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A IMPORTÂNCIA DE COMUNICAR

Comunicar provêm do latim comunicare que significa “pôr em comum”, “entrar


em relação com”.

O modo como nos relacionamos com os outros, a maior ou menor eficácia no


relacionamento, depende do poder e habilidade em comunicar. Significa trocar
ideias, sentimentos e experiências pessoais com os outros, conhecendo o
significado daquilo que se diz e se faz.

Em suma a comunicação é um conceito interactivo e pluridireccional, que


emerge da aprendizagem dos sentimentos, emoções e do passado cultural da
sociedade em que o sujeito está inserido (valores e princípios). Com a
tendência a ser adaptada e ajustada às múltiplas situações quotidianas.

A comunicação é um processo essencial, que constrói a individualidade de


cada indivíduo, possibilitando a relação interpessoal.

Símbolos utilizados:

• Sinais verbais;

• Sinais escritos;

• Sinais não verbais.

Através de um sistema de sinais, é possível exprimir o que se pretende e


estabelecer um sistema de relações.

“A Comunicação pode ser silenciosa e de tal modo automática que podemos


não estar conscientes de que estamos a comunicar “ (Fast, Julius, 1970).

O modo de vestir, andar, comer, sentar, etc. Constitui um acto de natureza


comunicativa, fazendo parte integrativa do processo com que nos relacionamos
com os outros.

Estamos constantemente a transmitir todo o tipo de mensagens àqueles que


nos observam. Não podendo por isso NÃO COMUNICAR

O modo como comunicamos tem raízes no passado.

Aprendemos a comunicar de determinada maneira e a pensar de acordo com


os hábitos daqueles que nos rodeiam.

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Através do processo de retroacção (feed-back) é possível observar a reacção
daqueles a quem nos dirigimos. Dessa forma é possível orientar comunicações
futuras, quer a forma como o tipo como o fazemos.

O feed-back ou confirmação da mensagem é essencial para manter a


comunicação interpessoal. A continuidade ou não da comunicação depende da
maneira como influenciou e foi recebida pelo receptor.

No processo de comunicar é fundamental ter-se presente o significado que se


atribuí às coisas, aos gestos, às palavras e expressões do comunicador
(emissor) e do receptor.

Elementos de comunicação:

• Emissor

• Receptor

• Mensagem

• Canal

Emissor – O que emite ou transmite a mensagem.

Por vezes o emissor pode não ser a fonte da comunicação (origem/ponto de


partida da comunicação), exemplo disso é o locutor de televisão que
simplesmente transmite a mensagem, sem que tenha sido ele a criar as ideias
e intenções de comunicar.

Receptor – Aquele a quem se dirige a mensagem.


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Necessita de estar sintonizado com o emissor para entender e captar a
mensagem.

Mensagem – Conteúdo da comunicação.

Conjunto de sinais com significado. O emissor codifica a mensagem e o


receptor interpreta a mensagem, dando-lhe significado ao descodificá-la.

Canal – Suporte utilizado como veículo da mensagem (ar, carta, telefone, tv,
etc.)

O emissor ao elaborar a mensagem deve ter em conta:

• Que o código é comum ao receptor;

• Que o que transmite é claro e compreensível;

• Que o receptor possui as capacidades necessárias à descodificação.

Não verbal: Verbal:

- Gestos, - Oral

- Postura, - Escrita

- Roupa,…

A linguagem não verbal muitas vezes reforça e acompanha a linguagem verbal,


tornando a mensagem mais profunda e verdadeira. A linguagem não verbal
permite ainda atribuir significados diferentes à mensagem.

Exercício: Significados para a palavra “Sim”

Quando a linguagem verbal não está em conformidade com a não verbal


provocam confusão e desconfiança.

Tipos de comunicação:

Proxémica – Comunicação através da localização espacial entre os indivíduos


(Scheflen).

Cinésica – Comunicação através de movimentos corporais (Sheflen).

Paralinguística – Relativamente ao modo de falar (tom de voz) (Abrahamsom)

Projecção da voz – ter em conta a distância a que o receptor se encontra.


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Tom – Nem alto nem baixo, revelando confiança e interesse.

Timbre – de preferência grave.

Articulação – Articular as palavras bem, sem arrastar nem comer.

Pronúncia – Pronúnciar bem as palavras, sem dar importência ao sotaque.

Velocidade – Em média 120 palavras por minutos.

Modulação – Oposição à monocordia, mantêm o interesse do receptor.

Roupa e Adornos

A roupa e os adornos reforçam a comunicação. No desempenho profissional


estes devem estar adequados e corresponder às expectativas daqueles com
quem se interage. A forma como o profissional se veste ou adorna nunca pode
constituir um elemento de distracção e perturbador da comunicação.

Gestos

Foram talvez o primeiro meio de comunicação entre os homens. Acompanham


a linguagem falada e reforçam a mensagem verbal. Denote-se que os gestos
são utilizados frequentemente quer na presença ou ausência (telefone) do
receptor, uma vez que estes incentivam a fonte de comunicação.

Os gestos ajudam a interpretar o conteúdo da mensagem.

Expressões faciais

As expressões faciais comunicam os sentimentos, emoções e reacções,


intencionalmente ou não. Através do olhar pode-se manifestar confiança,
interesse, desconfiança, ternura, simpatia, etc.

Quando se comunica é muito importante sorrir, melhora a imagem do emissor,


e consequentemente o relacionamento (empatia) interpessoal.

Toque

Entrar em contacto físico com os outros, é um dos primeiros processos de


comunicação. Muitas pessoas evitam o contacto físico, porque não gostam ou
porque não se sentem confortáveis com ele. A maneira como se toca e onde se
toca o outro revela o tipo de relação existente.

O toque está ainda extremamente relacionado com as culturas.

Tempo

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A comunicação interpessoal pode ser afectada pelo tempo do modo como a
sua percepção, influenciada por cada cultura e sociedade, é vivida.

Espaço

Sem muita consciência o espaço afecta as relações interpessoais. Cada


indivíduo tem o seu espaço pessoal que não gosta de ser invadido.

 Factores limitantes do espaço pessoal:

• Cultura;

• Tipos de comunicação que se pretende estabelecer;

• Tipo de relação entre o emissor e o receptor.

 Tipos de distâncias interpessoais:

• Íntimas (aproximadamente 7 a 15 cm);

• Sociais (de 1 a 1,5 m);

• Públicas (entre 2 a 30 m).

Sempre que um desconhecido se aproxima demasiado a tendência é de


distanciamento, de modo ao afastamento e delimitar determinada distância.

A tendência é uma aproximação com aqueles que são íntimos e daqueles


pela qual se gosta.

Por vezes a distância define papeis perante a sociedade.

Postura

Rígida – resistência à interacção.

Inclinada – Favorece a escuta e a empatia.

Braços cruzados, mão nos bolsos ou mãos atrás das costas – impedem a
interacção aberta e directa da comunicação.

Mãos ligeiramente elevadas, utilizando gestos (redondos e suaves) – reforçam


a linguagem.

O Silêncio como forma de comunicar:

• Faz parte integrante da comunicação;

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• Frequente em relações interpessoais;

• Muitas vezes embaraçosos;

• Pode ser um momento de troca de emoções e sentimentos;

• Fundamentais para o receptor.

Interpretar o silêncio é fundamental à comunicação

Princípios da comunicação interpessoal:

• Pronunciar as palavras correctamente;

• Não falar nem alto nem baixo;

• Não falar nem muito depressa nem muito devagar;

• Concentração na mensagem;

• Ser breve;

• Utilizar palavras simples;

• Mostrar interesse;

• Sorrir;

• Ser simpático;

• Certificar-se que os termos que se utilizam são compreendidos pelo receptor;

• Acompanhar o discurso com gestos;

• Falar olhando o receptor;

• Adaptar a mensagem ao receptor;

• Evitar frases longas, não dando muita informação.

Revisão

1- O que significa comunicar?

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Comunicar provêm do latim comunicare que significa “pôr em comum”,
“estrar em relação com”.

O modo como nos relacionamos com os outros, a maior ou menor


eficácia no relacionamento, depende do poder e habilidade em
comunicar.

Significa trocar ideias, sentimentos e experiências pessoais com os


outros, conhecendo o significado daquilo que se diz e se faz.

Em suma a comunicação é um conceito interactivo e pluridireccional, que


emerge da aprendizagem dos sentimentos, emoções e do passado cultural da
sociedade em que o sujeito está inserido (valores e princípios). Com a
tendência a ser adaptada e ajustada às múltiplas situações quotidianas.

2- Refira alguns meios através dos quais podemos comunicar.

Linguagem verbal: oral e escrita (carta, telemóvel, etc)

Linguagem não verbal: gestos, postura, roupa

Para além da linguagem verbal (oral ou escrita) ser um meio de comunicação


importante, a linguagem não verbal, ou seja toda a expressão corporal do
individuo (gestos, postura, expressões faciais etc.) e a forma como se
apresenta (roupa, adornos, penteado, etc.) não é menos importante.

3- Refira ditados populares relacionados com a comunicação.

Quando um burro fala o outro baixa as orelhas

Para bom entendedor meia palavra basta

A palavra é prata, o silencio é ouro

A palavras loucas, orelhas moucas

Acções são melhores que palavras

Uma acção vale mais que mil palavras

Antes calar que mal falar

Bom é saber calar até ser tempo de falar

Burro calado passa por esperto

Cada qual com seu igual


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Quem bem ouve bem responde

4- A comunicação é um processo estático ou dinâmico?

A comunicação é um processo interactivo e pluridireccional, que emerge


da aprendizagem dos sentimentos, emoções e do passado cultural da
sociedade em que o sujeito está inserido (valores e princípios).

É dinâmico, pois tem a tendência a ser adaptado e ajustado às múltiplas


situações quotidianas. Ajusta-se a cada situação em função da exigência da
comunicação e da relação interpessoal.

5- Quais as diferentes formas de comunicação não verbal?

Linguagem corporal: modo de andar, comer, sentar ou sorrir por


exemplo. Gestos, postura, expressões faciais, etc.

Roupa e adornos

Forma como a pessoa se apresenta, como penteado ou maquilhagem


por exemplo.

Atitude, representa valores e princípios inerentes à aprendizagem de


vida de cada pessoa.

6- Porque comunicamos?

Porque é através da comunicação que aprendemos e transmitimos aos


outros as nossas características, necessidades ou desejos.

À comunicação deve-se toda a aprendizagem feita ao longo da vida de


cada individuo.

Comunicação emerge da aprendizagem dos sentimentos, emoções e do


passado cultural da sociedade em que o sujeito está inserido (valores e
princípios).

7- Porque é que a forma como nos comportamos perante os outros é


fundamental para a relação interpessoal?

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Porque a primeira imagem que se forma de uma pessoa, mesmo antes
desta falar, provém da forma como se comporta e se essa imagem não for
positiva pode criar uma barreira à comunicação.

Barreira interna: utilizar um código que não é descodificado pelo receptor.

FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO

Informação – Necessidade de obter e transmitir conhecimentos de modo a


formular opiniões e juízos acerca da realidade.

Persuasão e motivação – Controlo social e necessidade de ajustar atitudes e


comportamentos.

Educação – Integração numa sociedade, transmitindo as características sociais


e culturais;

Socialização – Integração dentro de um grupo social, permitindo troca e difusão


de informação. Aprendizagem de regras e normas da sociedade.

BARREIRAS À COMUNICAÇÃO

As barreiras à comunicação são responsáveis pela interferência da correcta


recepção da mensagem pelo receptor. Donde podemos destacar as seguintes:

1. Barreiras externas

2. Barreiras internas

Barreiras externas – Separações que distanciam o emissor do receptor (ex.


balcões, vidros, etc.) Temperatura e a iluminação do espaço.

Barreiras internas:

• Utilizar um código que não é descodificado pelo receptor;

• Utilização de palavras ambíguas;

• Experiências pessoais que limitem a comunicação com alguém ou sobre


determinado assunto;

• Aplicar ideias ou sentimentos descontextualizados do objectivo da


comunicação;

• Valores e crenças;

• Papeis sociais;
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• Cansaço ou doença.

RELAÇÕES INTERPESSOAIS

“Comportamento gera comportamento”

Uma relação interpessoal é sempre afectada positiva ou negativamente pelos


comportamentos dos indivíduos. Um mesmo comportamento pode não ser do
mesmo modo eficaz para com todos os indivíduos.

A capacidade do indivíduo adaptar-se à realidade permite em termos


comportamentais tornar positivas e facilitar as relações interpessoais.

A forma como se comunica verbal ou não verbalmente influencia o


comportamento do receptor. Assim deve-se ter em conta o comportamento
utilizado quando se comunica. Este é adquirido, modificado e ajustado a cada
situação, sempre em função da exigência da comunicação e da relação
interpessoal.

No âmbito profissional, os comportamentos utilizados nem sempre


correspondem aos sentimentos do indivíduo.

Por vezes o emissor não tem noção da forma como comunica, assim duas
actividades bastante úteis e utilizadas são:

1. Falar em frente ao espelho e analisar as diferentes formas de comunicar


(estar atendo aos gestos, analisando as mãos e os braços. Analisar a
comunicação facial);

2. Questionar os amigos relativamente à forma como comunica (questione


aspectos determinantes da sua comunicação e dos seus pontos fracos).

GRUPO

Definição – Conjunto de pessoas unidas em torno de critérios, objectivos ou


interesses comuns, impostos a partir do exterior ou auto-criadas.
Obrigatoriamente um grupo de pessoas desenvolve interacções entre si,
através de uma estrutura, coesão e normas que se mantêm ao longo do tempo.

Podem-se formar grupos de pessoas sem que se constitua um grupo, sempre


que não se verifiquem as características acima descritas.

Uma pessoa pode pertencer a vários grupos:

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Um grupo implica uma identificação dos elementos com o grupo e de um
sistema de troca de relações que não está compreendido ao carácter
circunstancial. Dentro de um grupo existe uma interacção entre elementos, daí
a dinâmica de relações, o qual estabelece a interdependência entre os diversos
elementos do grupo no sentido em que se afectam e se influenciam
mutuamente.

A interacção entre elementos aumenta de acordo com a dimensão do grupo.

Como se vê nos esquemas, o número de relações entre os elementos de um


grupo aumenta muito mais rapidamente que o número de indivíduos.

Num grupo verifica-se:

• Elevada cooperação, com motivação dos elementos e comportamento


positivo face à resolução e problemas;

• Apoio interelementos cujo resultado é um aumento do desempenho;

• O bom contributo de um membro do grupo conduz os restantes a reforçarem


o desempenho;

• Competição como incentivo à interacção e dinamismo do grupo.

Um grupo funciona através de comportamentos relacionados com o


desenvolvimento de tarefas e com a manutenção.

Tarefas – Nesta fase o grupo mantêm-se tenso e preocupado, o objectivo é de


concretizar tarefas.

Manutenção – De modo a desenvolver as tarefas com sucesso, o grupo


mantém a união e o apoio enquanto trabalha.
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Há medida que o número de elementos de um grupo aumenta, o grau de
insatisfação dos mesmos também aumenta devido à menor probabilidade de
expressão e de comunicação. Assim pode-se dizer que aumentam os
problemas interpessoais e diminui a capacidade de resolução da tarefa.

Grupos com mais de 6 elementos perdem a sua unidade no plano da amizade,


das relações interpessoais, cooperação e na acção.

A cooperação entre elementos do grupo é dificultada se a cultura ou os grupos


sociais a que pertencem forem muito diferentes. Porém podem ser bastante
funcionais se existir confiança e motivação para a realização de uma tarefa em
comum.

Factores intervenientes à coesão:

• Interdependência entre elementos;

• Semelhança entre membros;

• Oportunidade de todos os elementos participarem nas decisões.

O grupo deverá ainda ser coeso. Para tal os seus elementos deverão
apresentar atitudes semelhantes, boa relação, partilhando determinada
identidade. É fundamental existir atracção interpessoal.

A coesão permite:

• União;

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• Confiança e lealdade;

• Segurança;

• Influência entre membros;

• Satisfação;

• Interacção
Vantagens do grupo: Desvantagens do grupo:

• Maior cooperação; • Maior facilidade para novos membros;

• Comunicação mais ampla e fácil; • Restringe abertura a novas regras;

• Aumento da resistência à frustração; • Resistente a mudanças;

• Menor absentismo; • Os outros grupos vêem-nos de trato difícil reduzindo


a cooperação intergrupal.
• Menor tolerância à preguiça.

Através do grupo, cada indivíduo atinge muito mais rapidamente o seu


objectivo porque os esforços de muitos e a diferenciação de papéis facilita o
desempenho e aumenta a produtividade, reduzindo significativamente, o tempo
da sua realização.

Exemplo: Sucesso obtido num processo de emagrecimento

Grupos primários – Os seus membros relacionam-se uns com os outros


presencial e directamente desenhando relações afectivas e de simpatia ou
convivialidade. São grupos mais pequenos que os grupos secundários.
Exemplo: a família, a classe de judo, etc.

Grupos secundários – via de regra, numericamente mais alargados, os


membros não desenvolvem um contacto tão assíduo, frequentemente nem se
conhecem todos entre si e a comunicação nem sempre é directa. Exemplo:
uma empresa, os sócios de um clube de futebol, os sócios de um sindicato, etc.

Grupos formais – supõem membros fixos, regras próprias bem como uma
hierarquia definida. Exemplo: grupos institucionais como numa escola.

Grupos informais – são mais flexíveis, não possuem uma hierarquia fixa nem
regras ou normas definidas e os seus membros não estão vinculados da
mesma forma que os do grupo formal. Exemplo: os grupos de amigos.

Tomadas de decisão:
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1. Tomam decisões que envolvem maior risco do individualmente;

2. Quando a decisão é muito arriscada, em caso de falhar, nenhum dos


membros se considera, individualmente, responsável pelo acontecimento;

3. Caso a decisão tenha sucesso, o mérito é, quase sempre, assumido por


todos em conjunto e, por cada um em particular.

Enriquecimento das decisões

As decisões quando tomadas em grupo tendem a ser muito mais ricas e


ajustadas aos objectivos, do que quando tomadas individualmente.
Empenhamento e intervenção de vários indivíduos que se enriquecem
mutuamente.

A variedade de ideias e sugestões que os membros do grupo apresentam são


cada vez mais enriquecidas, o que permite a progressão, a variedade e a
validade das decisões.

Rapidez e eficácia na concretização dos objectivos

Através do grupo, cada indivíduo atinge muito mais rapidamente o seu


objectivo porque os esforços de muitos e a diferenciação de papéis facilita o
desempenho e aumenta a produtividade, reduzindo significativamente, o tempo
da sua realização.

Divisão de tarefas

Vários indivíduos podem intervir numa tarefa comum, cada um contribuindo


com as suas habilidades, capacidades e aptidões.

Cada elemento pode aproveitar e beneficiar das tarefas realizadas pelos


restantes elementos do grupo.

A divisão de tarefas exige a diferenciação de papéis, criando expectativas


mútuas.

Criação de laços de amizade

O grupo é tanto mais coeso e produtivo, quanto maior for a amizade e a


confiança entre os seus membros.

Normalmente, os grupos produtivos estendem a sua actividade, a outras áreas,


como seja o lazer e o divertimento.

Os laços de amizade representam a dimensão da produtividade e a dimensão


interpessoal.

Segurança

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As ideias, valores e atitudes expressas ou defendidas pelo grupo tendem a ser
expressas por cada um dos seus elementos, sem que temam as reacções do
público.

O facto de saber que os restantes elementos partilham dessas ideias e desses


valores, dá segurança e força para manifestar.

Defender algo que se assume individualmente é muito mais perigoso e difícil.

Poder e influência face ao exterior

À medida que o grupo for apresentando ideias inovadoras e mostrar a força por
elas exercida, na sociedade, os seus elementos passam a ser respeitados em
função da imagem e do impacto do grupo, no meio onde se insere.

O grupo pode interferir positivamente na realidade social, ou pelo contrário


pode ser condenado por ela.

Tomadas de decisões empobrecidas - É mais importante uma decisão de


consenso do que uma decisão mais válida e correcta, sem interesse á
totalidade do grupo.

Pensamento do grupo – Por vezes, os indivíduos assumem comportamentos


que conduzem a tomadas de decisão ineficazes. Pensando que são os
melhores no campo de tomadas de decisão ou na busca de soluções,
menosprezam grupos concorrentes, informação divergente, não consultam
informação técnica.

Transformação do eu em nós – A coesão do grupo, apesar de possibilitar a


transposição de uma resposta unitária para o exterior do grupo, pode ter como
consequência o aniquilar das próprias pessoas e a sua submissão ao Nós que
é o grupo.

Dinâmica de grupo – Interacção entre os diferentes elementos do grupo.

Depende:

• Da participação dos membros nas decisões e soluções de problemas;

• Da natureza dos grupos (constituição, estrutura, funcionamento e objectivos);

• Da interdependência entre elementos (atracção ou rejeição);


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• Da coesão do grupo;

• Da pressão social exercida sobre o grupo;

• Da capacidade de resistência à mudança;

• Dos processos de liderança dentro do grupo.

O grupo interage devido aos objectivos em comum, à interdependência entre


os elementos e à tomada e realização de tarefas.

Segundo Zeigarnik (1927) é característico do elemento do grupo apresentar:

• Tensão quando é necessário desenvolver uma tarefa;

• Esquecer as tarefas terminadas do que aquelas por realizar;

• Activação da memória pelo estado de tensão.

Segundo Lewin e Franklin (1944) sempre que a tarefa é realizada ou


completada por outra pessoa, o nível de tensão diminui.

Eficácia – O grupo é eficaz quando atinge os objectivos que se propôs atingir e


no tempo pré-estabelecido.

Eficiência – O grupo é eficiente quando os membros se sentem bem e gerem


bem os seus recursos para a consecução dos objectivos.

Produtividade:

- Grau de satisfação alcançado pelos elementos do grupo de acordo com o seu


objectivo;

- Número de problemas resolvidos ou objectivos criados;

- Aumenta em grupos coesos.

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Conformismo – Ocorre quando um indivíduo cede às influências do grupo.
Muitos destes fenómenos não são inteiramente conscientes, o grupo exerce
pressão sobre o indivíduo/membro, através de expectativas, mais ou menos
explícitas, cujo cumprimento afecta a sua aceitação no seio do grupo.

Normalmente, quanto mais baixo é o nível de auto-confiança maior a


probabilidade de conformismo nas respostas.

Objectivos:

- Reajustar os objectivos iniciais em função de mudanças no grupo e/ou nos


indivíduos;

- Criar objectivos intermédios;

-Ter abertura para permitir a inovação e a mudança.

A concretização dos objectivos ocorre quanto mais coerentes e claros forem os


objectivos.

Líder autoritário

- A tomada de decisão é efectuada pelo líder sem consultar o grupo;

- A distribuição de tarefas e modos de as efectuar decidido pelo líder;

- Não existe iniciativa pessoal;

- A produtividade é normalmente elevada;

- Elevado grau de insatisfação dos elementos;

- Conflitos entre os membros do grupo.

Líder democrático

- O grupo participa nas discussões e tomadas de decisão;

- Desempenha um papel de apoio interveniente, dá sugestões, ajuda o grupo;

- Prefere decisões consensuais;

- É objectivo na apreciação ou avaliação do trabalho desempenhado;

- O grau de produtividade é normalmente elevado;

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- Elevado grau de satisfação.

Líder permissivo

- A decisão e a gestão estão a cargo do grupo;

- O líder coloca-se ao nível dos demais elementos do grupo;

- O líder só intervém se essa intervenção é solicitada;

- Grande autonomia do grupo e de cada elemento;

- O grupo depende da sua capacidade de auto-organização;

- Se um grupo não tem a capacidade de se auto-organizar este tipo de


liderança gera conflitos;

- Grau de produtividade pouco elevado.

ASSERTIVIDADE

Definição – A assertividade é uma manifestação legítima da pessoa e permite-


lhe defender os seus direitos ou convicções, exprimir os sentimentos e
pensamentos de forma directa e honesta, sem ansiedade ou constrangimento.

Permite-nos assumir atitudes firmes, colocar limites e manifestarmo-nos de


forma educada e com respeito pelos outros.

Conjunto de direitos que permitem a cada um de nós sermos nós próprios, agir
e expressarmo-nos como nós próprios, perante os outros, sem distinções de
cor, sexo, idade ou estatuto social.

Direitos:

 Possuir e expressar sentimentos/ opiniões;

 Dizer “não sei”;

 Ser escutado;

 Cometer erros;

 Não ser perfeito;

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 Ser responsável pelas suas atitudes.

Ser assertivo é ter:

• Determinação;

• Empatia;

• Adaptabilidade;

• Auto-controlo / auto- estima;

• Tolerância à frustração;

• Sociabilidade.

A assertividade nas relações interpessoais:

 Torna possível o processo de socialização;


Quando?
 Fundamental para um equilíbrio entre as várias dimensões da vida
Porquê? relacional; • Necessidade de comunicar algo desagradável;
• Respeito;
 Essencial para a resolução de conflitos.
• Quando é necessário dizer que não;
• Auto-confiança; • Alvo de uma crítica;
• Afirmação/determinação; • Quando se pretende desmascarar uma
• Construtivo; manipulação.
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• Direitos;

• Auto-estima;

• Sociabilidade.
Comportamento assertivo:

 Saber dizer não;

 Em auto-defesa;

 Possuir e expressar sentimentos;

 Honestidade;

 Conhecer os seus direitos;

 Respeitar os direitos dos outros.

Estilos comunicacionais:

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Assertividade:

1. Pronunciar-se de forma serena e construtiva.

2. Á vontade na relação face a face.

3. Verdadeiro consigo mesmo.

4. Coloca as questões claramente.

5. Procura compromissos realistas.

6. Negoceia na base de interesses mútuos.

7. Não permite que o pisem.

8. Estabelece relações fundadas na confiança.

O profissional assertivo:

o Expressa as suas ideias;

o Comunica de forma directa;

o Não prejudica os outros;

o Tem maior capacidade de resolução de conflitos;

o Demonstra as suas competências, interesses e habilidades.

Exemplos:

Estás sempre a interromper o meu trabalho Gostaria de realizar o meu


trabalho sem interrupção. Pode ser?

És um traidor Eu senti-me traído na confiança que tinha em ti.

És um incompetente Há tarefas em relação à tua função que tens que


aprender a fazer para seres mais competente.

Posição e postura:

 Não deve haver desequilíbrios em relação à posição física dos


interlocutores (um de pé e outro sentado);

 As distâncias devem ser adequadas;

 O ângulo recto é a orientação mais assertiva dos interlocutores.


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Gestos e sentidos:

 O sorriso coloca os interlocutores em sintonia;

 Manter o contacto do olhar com uma fixadez intermitente;

 Evitar os tons agudos ou muito graves.

O agressivo:

o Domina o outro;

o Valoriza-se à custa do outro;

o Despreza os direitos e sentimentos do outro;

o Humilha o outro.

Em posição dominante – Autoritário, frio, intolerante e menospreza o outro.

Em posição subordinada – Contesta as ordens recebidas, demonstra


hostilidade contra tudo o que vem de cima.

O Passivo:

o Evita conflitos a todo o custo;

o Tem medo de importunar os outros;

o Deixa que os outros o “pisem”;

o Receia tomar decisões.

Consequências:

- Desenvolve-se um sentimento de revolta;

- Estabelece-se uma má comunicação com os outros;

- Perde-se o respeito por si próprio.

Sinais:

• Roer as unhas;

• Bater com os dedos na mesa;


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• Riso nervoso;

• Mexer frequentemente os pés;

• Frequentemente ansioso;

• Insónias.

O Manipulador:

 Não tem coragem para ser honesto;

 Fala por meias palavras;

 Especialista em rumores;

 Não respeita os direitos dos outros;

 Age por interpostas pessoas;

 Apresenta uma relação táctica com os outros;

 Gerador fácil de conflitos;

 Mostra-se sempre cheio de boas intenções.

Consequências:

o Perde a sua credibilidade à medida que os seus esquemas vão sendo


descobertos;

o Tende a vingar-se;

o Os outros afastam-se;

o Dificilmente recupera a confiança dos outros.

Em suma, assertividade é uma forma comportamental de comunicar cuja finalidade é a


de auto-afirmação verbal ou gestual do que eu quero, sinto e penso permitindo o espaço
de afirmação do outro.

Promove um relacionamento aberto e sincero e a qualidade na comunicação!

CONFLITO
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Definição – convergência de forças de sentidos opostos e igual intensidade,
que surge quando existe atracção por duas valências.

Muitas vezes o conflito torna-se potencialmente negativo e destrutivo numa


relação interpessoal, consumindo demasiada energia individual, dificultando o
empenhamento nas relações interpessoais. Disputas e desacordos frequentes
reduzem a motivação.

O conflito pode por outro lado conduzir a ideias inovadoras, quando pontos de
vista conflituosos são partilhados e discutidos abertamente, permitindo explorar
sentimentos, valores, atitudes e ideias.

Assim, promove vitalidade nas organizações (ex. grupos) e nas relações


interpessoais.

O facto dos conflitos existirem na vida, não significa que possam ser
destrutivos.

Tipos de conflito

• Atracção – Atracção

• Repulsão – Repulsão
 Intrapessoal
• Atracção – Repulsão

Atracção – Atracção: O individuo encontra-se entre dois objectivos ou situações


atraentes e ao escolher uma, terá que renunciar a outra, uma vez que as duas
alternativas não podem ser realizadas ao mesmo tempo.

Repulsão – Repulsão: O indivíduo está perante duas alternativas


desagradáveis e tem dificuldade em escapar, simultaneamente, das duas.

Atracção – Repulsão: O indivíduo encontra-se perante dois aspectos da


mesma situação e qualquer decisão tem vantagens e desvantagens, isto é, tem
o lado bom e um lado mau.

Estes, talvez sejam os conflitos mais comuns, porque se referem à existência


de um objecto ou situação que tem características positivas e agradáveis mas
que, também, tem características negativas e desagradáveis.
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• Diferenças individuais

• Limitações de recursos
 Interpessoal
• Diferenciação de papéis

Diferenças individuais: As diferenças de idades, sexos, atitudes, crenças,


valores, e experiências contribuem para que as pessoas vejam e interpretem
as situações de múltiplas maneiras. Pais e filhos, velhos e novos,
colaboradores no seio de uma empresa, homem e mulher criam situações onde
existe a divergência de pontos de vista.

Limitações dos recursos: Nenhuma organização, grupo ou família possui todos


os recursos de que necessita. Os recursos financeiros, técnicos e humanos são
limitados. A justa partilha destes recursos por todos os indivíduos é difícil. Por
este motivo há que tomar decisões relativamente a quem utiliza o quê? (ex.
quem utiliza o carro).

Quando o sistema possui recursos limitados surge a competição.

Diferenciação de papéis: Os conflitos interpessoais podem também surgir da


dificuldade em determinar quem pode dar a ordem a outro. Se a autoridade de
uma pessoa não é aceite pelo outro, surge o conflito (ex. Patrão e empregado
de acordo, excepto quanto ao número elevado de horas de trabalho. O
empregado poderá não dizer que não, somente porque dai poderiam,
posteriormente, advir problemas para o seu desempenho profissional).

 Organizacional

Numa organização a sua própria estrutura constitui a fonte de conflito, pois:

• Trabalham pessoas que estão integradas em níveis diferentes, consoante


os seus desempenhos;

• Estas diferenças de níveis são tanto mais graves quanto mais distantes
estão uns dos outros e, consequentemente, menos informação partilham
uns com os outros, o que limita ou impede a comunicação;

• As perspectivas das pessoas que estão em níveis diferentes, assim como


os seus valores, interesses e objectivos, não são comuns, o que se
apresenta como uma fonte potencial de conflito.
25
• Concepções e comportamentos diários divergentes;

• Uma organização possui uma estrutura com determinadas regras que,


implícita, ou explicitamente, pretende impor aos seus colaboradores;

• Tendência para manifestar autonomia, espírito critico e maior aspiração


profissional.

Evitar o conflito

Os indivíduos normalmente evitam os conflitos com o intuito de que a


situação desapareça.

Suprimir – Abandonar as situações de conflito.

Refugiar – Refugiar-se em alguma actividade como distracção.

Acomodar – Conformando-se dizendo que está tudo bem.

Mudar de assunto – Sempre o assunto surgir.

Utilizar a farsa – Para distrair da situação conflituosa.

Desactivar o conflito

As estratégias de desactivação utilizam-se quando uma pessoa implicada


no conflito decide parar ou suspender o conflito.

Enfrentar o conflito

Ganhar – Perder: Esta estratégia tem como fundamento uma relação, em


que uma das partes sendo mais forte que a outra, exerce a sua autoridade
para remover o conflito.

Demarca bem a existência de dois grupos de conflito, em que cada uma


investe as suas energias contra o outro, recorrendo muitas vezes aos
ataques pessoais.

Perder – Perder: Esta estratégia não satisfaz nenhuma das partes


envolvidas no conflito porque simplesmente nenhuma delas dá a vitória à
outra.

Ganhar – Ganhar: O conflito é encarado como um problema a resolver e


não como uma batalha. Os indivíduos expõem os seus pontos de vista e
tentem resolver a situação.
26
Natureza do conflito

• Se o problema nos afecta e se tem consequências pessoais;

• Quais as causas do conflito, ou seja, se este resulta de divergências a


nível de valores, de interesses, ou diferenças a nível dos factos ou
situações;

• Se a outra parte envolvida no conflito é capaz de estabelecer uma relação


de negociação, numa perspectiva de ganhador-ganhador.

Envolvimento no conflito

Nesta fase é fundamental:

1. Que o indivíduo expresse concretamente, o que o outro fez e em que


medida isso o afectou;

2. Exponha o que gostaria que o outro fizesse.

A questão ou o problema que está na origem do conflito deve ser abordada


e esclarecida pelas duas partes. Só assim é possível chegar a um consenso
que agrade ambas as partes.

Escutar implica dar atenção não só ao conteúdo da mensagem de cada


uma das partes, como também aos sentimentos e emoções neles
implicados. O indivíduo deixa de parte o seu ponto de vista para
compreender o ponto de vista do outro.

Para encontrar soluções satisfatórias é necessário compreender as


necessidades dos outros importância de escutar.

Para resolver os problemas, devem ponderar e considerar todas as


soluções possíveis, mesmo as mais estranhas e inaceitáveis. As partes
envolvidas não devem estar numa posição defensiva, mas sim numa
posição receptiva de modo a discussão e análise das soluções
apresentadas.

Gestão do conflito

27
ENTREVISTA NUTRICIONAL

Passos para uma correcta avaliação nutricional:

1. Recolha de informações;

2. Compilação e análise das informações recolhidas;

3. Definição dos problemas;

4. Delinear estratégias e objectivos;

5. Cálculo das necessidades nutricionais individuais;

6. Planeamento nutricional e alimentar;

7. Acção educacional.

Uma abordagem completa do estado nutricional inclui:

28
• Anamnese alimentar;

• História clínica;

• Valores bioquímicos;

• Dados antropométricos;

• Exames físicos;

• Dados psicossociais.

Anamnese alimentar - Qualquer entrevistador deverá ser treinado e conter


informações sobre técnicas gerais de nutrição e alimentação, grupos de
alimentos e seus equivalentes quantitativa e qualitativamente. Deverão
ainda ter conhecimentos culinários, culturais e psicossociais.

Respostas não tendenciosas exigem atitude neutra e respeito diante hábitos


de consumo.

Colheita dados, através de narração histórica, constituindo uma fonte


importante de elementos para a avaliação do estado nutricional e para o
diagnóstico.

Incluem:

• Alimentos e bebidas ingeridos;

• Quantidades (pesos ou medidas caseiras);

• Local e hora de consumo;

• Estado emocional.

Métodos:

• Registos;

• Questionários;

29
• História alimentar.

O entrevistado deverá responder detalhadamente, para uma maior


aproximação à realidade. Assim deverá especificar tamanhos e volumes
das porções consumidas. Para facilitar a recolha de informações o
entrevistador poderá recorrer a álbuns fotográficos, medidas geométricas ou
caseiras e marcas comerciais.

Convenientemente conduzida permite:

• Estabelecer boa relação entre paciente/nutricionista (criar empatia e


confiança).

• Conhecimento recíproco entre paciente/nutricionista.

• Avaliar elementos culturais/emocionais importantes.

• Colocar o paciente numa situação de à-vontade.

1. Ser baseada numa relação de cordialidade entre o paciente e o


nutricionista;

2. Realizar-se num ambiente calmo e confortável;

3. Realizar-se num ambiente que garanta condições de confidencialidade;

4. Dar ao paciente a oportunidade de expressar, na sua própria linguagem,


a sua narrativa e “queixas”.

Identificação do paciente:

• Data e local de nascimento;

• Nome;

• Sexo;

• Estado civil;

• Morada de residência;
30
• Nacionalidade;

• Contactos (telemóvel, casa, trabalho, e-mail).

Entrevista clínica (doença):

• Data de diagnóstico;

• Principais sinais e sintomas;

• Inicio e duração;

• Factores que promovem alívio ou agravamento;

• Medicação;

• Tratamentos realizados e seus resultados.

História familiar:

1. Estado de saúde actual dos elementos familiares mais próximos;

2. Doenças de tendência familiar:

• Obesidade;

• HTA;

• Hipercolesterolémia;

• Diabetes mellitus;

31
• Hiperuricémia,…

História socioeconómica:

- Estado civil e elementos do agregado familiar,

- Escolaridade do paciente,

- Ocupação profissional,

- Empregado, patrão ou trabalho por conta própria,

- Local de trabalho (Tipo de Instituição, Firma ou Empresa),

- Tipo de casa onde habitam.

Procurar saber:

- Rendimentos mensais,

- Ambiente familiar e profissional,

- Aquisição de alimentos,

- Sentimentos provocados pela alimentação,

- Relação com cônjuge,

- Cultura e influências religiosas,

- Nível de motivação.

Pacientes/clientes:

- Pretendem obter resultados rápidos,

- Prescrição de fármacos ou suplementos,

- Dietas milagrosas,

- Necessidades estéticas/saúde,

- Maior parte sexo feminino, embora melhores resultados no sexo


masculino.

32
Normalmente:

- O paciente sente-se desconfortável,

- Tem dificuldade em falar dos seus problemas e das causas,

- Pode desabafar e falar de aspectos íntimos da sua vida.

Proporcionar um ambiente calmo, agradável e confidencial.

O Nutricionista deverá:

• Ter em consideração os conhecimentos sobre nutrição e alimentação do


paciente,

• Respeitar objectivos individuais e expectativas,

• Ter presente que as decisões dependem do paciente,

• Adaptar a linguagem,

• Saber escutar sem julgar nem ser preconceitos,

• Não ser invasivo,

• Educar o paciente.

Cada paciente tem os seus objectivos, atitudes, comportamentos e


motivação face à intervenção nutricional, assim o nutricionista deverá
perceber e respeitar o tipo de paciente que tem à sua frente.

Antes de iniciar a avaliação nutricional deverá quebrar o gelo e perceber as


características acima descritas. Comentários muito agressivos ou questões
muito invasivas, limitam a comunicação e a continuidade do
acompanhamentos nutricional.

Quando o paciente é uma criança:

33
6 – 10 Anos – De modo a facilitar a comunicação aconselha-se uma
linguagem simples, clara, sem movimentos bruscos e roupa usual.

6 Anos:

- Bastante difícil a colaboração da criança,

- Menor motivação,

- Trabalhar principalmente os pais.

10 Anos:

- Fácil colaboração da criança,

- Mais motivadas,

- Trabalhar as próprias crianças.

OBJECTIVO: AQUISIÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS

Tipos de pais:

• Despreocupados passivos,

• Colaboradores,

• Incriminam.

Apelar para que acompanhem a criança. Maior hipótese de sucesso.

Metodologia: Uso do diário alimentar e da transmissão de confissões.


Poderá ser entregue uma lista de selecção de alimentos.

Nutricionista como responsável alimentar

MODELO MOTIVACIONAL

Promover:

1. Melhoria da qualidade nutricional

2. Aumento da actividade física

3. Aumento da confiança e autonomia

4. Melhoria na imagem corporal e auto-estima física

5. Ganhos em qualidade de vida


34
Melhoria da qualidade nutricional – Incluindo um maior conhecimento sobre
alimentação saudável e ingestão equilibrada com os gastos

Aumento da actividade física – Maiores gastos com a prática de actividade


física e exercício físico formal e informal

Aumento da confiança e autonomia – nas tarefas de auto-pleamento e


prescrição, auto-monitorização, auto-avaliação da actividade física e da
alimentação

Melhorias na imagem corporal e auto-estima física – traduzidos numa


relação mais positiva com o corpo em geral e com a motricidade em
particular

Ganhos em qualidade de vida – relacionada com a saúde (física e mental),


tais como diminuição da sensação crónica da dor, melhorias das relações
sociais, maior vitalidade, sono regular, boa higiene corporal, ...

Considerações para o tratamento

- Idade, peso e IMC

- Composição corporal

- Padrão de distribuição de gordura

- Doenças crónicas ou degenerativas

- Factores de risco para determinadas doenças (metabólicas e


cardiovasculares)

- Doenças do foro psicológico (depressão ou doença bipolar)

- História de dependência de substâncias

- Desordens de comportamento alimentar

- Objectivos pessoais e motivações para a perda de peso

- História de tentativas anteriores de perda de peso

- História de prática e atitudes de actividade física

- Padrão alimentar e nutricional

- Motivação e disponibilidade à mudança de hábitos

35
Evolução da atitude terapeutica

Modelo Informativo

• Conselhos especializados

• Tentar convencer

• Repetir conselhos

• Actuar com autoridade

• Rapidez

Modelo Motivacional

• Estimular a motivação

• Resumir os pontos de vista do paciente

• Aproximação colaboradora

• Aplicação progressiva

Motivação: Conjunto de forças internas/impulsos que conduzem o


comportamento a um determinado objectivo

36
Falsos pressupostos

É da responsabilidade do profissional adoptar uma escuta activa, que


promova empatia. Não ser agressivo ou preconceituoso

37
Não basta aconselhar e dar instruções, fundamental MOTIVAR o
paciente/cliente.

Sem motivação a adesão ao acompanhamento não é possível!

38
COMO ESCREVER UM ARTIGO CIENTIFÍCO?

O que é a investigação?

Por definição, o termo investigação significa olhar de novo. Este processo


implica continuidade, sem um final. Investigação pode ser definida como
“uma forma sistemática de pesquisa que contribui ao conhecimento”.

Research:

• Academic discipline (social science research, medical research, etc.),

• Method of data collection (quantitative or qualitative),

• Purpose (evaluative, action, experimental, etc.).

Um artigo é uma apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos


resultados de pesquisas ou estudos realizados a respeito de uma questão.

O objectivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto


de divulgar e tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos
especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as
teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia
empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades
encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão.

A condição indispensável de uma boa redacção científica é a clareza e a


precisão das ideias. O autor, antes de iniciar a redacção, precisa ter
assimilado o assunto em todas as suas dimensões, no seu todo e em cada
uma de suas partes, pois ela é sempre uma etapa posterior ao processo
criador de ideias.

Formato geral
39
Os artigos científicos devem seguir o formato geral dos artigos publicados
nas revistas que pretendemos publicar, organizados nos seguintes
sectores:

• Title • Título
• Authors • Autores
• Abstract • Resumo
• Introduction • Introdução
• Method • Método
• Results • Resultados
• Discussion • Discussão
• Conclusions • Conclusões
• Acknowledgments • Agradecimentos
• References • Referências

Title – Título

Descreve de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente correcta a


essência do artigo.

Authors - Autores

Indicação do nome do autor (ou autores) e da instituição a que pertence


(m). É frequente indicar também o endereço de correio electrónico.

Abstract - Resumo

Breve revisão do artigo localizado no inicio do artigo. No abstract o


investigador fornece o máximo de informação possível somente em
algumas palavras.

Como resultado, o investigador raramente fornece todos os detalhes


necessários.

Não deve exceder 200 palavras e deve especificar de forma concisa, mas
não telegraficamente:

40
1. O que é que o autor fez.

2. Como o fez (se for relevante).

3. Os principais resultados (numericamente, se for caso disso).

4. A importância e alcance dos resultados.

O resumo não é uma introdução ao artigo, mas sim um descrição sumária


da sua totalidade, na qual se procura realçar os aspectos mencionados.
Deverá ser discursivo, e não apenas uma lista dos tópicos que o artigo
cobre.

Deve-se entrar na essência do resumo logo na primeira frase, sem rodeios


introdutórios nem recorrendo à fórmula estafada "Neste artigo

...". Não se devem citar referências bibliográficas no resumo. Convém


lembrar que um resumo pode vir a ser posteriormente reproduzido em
publicações que listam resumos (de grande utilidade para o leitor decidir se
está ou não interessado em obter e ler a totalidade do artigo).

Questões a colocar?

o O que foi estudado?

o O tema é relevante para o meio científico?

o O tema é criativo, inovador e novo?

o Existem outros estudos desenvolvidos no tema?

o Quem participou no estudo/Qual a amostra?

o Como, quando, onde e porquê da realização do estudo?

o O que descobriram os autores?

Keywords – Palavras chave

Por vezes é pedido que um artigo seja acompanhado por um conjunto de


palavras-chave que caracterizam o domínio ou domínios em que ele se
inscreve. Estas palavras são normalmente utilizadas para permitir que o artigo
seja posteriormente encontrado em sistemas electrónicos de pesquisa. Por
isso, devem ser escolhidas palavras-chave tão gerais e comuns quanto
possível.

41
Introduction - Introdução

A introdução fornece ao leitor o enquadramento para a leitura do artigo,e deve


esclarecer:

1. Natureza do problema cuja resolução se descreve no artigo,

2. Essência do estado da arte no domínio abordado (com referências


bibliográficas),

3. Objectivo do artigo e sua relevância para fazer progredir o estado da arte.

Poderá ainda incluir:

4. Indicação dos métodos usados para atacar o problema, e

5. Descrição da forma como o artigo está estruturado.

Por vezes este sector pode ser chamado de “Background” ou “Literature


Review.” Esta é a secção em que o investigador descreve o que estudou, a sua
importância, e como o estudo contribui para a comunidade científica (para o
que já se sabe e conhece ou para o que se desconhece).

As citações no texto referentes a outro autor ou artigo deverão constar na lista


de referências no final do artigo. No final serão encontrados detalhadamente
informações sobre os artigos utilizados na construção da introdução.

Deve-se ter em conta onde e quantas vezes as fontes foram citadas, tal como o
impacto das revistas onde foram publicadas.

Além disso, o autor deverá conhecer as áreas de trabalhos e volume de


trabalhos publicados dos autores das fontes.

Verificar a quantidade de fontes referenciadas e como sintetizar a literatura.


Adicionalmente, pode ser importante verificar como outros autores contrastam
as fontes para suportar o tema.

Uma boa introdução deve dizer:

• O que se sabe sobre o tema?

• Quais são as características das relações entre os conceitos chave, factores


ou variaveis?
42
• Quais são as teorias existentes?

• Onde residem as inconsistencias ou falhas do conhecimento?

• O que necessita de ser testado posteriormente?

• Que evidência é esquecida, inconclusiva, contraditória ou limitada?

• Porquê estudar posteriormente o problema?

• Que contribuição pode o presente estudo fornecer?

Method – Métodos

Este sector explica quem participou no estudo (amostra); como a amostra foi
seleccionada, o desenho do estudo e como o estudo foi feito. Que instrumentos
foram utilizados para recolher os dados (ex. vigilância standardizada,
questionário, etc.)

Como os resultados foram examinados e que métodos estatísticos foram


utilizados.

Em geral, quantos mais participantes no estudo, melhor. E preferencialmente


que a inclusão na amostra não seja por voluntariado ou escolha do
investigador. Randomizado e inclusão são dois conceitos particularmente
importantes na escolha da amostra.

“Randomness refers to participation by chance and that’s a good thing because


it means that the findings from a study are likely to be meaningful to a wide
range of people.

43
All-inclusiveness reflects the researcher’s attempt to include a broad group of
participants and that is also a good thing because it makes sure that as wide a
range of people as possible participated in the research.”

Acaso se refere à participação por acaso e que é uma coisa boa porque
significa que as conclusões de um estudo são susceptíveis de ser significativo
para uma ampla gama de pessoas.
Todos inclusão reflecte a tentativa do pesquisador de modo a incluir um amplo
grupo de participantes e que também é uma coisa boa porque garante que a
ampla gama de pessoas possível, participaram da pesquisa.

Results - Resultados

Os resultados dizem o que os investigadores encontraram. A terminologia é


muito relacionada com os termos estatísticos utilizados.

Esta é a parte do estudo em que a maior parte das pessoas tendem a


saltar/evitar. Contudo, é neste sector que a colheita de dados e as técnicas
estatísticas utilizadas são descritas.

Os resultados das análises são apresentados e algumas conclusões são


elaboradas.

Muitos autores apresentam os seus dados utilizando tanto em formato texto


como em gráficos, figuras e tabelas. O autor deverá utilizar a forma em que se
sente mais confortável, e pedir a alguém com “quantitive background” que leia
e discuta o estudo, de modo a facilitar a sua interpretação.

- Existem vários guias estatísticos uteis para orientar no tratamento estatístico.

Estatística descritiva: é utilizada para descrever algo. Inclui a média, mediana e


o desvio padrão. A média refere-se à soma de todos os valores divididos pelo
número de individuos na amostra. A mediana caracteriza as observações de
uma determinada variável de tal forma que o valor de um grupo de dados
ordenados separa a metade inferior da amostra da metade superior. O desvio
padrão indica o desvio de valores dentro da amostra.

Estatística inferencial: apresenta o grau de significância do estudo.

Discussion – Discussão
44
Esta não deve ser uma repetição dos resultados: enquanto que a secção dos
resultados constitui uma leitura dos dados, o objectivo desta secção é
interpretar os resultados e comentar o seu significado à luz do que é conhecido
na literatura.

Deve evitar a tentação de fazer especulações exageradas baseadas em


resultados isolados, por mais genial que lhe pareça a teoria desenvolvida.

Tente identificar as falhas do seu trabalho - serão algumas, depois do seu curto
projecto - e sugira o que poderia ser feito para estender, ou confirmar os seus
resultados.

Tente tirar algumas conclusões do seu estudo e diga até que ponto os seus
objectivos foram concretizados.

Conclusions - Conclusão

Devem ser enunciadas claramente, e deverão cobrir:

1. O que é que o trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a sua relevância

2. As vantagens e limitações das propostas que o artigo apresenta.

Quando for caso disso, deve incluir ainda:

4. Referência a eventuais aplicações dos resultados obtidos, e

5. Recomendações para trabalho futuro.

References - Referências

A lista de todas as referências mencionadas no texto, tem de ser afixada no fim


da discussão. Existem inúmeras formas citar referências (verifique como são
feitas nas revistas que cita), e uma é mais correcta que as outras. É
normalmente convincente, colocar o título, o(s) autor(es), a revista, o volume, o
número de páginas e o ano. Os capítulos de livros devem ser identificados com
o autor, número de páginas, título do capítulo, título do livro, editor (se existe),
publicador, ano e lugar de publicação. No texto, cite sempre o autor(s),
(primeiro autor et al, se forem três ou mais), e o ano.

Acknowledgments - Agradecimentos

Um artigo científico resulta com frequência do empenho de muita gente, para


além dos que o assinam como autores – elementos da equipa e amigos que
45
contribuiram, de uma forma ou outra, para a sua existência e qualidade. É
neste ponto de um artigo científico (entre as "Conclusões" e as "Referências")
que se colocam os "Agradecimentos".

Quando a actividade que conduziu ao artigo é total ou parcialmente financiada


por uma instituição diferente da que é indicada como sendo de filiação do
autor, é também aqui que se mencionam os apoios.

Linguagem

Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho extremamente


sucinto, exige-se que tenha algumas qualidades: linguagem correcta e precisa,
coerência na argumentação, clareza na exposição das ideias, objectividade,
concisão e fidelidade às fontes citadas. Para que essas qualidades se
manifestem é necessário, principalmente, que o autor tenha conhecimento a
respeito do que está escrevendo.

É importante que sejam analisados os seguintes procedimentos no artigo


científico:

Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular);

Objectividade: a linguagem objectiva deve afastar as expressões: “eu penso”,


“eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem
valor científico;

Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, com


dados concretos, com argumentos de ordem subjectiva, porém dentro de um
ponto de vista científico;

A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a


pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas,
intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser
dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá
um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo;

Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são


considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto,
tendo suas fontes citadas na legenda ou em notas de rodapé.

Factor de impacto

Para calcular o factor de impacto o Journal Citation Reports (JCR) através do


ISI Web of Knowledge avalia e compara periódicos, recolhendo dados

46
referentes a cerca de 7.500 periódicos científicos a nível mundial, permitindo
conhecer dados bibliométricos dos diferentes periódicos e compará-los dentro
de uma mesma área científica.

Importância do JCR:

- Decisão por parte dos autores e investigadores onde publicar, por exemplo,
ou saber quais os títulos de referência na área de investigação.

- Tendências de publicação, importância dos títulos onde os seus autores


publicam, etc.

Escolher a visualização por:

- Grupo de periódicos (categoria, editor ou País)

- Periódico

- Todos os periódicos

o Seleccionar a edição do JCR que se pretende consultar

o A opção frequentemente mais utilizada é por categoria, de modo aavaliar


e comparar periódicos dentro de uma mesma área científica.

O factor de impacto é uma medida de frequência com que o “artigo médio”


de um periódico foi citado, num determinado período.

Ajuda a avaliar a importância relativa de um periódico, quando comparado


com outros do mesmo campo científico.

Este indicador foi criado por Eugene Garfield, fundador do ISI – Institute of
Scientific Information, num artigo de 1955 publicado na revista Science.

Motores de busca

• b-on, Pubmed, Medline,...

47

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