais indicado.

b) Método Alternado
Neste método não existe a troca de mãos; o bastão é transportado na mesma mão que o
recebeu e, por este motivo, torna-se necessário adotar algumas medidas para a disposição
de cada um dos componentes da equipe dentro da pista.

Assim, o corredor que transporta o bastão na mão direita corre pelo lado interno da
sua baliza e o que recebe já está postado no lado externo da baliza, por onde fará a sua
corrida, uma vez que o bastão será depositado em sua mão esquerda.

No conjunto todo, pela ordem, o primeiro corredor leva e passa o bastão com a sua
mão direita, correndo pelo lado interno da pista; o segundo corredor recebe, leva e passa o
bastão com sua mão esquerda, correndo pelo lado externo da baliza; o terceiro recebe,

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 54


transporta e passa o bastão com a sua mão direita, correndo pelo lado interno e, finalmente,
o quarto e último componente da equipe recebe o bastão em sua mão esquerda e o
mantém na mesma durante toda a corrida, até ultrapassar a linha de chegada, fechando,
assim, o revezamento.

Disso se conclui que os revezamentos foram realizados alternadamente – direita,


esquerda, direita, esquerda, razão pela qual esse método se denomina alternado.

Disposição dos Corredores na Pista

Para a seleção dos elementos, que deverão formar uma única unidade, em que cada
um dos atletas integrante deve estar totalmente adequado a sua função, levamos em
consideração as características individuais de cada um, nas quais se observa o seguinte:
Não há um princípio fixo que determine a disposição dos corredores na pista para o
revezamento para sabermos qual será colocado em 1o lugar ou em último, teremos que
considerar uma série de fatores, a saber:

a) Quais os homens mais velozes: normalmente, os dois mais velozes são colocados em 1o
e 4o lugares, sendo o 4o (último), o mais veloz deles, para fazer a chegada.

b) Qual o homem que tem partida mais rápida – deverá ser colocado em 1o lugar, pois o
primeiro da equipe é o único que emprega a partida baixa.

c) Qual o melhor finalista – naturalmente será colocado na última posição (4o).

d) Qual o mais combativo – normalmente, é colocado na 3a posição, a fim de recuperar


terreno porventura perdido pelos 1o e 2o corredores.

e) Quais as duplas que melhor se entendem deveremos distribuir os homens de maneira


que os que melhor se entendam façam a passagem de um para o outro.

f) Quais os homens mais hábeis na passagem – esses deverão ser colocados na 2a e 3a


posições, pois são eles que fazem recebimento e passagem do bastão, ao passo que o 1o
só faz entrega e o último só faz recebimento.

g) Quais os homens que melhor ocorrem na curva – de acordo com o tipo de revezamento
a ser disputado e com a pista onde será realizada a competição, deveremos distribuir os
homens de maneira que só corram nas curvas os que o fazem melhor.

h) Estratégia no dia da competição: é um fator importantíssimo para o treinador, o qual


deverá tentar obter, antes da corrida, indicações seguras sobre o estado físico e de

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 55


treinamento de seus adversários. Deverá ser evitado o “entrar no escuro”. Uma boa
disposição tática dos corredores poderá, em igualdade de condições, levar a vitória.

Técnicos e treinadores chegaram à conclusão de que a disposição normal dos corredores


para o revezamento de 4x100 metros, considerando como fator principal a velocidade dos
corredores, é a seguinte: 2o, 4o, 3o e 1o, isto é, o mais veloz em último lugar, o
imediatamente abaixo em 1o lugar e os outros nas posições intermediárias.

Levamos em consideração as características individuais de cada um, nas quais se observa o


seguinte:

O primeiro corredor: Corre uma distância maior com o bastão em relação aos demais
companheiros. Preferivelmente, deve ser um bom corredor de curva porque a sua etapa de
corrida é composta da primeira curva da pista. E, finalmente, deve ser um grande largador,
por sele ele o elemento encarregado de sair do bloco de partida – portanto, o iniciante da
corrida.

O segundo corredor: Sua velocidade deve ser combinada com a do primeiro corredor, ou
seja, sua velocidade inicial deve estar relacionada com a velocidade final do primeiro
homem. Deve ter uma reação bastante rápida para iniciar a sua corrida no momento em que
seu companheiro passa pelo handcap, para que sua partida seja bastante segura. Precisa
dominar perfeitamente o revezamento, uma vez que vai receber e passar o bastão logo a
seguir. E deve ser um bom corredor de reta e muito potente porque, juntamente com o
terceiro corredor, é o elemento que corre maior distância entre os componentes da equipe
(cerca de 126m aproximadamente).

O terceiro corredor: Tal como o primeiro corredor, deve ser um excelente corredor de
curva; as demais características são idênticas ao segundo corredor.

O quarto corredor: Entre todos os componentes da equipe, é aquele que corre a menor
distância com o bastão na mão, por ser o último corredor, cuja etapa termina na linha de
chegada da prova. Precisa estar bem entrosado com o terceiro corredor e dominar
perfeitamente a recepção do bastão, não tendo necessariamente de ser um bom entregador
porque não realiza esta ação, uma vez que é finalizador. Normalmente, é o melhor velocista
da equipe porque será o elemento que deverá manter uma possível vantagem conseguida
por seus companheiros, ou mesmo tirar ou descontar um possível retardamento,
ocasionado por alguma deficiência.

Com essas considerações, torna-se possível concluir que cada um dos quatro
componentes da equipe deve possuir certas características individuais, de acordo com as
exigências da prova, e que cada uma dessas exigências deve ser muito treinada para se
atingir a maior perfeição. Outro fator que deve ser levado em consideração, por ser também

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 56


de grande importância é que, após formada a equipe, deve-se
deve se manter sempre a mesma
ordem ou disposição dos corredores porque o perfeito entrosamento e sincronismo entre
todos os elementos é difícil
fícil de ser conseguido com total perfeição e as constantes mudanças
viriam a comprometer ainda mais a unidade da equipe.

Revezamento 4x400m: Largada no local dos 400 m rasos. Equipe de 4 atletas. Haverá
balizamento de 500 m, isto o 1º da equipe correm em
em sua raia a entrega ao 2º. Este, por sua
vez, correrá somente 100 m em sua raia, podendo, logo após, utilizar a pista livre. O 3º atleta
já em pista livre entregará ao 4º e último atleta, devendo este chegar com o bastão,
ultrapassando a linha de chegada e, posteriormente, entregar o mesmo ao juiz da prova.

A principal característica desse tipo de revezamento é que, contrariamente aos


revezamentos rápidos, a troca entre os corredores não se realiza com tanta velocidade,
devido ao cansaço com que cada um dos dos corredores termina a sua etapa de corrida,
produzindo relativo débito de oxigênio e falta de forças suficientes para que seja imprimido
um ritmo mais veloz no final da corrida. Por esses motivos, a entrega do bastão nesta prova
se faz através da passagem
m visual.

Outro Tipo de Passagem do Bastão:


Bastão O braço do receptor é levado para trás em extensão,
com os dedos da mão dirigidos ao companheiro que vai fazer a entrega. Desta maneira, o
bastão em posição vertical é passado através de um movimento de trás para
pa frente, como se
fosse de encontro com a mão do receptor.

Para este tipo de passagem, é necessário que a mão do receptor esteja mais elevada
em comparação com os dois tipos anteriores, devendo o braço se postar paralelamente ao
solo; em virtude das características
características da ação. A extremidade livre do bastão, que fica
apontada para cima, deve ser a mesma após ser realizada a passagem; por isso, ao agarrar o
bastão, o receptor deve faze-lo
faze lo junto à mão do companheiro que o entrega.

Para o revezamento 4x400m, existe apenas uma zona de passagem, que está situada
no mesmo local onde se inicia e também termina a prova. Uma vez que não é necessária a

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 57


realização da troca em alta velocidade, torna-se possível utilizar vários métodos de
revezamento.

Arremessos e Lançamentos

Arremesso de Peso

De todas as especialidades dentro do atletismo, o arremesso de peso é, sem dúvida,


a mais praticada. A razão de tal popularidade deve-se ao fato de que é fácil empurrar um
implemento esférico, de peso sustentável, proporcional à força, dentro de suas faixas
etárias.

Qualquer elemento que se disponha a praticar o arremesso de peso vai em busca de


marcas que possam se aproximar dos grandes campeões. Para isto, se entregam a rígidos
treinamentos, aprimorando cada vez mais uma técnica apurada, sem que haja qualquer
desperdício de força energética.

Os especialistas desta prova são caracterizados por serem de estrutura elevada,


chegando a 1,95m de altura, com envergadura acentuada. São rápidos e fortes.
Quanto à velocidade dos arremessadores, nota-se que estes têm, em média, nos
100m rasos de 11,7s e 11,9s. Possuem coordenação motora acentuada que lhes permite
assimilar rapidamente as instruções a que lhes forem transmitidas. As valências físicas mais
acentuadas dos arremessadores são: VELOCIDADE, FORÇA, COORDENAÇÃO.

Na história dos arremessos, sabe-se que em 1883, LAMBRECHT, da Grã Bretanha,


arremessou o peso a uma distância de 13,10m. Os arremessadores são altos e fortes, surgia
então o primeiro gigante, era RALPH ROSE (recorde mundial em 1909, com marca de
15,54m) tendo a estatura de 2,06m e 125kg de peso. Os atletas recordistas eram geralmente
pesados (acima de 100kg), sendo que os Estados Unidos se caracterizou por grande número
de recordistas mundiais.

Prova disto é que surgia um grande atleta de nome PERRY O´BRIEN. Já aos 18 anos,
O´BRIEN despertava a atenção dos técnicos. Treinava com o técnico JESSE MORTENSEN, de
manhã e tarde, utilizando a musculação como princípio básico de suas marcas excepcionais.

Antes de Perry O´brien, o grande arremessador era JAMES FUCHS, que utilizava uma
técnica ortodoxa (com deslocamento lateral sem cruzada de pernas). Fuchs quebrou,
durante um ano, quatro vezes o recorde mundial. O´brien, já na época de Fuchs, se
destacava como júnior.

De 1953 a 1956 O´Brien venceu todas as competições em que participava. Em 1959


surgia DALLAS LONG nesta disputa, igualando o recorde de O´Brien (com a marca de
Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 58
19,25m). O´Brien não deixava por menos e quebraria novamente o recorde mundial com a
marca de 19,30m
9,30m para, em 1960, Dallas Long supera-lo
supera lo na disputa com a marca de 19,38m.

A verdade era o seguinte: até 1950, os arremessadores se utilizavam do “estilo


ortodoxo”, tendo Fuchs como recordista mundial de 1949 a 1952. Em 1953, O´Brien tirava
de Fuchs o recorde mundial detendo-o
detendo o até 1959, quando Long quebrou a hegemonia. Nesta
época Long já utilizava a técnica de O´Brien. Porém, este ano de 1959, novamente quebrava
o recorde, passando O´Brien para a história, como o arremessador de todos os tempos que
quebraria
ebraria maior número de recordes mundiais.

O primeiro atleta a superar a marca de 20m foi BILL NIEDER, dos EUA, com marca de
20,06m em 1960. Na década de 80 surgia mais um estilo: ESPANHOL, que tinha a
característica do giro do arremesso de disco. Este estilo
estilo é aplicado justamente pelos
arremessadores de disco por questões de adaptações à especialidade.

Estilos dos Arremessos

Perry O´Brien com deslocamento de costas

Ortodoxo com deslocamento lateral

Espanhol com giro do arremesso de disco

Pesos

Masculino
ulino 7,260 kg

Feminino 4 kg

Quando se iniciar os ensinamentos do


arremesso de peso, deve-se se levar em consideração
a utilização deste implemento com os pesos de
2kg, 3kg ou 4kg, pois com pesos leves o
aprendizado é de fácil assimilação. Deve-se,Deve
também, m, utilizar o estilo ORTODOXO nesta fase
inicial para, posteriormente, ensinar o estilo PERRY
O´BRIEN.
O peso se agarra de distintas maneiras, segundo cada atleta, pois depende do tamanho da
mão e da força da mão e dedos. O mais correto é segura-lo
segura lo com os dedos afastados,
colocando-oo na base dos mesmos, sem que toque a palma da mão. Observar que o punho
deve estar flexionado para trás. A mão que tem o implemento deve estar junto à clavícula ou

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 59


queixo. O cotovelo alto ou baixo. A força final do punho, mão e dedos na função reversível é
por demais importante para a execução de um bom arremesso.

Técnica Perry O´Brien – com deslocamento de costas


Início: De costas para o setor, de pé, o peso do corpo no pé direito, pé esquerdo mais atrás
(fig. 1). Peso posicionado abaixo do maxilar, muito próximo ou até encostado no pescoço,
cotovelo do membro arremessador bem aberto. Inicia-se o troco enquanto ergue-se o
membro inferior esquerdo para fins de equilíbrio - posição de balança (fig. 2). Após, há uma
flexão do joelho direito e do quadril e joelho esquerdo, aproximando os dois joelhos –
posição agrupada (fig. 3/4)

Deslocamento: O deslocamento é iniciado pelo desequilíbrio inicial do corpo para trás (fig.
4/5); a seguir, há uma ação de extensão do joelho e quadril esquerdos (que “puxará” o
corpo), simultânea à extensão do joelho direito (fig. 5/7). O deslocamento deve ser junto ao
solo (por isso o termo mais adequado seria deslizamento) e a perna esquerda não deve ser
lançada para cima e sim para trás, rasante.

Duplo Apoio: O pé direito vai assentar no centro do círculo, pela planta e em um ângulo de
cerca de 90 a 120 graus com o sentido do arremesso. O pé esquerdo, quase que
simultaneamente, deve chegar ao solo, pela parte anterior, junto ao anteparo, ligeiramente
à esquerda da linha central do círculo. O tronco continua virado para a parte posterior do
círculo (olhar para um ponto situado a alguns metros atrás do mesmo) e está em flexão e
torção. Ao final do deslocamento o peso do corpo está sobre a perna direita, se o peso
chegasse a cair, deveria atingir o solo a uma certa distância do pé direito (fig. 9).

Fase final: Esta fase inicia-se pela ação do membro inferior direito (o arremesso inicia-se
com a flexão plantar do tornozelo direito) combinado com uma rotação da pélvis e do tronco
(fig. 12/15). O lado direito do corpo, em conseqüência destes movimentos, roda para frente
e para cima, na direção do arremesso. O membro inferior esquerdo deve efetuar uma ação
de contenção e alavanca. Ao final, há uma completa extensão dos membros inferiores, com
os pés ficando apontados para a direção do arremesso (fig. 16). A ação do membro superior
direito consiste em uma adução horizontal da articulação do ombro, seguida de uma
extensão de cotovelo e uma vigorosa ação final de flexão da articulação do punho (quebra
de punho) e da flexão das articulações dos dedos (a palma da mão deve estar virada para o
lado ao final do arremesso (fig. 13/16). Durante todo o arremesso, o cotovelo do membro
arremessador deve estar aberto (apontando para o lado), deve vir atrás do peso e a mão
deve estar com o polegar apontando para baixo. O membro superior esquerdo, flexionado
no cotovelo, contribui para efetuar a rotação do tronco mas cessa seu movimento
abruptamente, quando o peito do atleta já está voltado frontalmente para a frente do setor,
contribuindo, assim, para incrementar a velocidade de saída do implemento (fig. 15/16).

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 60


Reversão: Para evitar-se
se a saída do círculo, efetua-se
efetua se uma movimentação de pernas, que
consiste em a perna esquerda dirigir-se
di se para trás, com a perna direita colocando-se
colocando à frente
(fig. 16/17), o que leva a uma fase aérea e uma subseqüente flexão do joelho direito e
abaixamento do tronco, o que contribui para um abaixamento do centro de gravidade,
evitando o desequilíbrio para fora do círculo.

Lançamento de Dardo

O lançamento de dardo é, sem dúvida, a mais bonita das provas existentes no


atletismo moderno. Desde os tempos dos “homens das cavernas”, este implemento, hoje
sofisticado, era utilizado para a caça de animais.
animais. Na medida em que o tempo passava, o
implemento era utilizado para vários fins, entre eles o da procura da caça para
sobrevivência, como também como arma nas grandes guerras entre os povos nórdicos.
Índios também passaram a utilizar este implemento na pesca.

A maneira como era utilizado o dardo não diferiu muito da atual. A técnica
empregada para se lançar tal implemento foi aperfeiçoada de tal maneira, a fim de que se
pudesse utilizar o maior aproveitamento possível da força energética num movimento
retilíneo
etilíneo no plano vertical e parabólico no plano horizontal.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 61


A ação de lançar ou arremessar algum implemento nos lembra a forma de como
atiramos pedra. É um movimento que parece ser natural ainda que adaptado às
características do instrumento utilizado. Sem
Sem dúvida nenhuma, poderemos notar que o ato
de lançar este implemento nos coloca mais perto de nossos antepassados.

Como lançador de dardo, é preciso ter velocidade, coordenação, agilidade e força.


Não há necessidade específica de serem muito altos. Notadamente
Notadamente é uma especialidade
onde atletas são bastante diferentes de outros arremessadores (peso, disco e martelo).
Durante muito tempo esta especialidade foi praticada pelos nórdicos; os nomes de
Myrra, Pentilla, Jarvinen, Nikkanen e Nikinnen figuravam sempre
sempre entre os melhores do
mundo e candidatos ao título olímpico.

Com a evolução das marcas, acima de 100m, a Federação Internacional de Atletismo


Amador – FIAA, em assembléia de seus filiados, resolveu, através de nova regra, modificar a
estrutura deste implemento,
plemento, deslocando o centro de gravidade para mais a frente da
empunhadura, fazendo com que o mesmo, em sua trajetória retilínea (vertical) alterasse a
trajetória parabólica (horizontal), pois quando atingisse a maior amplitude de seu percurso,
descesse mais rapidamente, voltando, com isto, ao visual antigo, ou seja, o de “cravar no
solo”.

a) Forma correta de empunhar o dardo:


Qualquer que seja o estilo utilizado, deverá permitir que os dedos da mão e o punho atuem
descontraidamente sobre a empunhadeira de de corda; o domínio do dardo em seu plano de
vôo, tanto vertical como horizontal deverá oferecer à mão uma posição que permita utilizar
uma concentração de forças para lançar o projétil. Existem vários métodos para esta
finalidade e vamos descrever aqueles mais comumente mais utilizados.

Método finlandês: É considerado o método mais forte. Consiste em segurar o dardo, de


forma que o dedo indicador se coloque estendido na parte de trás do encordoamento, com
uma pequena flexão da falange distal para a lateral,
lateral, em contato com a haste do dardo ou em
torno dela. Os dedos polegar e médio são colocados no início da empunhadura,
contornando a mesma, tendo as extremidades quase unidas. Esses dois dedos são
praticamente os responsáveis pela transmissão da força ao dardo:
dardo: são eles que empurram o
dardo no lançamento. Os demais dedos, anular e mínimo, são colocados normalmente sobre
a empunhadura (figura abaixo).

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 62


Notamos que a principal característica deste método de empunhar o dardo está
exatamente relacionada com a posição do dedo indicador, que tem por objetivo melhorar a
trajetória do arremesso, proporcionando também maior rotação ao dardo quando está no
ar.

Método normal ou americano:


americano: É o mais utilizado por ser de mais fácil adaptação. Aqui, o
dardo é pressionadoo pelos dedos indicador e polegar no início da empunhadeira, e os
demais dedos se colocam bem firmes, porém descontraidamente sobre a corda, como
vemos na figura abaixo.

b) A corrida preparatória
A corrida é dividida em duas partes. A primeira começa na na posição de partida e vai até a
marca intermediária. Nesta fase, o dardo é conduzido sobre o ombro, mais ou menos na
altura da cabeça e paralelo ao solo. O objetivo desta fase é dar ao atleta a velocidade ideal,
que será transportada para o dardo no momento
momento em que ele for arremessado.

A segunda parte é aquela que caracteriza o estilo utilizado pelo atleta – finlandês,
Bud Held, americano com salto, etc -,, cujo número de passadas depende do estilo praticado
(cinco, no finlandês). Esta parte da corrida é muito
muito importante, porque é dela que depende o
maior ou menor sucesso do arremesso, no aspecto técnico.

c) Extensão da corrida:
Deve ser suficiente para se conseguir com ela o impulso necessário para um bom arremesso.
O excesso de velocidade tem que ser freado lentamente, tornando--se inútil, porque dele
nada se aproveita e pode colocar muito a perder.

d) O arremesso propriamente dito:


Esta fase está interligada com as anteriores e seu sucesso depende totalmente da boa
realização das precedentes. Assim, se a mão direita for levada corretamente para trás e o pé
esquerdo colocado devidamente, o dardo poderá ser levado sem esforço à linha de ação,
por cima do ombro. Com isso, se impõe ao cotovelo um mínimo de tensão, reduzindo
consideravelmente as possibilidades de uma
uma contusão. Além disso, essa posição do braço
amplia a sua alavanca, aumentando a força do arremesso.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 63


e) Ação final e troca de pés ou reversão:
Como foi visto, na fase do arremesso propriamente dito o peso do corpo passa para a perna
da frente no momento em que o dardo é arremessado, em conseqüência do bloqueio da
velocidade da corrida, devido ao passo cruzado. Esta ação resulta em um desequilíbrio do
corpo para frente próximo ao anteparo final do corredor de arremessos, que não pode ser
tocado e nem ultrapassado
passado pelo atleta, que será punido com uma falta que anula a
tentativa.

Para que isto não se verifique, o arremessador deve realizar uma troca da perna que
está atrás pela frente e com muita rapidez, a fim de bloquear esse movimento do corpo em
desequilíbrio
íbrio à frente, colocando-o
colocando o em uma posição parada e estável, para em seguida
deixar o corredor pelo espaço permitido. A esta ação nós chamamos reversão ou troca de
pés.

Pesos e Medidas

Masculino 800g e 2,70m

Feminino 600g e 2,40m

Lançamento de Disco

O lançamento de disco é sem dúvida o mais clássico e antigo de todos que figuram no
atletismo. Desde a antiguidade, era costume lançar-se
lançar se escudos de guerra, gesto este que
passou às Olimpíadas, substituindo-se
substituindo se os escudos por discos de pedra de características
caracte
desiguais em peso e diâmetro. O gesto de lançar disco tem-se
tem se perpetuado através de figuras
ou até mesmo em estátuas.

Dentro da era moderna do atletismo, foi o primeiro lançamento que se praticou,


seguido mais tarde pelos outros três (peso, dardo e martelo). A forma como se lançava este

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 64


implemento também era diferente da atual. Acontece que ao passar dos anos, a técnica de
se lançar o disco apresentou avanços que pudessem tirar maior proveito dos movimentos
baseando-se nas leis da física.

A forma que hoje é utilizada, permite o aproveitamento da força centrífuga


horizontal aplicada, de dentro de um círculo, com velocidade progressiva, obtendo-se maior
possibilidade às grandes distâncias. O aprimoramento da técnica com giros (rotações) faz
com que atletas tenham que se dedicar horas e horas diárias em seus treinamentos, a fim de
que movimentos circulares possam ser realmente aproveitados no lançamento.

O recorde tem melhorado muito e hoje quase todos os lançadores empregam a


técnica americana adotada pela primeira vez pelo norte americano FORTUNE GORDIEN.
Pode-se dizer que os lançadores de disco são menos rápidos que os arremessadores de
peso, pois tem a necessidade de se utilizar de movimentos circulares. (rítmicos).

Lançadores de disco devem dedicar-se única e exclusivamente para a prova.


Houveram épocas que arremessadores de peso lançavam discos, porém, atualmente, são
casos raros.

Existe uma grande preocupação para com os movimentos dos membros inferiores,
dentro do círculo, pois se não houver estabilidade na base não haverá bom lançamento. Pelo
simples fato de que os movimentos circulares podem tirar o equilíbrio de um atleta, os
mesmos devem ser executados de forma progressiva.

É importante que um lançador de disco tenha as seguintes características: Grande


envergadura, ritmo, velocidade e força. Os membros longos permitem maior raio de giro,
em conseqüência a velocidade periférica gerada no giro tem que ser maior e portanto
aumentando a força centrífuga. É também muito importante que um atleta tenha sua mão
grande, pois com isto consegue controlar mais o disco durante seus movimentos circulares.
Um atleta com mão pequena tem grandes dificuldades para controlar o disco, pois durante
os movimentos circulares, se preocupa mais com o disco do que a base, que são os membros
inferiores, em deslocamento. De 24 ou 25 centímetros é a distância do dedo medial ao início
do punho, para que um lançador possa se destacar. Dedos robustos contribuem para que
um lançamento possa ser adequado devido à finalização desta ação, que dá ao disco o
equilíbrio necessário. A média dos grandes lançadores ultrapassa aos 100kg e 1,90m de
altura. Com isto podem atingir facilmente os 56m.

Estilos (técnicas):

Ortodoxo lateral (de lado para o setor de queda do implemento) com giro.

Americano de costas para o setor de queda do implemento (com giro).

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Pesos

Masculino 2 Kg

Feminino 1 Kg

Técnica: A técnica do lançamento do disco se baseia integralmente no aproveitamento da


força centrífuga que gera o atleta ao efetuar um giro e meio (volta e meia) dentro de um
círculo. Esta técnica, como se tem dito, foi posta em prática com grande êxito pelo
americano GORDILN e a partir deste momento não tem cessado de ser corrigida e
aperfeiçoada. O lançador inicia o movimento de costas para o setor de queda do
implemento, realizando um passo intermediário (salto rasante) somando assim a força
centrífuga gerada no giro, o impulso linear para frente, seguindo o eixo do círculo.

O lançamento do disco, como todos do atletismo, é um movimento continuado e sem


pausas, com iniciação lenta, acelerando progressivamente até atingir a ação final que é a
explosão.

Posição Inicial: A posição inicial que um atleta adota ao entrar no círculo é a seguinte:
pernas afastadas com distância igual ou maior do que a largura dos ombros (de costas para o
setor de queda do implemento) e disco na mão de lançamento. Neste momento, o centro de
gravidade está no meio (entre as pernas) da posição inicial (perpendicular ao solo).

Pode-se ou não iniciar alguns movimentos de preparação ao lançamento. Estes


movimentos, quando feitos ou executados são para iniciar o giro no círculo e ao impulso
inicial para a realização do giro. Estes movimentos são denominados de balanceados. As
pernas flexionarão quando for realizado no balanceio a rotação do tronco, como também o
pé contrário a mão de lançamento terá alteração no seu movimento (rotação sobre a ponta
do pé). O braço de lançamento vai para trás da linha dos ombros e o braço livre cruzará
ligeiramente a frente do corpo.

Execução da primeira fase – rotação do tronco: Após ter o lançador executado alguns
balanceios, existe uma transferência do centro de gravidade passando os apoios da perna
direita para a perna esquerda semi flexionada. Quando a perna direita se desprende do solo
tendo terminado seu trabalho de impulsão, passando o apoio do corpo para a perna
esquerda, o braço de lançamento deve continuar atrás da linha dos ombros. O giro deverá
ocorrer sobre o pé esquerdo.

No momento deste giro sobre o pé esquerdo, o corpo fica ligeiramente inclinado


para o centro do círculo ou o eixo de rotação.

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A posição de queda do pé direito ao final do 1o giro deverá ser na ponta do pé, pois a
partir deste momento deverá ser também iniciado outra rotação.

É fundamental que o atleta não esteja com as pernas estendidas durante os giros. Os
contatos para a finalização dos pés direito e esquerdo deverão ter o menor espaço de tempo
possível, no centro do círculo.

Execução da segunda fase – fase de entrada de quadril para lançamento: A posição que um
atleta deve estar é a mesma de como se estivesse lançando sem deslocamento, ou seja, pé
direito no centro do círculo, perna ou pé esquerdo quase encostado no aro do lado
esquerdo do alinhamento de lançamento (fazer uma divisão do círculo com giz). Braço de
lançamento atrás da linha dos ombros. Braço livre flexionado com a cabeça voltada para o
punho ou cotovelo livre (toalha torcida). Neste momento existe predominância de apoio
sobre a perna de impulso (no centro do círculo).

Observar atentamente que a cabeça é o eixo das rotações e é ela que mantém o
equilíbrio do corpo durante toda a execução do lançamento.

A perna direita executa o impulso (perna semi-flexionada) para a entrada de quadris.


Cabeça que anteriormente olhava para o punho livre (mais ou menos para baixo) inicia sua
elevação, realizando o enquadramento dos quadris (adiantamento do Centro de Gravidade).

Quando o corpo está se voltando para frente ou para o setor de queda do


implemento, o braço livre flexionado entre mais rapidamente para trás. O braço de
lançamento também continua atrás da linha dos ombros. Existe a transmissão de apoios. Da
perna direita para a esquerda, com entrada de quadris acentuada e rosto com o olhar
voltado para cima. Nesta finalização é necessário maior velocidade no braço de lançamento,
ou seja, execução de maior velocidade no percurso do braço até a saída do disco da mão. O
braço de lançamento deve estar estendido. A ação dos dedos polegar e indicador,
principalmente, são fundamentais para um bom lançamento. São eles que darão maior
equilíbrio ao disco.

A busca da perna de lançamento para próximo à livre é fundamental para todo


enquadramento do corpo no lançamento.

Reversão: Nada mais é do que a troca de apoios, ou seja, da esquerda para a direita em
salto, ocorrendo também a inversão da posição da entrada de quadris, ou seja,
retardamento do centro de gravidade, a fim de que um atleta possa controlar suas faltas nos
lançamentos.

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Lançamento Martelo

O martelo é composto por cabeça, cabo e empunhadura, obtendo um peso total


mínimo de 7,260Kg no masculino e 4Kg no feminino.

Pesos

Masculino 7,260 kg

Feminino 4 kg

A cabeça deve ser de ferro maciço ou de outro metal que não seja mais macio que o
latão ou um invólucro de qualquer um desses metais, cheio de chumbo ou outro material
sólido. De forma esférica, deverá ter um diâmetro mínimo de 110mm, para homens, e
95mm para mulheres. O cabo deve ser inteiriço, com alças de conexão nas extremidades, de
arame de aço para molas, com diâmetro mínimo de 3mm, sem que possa esticar-se
sensivelmente durante a realização do lançamento. A empunhadura reta em forma de
triangulo, com comprimento de 115m, deve ser sólida e rígida sem qualquer tipo de conexão
articulada, mas conectada ao cabo.

Salto em altura

Tesoura Rolo Ventral Fosbury Flop

Fases do salto em altura

a) Corrida de impulso
b) Impulsão
c) Elevação ou suspensão
d) Passagem pela barra ou transposição
e) Queda ou aterrissagem

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a) Tesoura

É uma técnica bastante simples, por isso mesmo interessante para ser adotada para
iniciantes, muito fácil de ser trabalhada nas aulas de Educação Física escolar e em escolinhas
de esporte. Seu gesto natural, de fácil compreensão de sem duvida muito seguro, são
fatores que contribuem a seu favor. Basicamente o atleta, após a corrida e a batida, deve
transpor a barra na posição sentado e a queda pode acontecer da mesma forma ou em pé.
O que torna essa técnica pouco eficaz para as grandes competições é que o atleta
precisa erguer grande parte do corpo acima da barra para passá-la, dificultando a
transposição, no entanto outros fatores são vantajosos como:
a) a simplicidade na demonstração
b) compreensão e assimilação
c) a área de queda não precisa ser especial
d) a possibilidade de se trabalhar em qualquer ambiente.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 69


b) Rolo Ventral

Através da transformação proporcionadas por Valery Brumel, o salto em altura ganhou


novas dimensões e no curso de um estafante treinamento desenvolveu um meio eficaz de
converter em elevação vertical o rápido ímpeto horizontal. Partindo de um ângulo de 30
graus, Brumel corria 15,24m, dando três ou quatro breve passos preliminares, seguindo de
sete poderosas e rápidas passadas, até a impulsão e , através de um exaustivo treinamento
de força e prática constante, para conseguir aproveitar melhor a impulsão, elevou-se à
imortalidade dentro do atletismo.

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c) Fosbury Flop

No dia em que Richard Fosbury ultrapassou a barra elevada a 2,24m para estabelecer em
1968 um novo recorde olimpico, deu-se início a uma revolução no salto em altura, que
rapidamente se estendeu por todos os cantos do globo. Seu estilo heterodoxo, considerado
realmente perigoso naquela época, em poucos anos consagrou-se como o método mais
avançado em saltos.

Nesse dia, o que mais despertou atenção daqueles que presenciaram o salto foi a
corrida de impulso feito em forma circular. Devido a esta corrida em linha curva, o saltador é
impelido para a parte externa da curva ao longo da qual está se movendo. O saltador é, pois,
submetido à ação da força centrífuga, que ele mesmo gera, e que vai desfrutar no momento
do salto, no instante em que ela é máxima. Parece que o aproveitamento da força centrífuga
durante o salto representa na verdade, a novidade dessa técnica.

Esportes Coletivos – Douglas Flesch Cygainski 71


Saídas e Chegadas

Posições de Largada Baixa: Ao comando do árbitro de partida, os atletas assumirão as


posições de largada. Após ajustarem seus blocos individualmente, os atletas realizam várias
largadas para aquecimento da prova. Após ajustarem seus blocos individualmente, os atletas
realizam largadas para aquecimento da prova. Se algum atleta estiver com agasalho e quiser
retira-lo, poderá faze-lo quando do apito do árbitro de partida. Atletas colocados na posição
de pé, atrás de seus blocos esperam a chamada de entrada nos mesmos.

- Árbitro: “Aos seus lugares!”: Os atletas tomam a posição de 5 apoios (mãos, joelhos e pés).
Enquanto algum estiver se mexendo, o árbitro não dirá o comando seguinte. Se houver
demora de algum atleta, o árbitro solicita aos atletas “última forma”, isto é, todos os atletas
deverão sair de suas posições. O árbitro adverte o atleta que está demorando para assumir
sua posição.

Iniciada novamente a chamada de “aos seus lugares”, atletas, após assumirem suas
posições ouvem do árbitro a chamada de: “prontos”. Na posição de prontos os atletas
elevam seus quadris ficando em 4 apoios. Um atleta terá direito a somente uma saída em
falso. Se fizer duas saídas em falso, será desclassificado da prova.

Na prática, quando um ou mais competidores cometerem uma saída falsa, os outros,


instintivamente, tendem a segui-lo e, teoricamente, qualquer competidor que assim proceda
também comete uma saída falsa. Entretanto, o árbitro de partida deve advertir somente
aquele ou aqueles que, na sua opinião, foram os responsáveis pela saída falsa. Isso pode
resultar em que mais de um competidor seja advertido. Se a saída falsa não for devida,
qualquer competidor, não deve ser feita nenhuma advertência.

Vozes de comando do árbitro para provas até 400 metros:


Às suas marcas lll Prontos III Tiro de partida
* Para falsas, usa-se o apito.

Vozes de comando do árbitro para provas acima de 400 metros.


As suas marcas III Tiro de partida

As provas de utilizam o bloco de partida são:


100m e c/ barreiras, 200m rasos, 400m rasos e com barreiras, 110m com barreiras, 4x10m
rev. (1o atleta) e 4 x 400m rev. (1o atleta), 4 x 200m (1o atleta).

Bloco de Partida (Taco de Partida)


Utilizado pelos atletas para apoios nas provas de velocidade.

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Referências

Futsal
Polígrafo do professor Otavio Balzano (Disciplina de Esportes Coletivos I – Unilasalle)
Tenroller, CA. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ed. Ulbra, 2006.
Confederação Brasileira de Futsal: www.futsaldobrasil.com.br
Federação Gaúcha de Futsal: www.futsalrs.com.br

Handebol
Tenroller, CA. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ed. Ulbra, 2006.
CBHB - Confederação Brasileira de Handebol: WWW.cbhb.mundozero.com.br

Basquetebol
Ferreira, AEX, De Rose, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didático-
pedagógica. São Paulo: EPU, 1987.
Tenroller, CA. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ed. Ulbra, 2006.
Confederação Brasileira de Basketball: www.cbb.com.br
Federação Gaúcha de Basketball: www.basquetegaucho.com.br

Voleibol
Santini, J. Voleibol escolar: da iniciação ao treinamento. Canoas: Ed. Ulbra, 2007.
CBV - Confederação Brasileira de Voleibol: www.cbv.com.br

Atletismo
Fernandes, JL. Atletismo: os saltos. 2ª edição. São Paulo: EPU, 2003.
Fernandes, JL. Atletismo: lançamentos e arremessos. 2ª edição. São Paulo: EPU, 2003.
Matthiesen, SQ. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
Polígrafo do professor Marco Aurélio Cornelius (Disciplina Esportes Individuais I – Unilasalle)
CBAt - Confederação Brasileira de Atletismo: www.cbat.org.br

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