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RESUMO:

A INDISCIPLINA NA ESCOLA: ALTERNATIVAS PRÁTICAS E TEÓRICAS.


JÚLIO GROPPA AQUINO

O livro trata do tema indisciplina no contexto escolar, que há muito deixou de ser
um problema esporádico para tornar-se obstáculo diário enfrentado por docentes na prática
educativa. Trata-se de uma coletânea de 10 textos, de autores diversos (todos professores
das universidades públicas de São Paulo), que explicam a problemática da indisciplina e
apresentam soluções para tanto.

Texto 1:
A INDISCIPLINA E O SENTIMENTO DE VERGONHA
Yves de La Taille.

A vergonha não apenas se associa à moralidade, como é impossível pensar em


moralidade sem a vergonha. Neste ponto há 2 considerações a serem feitas:
1. Refere-se ao sentimento de culpa. A culpa (que aqui toma o lugar do termo
“vergonha”) é elemento central na instalação da instância psíquica responsável pelas
condutas éticas, o superego*.
* O Superego atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do Ego (relações externas), é o depósito
dos códigos morais, modelos de conduta e dos parâmetros que constituem as inibições da personalidade. Freud descreve três
funções do Superego: consciência, auto-observação e formação de ideais.
2. Refere-se ao sentimento de vergonha, quando relacionado à moralidade. Não há
motivos para banir a vergonha da esfera moral, reservando-a apenas ao sentimento de
culpa, pois freqüentemente os dois sentimentos vêm juntos, cada um com sua função.

Qual a origem da moralidade?


Freud e Piaget, situam a origem da moralidade na relação da criança com seus pais.
E o amor é importante nessa relação. A obediência da criança é motivada pelo medo da
perda do amor. O que é amor?

Perdeu-se o respeito pelo espaço público, que é considerado o caos.


Exemplo: jogar lixo nas ruas.
Não vale de nada a atitude no coletivo, mas a moral de cada um reside no intimo.

INDISCIPLINA NA SALA DE AULA:


ESCOLA = Espaço público, os alunos sentem descaso pelo espaço em questão que
é para eles o caos.
A vergonha moral tendera levar em conta apenas os olhares de sua esfera privada, o
“olhar público” é ignorado.
O professor deve-se impor pessoalmente, pelas suas características próprias, ou nada
conseguirá, já que os alunos ignoram sua função pública.
A escola não é mais templo do saber, mas sim templo da juventude.
Os ídolos dos jovens comprovam que para ter sucesso e dinheiro, se orgulham de
não saberem nada, passa-se longe da escola. Desvalorização do saber...
De nada adianta a humilhação, pois as crianças já não temem mais cair aos olhos
alheios “Já estou danada mesmo, não tenho nada a perder”. A humilhação não sana o
problema, o promove. A solução para a indisciplina é exatamente contrária: exaltar no
aluno o sentimento de dignidade do ser moral: LEMBRAR EM ALTO E BOM TOM, E
FAZER PREPARAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADÂNIA; ressaltar o que é
necessário para ser bom cidadão: memória, respeito ao espaço público, ter um conjunto
mínimo de normas de relações interpessoais, e diálogo franco entre olhares éticos. Não há
democracia se houver completo desprezo pela opinião pública.

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