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2003
Elementos Finais de
Controle
Elementos Finais de Controle
SENAI-SP, 2001
Equipe responsável
Versão Preliminar
Sumário
Características de vazão 95
SENAI
Elementos Finais de Controle
Tipos de válvulas
de controle
Sendo o conjunto do corpo, a parte de válvula que entra em contato direto com o
fluído, deve satisfazer os requisitos de pressão, temperatura e corrosão do fluido.
Trata-se portanto de um vaso de pressão e como tal deve ser considerado.
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a) De deslocamento linear
1) Globo convencional
2) Globo três vias;
3) Globo gaiola;
4) Globo angular;
5) Diafragma;
6) Bi - partido;
7) Guilhotina.
b) De deslocamento rotativo
1) Borboleta;
2) Esfera;
3) Obturador excêntrico.
Define-se por válvula de deslocamento linear, a válvula, na qual a peça móvel vedante
descreve, um movimento retilíneo, acionado por uma haste deslizante; enquanto que
uma válvula de deslocamento rotativo é aquela na qual a peça móvel vedante
descreve um movimento de rotação acionada por um eixo girante.
Para cada tipo de processo ou fluido sempre temos pelo menos um tipo de válvula que
satisfaça os requisitos técnicos de processo, independente da consideração
econômica. Cada um desses tipos de válvulas possuem as suas vantagens,
desvantagens e limitações para este ou aquele processo.
Analisaremos todos esses aspectos, oferecendo assim uma sólida base para o usuário
poder selecionar a melhor válvula para a aplicação em questão.
Estamos neste item, falando sem duvida alguma, de uma das válvulas de controle
mais completa e versátil.
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A figura mostra várias montagens da denominada válvula globo tipo sede simples. É
fabricada em diâmetros de ½” até 10” e com conexões das extremidades rosqueadas
(até 2”), flangeadas ou soldadas, nas classes de 150, 300, 600, 900 e 1500 lbs.
Neste tipo de válvula, o fluído no interior do corpo, passa através de um único orifício,
conforme podemos notar pela figura anterior.
Na figura (c), vemos uma outra sede simples um pouco diferente das anteriores, o
obturador é guiado apenas superiormente e ao descer a válvula só pode fechar, não
existindo a possibilidade de montagem do obturador em posição invertida ou por baixo.
Essa válvula em relação ao movimento do obturador de cima para baixo, só pode
fechar.
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As principais particularidades da válvula globo sede simples são: proporciona uma boa
vedação e possui obturador estaticamente não balanceado. Assim sendo podemos
atingir um vazamento, quando a válvula estiver totalmente fechada de, no máximo
0,01% da sua capacidade de vazão máxima.
Assim, de acordo com essa especificação, a válvula globo sede simples possui um
nível de vazamento Classe IV. Devemos alertar que tais índices de vazamento são
sempre considerados nas válvulas conforme saem de fabricação, ou seja, para
válvulas novas e limpas.
E no fato do seu obturador não ser balanceado que reside a principal desvantagem da
válvula sede simples, motivo pelo qual requer uma força de atuação suficientemente
grande para vencer as forças estáticas do fluído agindo sobre o obturador, e pode
movimentá-lo.
Vamos analisar tal desequilíbrio estático, com a auxilio do esquema dado na figura a
seguir.
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Atuação das forças dinâmica proveniente do fluído agindo contra o obturador de uma
válvula globo sede simples.
Neste caso, o atuador produzindo uma força Fm dirigida de cima para baixo, transmite-
a através da haste para o obturador. Por outro lado, a pressão P1 do fluido contra o
obturador (que bloqueia a sede de diâmetro Ds) produz uma força FF para cima em
sentido contrário à FM do atuador. Para termos um funcionamento correto da válvula,
FM tem que ser suficientemente maior que FF, ou seja:
π
FM (↓) > (P1) (DS2 - Dh2)
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A força FM deve ser suficientemente maior que a FF, pois há outras forcas envolvidas,
como por exemplo a força da mola do atuador que é contrária a FM, a força
proveniente do atrito das gaxetas e outras. Este assunto será devidamente explicado
no capítulo de dimensionamento de atuadores. Por ora, nossa intenção é mostrar a
existência do descontrabalanço da válvula sede simples.
Para termos uma idéia mais precisa vamos dar um exemplo prático desta limitação:
Exemplo 1: seja uma válvula globo sede simples, normalmente aberta, isto é, tipo 903,
a ser instalada numa linha com fluido à pressão de 180 psig. Vamos admitir que a
válvula seja 3” de diâmetro. Na página do catálogo da série 900, temos que para o uso
de atuador 630, e sinal de comando 3-15 psi, a máxima queda de pressão é de 30 psi.
Caso esta mesma válvula fosse de 1” (diâmetro do orifício de 1 1/8”) teríamos para o
mesmo atuador, uma máxima pressão diferencial de 214 psi, e para uma válvula de 8”
teríamos 4,2 psi. Sendo nossa máxima pressão diferencial 180 psi não teríamos
condições de operação no primeiro e terceiro caso, enquanto que no segundo caso
haveria condições de operação já que 214 psi > 128 psi.
Este tipo de construção, muitas vezes é ainda designado pelo seu nome em inglês
“soft-seat” é mostrado na figura a seguir.
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Detalhe da construção
de um obturador sede simples
com assento tipo composto (“soft seat”)
Um outro fato de muita importância nas válvulas globo sede simples é a direção do
fluxo em relação a posição do conjunto obturador e anel sede. O fluido deve sempre
entrar na válvula tendendo a abrí-la. Uma flecha estampada no corpo indica o sentido
de montagem da válvula na tubulação. Obtemos com isso as seguintes vantagens:
aumento da vida útil das gaxetas e proporcionalmente de uma operação mais suave,
evitando assim o efeito “chattering”. Esse fenômeno pode ser facilmente aplicado da
seguinte forma: caso o fluxo entre na válvula tendendo a fecha-la, quando o obturador
aproximar-se do anel sede, surge uma força dinâmica não balanceada reduzida pela
redução da pressão, após a restrição. Esta força, que tende a puxar o obturador de
encontro à sede, faz o obturador se chocar constantemente com a sede, devido à
proximidade entre ambos, denificando por completo o assento da válvula, além de
produzir ainda um indesejável ruído de origem mecânica devido a oscilação vertical do
obturador. Este fenômeno é popularmente conhecido como “efeito de empuxo de
tampa de pia”.
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Existem situações nas quais é imperativo a instalação da válvula sede simples com
fluxo tendendo a fechar a válvula. Um exemplo disto é o case o de alta pressão
diferencial. Nestes casos agir com critério e cuidado na especificação dos materiais
dos internos no intuito de prolongarmos a sua vida útil. Válvulas sede simples com
diâmetros da passagem inferior a 1” podem ser utilizadas com fluxo entrando por
qualquer lado sem maiores problemas.Uma construção muito comum na válvula sede
simples é a denominada micro-fluxo. Trata-se de uma válvula amplamente utilizada,
principalmente nas indústrias de processo que padronizam um diâmetro mínimo de
tubulação, por exemplo ¾” ou 1”, e nos casos de necessidade de válvula de baixa
capacidade de fluxo por exemplo ¼” ou ½”, utiliza-se uma válvula tipo micro-fluxo de
corpo de ¾” ou 1”, porém com internos de área de passagem reduzida para ¼” ou ½”.
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Quando especificamos uma nova válvula micro-fluxo de 1” X 5/8” significa que o corpo
da válvula é de 1” de diâmetro, porém o diâmetro do orifício ou diâmetro da passagem
é de 5/8”.
A figura mostra duas montagens diferentes da válvula globo sede dupla, assim
denominada pelo fato do fluxo passar através de duas passagens ou orifícios.
Na figura (a), vemos uma válvula guiada duplamente e com obturador desce para
fechar, enquanto em (b), a montagem do obturador é por baixo, tipo desce para abrir. A
válvula sede dupla é portanto de corpo reversível.
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grande quanto a válvula sede simples, conforme podemos deduzir com o auxílio da
figura abaixo.
Atuação das forças dinâmicas provenientes do fluído agindo contra o obturador de uma
válvula globo sede dupla
Se DS = D1 FFS (↑) = F1 (A S - A h) = P1 (A i - A h)
Se DS > Di
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Se DS < Di
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Na válvula tipo convergente conforme vemos pela figura (a) fluidos quaisquer e
separados entram pelas vias (2) e (3), misturando-se numa determinada e desejada
proporção saindo pela via (1) já misturados. A proporção da mistura é determinada
pela posição do obturador relativa às duas sedes. Um deslocamento do obturador para
cima faz diminuir a entrada de fluido por (2), aumentando simultaneamente a entrada
do fluido por (3). É fabricada em diâmetros de ¾” até 8” e com conexões nas
extremidades rosqueadas (até 2”), flangeadas ou soldadas. Podemos notar neste tipo
de válvula um novo modo de guia dupla: superior e no anel de sede.
Na figura (b), vemos uma válvula 3 vias tipo divergente (série 906), na qual o fluido
entra pela via (1) e sai em proporções definidas pelas vias (2) e (3). É fabricada em
diâmetros de ¾” até 12” com extremidades rosqueadas (até 2”), flangeadas ou
soldadas.
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O amplo sucesso deste tipo de válvula está totalmente fundamentado nos seguintes
aspectos:
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- facilidade da remoção das partes internas pela ausência de roscas que facilita
bastante a operação na própria instalação;
- alta estabilidade de operação proporcionada pelo exclusivo sistema de guia do
obturador na gaiola, obtendo desta forma uma área de guia da ordem de 30% superior
à obtida pela guia superior e inferior da válvula globo convencional;
- capacidade de vazão da ordem de 20 a 30 % maior que a obtida nas válvulas globo
convencionais;
- menor peso das partes internas resultando assim uma freqüência natural maior
dessas partes, o que faz com que a válvula fique menos susceptível a vibração
horizontal do obturador proporcionando dessa forma menos ruído de origem mecânica
do que as válvulas globo duplamente guiadas;
- não possuindo flange inferior, a válvula é algo mais leve que as globo convencionais.
Por não possuir flange inferior, a válvula gaiola não possui corpo reversível e assim a
montagem é feita somente por cima. A drenagem do fluido quando necessária pode
ser feita através da parte inferior do corpo por meio de um tampão rosqueado.
- sede simples;
- balanceada;
- micro-fluxo;
- angular sede simples;
- angular balanceada;
- angular não-balanceada;
- duplo estágio;
- baixo ruído.
Nas figuras seguintes (a) e (b) vemos dois exemplos deste tipo de válvula. O fluido
entra por baixo do anel da sede, passando pelo orifício e pelas janelas da gaiola.
Apresentando apenas guia na gaiola, trata-se de uma válvula não balanceada como a
globo convencional sede simples pois a força do líquido tendendo abrir a válvula, não é
balanceada e por isso apresenta o mesmo inconveniente de precisarmos de uma
grande força de atuação. Pela figura a seguir, nota-se também que não sendo uma
válvula de corpo reversível com o deslocamento do obturador de cima para baixo a
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válvula fecha ou seja desce para fechar. Se quisermos uma ação desce para abrir
teríamos que alterar de alguma forma o sentido do movimento do obturador.
Esta construção á basicamente similar a anterior conforme vemos pela figura a seguir.
Apenas que neste caso o obturador é balanceado dinamicamente (como acontece na
válvula globo sede dupla) devido ao orifício interno no obturador, que faz com que a
pressão do fluido comunique-se com ambos os lados do obturador, formando-se
assim um balanceamento de forças. Precisamos, portanto, de uma menor força de
atuação neste caso do que no anterior sede simples. O fluido neste tipo de construção
entra por cima, conforme uma flecha indicativa presa ao corpo da válvula. Porém, da
mesma forma que acontece com a globo convencional sede dupla, a válvula tipo gaiola
balanceada, não apresenta boa vedação, permitindo um vazamento de até 0,5% da
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É fabricada em diâmetros de ¾ até 6” nas Classes 150, 300, e 600 lbs. As conexões
podem ser rosqueadas (até 2”), flangeadas ou soldadas.
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a) “Micro-rasgo”: obturador com rasgos em “V” e guia no anel da sede. Figura abaixo
(a).
b) “Micro-contorno” : obturador sólido com guia na gaiola. Figura abaixo (b).
Este tipo de válvula apresenta uma configuração especial, como veremos pela figura
abaixo (a), para determinadas aplicações nas quais haja necessidade de uma
autodrenagem constante do fluido, ou em aplicações com fluidos lamacentos
(“slurries”). Já que possibilita uma passagem menos obstruída que os outros tipos de
válvulas globo convencionais ou gaiola, ou em casos ainda devido ao “layout” da
tubulação, não temos possibilidade de instalação de outro tipo de válvula.
Recentemente tem-se recomendado a utilização deste tipo de válvula em aplicações
erosivas, já que neste tipo de construção o choque das partículas sólidas sobre as
partes internas é muito diminuído, e em aplicações sob efeito de “flashing”
(vaporização do líquido na válvula).
Por tratar-se de uma válvula sede simples, apresenta todas as suas vantagens e
desvantagens características, ou seja, vazamento de 0,01% da máxima capacidade de
vazão quando totalmente fechada e grandes forças de atuação, respectivamente.
Válvula similar a dada anteriormente, conforme vemos pela figura anterior (b). O
obturador é balanceado no estilo gaiola e, portanto não precisa de grandes forças de
atuação. Apresenta vazamento na posição fechada de 0,5% da máxima capacidade de
vazão.
Trata-se de uma válvula com sistema de piloto interno que possibilita sua utilização em
aplicações de altas quedas de pressão, mesmo com atuadores de pequeno tamanho,
e possibilita ainda uma excelente vedação.
O sistema interno de duplo estágio pode ser utilizado em corpo sede simples da
válvula globo convencional, nos diâmetros de 2 até 12”, e nas válvulas tipo gaiola. Na
seqüência dada na figura a seguir vemos um corpo tipo gaiola com internos de duplo
estágio. O seu funcionamento basicamente consiste em:
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Na figura (a), vemos o sistema de internos tipo gaiola de baixo ruído. Basicamente
trata-se de vários anéis circulares e concêntricos formando um conjunto, como
podemos notar pela figura (b). O número de anéis utilizados depende das condições
de operação e da atenuação de ruído requerida.
Pela figura (c), podemos notar melhor o seu funcionamento. O fluido entra, a pressão
Pe através dos orifícios do primeiro elemento, distribui-se pelo anel de estagnação
onde perde velocidade antes de entrar nos orifícios do segundo elemento.
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Uma particularidade muito importante e notável é que , devido à forma interna do seu
corpo, é possível o revestimento interno das paredes do corpo com materiais tais
como, vidro, ebonite, plástico, chumbo ou teflon, o que possibilita o uso deste tipo de
válvula mesmo em corpo de ferro fundido, porém, revestido em aplicações corrosivas.
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A válvula de controle de corpo bi-partido conforme vemos pela figura abaixo, foi
desenhada para tais aplicações possibilitando uma fácil manutenção devido a
facilidade de acesso aos internos. Neste tipo de válvula, o anel de sede é preso (ao
contrário da globo convencional onde é rosqueado) entre as duas metades do corpo,
podendo ser facilmente removida.
Devido a ser uma válvula utilizada em fluidos altamente corrosivos, o material de corpo
é bastante especial e portanto, padronizando-se a utilização de flanges tipo encaixe,
soldados ao corpo. Estes flanges podem ser em aço carbono comum mesmo que o
corpo seja de material superior.
Uma desvantagem deste tipo de válvula é a não possibilidade de uma fixação na linha
por meio de solda (pois neste caso as metades do corpo não poderiam ser separadas
para a remoção do anel sede), já que em tais aplicações tão corrosivas nas plantas
química, é bastante comum a normalização deste tipo de fixação.
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É uma válvula de concepção simples, sem castelo conforme vemos pela figura a
seguir.
É fabricada em diâmetros de 2 até 24” com conexões sem flanges para ser instalada
entre par de flanges da tubulação Classe 150 lbs.
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O conjunto dos internos da válvula consiste das partes internas removíveis e que
entram em contato com o fluido de processo. Tal conjunto é formado por: obturador,
anel da sede, guia do obturador, bucha de guia e gaiola (no caso das válvulas tipo
gaiola), conforme vemos pela figura abaixo.
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Existem como mais adiante veremos com maiores detalhes, quatro tipos básicos de
característica de vazão: a) Linear; b) Igual Porcentagem; c) Parabólica Modificada e d)
Abertura Rápida. Na figura a seguir, damos um esquema do formato aproximado
desses tipos de obturadores, assim como, uma idéia gráfica da área de passagem do
fluxo para cada tipo de característica de vazão em determinadas porcentagens do
curso da válvula.
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A válvula com internos tipo gaiola teve seu início de utilização por volta de 1940 em
aplicações de alta pressão como no caso de produção de óleo e gás, alimentação de
água de caldeira, etc.
Os internos tipo gaiola, conforme o desenho que hoje conhecemos, foram produzidos
por volta de 1963 e rapidamente alcançaram uma boa parte do mercado.
Estando nos internos a única diferença entre as válvulas globo convencional e a gaiola,
vamos deter-nos um pouco mais neste tipo de internos.
O chanfro de sede define-se como sendo a área do anel da sede que se encosta ao
obturador, formando o assentamento deste na posição de fechamento. A vida do
chanfro da sede é aumentada eliminando-se a vibração em baixos cursos e por uma
maior distribuição uniforme do fluxo através do orifício do anel sede, resultando em
menor canalização do fluxo e desgaste por erosão.
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Os dois desenhos mais comuns de internos tipo gaiola são: sede simples e
balanceada.
- Internos sede simples: conforme vemos pela figura abaixo (a), utiliza-se uma gaiola
como guia de obturador, enquanto que excelente distribuição do fluxo equilibra os
esforços laterais sobre o obturador. A característica de vazão é dada pelo formato das
janelas na gaiola, enquanto que o obturador não sendo caracterizado como um
simples pistão.
Uma sede tipo metal-metal é utilizada neste tipo de desenho sede simples,
apresentando portanto um vazamento de 0,01% da capacidade máxima da válvula, ou
seja, um índice de vazamento Classe IV, conforme a especificação da ANSI B15.104.
Neste tipo de construção o sentido do fluxo é tal, que entra sempre por baixo do anel
da sede, conforme podemos verificar pela figura (a).
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temperaturas de –73° até 232°C (-100 à 450°F); ou por meio de anel de grafite, para
utilizar em temperaturas de –255 à 593°C (-425 à 1100°F).
a) Guia superior: possui uma simples extra-larga bucha a qual guia o obturador
superiormente.
b) Normalmente utilizada em válvulas de pequeno diâmetro, como a micro-fluxo,
conforme vemos pela figura a seguir (a).
c) Guia superior e inferior: é utilizada com obturadores tipo contorno ou passagens
em “V” maciço, cujas extremidades são guiadas superior e inferiormente.
A sua utilização suporta maiores quedas de pressão que a guia apenas superior sendo
recomendada para aplicações com quedas de pressão superiores à 7 Kg/cm2 (100
psi), ver figura a seguir (b)
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e) Guia na gaiola: conforme vemos na figura (d), a gaiola é que guia o obturador. Este
tipo de guia é recomendado para quedas de pressão de moderada a altas. Utiliza-
se em toda linha de válvula globo tipo gaiola.
Outros tipos secundários de guias são combinações dos quatros tipos principais dados
acima como podemos notar pela figura abaixo (e), onde mostramos um obturador
guiado superiormente e na sede. Este tipo de guia de construção é também utilizado
nas válvulas tipo micro-fluxo.
Nos últimos anos tem-se notado um substancial aumento no uso das válvulas
denominadas de rotativas. Basicamente, estes tipos de válvulas apresentam
vantagens e desvantagens. Nas vantagens podemos considerar baixo peso em
relação aos outros tipos de válvulas, desenho simples, capacidade relativa maior de
fluxo, custo inicial mais baixo, etc. Dentre as vantagens citamos a limitação em
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É talvez a mais comum das válvulas rotativas utilizadas para controle. A válvula
borboleta, conforme vemos pela figura abaixo consiste de um corpo tipo anel circular,
no interior do qual oscila entre dois mancais um disco que faz a função do obturador. A
sede nesta válvula é a própria parede interna do corpo. Nota-se desde já uma enorme
simplicidade de desenho. O seu corpo na maioria dos desenhos é sem flange ou como
mais comumente conhecido “wafer”. Sua construção é possível em diâmetros de 2” até
24”.
Em diâmetros superiores, 30” até 60” o corpo possui flange conforme a norma AWWA.
Admite o fluido em qualquer direção.
a) linha leve (série 400): - para quedas de pressão inferiores a 150 psi.
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b) linha pesada (série 500): - para quedas de pressão superiores a 150 psi.
O desenho de corpo mais comum é o tipo “wafer”, sendo preso à tubulação entre par
de flanges conforme mostra a figura abaixo. Pelo fato do corpo não possuir flanges,
não é costume especificar a válvula borboleta “wafer” pela classe de pressão conforme
ANSI, como é feito nas válvulas flangeadas.
Quando a válvula está fechada ou completamente aberta (figura a seguir (a), as forças
originárias da pressão do fluido são balanceadas em ambos os lados e portanto não há
resultante de força torsora para nenhum lado.
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Quando porém, a válvula esta parcialmente aberta como mostra a figura (b), não existe
mais tal equilíbrio, surgindo uma força resultante, que tende a fechar sempre a válvula,
qualquer que seja a direção do fluido. O que ocorre na válvula borboleta é o mesmo
que acontece na asa do avião, ou seja, a velocidade tida na segunda borda, fato pelo
qual cria se uma região de distribuição desigual de pressão através de toda a extensão
do disco entre uma e outra borda no lado de entrada do fluxo. Podemos notar pela
figura (b), que a resultante das forças atuantes no semidisco primeiro (vai desde a
primeira borda até o centro do disco) é maior que a resultante das forças agindo no
segundo semidisco (vai do centro do disco até a segunda borda).
Essa desigualdade de força produz um momento torsor que tende fechar a válvula, e é
esse momento torsor que limita a pressão diferencial de operação da válvula em
diferentes graus de abertura, já que para cada ângulo de abertura teremos uma força
torsora diferente e portanto um momento torsor diferente.
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Resistência ao fluxo, na válvula borboleta: (a) quando totalmente aberta; (b) quando
parcialmente aberta.
A válvula de controle tipo borboleta é fabricada em diâmetros de 2” até 60”, sendo até
24” com corpo tipo “wafer” e de 30” até 60” com corpo flangeado conforme norma
AWWA C-207-55, classe D (75 lbs e 150 lbs).
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mesmo em fluidos corrosivos, tornando-se para tais aplicações uma solução bastante
econômica.
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(a)
(b)
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Porém a sua utilização tem apresentado uma crescente introdução e outros tipos de
processos, tanto assim que é recomendada para trabalhar com líquidos viscosos,
corrosivos e abrasivos além de gases e vapores.
A válvula esfera e constituída por um corpo em cujo interior aloja uma esfera oca (daí o
seu nome) que atua como obturador, permitindo uma passagem bastante livre.
Devido ao seu sistema de assentamento, proporciona uma vedação estanque,
constituído-se numa das poucas válvulas de controle que além de possuir ótimas
condições de desempenho da sua principal função, isto é, prover uma adequada ação
de controle modulado, permite ainda, uma total estanqueidade quando totalmente
fechada.
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Como podemos notar, o corpo é bi-partido (para possibilitar a montagem dos internos),
sendo que a esfera gira em torno de dois anéis de teflon (construção padrão), alojados
no corpo e que fazem a função de sede. Possibilita a passagem do fluído em qualquer
direção sem problemas dinâmicos, e possui um curso total de 90°.
A válvula de controle esfera com anéis sede de teflon, é recomendada para aplicações
com fluídos à temperatura de até 200°C. Este tipo de construção apresenta uma nível
de vazamento quando totalmente fechada, Classe VI conforme a ANSI B16.104, isto é,
algumas bolhas por minuto.
A válvula esfera é a todas a de maior capacidade de fluxo, devido a sua passagem ser
praticamente livre sem restrições. Em relação ao tipo globo, por exemplo, chega a
alcançar 3 a 4 vezes maior vazão. Porém isso não deve ser encarado apenas como
vantagem e devemos tomar precauções durante a seleção de uma válvula tipo esfera.
Este tipo de válvula apresenta, assim como também a válvula borboleta, em função da
característica geométrica dos seus internos, uma alta tendência a cavitar e a atingir
condições de fluxo crítico (isso será discutido mais adiante no capítulo referente ao
dimensionamento), a relativos menores diferenciais de pressão do que os outros tipos
de válvulas, especialmente a globo.
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a) Divide a queda de pressão total em duas etapas, obtendo-se com isso, a vantagem
de diminuir a velocidade de escoamento do fluído durante a sua passagem no
interior do obturador.
b) Proporciona o efeito de uma característica de vazão inerente tipo próximo á igual
porcentagem sem necessitar de obturador caracterizado. Tal característica de
vazão é proporcionada conforme muda a posição entre totalmente aberta e
fechada, e o formato de cada orifício de passagem, vai desde circular até elíptico,
conforme podemos notar pelo esquema da figura 36.
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Possui corpo, com extremidades sem flanges, classe 500 lbs, sendo fabricada em
diâmetros de 1” ate 12”. O curso do obturador é de 50º em movimento excêntrico da
parte esférica do obturador. Tal particularidade de movimento excêntrico possibilita-lhe
uma redução do torque de atuação permitindo uma operação mais estável com o
fluído entrando na válvula em qualquer sentido.
Possui castelo tipo integral que lhe permite operar uma faixa de temperatura de
-196°C (-320°F) à 400°C (750°F) com gaxetas de teflon puro.
Em contraste com os outros tipos de válvulas, nas quais há quase uma total
compatibilidade de atuadores, este tipo de válvula requer a utilização de um atuador de
conceituação diferente.
O obturador possui guia dupla possibilitando, desta forma, uma resistência menor a
passagem de fluxo de que apresentada em outros tipos de válvulas de desenho
semelhante.
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Exercícios
1. Faça 3 comparações entre as válvulas globo sede simples e a globo sede dupla.
3. Compare entre as válvulas globo tipo gaiola sede simples e a válvula globo gaiola
balanceada.
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Procedimentos:
1- Solte o acoplamento da haste do atuador da haste do corpo.
2- Remova o castelo, soltando as porcas de fixação.
3- Verifique a junta de vedação entre o castelo e o corpo.
4- Remova a flange inferior do corpo.
5- Verifique a junta de vedação entre o corpo e a flange inferior.
6- Verifique o anel da sede e a sede.
Observação: Se necessário retire o anel da sede substituindo-o e faça o assento
com o plugue.
7- Verifique o plugue e o tipo de plugue em função de sua característica de vazão.
8- Faça a montagem do corpo e acople ao castelo/atuador.
9- Faça o teste de estanqueidade de acordo da classe de vedação.
Observação:
Material utilizado para o teste de estanqueidade.
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Castelo da válvula
de controle
O castelo, geralmente uma parte separada do corpo da válvula que pode ser removida
para dar acesso às partes internas das válvulas, é definido como sendo um conjunto
inclui, a parte através da qual uma haste do obturador de válvula move-se, e um meio
para produzir selagem contra vazamento através da haste”. Ele proporciona também
um meio para montagem do atuador.
Sendo uma peça sujeita a pressão do fluido, tem de satisfazer aos mesmos requisitos
de projeto que o corpo.
Assim sendo, os exemplos de castelos que aqui serão dados servem apenas para
aquelas válvulas nas quais o castelo é uma peça separada.
Tais tipos de válvulas são: globo convencional sede simples e dupla, 3 vias e globo tipo
gaiola. Na válvula tipo diafragma a utilização do castelo é praticamente apenas um
meio para fixar o atuador, não contendo a caixa de gaxetas, já que este tipo de válvula
não requer por ser totalmente vedada a possibilidade do fluido penetrar no castelo, a
menos que rompa o diafragma obturador. Apenas no caso da válvula ser utilizada em
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Tipos de castelos
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limitação é imposta pelo material da gaxeta já que a sua localização esta bem
próxima do flange superior do corpo e portanto bem próxima ao fluido.
b) Castelo Longo: - é semelhante ao anterior, a menos da sua altura que faz com
a caixa de gaxeta fique um pouco mais afastada do fluido.
Recomenda-se a utilização deste tipo de castelo para aplicação com fluido em
temperaturas de –45 a –18°C (-50 a 0°F), e 232° a 430°C (450 a 800°F).
SENAI 57
Elementos Finais de Controle
Caso não haja boa selagem por meio do conjunto da caixa de gaxetas, haverá sempre
um vazamento do fluido seja superior a pressão atmosférica, ou uma entrada de ar,
caso a válvula esteja trabalhando em pressões de vácuo.
Gaxetas
58 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 59
Elementos Finais de Controle
Exercícios
1. Especifique um castelo para uma válvula de controle globo sede simples, que será
montada em uma tubulação de 3” e escoará por esta, etileno a uma temperatura de
30°C e a uma pressão de 1000psi.
60 SENAI
Elementos Finais de Controle
Procedimentos:
1- Desconecte o acoplamento da haste do atuador da haste do plugue.
2- Solte as porcas de fixação do castelo ao atuador.
3- Solte a porca de fixação do castelo ao atuador.
Obs.: Verifique se a válvula é de ar para abrir ou ar para fechar.
4- Verifique as gaxetas se necessário troque-as.
Obs.: Retire a engraxadeira se necessário.
5- Faça a montagem do castelo do corpo da válvula.
Exercício
SENAI 61
Elementos Finais de Controle
62 SENAI
Elementos Finais de Controle
Atuadores para
válvulas de controle
Um fator importante que deve ser mencionado, antes de iniciarmos a analise detalhada
dos diversos tipos de atuadores, é que o atuador selecionado deve ser compatível com
o sinal de saída do controlador. Um exemplo claro disso, é o caso da instrumentação
eletrônica utilizada hoje em dia na maioria dos sistemas de controle de processo. O
sinal de saída do controlador é normalmente 4~20, sinal este que não é compatível,
por exemplo, com os atuadores pneumáticos. Há, então, necessidade da conversão do
sinal de elétrico para pneumático, caso seja utilizado o atuador pneumático, como
acontece na grande maioria das aplicações.
SENAI 63
Elementos Finais de Controle
Este tipo de atuador utiliza um diafragma flexível de neoprene, sobre o qual age uma
pressão de carga variável em oposição à força produzida por uma mola. O diafragma é
alojado entre dois tampos, formando duas câmaras, uma das quais totalmente
estanque, por onde entra o sinal de pressão de carga. A força motriz é obtida pelo
produto da pressão de carga vezes área útil do diafragma.
Isso significa que, por exemplo, com 3 psi sobre o diafragma a válvula se mantém
totalmente aberta; a 9 psi e lá esta exatamente na metade do seu curso e a 15 psi está
totalmente fechada. Os 3 psi restantes, são utilizados para a produção da força de
assentamento requerida. Outras faixas comuns de pressão de carga são 0~27, 0~30 e
0~35 psi.
64 SENAI
Elementos Finais de Controle
Este tipo de atuador é o mais utilizado para atuar as válvulas de controle, face a
inúmeras vantagens e poucas desvantagens.
O amplo sucesso deste atuador, talvez seja pelo fato de até hoje não ter sido
desenvolvido um outro tipo de atuador mais versátil, confiável e econômico. Não
requer o uso obrigatório de posicionador para operar em sistema de controle
modulado. O posicionador consiste de um dispositivo que ajusta o atuador e a haste da
válvula a uma determinada posição em função do sinal de pressão de carga.
Nesses casos, o atuador pneumático a mola e diafragma deixa de ser uma escolha
conveniente, podendo tornar-se excessivamente onerosa a sua utilização em
tamanhos superdimensionados.
SENAI 65
Elementos Finais de Controle
É evidente que, se para uma faixa de sinal de saída do controlador de 3~15 psi, este
não vai possuir força suficiente para vencer a força de desequilíbrio estático do fluido,
nem para produzir um adequado assentamento e obtermos com isso a estanqueidade
comprimir a mola e deslocar o obturador. Para termos a reserva de força necessária
para vencer o desequilíbrio estático e obtermos ainda força de assentamento,
devemos escolher uma das três seguintes soluções:
66 SENAI
Elementos Finais de Controle
O ajuste inicial alto, isto é, usar na mola uma pré-compressão inicial superior à
normalmente utilizada, que é 3 psi, é uma das técnicas utilizadas nas válvulas
“normalmente fechadas”, nas quais cabe a força da mola manter o obturador fechando
a válvula contra a força máxima do desequilíbrio estático. Assim com um ajuste inicial
alto, digamos, 5 – 15 psi atuando num diafragma de 100 pol2 de área, teremos uma
força inicial de 500 lbf quando a pressão de carga no diafragma for nula.
Da mesma forma, podemos utilizar uma mola mais fraca, que possuindo uma razão de
deflexão menor, irá fazer com que a haste termine o seu percurso nominal com, por
exemplo, 9 psi sobre o diafragma. Isso significa ajuste final alto e é usualmente
utilizado nas válvulas “normalmente abertas”. Nesse caso, sendo a faixa do atuador de
3 – 9 psi, teremos um força final de 900 lbf sendo produzida no diafragma de 100 pol2
de área, devido a diferença entre a alimentação útil e o ajuste final, ou seja 18 – 9 = 9
psi. Essas 900 lbf são destinadas a opor-se às forças de desequilíbrio quando a
válvula estiver fechada.
Utilizando-se de uma mola mais forte que originalmente especificada, por exemplo 6 –
30 psi, obtemos face ao aplicado acima, uma mola com ajustes inicial e final alto.
Entretanto para obtermos a necessária compatibilidade entre a faixa de sinal do
controlador (3 – 15 psi) e a da mola (6 – 30 psi) precisamos usar um posicionador ou
um “booster” de pressão, que alimentado com uma pressão de 35 psi, converterá o
sinal 3 – 15 psi do controlador em 6 –30 psi requeridos pelo atuador.
SENAI 67
Elementos Finais de Controle
O atuador pneumático tipo pistão, embora não muito utilizado nas válvulas de
deslocamento linear, em relação ao tipo a mola e diafragma, tem apresentado uma
crescente tendência de uso, junto às válvulas tipo rotativas. Apresenta como principal
vantagem, em relação ao anterior, uma capacidade de operação em níveis superiores
de pressão de carga (e portanto, uma produção de maior força de atuação), uma maior
capacidade e ainda uma maior velocidade de resposta. Na tabela (Guia para a Seleção
de atuadores) relaciona-se as diversas vantagens e desvantagens deste tipo de
atuador.
O atuador pneumático tipo pistão, substitui o uso do diafragma flexível por um pistão
metálico, fato esse que lhe possibilita operar em níveis de pressão de carga
superiores.
São dois tipo básicos de atuadores à pistão, dependendo do tipo de válvulas que irá
operar. Um, conforme mostra a primeira figura , destina-se à utilização em válvulas de
deslocamento linear como a globo, enquanto que na segunda figura vemos o tipo
utilizado para acionar válvulas de deslocamento rotativo, como a borboleta e esfera.
68 SENAI
Elementos Finais de Controle
Uma construção variante do atuador tipo pistão, é o mostrado na figura abaixo. Trata-
se do atuador pneumático de diafragma rolante. Consiste de um cilindro em cujo
interior um diafragma desloca-se, executando movimentos de enrolar e desenrolar,
enquanto uma mola age em oposição de forças. Tal tipo de atuador é utilizado apenas
nas válvulas de obturador rotativo excêntrico, as suas principais características, são as
de proporcionar um elevado curso de variação de área do diafragma, uma maior
compatibilidade e uma operação mais livre de atrito, que é obtida através do atuador a
pistão.
Atuador elétrico
SENAI 69
Elementos Finais de Controle
Atuadores elétricos
O atuador elétrico tanto pode ser utilizado para acionar válvulas de deslocamento
linear quanto rotativas.
Atuador eletro-hidráulico
Este tipo de atuador consiste de um atuador elétrico, no qual uma bomba manda óleo
a altas pressões para um pistão o qual produz um força de atuação de altíssimo valor.
Este tipo de atuador pode ser operado com sinais elétricos de baixo nível, como os de
saída dos instrumentos eletrônicos, ou seja, da ordem de 24 à 65 Volts DC e 1 – 5, 4 –
20 ou 10 – 50mA. Na figura que segue (Esquema de um atuador eletro-hidráulico)
vemos esquematicamente o desenho deste tipo de atuador, no qual uma bobina é
sensibilizada quando sujeita a um sinal de corrente, produzindo um campo magnético,
o que faz deslocar uma palheta, obstruindo mais ou menos um bocal, através do qual
escoa o óleo a uma alta pressão, indo para o pistão onde produz-se uma elevada força
de atuação que irá movimentar a válvula de controle.
70 SENAI
Elementos Finais de Controle
Atuador hidráulico
SENAI 71
Elementos Finais de Controle
Em outros tipos de válvulas porém, como a globo 3 vias, globo gaiola, globo micro
fluxo, diafragma e bi-partida, para termos a ação inversa, obrigatoriamente
necessitamos da utilização do atuador inverso, o que produziria a posição fechada,
enquanto que utilizando-se do atuador de ação direta, teríamos a válvula aberta em
caso de falha. Na figura que segue, vemos esquematicamente as diversas
combinações possíveis de montagens atuador-corpo para diversas válvulas e suas
respectivas posições de segurança por falha.
72 SENAI
Elementos Finais de Controle
No caso dos atuadores, como por exemplo, os do tipo pistão pneumático, que não
possuem de forma integral ou inerente, meios de possibilitar uma posição de
segurança em caso de falhas, assumem uma posição estacionária, permanecendo o
pistão na posição que estava quando da falha. A posição de segurança, somente
poderá ser obtida, através de recursos operacionais, tais como, a utilização de uma
mola de retorno, ou ainda através da utilização de um sistema de armazenamento de
energia esterno, conforme mostra a figura abaixo, onde vemos o esquema do sistema
de segurança auxiliar em caso de falha. Nele, um reservatório de ar comprimido envia
ar através da válvula solenóide de 3 vias, fazendo operar o pistão, em caráter de
emergência, para a posição predeterminada como de segurança.
SENAI 73
Elementos Finais de Controle
74 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 75
Elementos Finais de Controle
Sendo que a força produzida pelo diafragma, opõem-se à força da mola, aquela tem
que vencer esta, para que o obturador possa deslocar-se através de todo o seu curso.
É evidente que em se usando um controlador com saída 3 – 15psig, atuando numa
válvula com faixa de mola 3 –15psig, esta somente funcionara em bancada (sem
queda de pressão através do corpo da mesma) pois a pressão de 15psig ficaria
anulada completamente pela reação de 15 psi da mola. Nestas condições, por
pequeno que fosse o desequilíbrio estático da válvula devido ao fluido passando
através da mesma, não permitiria que esta abrisse ou fechasse (dependendo da ação)
totalmente.
76 SENAI
Elementos Finais de Controle
Pressão de carga x curso da válvula com e sem queda de pressão através da mesma
Não linearidade efetiva entre curso x pressão nos atuadores pneumáticos a mola e
diafragma
SENAI 77
Elementos Finais de Controle
Na análise a ser feita, vamo-nos referir à válvula sede simples, já que é nesse tipo de
válvula que temos os maiores problemas de desequilíbrio de forças.
As forças de origem estática são fáceis de serem analisadas e obtidas, o que já não
acontece com as forças dinâmicas. As outras forças diversas, são constantes e
independentes da queda de pressão na válvula. Normalmente são desconsiderados
para efeito de cálculo do atuador.
78 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 79
Elementos Finais de Controle
Grupo:
a) A – ar para fechar;
b) B – ar para abrir.
Classe:
a) 1 – o fluxo tende a fechar a válvula;
b) 2 – o fluxo tende a abrir a válvula.
Como exposto na figura acima poderemos analisar a equação de equilíbrio para cada
uma das 8 variantes.
80 SENAI
Elementos Finais de Controle
onde:
P = Pressão de ar máxima no atuador;
P1 = Pressão a montante da válvula;
P2 = Pressão a jusante da válvula;
A = Área efetiva do atuador;
a = Área da haste da válvula;
S = Área da sede;
C = Variação de pressão da mola ao longo do curso (em 3 –15 = 12psig);
c = Ajuste inicial da mola em psi.
Nos casos das válvulas de sede dupla, o procedimento é o mesmo, porém, em vez de
entrar o valor S, entrará a diferença de área entre as sedes superior e inferior.
Queda de pressão
No cálculo do atuador, como fator de segurança, recomenda-se o seu cálculo na pior
das situações, quanto a força de desequilíbrio estático sobre o obturador. Essa
situação, encontra-se quando o ∆P é máximo, ou seja quando P2 = 0 e portanto ∆P =
P1 . A área de “a” da haste da válvula, somente se considera em válvulas de pequeno
diâmetros onde esta área é uma porcentagem apreciável da ares “S”.
Força de Assentamento
Embora a força de assentamento requerida dependa de diversos fatores, tais como, o
tipo de acabamento, material das sedes, etc, na maioria dos casos, nas válvulas de
sede simples a seguinte fórmula tem apresentado ótimos resultados:
1 1
FS = PA − (cA + CA ) ou FS = A (P − c − C)
3 3
SENAI 81
Elementos Finais de Controle
onde:
FS = força de assentamento, entra nas equações de equilíbrio como tendendo a abrir a
válvula.
1
PA (↓) + P1 (S –a) (↓) – P2S (↑) – CA (↑) – cA (↑) - A (P – c –C) (↑) = 0
3
Ou
P1 = 150 psi;
P2 = 50 psi.
1
PA – P1S (S –a) – CA – cA - A (P – c –C) (↑) = 0
3
Desprezando a área da haste e a considerando como pressão diferencial 150 psi (P2 =
0) teremos;
1 1 1
PA - P1S - CA - cA - PA + Ac + AC = 0
3 3 3
1 1 1
A (P – C – c - P + c + C) - P1S = 0
3 3 3
2 2 2 2 2 2
A ( P - C - c) = P1S A ( 30 - 12 - 3) = 150x7,068
3 3 3 3 3 3
A = 106 pol2 de área efetiva que deverá ter atuador, ou o superior mais próximo.
82 SENAI
Elementos Finais de Controle
b) As alternativas “e”, “f” de classe 2, grupo A, onde o fluxo tende a abrir a válvula e o
ar no atuador a fechar, são as mais favoráveis para suportar altas quedas de pressão
através da válvula. A direção do fluxo torna o obturador estável e o fato de o ar fechar
a válvula, torna possível trabalhar com faixas de mola baixas e alimentação de ar alta.
Esta mesma mola poderia elevar-se para uma faixa de 6 a 18psi (ajuste inicial alto) o
que no caso dobra a queda de pressão permitida na válvula. Faixas de mola tais como
6 – 30 psi etc, são usadas nestes casos.
Vamos agora realizar uma análise completa em função de um exemplo prático. Seja
uma válvula de controle globo sede simples de 4” de diâmetro, 100 psi de queda de
pressão e atuador tamanho 630. Analisaremos os casos fluxo fecha e fluxo abre. A
figura a seguir nos mostra o gráfico de forças de desequilíbrio estático agindo no
obturador da válvula. A figura a seguir nos mostra o resultado caso o fluxo tenda a
fechar a válvula,e também nos mostra o fluxo caso tenda abrir a válvula.
SENAI 83
Elementos Finais de Controle
FA = P • A = FM + FDE
Onde:
FA = Força do atuador;
FM = Força da mola;
FDE = Força de desequilíbrio estático;
A = Área efetiva do diafragma em cada ponto do curso.
84 SENAI
Elementos Finais de Controle
No próximo gráfico temos a curva de variação da área efetiva do atuador tamanho 630
em função do curso da válvula, dividindo o valor da força das curvas A e B pela área
efetiva (nos pontos do curso, correspondente), acharemos a pressão no atuador em
função do curso, ou seja:
P = FA / A em psi.
SENAI 85
Elementos Finais de Controle
86 SENAI
Elementos Finais de Controle
d) Como podemos observar, seria impossível operar com a válvula nestas condições,
pois com faixa de mola 3 15 psi a válvula mesmo com pressão 0 (zero) no atuador
somente abriria 0,32” de seu curso. Isto seria facilmente resolvido aumentando o ajuste
inicial da mola, ou seja, correndo a curva (a) para a direita. Porém, resta um problema,
a faixa de operação desta fica muito estreita, aproximadamente 7,2 psi, o que
conseqüentemente leva a válvula a trabalhar sem estabilidade.
e) Analisando a curva (b), vemos que a válvula somente começaria a fechar com 6,5
psi e fecharia totalmente com 24,8 psi, diminuindo o ajuste inicial da mola, correremos
esta para a esquerda; mesmo assim, um controlador com saída de 18 psi, ainda não
conseguiria fechar completamente a válvula. Portanto um controlador com faixa de 0 –
25 psi seria ideal. O formato da curva, apesar de não ser uma reta, é do tipo estável.
SENAI 87
Elementos Finais de Controle
Exemplo
Dados:
Diâmetro da válvula: 6”;
Abertura máxima: 60°;
Queda da pressão: a 60° = 3 psi;
A 0° = 25 psi.
Com o auxílio do gráfico abaixo, traçando uma linha vertical do ângulo de abertura 60°
até a curva referente ao diâmetro da válvula, ou seja, 6” e daí uma linha horizontal até
88 SENAI
Elementos Finais de Controle
Para a abertura mínima (0°), toma-se o valor da abertura de 20° como mínimo, pois
abaixo deste, o torque combinado seria menor que o próprio atrito da gaxeta e buchas
de guia.
SENAI 89
Elementos Finais de Controle
Exemplo:
Utilizando-se os dados do exemplo anterior, obtemos através do gráfico da figura
anterior, o torque de assentamento para a queda de pressão a 0° de abertura.
90 SENAI
Elementos Finais de Controle
Exercícios
Fa = _________kgf
92 SENAI
Elementos Finais de Controle
Procedimento:
SENAI 93
Elementos Finais de Controle
Exercícios
SENAI 95
Elementos Finais de Controle
Características de vazão
Características de vazão
SENAI 97
Elementos Finais de Controle
Por outro lado, sabemos também que, a vazão que escoa através de uma válvula varia
com a pressão diferencial através dela, e portanto tal variação da pressão diferencial
deve afetar a característica de vazão. Assim sendo, definem-se dois tipos de
características de vazão: inerente e instalada.
Por outro lado, a característica de vazão instalada é definida como sendo a real
característica de vazão, sob condições reais de operação, onde a pressão diferencial
não é mantida constante.
O alcance de faixa de uma válvula pode ser definido como sendo a relação entre a
máxima e mínima vazões controláveis. Ele é obtido dividindo-se o coeficiente de vazão
(em porcentagem) mínimo efetivo ou utilizável pelo coeficiente de vazão (em
porcentagem) máximo efetivo ou utilizável.
98 SENAI
Elementos Finais de Controle
O alcance de faixa inerente varia de válvula para válvula em função do estilo do corpo.
Na válvula globo é da ordem de 50:1, na esfera de 50:1 até 100:1, na borboleta 20:1,
etc.
O alcance de faixa instalado pode também ser definido como sendo a relação entre o
alcance de faixa inerente e a queda de pressão. Ele pode ser expresso por:
Q ∆P2
R 0 = 1
Q2 ∆P1
Por exemplo, devido aos requisitos do processo, a vazão pode diminuir de 100 a 25%
enquanto que, a queda de pressão aumenta de 16 para 100%, o alcance de faixa
instalada nesse caso seria de:
SENAI 99
Elementos Finais de Controle
100 100
R0 = = 10
25 16
a) Linear;
b) Igual porcentagem (50:1);
c) Parabólica modificada;
d) Abertura rápida.
100 SENAI
Elementos Finais de Controle
Q ∆S
=
Qmáx Ss
∆P = constante
A sua forma é a de uma reta de declive unitário e constante em qualquer trecho do seu
curso. Lembramos que, define-se como declive de uma curva a tangente do seu
ângulo com o eixo horizontal, conforme a figura abaixo:
AB Q 30 − Q 20 10
Trecho 1: Declive = tg θ1 = tg θ = = = =1
AC X 30 − X 20 10
SENAI 101
Elementos Finais de Controle
DE Q 60 − Q 50 10
Trecho 2: Declive = tg θ2 = tg θ = = = =1
DF X 60 − X 50 10
GH Q 90 − Q 80 10
Trecho 3: Declive = tg θ3 = tg θ = = = =1
GI X 90 − X 80 10
variação da vazão ∆Q
Kc = =
variação no curso ∆X
Podemos então constatar que o ganho da válvula é o próprio declive da curva da sua
característica de vazão, e portanto o ganho produzido por uma válvula com
característica de vazão linear é constante e unitário.
∆S
−1
Q
Ss
= R
Qmáx
∆P = contante.
102 SENAI
Elementos Finais de Controle
R = Alcance de faixa.
Nesta característica de vazão podemos constatar que sua curva não começa do ponto
de vazão igual a zero. A resposta a isso está na própria definição deste tipo de
característica, já que o aumento da vazão é uma porcentagem da vazão tida no
momento, e esta nunca poderá ser nula, pois, caso contrário, um aumento porcentual
sobre um valor zero continuará sendo zero. Desta forma, podemos ter infinitas curvas
do tipo igual porcentagem, em função dessa vazão inicial para curso igual a zero,
como podemos notar pela família de curvas igual porcentagem. Convém esclarecer
desde já que essa vazão teórica tida para curso igual a zero, nada tem que ver com o
vazamento através do assento quando a válvula estiver totalmente fechada.
SENAI 103
Elementos Finais de Controle
Vamos analisar, da mesma forma que fizemos para a característica linear, o declive ou
ganho da característica de vazão igual porcentagem, em três trechos conforme sejam
providas as correspondentes variações no curso da válvula.
AB QB − Q A 6,20 − 4,00
Trecho 1: Declive = tg θ1 = = = = 0,21
AC X 30 − X 20 30 − 20
DE Q E − QD 21,00 − 14,00
Trecho 2: Declive = tg θ2 = = = = 0,70
DF X 60 − X 50 60 − 50
GH Q H − Q G 67,00 − 45,00
Trecho 3: Declive = tg θ3 = = = = 2,20
GI X 90 − X 80 90 − 80
104 SENAI
Elementos Finais de Controle
∆S
Q Ss
=
Qmáx ∆S
2
3 − 2
Ss
∆P = constante.
AB QB − Q A 13 − 8
Trecho 1: Declive = tg θ1 = = = = 0,5
AC X 30 − X 20 30 − 20
DE Q E − QD 45 − 33
Trecho 2: Declive = tg θ2 = = = = 1,2
DF X 60 − X 50 60 − 50
SENAI 105
Elementos Finais de Controle
GH Q H − Q G 88 − 74
Trecho 3: Declive = tg θ3 = = = = 1,4
GI X 90 − X 80 90 − 80
AB QB − Q A 43 − 28
Trecho 1: Declive = tg θ1 = = = = 1,7
AC X 30 − X 20 30 − 20
106 SENAI
Elementos Finais de Controle
DE Q E − QD 80 − 70
Trecho 2: Declive = tg θ2 = = = = 1,0
DF X 60 − X 50 60 − 50
GH Q H − Q G 98 − 94
Trecho 3: Declive = tg θ3 = = = = 0,4
GI X 90 − X 80 90 − 80
Verifica-se assim, que a característica de vazão tipo abertura rápida possui um declive
ou ganho decrescente.
Para podermos realizar uma análise mais detalhada das particularidades das
diferenças nos ganhos dessas características de vazão, vamos analisar o sistema de
controle genérico abaixo:
SENAI 107
Elementos Finais de Controle
K . KV . KC . KP . KT = KL = constante
A seguir vamos compor uma análise das quatro características de vazão em função
dos seus respectivos ganhos ou sensibilidades.
a) A característica de vazão tipo abertura rápida produz um ganho muito alto a baixas
aberturas do curso e um ganho muito baixo em aberturas acima de 60% do curso total.
Tal particularidade de ganho decrescente, conforme aumenta a vazão, é inadequada
para utilização em aplicações nas quais seja necessário um controle do tipo modulado.
Portanto, a característica de vazão tipo abertura rápida destina-se apenas para
aplicações em controle do tipo biestável, na qual a válvula assume apenas duas
posições: toda aberta ou toda fechada.
108 SENAI
Elementos Finais de Controle
Nesse caso, se utilizássemos uma válvula linear, esta não teria condições de
compensar o ganho variável do processo. Desta forma, deveremos introduzir um a não
linearidade através de uma válvula linear (de característica igual porcentagem ou
parabólica modificada) para compensar os ganhos variáveis do processo e tender à
linearização do sistema todo.
Como veremos mais adiante, a utilização destas características de vazão não lineares
são amplamente recomendadas mesmo em processos lineares, pois existem outros
fatores dinâmicos que produzem sensíveis alterações nas características de vazão
inerentes.
SENAI 109
Elementos Finais de Controle
110 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 111
Elementos Finais de Controle
112 SENAI
Elementos Finais de Controle
A queda de pressão disponível para ser absorvida pela válvula de controle num
sistema de pressão constante é fácil de ser determinada. Ela é simplesmente a
diferença entre as duas pressões terminais nos reservatórios mais ou menos a
diferença na elevação, menos as perdas dinâmicas (perdas por atrito) na linha.
SENAI 113
Elementos Finais de Controle
Face a todo o exposto, podemos ter agora uma idéia, pelo menos da complexidade do
assunto e da existência de diversas experiências, das quais foram obtidos dados
práticos de muita importância.
SENAI 115
Elementos Finais de Controle
116 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 117
Elementos Finais de Controle
Exercícios
118 SENAI
Elementos Finais de Controle
b) ganho descrescente
c) ganho constante
2. Calcule a vazão inerente que escoará pela válvula de controle cuja vazão máxima
é de 10.000 m3/h.
Dados da válvula:
Característica de vazão: igual porcentagem (=%)
Rangeabilidade: 50:1
Ação: Ar para fechar (NA)
Sinal: 3 a 15 psig
Sinal: 10 psig
3. Calcule a vazão inerente que escorará por uma válvula de controle quando a
mesma estiver com 80% de abertura.
Dados:
Qmáx = 1000 GPM
Característica de vazão: linear
Y% Qi% Qr%
0
60
100
Y% Qi% Qr%
0
60
100
b) Qual das duas apresenta curva efetiva mais próxima da curva linear?
c) As duas válvulas podem ser substituídas por válvulas com características linear.
Por que?
SENAI 119
Elementos Finais de Controle
6. Uma válvula de controle está instalada em uma linha cuja vazão máxima é de 600
gal/min (total/aberta) e a característica da válvula é linear. Calcule o ganho (KV) est.
em valores reais de engenharia.
Fmáx
Equação: K V =
100%
Procedimento:
120 SENAI
Elementos Finais de Controle
Dimensionamento de
válvulas de controle
Neste item vamos apenas comentar, de forma resumida, o que ocorre, quando um
fluido incompressível em movimento passa através de uma válvula.
122 SENAI
Elementos Finais de Controle
Vamos considerar que o nosso fluido seja líquido (fluido incompressível) é quando
passa por uma restrição, a sua velocidade aumenta. Essa energia adicional, surgida
durante a passagem do fluxo pela sede da válvula, deve-se a transformação de
energia, referentes à pressão do fluido a qual diminui simultaneamente ao aumento de
velocidade conforme mostra a figura anterior.
Após a passagem do fluido pela sede, a velocidade volta ao seu valor anterior,
enquanto que a pressão recupera-se um pouco, porém mantém-se a um valor inferior
ao que tinha antes da entrada do fluido pela válvula. Essa diferença entre pressões à
montante, P1 e a jusante P2, é denominada queda de pressão. A energia não
recuperada transformou-se em calor, e, principalmente, ruído, devido ao atrito do fluxo
com as paredes e partes internas da válvula.
Pelo fato de nas válvulas de controle ser impraticável a medição da pressão no ponto
da “vena contracta”, visto que ela é interior à válvula, devemos escolher um ponto mais
adiante. Por exemplo, a pressão no ponto 2, logo após a conexão de saída da válvula,
poderia ser introduzida na equação fundamental 1, desde que devidamente corrigida.
Essa correção poderia ser feita caso fosse introduzido um fator que levasse em conta
a recuperação de pressão entre o ponto da “vena contracta” e o ponto de medição real,
ou seja P2 – PVC. Assim sendo, denomina-se por FL a esse fator de correção, o qual é
dado por:
SENAI 123
Elementos Finais de Controle
(2)
P1 − P2
FL =
P1 − PVC
Coeficiente de vazão
Define-se por CV o “número de galões de água em condições normais, que passam por
minuto, através da válvula mantendo-se um queda de pressão de 1psi”. Esse
coeficiente obtido experimentalmente, embora seja definido em função da capacidade
de água, utiliza-se também para definir a capacidade de fluidos compressíveis, tais
como gases e vapores.
124 SENAI
Elementos Finais de Controle
Assim sendo, surgiram após 1962, uma série de novas equações e coeficientes
recomendados para serem utilizados nos casos onde a formulação apresentada pelo
FCI conduziam a significantes erros. Essas equações e coeficientes (recomendados
por fabricantes e usuários), surgidas após a FCI 62-1, tiveram como base, um notório
desenvolvimento do conhecimento teórico das transformações que ocorrem no fluido
ao escoar através de uma válvula de controle, embora alguns ainda permaneçam
bastante inseguros, como dos líquidos não Newtonianos e mistura de fase.
SENAI 125
Elementos Finais de Controle
Fluidos incompressíveis
O procedimento de apresentação das fórmulas pela ANSI/ ISA S 75.01, foi o de utilizar
uma fórmula básica para qualquer tipo de aplicação, em função de uma série de
fatores de correção introduzidos. Também foram introduzidas as constantes numéricas
para transformação da fórmula ao sistema de unidade métrica (SI).
Caso a vazão seja fornecida em unidades de peso, isto é LB/H, Kg/H, utilizaremos a
seguinte equação:
(6) Vazão Mássica
W = N 6 FP FY FR C V ∆Pγ
126 SENAI
Elementos Finais de Controle
N, constantes numéricas
As constantes numéricas N1 e N6 dependem das unidades de medidas utilizadas.
Valores para N1, assim como para outras constantes numéricas são dados na tabela
da página 142.
SENAI 127
Elementos Finais de Controle
N2 d
O termo ∑K representa a soma algébrica dos coeficientes de resistência da pressão
Nesse caso KB1 = KB2 e portanto anulam-se na equação (8). Caso contrário. Eles
devem ser calculados mediante a equação:
(9)
4
d
KB = 1−
D
d = KB1
D = KB2
128 SENAI
Elementos Finais de Controle
2
d2
K 2 = 1.0 1 − 2
D
d2 = Válvula
D2 = Tubulação
Para efeito de uma maior simplificação operacional, na tabela abaixo, são dados
valores já calculados do fator de correção FP, caso ambos os cones (de entrada e de
saída) sejam do mesmo diâmetro.
Na série de exemplos dados no final desta primeira parte podemos avaliar melhor o
significado do fator de correção FP, independentemente dos outros fatores de correção.
SENAI 129
Elementos Finais de Controle
Bloqueado (“chocked Flow”). Aqui, vamos introduzir o fator FY utilizado para limitar o
valor da pressão diferencial para efeito de dimensionamento.
O fator de líquidos para Fluxo Bloqueado FY, considera o efeito das várias geometrias
de corpo de válvulas e as propriedades do fluido sob condições de fluxo bloqueado.
Este fator é a relação entre a pressão diferencial máxima e efetiva na produção de
vazão para efeito de dimensionamento e a pressão diferencial real através da válvula
requerida pelo processo, assumindo que o fluxo seja incompressível e não
vaporizante. O valor do fator FY pode der calculado mediante a equação:
(13)
P1 − FF PV
FY = FL
∆P
Ou pode ser obtido diretamente pelo gráfico a seguir (Gráfico do Fator de correção FY)
Pela equação (13), valores de FY superiores a 1,0 significam que a máxima pressão
diferencial para efeito de dimensionamento é a maior pressão diferencial real e
portanto, nesses casos, o valor FY Utilizado na equação geral (5) será igual a 1,0
significando dessa forma que não existe correção alguma, pois o fluxo não é crítico.
Inversamente, caso o valor de FY calculado pela equação (13) ou obtido pelo gráfico,
for inferior a 1.0, significa que a máxima pressão diferencial, para efeito de
dimensionamento, é menor que a pressão real, portanto, temos uma condição de fluxo
crítico, fato pelo qual devemos introduzir o valor de FY na equação geral (5).
Resumindo, o valor do fator FY a ser utilizado na equação geral (5) deve ser limitado a
valores iguais ou menores que 1,0.
130 SENAI
Elementos Finais de Controle
P1 − P2
KC >
P1 − PV
PV = Pressão Vaporização
onde:
(17)
Ki = K1 + KB1
132 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 133
Elementos Finais de Controle
A equação acima pode ser ligeiramente simplificada, para maioria dos tipos de
válvulas, com exceção da esfera e borboleta, considerando-se como desprezível a
parte da equação entre os colchetes.
134 SENAI
Elementos Finais de Controle
Como foi anteriormente mencionado, nem todos os líquidos viscosos têm a capacidade
de vazão calculada através da equação geral (1). Essa equação deve ser utilizada
apenas para líquidos Newtonianos. Um líquido não Newtoniano, é caracterizado pelo
fato, de não ser proporcional, a relação entre tensão de cisalhamento e sua
deformação. Infelizmente, para efeito de dimensionamento de válvulas, a maioria dos
líquidos viscosos não são Newtonianos, como tintas, polímeros, líquidos lamacentos
(“slurries”), colóides, mel, “ket-chup”, emulsões de água em óleo ou óleo em água,
líquidos com sólidos em suspensão, polpa de papel, além de muitos outros. É devido a
SENAI 135
Elementos Finais de Controle
esse fato que até hoje o cálculo correto da capacidade de vazão de uma válvula em
líquidos viscosos deixa algo a desejar.
Nenhuma formulação existe para tais tipos de líquidos e a própria ISA S 39.1 salienta
que “... em virtude da variação de sua viscosidade aparente, a capacidade de válvula
deverá ser determinada através de testes sob idênticas condições de processo as tidas
na própria instalação, incluindo velocidade, temperatura, geometria e pressão
diferencial. Devido ao grande número de tipos de líquidos não Newtonianos com
viscosidade de característica excepcionais, estes impedem a possibilidade de uma
solução geral...”
Fluidos compressíveis
A vazão de um gás ou vapor que escoa através de uma válvula, pode ser calculada
por qualquer uma das equações dadas a seguir. Deverá ser escolhida aquela que for
mais conveniente, em função dos dados disponíveis.
(21)
W = N 6 FP C V Y x P1 γ 1
136 SENAI
Elementos Finais de Controle
(23)
xM
W = N 8 FP C V P1 Y
T1 Z
(24)
x
Q = N 9 FP C V P1 Y
MT1 Z
onde:
(25)
x
Y =1−
3FK X T
P1 − P2
x =
P1
e
(26)
k
FK =
1.40
kgás
FK =
kar
Em todas as equações dadas acima, o valor de x não pode exceder o valor do produto
FK XT. Assim, mesmo que o valor da razão da queda de pressão, x seja superior a FK
XT, esse valor limite será utilizado em qualquer uma das equações anteriores.
N – Constantes numéricas
A constante numérica N, é uma função das unidades de medição utilizadas. Na tabela
(de valores de constantes numéricas) são listadas os valores das diversas constantes
numéricas que serão utilizadas nesta unidade.
SENAI 137
Elementos Finais de Controle
Y – Fator de expansão
O fator de expansão Y, relaciona-se a variação de densidade do fluido durante a sua
passagem através da válvula, entre o ponto de entrada no mesmo e o ponto da “vena
contracta”. Ele também relaciona a variação na área do fluido na “vena contracta” em
função da variação da queda de pressão.
A influência produzida pelos itens a, b e c é definida por meio do fator XT, denominado
de fator da razão da queda de pressão. A influência do número de Reynolds, no caso
de escoamento de fluidos compressíveis, é desprezível, enquanto que a influência da
razão dos calores específicos é pequena, como veremos mais adiante. O fator de
expansão Y pode ser calculado mediante a equação (25).
Isto significa, que numericamente o valor de Y, possui uma faixa entre 1,0 e 0,667 e o
declive da reta Y x dada no gráfico a seguir é o produto FK XT.
138 SENAI
Elementos Finais de Controle
−1
XT K K CV
2
X T FP = X TP = 2
1+ T i 2
FP N5 d
SENAI 139
Elementos Finais de Controle
140 SENAI
Elementos Finais de Controle
Como já foi anteriormente mencionado, a norma ANSI / ISA S 75.01, indica que as
equações não são válidas para o caso de fluxo com mistura de fase, tais como,
líquidos-gás ou líquido-vapor.
SENAI 141
Elementos Finais de Controle
refino, iremos então apresentar o tal método provisório, para o cálculo da capacidade
de vazão de fases misturadas.
Líquido-gás
Quando por exemplo, uma mistura homogênea de líquido e gás escoa através de
válvula, o peso específico do líquido permanece constante, enquanto que o do gás
varia, expandindo o seu volume e afetando a vazão.
Através das equações (6) e (21), notamos que a vazão de um fluido compressível é
proporcional a Y γ 1 = γ e , onde γ e é o peso específico efetivo de um fluido
incompressível, o qual deve escoar com a mesmo vazão, às mesmas condições de
processo. Portanto temos γ e = Y 2 γ 1 , onde Y2 aparece como fator de correção, para
onde:
(29)
f g v gl
Ve = + ff v f
Y2
(30)
f f = 1 − fg
(31)
R o T1
v gl =
144 MP1
142 SENAI
Elementos Finais de Controle
Líquido-vapor
No caso de mistura de líquidos com seu próprio vapor, apresenta-se diferentemente do
observado no caso do líquido-gás, e é muito mais difícil de equacionar, devido ao fato
de haver uma transferência de massa e energia entre as duas faces. O fato do
processo do fluxo ser aproximado isotrópico desde a entrada da válvula até a “vena
contracta”, enquanto que no total (entre entrada e saída) é considerado como
isoentálpico, é particularmente significativo para o fluxo líquido-vapor. Dependendo das
condições à montante, o fluido pode tender a evaporar-se ou condensar-se no primeiro
estágio, porém sempre irá evaporar-se no segundo estágio, isto é, durante a etapa de
recuperação de pressão.
Assim como no caso de fluxo líquido-gás há uma boa razão para assumirmos que no
mínimo, a “vazão bloqueada” é controlada por fatores diferentes, dependendo se a
fase contínua for do líquido ou do vapor que passa, pois um líquido e um vapor podem
nem sempre estarem termodinamicamente em equilíbrio, podendo qualquer uma das
fases existir temporariamente num estado de superaquecimento. Isso torna-se muito
difícil para efeito de dimensionamento, pois significa que uma pequena variação na
qualidade do vapor pode causar uma grande variação na densidade do fluxo, que por
sua vez alterará a vazão. Assim sendo, qualquer resultado calculado é sem exatidão, e
deve ser, sempre que possível, evitada a utilização de válvula de controle num fluxo de
líquido e vapor misturado, principalmente se a parte de vapor for pequena.
SENAI 143
Elementos Finais de Controle
Nomenclatura
A = Área;
D = Diâmetro da linha;
144 SENAI
Elementos Finais de Controle
g = Aceleração da gravidade;
KB = Coeficiente Bernoulli;
M = Peso Molecular;
N = Constante numérica;
P = Pressão absoluta;
SENAI 145
Elementos Finais de Controle
Q = Vazão Volumétrica;
v = Volume específico;
V = Velocidade média;
W = Vazão em Peso;
γ = Peso específico;
146 SENAI
Elementos Finais de Controle
∑ = Soma;
Subíndices
1 = Montante;
2 = Jusante;
vc = “vena contracta”.
Exercícios
1 – fluido = H2O;
Q = 100 GPM;
P1 = 100 psi;
P2 = 60 psi;
T1 = 120 °F;
Densidade relativa = 0,98;
PV = 1,6927 psi;
Pc = 3206 psi;
Diâmetro tubulação = diâmetro da válvula Fp = 1;
Fluxo turbulento (Fr = 1);
Tipo de válvula = globo gaiola série 85;
Sentido de fluxo = fluxo para fechar.
Determinar:
Fy =
Cv Calculado =
Cv Selecionado =
% abertura =
SENAI 147
Elementos Finais de Controle
P2 = 165 psi;
T1 = 130 °C;
Densidade relativa = 0,87;
PV = 2,5 psi;
Pc = 700 psi;
Diâmetro tubulação = 8”;
Fluxo laminar = viscosidade (µ) = 4.000 cp;
Tipo de válvula = esfera série HIB.
Determinar:
Cv Calculado =
Cv Selecionado =
° regulador =
% abertura =
3 – Fluido = acetileno;
Q = 15000 cfh;
P1 = 300 psi;
P2 = 220 psi;
T1 = 300° F;
Peso molecular (M) = 26;
K acetileno = 1,28;
Diâmetro tubulação = 2 ½ sch 40
Sentido de fluxo = fluxo para abrir.
Determinar:
O valor y =
Vc calculado =
Tipo de Válvula =
148 SENAI
Elementos Finais de Controle
Nível de ruído
SENAI 147
Elementos Finais de Controle
Definição de ruído
148 SENAI
Elementos Finais de Controle
Ps 2
I= g
c
SENAI 149
Elementos Finais de Controle
W = 4 .r 2 ( I )
• Nível de Potência Sonoro (Lp): o nível de potência sonora de uma fonte geradora
de som, em decibéis, é dado pela equação:
Ws
Lp = 10 log ( db)
Wso
Ps
SPL = 20 log (db )
Pso
150 SENAI
Elementos Finais de Controle
Uma válvula de controle pode gerar três tipos de ruídos com características diferentes.
Este tipo de ruído surge geralmente junto ao ruído produzido pela cavitação de líquidos
ou ao ruído aerodinâmico dos gases e vapores.
SENAI 151
Elementos Finais de Controle
152 SENAI
Elementos Finais de Controle
fatores, independentes da válvula. Tais fatores podem ser a direção do fluxo através da
válvula, a configuração da tubulação à montante e outros.
O ruído produzido pela cavitação, nunca deve ser ouvido numa planta industrial bem
projetada. Partindo do propósito que a cavitação deve ser evitada, um dos seus
efeitos, o ruído, não deverá existir. O ruído produzido pelo colapso das bolhas ou
cavidades, possui uma faixa de freqüência bastante ampla.
Este é o ruído mais importante produzido pelas válvulas de controle e talvez o mais
fácil de ser produzido, em virtude da alta velocidade de escoamento, que é própria dos
fluidos compressíveis. O ruído aerodinâmico surge principalmente quando a velocidade
de escoamento do fluxo atinge níveis sônicos e supersônicos, embora também haja
produção de ruído aerodinâmico, em velocidades subsônicas, devido principalmente a
grandes vazões. Segundo o maior pesquisador em ruído aerodinâmico, M. J. Ligthill no
SENAI 153
Elementos Finais de Controle
a) Ruído hidrodinâmico
Este tipo de ruído pode ser calculado mediante a equação:
154 SENAI
Elementos Finais de Controle
SPLC = correção do nível de ruído. O valor de SPLC pode ser desprezado caso Kc for
superior a 0,9(FL)2.
b) Ruído aerodinâmico
Para o cálculo do ruído produzido por um fluxo de gás ou vapor (tanto em regime
subcrítico como crítico) podemos utilizar a seguinte solução gráfica simplificada:
onde:
SPL = nível de ruído a 1 metro de distância da válvula (dbA). Para válvulas
descarregando diretamente à atmosfera, acrescente ao SPL calculado o valor das
perdas por transmissão (TL).
SPLQ = nível de ruído em função da capacidade de válvula e tipo de válvula.
SPLP = nível de ruído em função da pressão de entrada P1.
SPLE = nível de ruído, em função das diferentes eficiências, tidas para cada tipo de
válvula, na transformação da energia mecânica em acústica.
SPLG = nível de ruído em função do tipo de fluido e da temperatura. Já que a
densidade relaciona essas duas variáveis, o fator SPLG, portanto, é função da
densidade.
SENAI 155
Elementos Finais de Controle
O fator SPLG = é uma função da densidade do fluido. Na tabela a seguir estão listados
os valores de SPLG para diversos fluidos bastante comuns. Entretanto, caso seja
utilizado um outro fluido não listado nessa tabela para obtermos o SPLG, devemos
utilizar a seguinte equação:
( Vc ) gás
SPLG = 20 log (G) + 23 log
( Vc ) ar
onde:
G = gravidade específica do fluido;
Vc = velocidade sônica.
156 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 157
Elementos Finais de Controle
Fluido db
Vapor Saturado -2
Valor Superaquecido -3
Gás Natural -1
Hidrogênio -10
Oxigênio 0,5
Amônia -2
Ar 0
Acetileno -1
Dióxido de Carbono +1
Monóxido de Carbono 0
Hélio -6,5
Metano -1
Nitrogênio 0
Propano +1
Etileno -1
Etano -1
Fator Referente ao Tipo de fluido, SPLG
158 SENAI
Elementos Finais de Controle
Gráfico do valor das perdas por transmissão a serem acrescidas ao valor calculado do
SPL caso a válvula descarregue diretamente na atmosfera
Kc = 0,38
P2 – PV = 125 – 58 = 67 psi SPL∆ = 36
Como Kc > 0,9 (FL2) SPLC = 0
Assim teremos: SPL = 70 + 36 – 0 = 106 dbA
SENAI 159
Elementos Finais de Controle
SPLQ = 23 dbA
SPLP = 85 dbA
SPLE = 22 dbA
SPLG = -1 dbA
SPLA = 17 dbA
Assim temos:
160 SENAI
Elementos Finais de Controle
Entretanto, caso o nível de ruído seja superior a 10 db, acima do nível permissível,
outros tipos de soluções, inclusive mais onerosas, devem ser tomadas. Tais soluções
consistem basicamente na utilização de: válvulas com internos tipo baixo ruído,
utilização de difusores e utilização de silenciadores.
Por outro lado, o número de elementos utilizados nesse sistema de internos de baixo
ruído, é função do nível de atenuação de ruído necessário.
Este tipo de válvula de construção especial em relação aos tipos comuns, consegue
proporcionar uma atenuação de ordem de 30 db.
SENAI 161
Elementos Finais de Controle
b) Difusores
O difusor consiste de um elemento tubular ou plano dependendo da capacidade
requerida com diversos orifícios através dos quais o fluido difunde-se.
Tais difusores são instalados na própria tubulação logo após a válvula de controle. A
função do difusor é reduzir o nível de ruído ambiental, função essa que a executa
duplamente. O difusor, pelo fato de ser uma obstrução na linha, absorve parte da
queda de pressão do sistema, a qual seria absorvida pela válvula, caso o difusor não
tivesse sido instalado, evitando-se desta forma reduções muito maiores do que a
crítica através da válvula. Ainda no difusor, pelo fato da passagem do fluxo ser
distribuída através de pequenos números de orifícios, a frequência do ruído produzido
pela válvula é aumentado, fato esse que dificulta a transmissão de ruído ambiente
através da tubulação.
162 SENAI
Elementos Finais de Controle
c) Silenciadores
Existem dois tipos básicos de silenciadores: silenciadores reativos e dissipativos.
SENAI 163
Elementos Finais de Controle
164 SENAI
Elementos Finais de Controle
Os limites do nível de ruído, de acordo com a OSHA (“Occupational Safety and Health
Act”) dados na tabela, referem-se aos valores que atingem o ouvido do trabalhador.
Assim sendo, uma válvula de controle que produza um nível de ruído superior a 90
dbA somente será prejudicial a quem permanecer a 1 metro (distância padronizada no
cálculo) afastada dela, durante 8 (oito) horas por dia. Portanto, caso a referida válvula
de controle esteja instalada num determinado lugar, suficientemente afastada dos
locais de permanência dos trabalhadores, o seu nível de ruído produzido pode ser
superior a 90 dbA (medidas a 1 metro), sem com isso violar os limites da OSHA.
d2
(SPL) 2 = (SPL)1 − 10 log d1
SENAI 165
Elementos Finais de Controle
onde:
(SPL)2 = nível de ruído a nova distância d2 (dbA);
(SPL)1 = nível de ruído medido à distância oficial d1 (1 metro);
d2 = nova distância (metros);
d1 = distância original = 1 metro.
Apenas para ilustrar, são dados na tabela abaixo valores em dbA que podem
acrescentar-se aos limites da OSHA, para algumas distâncias superiores a 1 metro.
onde:
(SPL)total = nível de ruído medido à 1 metro da válvula;
SPL = nível de ruído estimado a ser produzido pela válvula;
SPLA = nível de ruído ambiental.
O nível de ruído ambiental pode ser medido antes da operação da válvula ou estimado
através da medição do ruído à distância de 1,3 e 6 metros da válvula em ambos os
lados da tubulação. Se o ruído ambiental for baixo, o nível de ruído medido deverá
diminuir em pelo menos 5 db entre 1 e 3 metros, e no mínimo 8 db entre 1 e 6 metros.
Se a redução no valor do SPL for menor do que esses valores, então pode-se assumir
166 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 167
Elementos Finais de Controle
168 SENAI
Elementos Finais de Controle
É por isso que devidas e importantes precauções devem ser tomadas para que a
velocidade de escoamento do fluxo compressível seja limitada em determinados
valores, como veremos mais adiante.
a) Líquidos
N10 .Q
V=
d2
b) Gases
N11.Q.T
V=
d 2 . P1
c) Vapor de Água
SENAI 169
Elementos Finais de Controle
N12 .W.v1
V=
d2
Líquidos
1/2" a 2” 20 pés/seg (6,1 m/seg).
2 1/2" a 4” 17 pés/seg (5,2 m/seg).
6” a 8” 15 pés/seg (4,6 m/seg).
10” a 12” 12 pés/seg (3,7 m/seg).
14” e acima 11,5 pés/seg (3,5 m/seg).
Gases e Vapores
1/2" a 2” 20 pés/min (6,1 m/seg).
2 1/2" a 4” 17 pés/min (5,2 m/seg).
6” a 8” 15 pés/min (4,6 m/seg).
10” a 12” 12 pés/min (3,7 m/seg).
14” e acima 11,5 pés/min (3,5 m/seg).
Um escoamento diz-se sob velocidade sônica, quando seu valor atinge à velocidade
de som propagando-se no seu meio. A velocidade acústica de um determinado
escoamento é uma função da temperatura absoluta do fluido, e pode ser calculada
mediante as seguintes equações:
Gases:
kT
Vc = N13
M
Vc ≅ 99,000 pés/min.
Vc = N14 T
170 SENAI
Elementos Finais de Controle
Vapor:
Vc = N15 kPv
Uma válvula de controle pode ser de certa forma comparada a um bocal convergente-
divergente conforme mostra a figura.
Vamos com o auxílio do modelo físico proporcionado pelo bocal, estudar vários
possíveis tipos de escoamento em função da velocidade do fluxo através das várias
partes do bocal.
SENAI 171
Elementos Finais de Controle
Para termos fluxo através do bocal é condição necessária e suficiente que Pv < Po.
Assim se Pv for ligeiramente inferior à pressão de estagnação Po, o escoamento
através do bocal será totalmente subsônico (Mach < 1) com a parte convergente
funcionando como bocal e a parte divergente com difusor. Nessas condições a redução
da área de passagem corresponde a uma diminuição da pressão através do bocal. A
curva 1 simboliza tal situação.
172 SENAI
Elementos Finais de Controle
Se a pressão Pv for ainda mais reduzida, digamos até o valor dado pelo ponto 3
teremos um escoamento subsônico (Mach < 1) até chegarmos à garganta onde temos
escoamento sônico (Mach 1) por um instante e após a garganta até um determinado
ponto da parte divergente do bocal teremos um escoamento supersônico (Mach > 1).
Nesse ponto, onde a pressão é Py, surge uma descontinuidade de pressão
denominado por onda de choque, que faz com que o escoamento volte a subsônico
reconvertendo a energia cinética em pressão e fazendo com que o escoamento possa
atingir isentropicamente, a partir de Py, a pressão de saída do bocal Ps = Pv = P3. O
escoamento entre a seção do choque até a seção da saída será subsônico.
Abaixando-se mais ainda o valor de Py até que se tenha Pv igual a pressão do ponto
6, aí teremos um fluxo totalmente supersônico e isentrópico, inclusive na seção de
saída. Neste caso teremos ainda que Ps=Pv.
Para valores de Pv entre os pontos 4 e 6 (regime III) por exemplo, quando Pv atinge o
valor da pressão do ponto (5), o fluxo no bocal é ainda supersônico e isetrópico, com
Ps=P6.
SENAI 173
Elementos Finais de Controle
Após a explicação quanto aos vários tipos de fluxos através de um bocal convergente-
divergente podemos voltar ao nosso exemplo, a válvula. Desta forma, dependendo da
pressão da demanda do processo ou contra-pressão podemos ter vários tipos de
escoamento e sempre que atingirmos uma velocidade supersônica, tanto no interior da
parte divergente do bocal como a saída deste, um processo irreversível de ondas de
choque (normais e oblíquas) surgirá para tornar o escoamento subsônico. Vamos
analisar tudo isso, mediante o exemplo dado na figura a seguir, onde vemos
esquematicamente uma válvula globo e seu gradiente de pressões. Sempre que a
pressão estática no interior da válvula atingir um valor de aproximadamente 50% do
valor da pressão estática na entrada da válvula, a velocidade atinge o valor sônico
(Mach 1) e nesse ponto nenhuma redução adicional da pressão a valores inferiores a
50% da pressão de entrada P1 deve dispor de uma área de expansão à jusante desse
ponto. Seguindo-se as leis da expansão isentrópica, uma diminuição da pressão ocorre
através de um subseqüente aumento do volume. Dependendo da relação de áreas
entre entrada e saída da tubulação à jusante, pode-se esperar aumentos de velocidade
até valores da ordem de Mach 2 ou 3.
Essa alta energia cinética é reconvertida rapidamente em pressão através das ondas
de choque que ocorrem à jusante da válvula. Nesse ponto devido ao processo da
reconversão de energia, atinge-se altos níveis de ruído aerodinâmico. No mecanismo
das ondas de choque desenvolvem-se altos níveis de ruído, daí o porque da
necessidade da limitação da velocidade do fluxo na saída da válvula, evitando-se que
essa ultrapasse a velocidade sônica. Caso contrário, sendo a velocidade do fluxo na
saída da válvula superior à sônica, a tubulação à jusante dela irá funcionar como um
verdadeiro amplificador de velocidade, e portanto de ruído, pois num regime de
escoamento supersônico, a velocidade aumenta com o aumento da área de
passagem, conforme podemos deduzir pela expressão, para escoamentos isentrópicos
e com pouco atrito:
dA dV
=− (1 − Mc 2 )
A V
174 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 175
Elementos Finais de Controle
O referido diâmetro de saída sônico pode ser calculado através das seguintes
equações:
Gases:
Q T2 G
d 2 = N16
P2 k
Vapor saturado:
Wv
d 2 = N17
T
Vapor superaquecido:
Wv
d 2 = N18
T
Desta forma, nas aplicações com fluidos compressíveis nas quais haja uma proporção
de queda de pressão o suficientemente elevado para produzir um fluxo supersônico na
saída da válvula, o dimensionamento do tamanho do corpo será regido em função do
cálculo do mínimo diâmetro sônico de saída conforme dado das equações.
N – constantes numéricas
176 SENAI
Elementos Finais de Controle
N Variáveis
Q W P T d v V
N10 = 0,408 GPM - - - pol. - pés/seg.
3
= 354 M /H - - - mm. - m/seg.
N11 = 0,156 SCFH - psi R pol. - pés/seg.
3
= 1,23 NM /H - bar (abs.) K K mm. - m/seg.
3
N12 = 3,06 - Lb/H - - pol. Pé /lb pés/seg.
= 354 - Kg/H - - mm. M3 kg m/seg.
N13 = 13380 - - - R - - pés/seg.
= 91 - - - K - - m/seg.
N14 = 3600 - - - - - - pés/seg.
= 20 - - - - - - m/seg.
N15 = 4086 - - psi R - Pé3/lb pés/seg.
3
= 1038 - - bar (abs.) K K - M kg m/seg.
N16 = 0,00684 SCFH - psi R pol. - -
3
= 0,27 NM /H - bar (abs.) K K mm. - -
3
N17 = 0,026 - Lb/H - R pol. Pé /lb -
3
= 3,94 - Kg/H - K mm. m kg -
3
N18 = 0,0252 - Lb/H - R pol. Pé /lb -
= 3,81 - Kg/H - K mm. m3 kg -
Valores das constantes numéricas
Nomenclatura:
A Área
d Diâmetro da Válvula
D Diâmetro da Linha
G Peso Específico Relativo
K Relação dos Calores Específicos
M Peso molecular
Mc Número de Mach
N Constante Numérica
P Pressão Absoluta
Q Vazão Volumétrica
T Temperatura absoluta
V Velocidade
Vc Velocidade do som
V Volume específico
SENAI 177
Elementos Finais de Controle
W Vazão Ponderal
Subíndices:
1 Montante
2 Jusante
Exemplo:
s
Q = N q Fp C V P1 Y
MT1 Z
O fator de compressibilidade Z é:
Pressão reduzida:
P 680
(Pr) = 1 = = 0,59
PC 1143
Temperatura reduzida:
T 910
( Tr ) = 1 = = 1,17
TC 775
178 SENAI
Elementos Finais de Controle
Pr = 0,59
Z=0,85
Tr = 1,17
∆P 680 − 90
Por outro lado, temos também que x = = = 0,86
P1 680
Portanto, voltando com os correspondentes valores temos:
0,86
205.000 = 7320 (FP C V ) 680 ( Y )
64 (910) (0,85)
YFPCV = 9,88
Vamos agora admitir em função dos dados de processo, que o tipo de válvula a ser
selecionada é do tipo globo convencional sede simples, igual porcentagem do
contorno. Visto que o diâmetro da linha é 2.1/2” e o valor calculado para YFPCV, vamos
presupor inicialmente uma válvula de 1.1/2” de diâmetro. Portanto teremos:
Cv = nominal = 27
d = 1.1/2”
XT = 0,72
N3 C V 27
= = 12 FP=0,95
2
d 1,5 2
d 1,5
= = 0,6 XTP ≅ 0,72
D 2,5
k 1,25
FK = = = 0,89
1,40 1,40
Com o valor máximo de x a ser utilizado nas equações, é limitado pelo produto FK XTP ,
neste caso 0,64 devemos corrigir os valores até aqui obtidos, utilizando-se x = 0,64, ou
seja:
0,64
205.000 = 7320 (FP C V Y ) 680
64 (910) (0,85)
SENAI 179
Elementos Finais de Controle
YFPCV = 11,45
Mas:
x 0,64
y = 1− = 1− = 0,67
3FK X TP 3 (0,64 )
Portanto temos:
11,45 11,45
CV = = = 17,98
Y(FP ) 0,67 (0,95)
onde:
SPLQ = 22 db
SPLP = 75 db
SPLE = 28 db
Vc (gás) 940
SPL G = 20 log (G) + 23 log = 20 log 2,20 + 23 log = 5 dbA
Vc (ar ) 1120
SPLA = 17 db
180 SENAI
Elementos Finais de Controle
Essa velocidade está de acordo com os limites estabelecidos, os quais limitam uma
máxima velocidade na entrada de uma válvula de 1.1/2” de diâmetro da ordem de
20.000 pés/min.
kT 1,25 (910)
VC (SO 2 ) = N13 = 223 (60) = VC (SO 2 ) = 56.408 pés / min
M 64
V2
Mach =
VS
Assim:
143,712
Mach = = 2,5
56,408
d2 = 2,06”
SENAI 181
Elementos Finais de Controle
Significa que o corpo da válvula deve possuir diâmetro maior do que 2,06”, para termos
uma velocidade na saída dela inferior à sônica. Portanto uma seleção correta daria
para utilizarmos uma válvula modelo 903 (ou 904, dependendo da posição por falha)
de 2 1/2" x 1 1/2" que possui um CV nominal de 22, isto é, trabalharia para permitir o
escoamento de 205.000 pés cúbicos normais por hora do gás, numa abertura de 94%.
Para termos uma idéia da redução obtida no nível de ruído, poderemos proceder da
seguinte forma:
Utilizando-se de uma válvula com corpo de 2 1/2" teremos na sua saída uma
velocidade:
ou seja, Mach = 0,9, contra um escoamento com Mach, 2,5 tido originalmente quando
da seleção preliminar de uma válvula de 1 1/2". Reduzimos, portanto, a velocidade de
aproxidamente 3 vezes. Como a potência sonora é proporcional a velocidade elevada
a oitava potência (no caso de fluidos subsônicos) e à 6,5 potência no caso de fluxos
supersônicos, neste caso teríamos uma redução da potência sonora da ordem de 33
db no nível de ruído produzido.
Pelo anteriormente exposto, a válvula a ser utilizada é de 2 1/2" x 1 1/2". Sendo que a
velocidade de escoamento na tubulação é recomendada em valores inferiores à Mach
0,3, iremos calcular o diâmetro da tubulação à jusante da válvula.
V2
Mach 0,3 = V2 = VC . (0,3)
VC
182 SENAI
Elementos Finais de Controle
Isso significa que a tubulação à jusante da válvula deve ter um diâmetro interno
superior a 4,3”. Vamos selecionar, então, uma saída em 6” de diâmetro. Desta forma, a
montagem da válvula seria conforme o esquema dado abaixo.
O fator FP, portanto, requer uma correção, pois foi calculado em função da suposição
de que a válvula seria instalada entre dois cones iguais de redução, fato esse que
agora vemos não ser verdadeiro.
1
FP =
1+
∑ K C V
2
N2 2
d
onde:
N2 = 890
∑K = K1 + K2 + KB1 + KB2
No nosso exemplo:
K1 = 0
KB1 = 0
e, portanto ∑K = K2 + KB2
2 2
d2
2
2
K 2 = 1,0 1 − = 1,0 1 − 2,5 = 0,68
D2
2 62
SENAI 183
Elementos Finais de Controle
4 4
d
= 1,0
2,5
K B2 = 1 − 2 = 0,03
D2 6
Assim:
1
FP = = 0,99
2
0,71 27
1+
890 2,5 2
11,45
CV = = 17,26
0,67 (0,99 )
Exercícios Resolvidos
Exercício 1
Fluido = água;
Vazão (Q) = 250 GPM;
Pressão de entrada (P1) = 75 psi;
Pressão de saída (P2) = 65 psi;
Temperatura (T) = 60°F;
Densidade Relativa (G) = 1,0;
Diâmetro de Linha (D) = 4” (SHC 40).
Solução:
1) Cálculo do Coeficiente CV
∆P
Q = N1 FP FY FR C V
G
184 SENAI
Elementos Finais de Controle
P1 − FF PV
FY = FL
∆P
PV 0,25
Onde: FF = 0,96 – 0,28 = 0,96 – 0,28 = 0,958
PC 3206
75 − 0,958 × 0,25
(1) FY = FL = 2,73 FL
10
O valor FL é função do tipo de válvula utilizada. Como nos dados não se forneceu o
tipo de válvula, teremos que escolhe-la. Poderíamos, por exemplo, analisar o problema
da seguinte forma: pela expressão (1), o fator FY depende do FL e este do tipo de
válvula. Portanto FY depende do tipo de válvula selecionada. Se FY > 1, temos um
escoamento não cavitante. Se FY < 1, o escoamento é tipo fluxo bloqueado. Portanto,
na expressão (1);
Vamos portanto, escolher uma válvula globo convencional sede dupla, série 900,
obturador tipo contorno e portanto FL = 0,89. Temos então que:
SENAI 185
Elementos Finais de Controle
10
250 = 1,0 (FP CV) 1,0 (1,0)
1,0
onde assumimos FR = 1,0, pois por ser água, o fluxo é turbulento por excelência.
Obtemos, assim:
FP CV = 79
Nesta altura, face ao valor de produto FP CV, temos que escolher previamente um
diâmetro de válvula, para então podermos calcular o valor do fator FP, o qual considera
a correção em função da diferença no diâmetro, entre a linha e a válvula. Pelo catálogo
da série 900, vemos que uma sede dupla de 3” de diâmetro apresenta um CV = 110.
vamos então calcular o FP, já que a linha é de 4” de diâmetro. Por uma tabela, obtemos
o valor de FP, conforme segue:
d 3"
= = 0,75
D 4"
FP = 0,98
N3 C V 1 (110 )
= = 12
d2 32
79
CV = = 81
0,98
Toda vez que um válvula for instalada numa linha de maior diâmetro, isto é, sempre
que o fator FP for menor do que 1,0, devemos corrigir o valor do FL utilizado, o qual sob
a influência da tubulação passa a ser FLP. Embora nas válvulas tipo globo, a correção
do FP seja praticamente desprezível, é conveniente acostumar a considerá-la, para
principalmente utilizá-la nos casos das válvulas de alta recuperação de pressão, tais
como as válvulas borboleta e esfera. Portanto, teremos:
−1
1 K (C V / d 2 ) 2
2
FLP = 2 + i
FL 890
onde: Ki = K1 + KB1
186 SENAI
Elementos Finais de Controle
Dentre todos, é sem dúvida alguma o posicionador o mais comumente utilizado, sendo
que em alguns tipos de válvulas, realmente deixa de ser considerado como acessório,
passando a ser parte integrante da própria válvula. O posicionador pode ser
pneumático ou eletropneumático.
Posicionador pneumático
SENAI 205
Elementos Finais de Controle
206 SENAI
Elementos Finais de Controle
Esquema de uma válvula operando: (a) sem posicionador e (b) com posicionador.
SENAI 207
Elementos Finais de Controle
208 SENAI
Elementos Finais de Controle
a) Para compensar a força gerada pelo atrito: nas aplicações em processos de alta
pressão ou aplicações outras, onde a gaxeta esteja bastante apertada, para evitar
vazamentos, há o surgimento de um atrito considerável contra a haste, produzindo-se
uma histerese e tempo morto maior que o limite normalmente aceito. Nesses casos,
aconselha-se a utilização de um posicionador, para enviar maior volume de ar,
compensado o atraso na resposta da válvula, devido às excessivas forças de atrito nas
gaxetas.
b) Para aumentar a força de assentamento nas válvulas tipo sede simples: uma
aplicação comum é a utilização de um posicionador, com pressão de alimentação de
35 psi, numa válvula tipo sede simples. Se usarmos um mola com faixa de 3 a 15 psi,
os primeiros 15 psi enviados pelo posicionador serão suficientes para comprimir a
mola. Os restantes 20 psi, são disponíveis para produzir uma força maior de
assentamento do obturador contra a sede, vencendo a força estática do desequilíbrio
do fluido, atuando contra o obturador com posição totalmente fechada.
SENAI 209
Elementos Finais de Controle
d) Para operar atuadores pneumáticos tipo sem mola: a figura abaixo mostra um
controlador operando uma válvula de controle pneumático com atuador tipo sem mola,
como seria, por exemplo, o atuador pneumático tipo pistão.
210 SENAI
Elementos Finais de Controle
Válvula de Controle com atuador Pneumático sem mola e sem posicionador, para
aplicações de controle biestável.
SENAI 211
Elementos Finais de Controle
Atuador Pneumático sem mola numa Válvula de Controle com Posicionador para
aplicações em controle modulado.
e) Para permitir uma operação de faixa dividida (“split range”): às vezes é desejável
operar uma válvula de controle utilizando-se apenas de uma parte da faixa do sinal de
saída do controlador. Isto pode ser realizado se especificarmos um posicionador para
esta utilização particular. Um arranjo comum é o de ter uma válvula e um posicionador
operando sobre 3 a 9 psi de sinal de saída do controlador, enquanto que outra válvula
e posicionador operam sobre 9 a 15 psi de saída do mesmo controlador.
212 SENAI
Elementos Finais de Controle
Posicionador eletropneumático
SENAI 213
Elementos Finais de Controle
Se o controle do processo for por computador e o sinal de saída deste sendo digital,
precisa ser transformado em analógico. Pode-se evitar o uso de um conversor digital-
analógico, utilizando-se de posicionadores eletropneumáticos digitais, os quais aceitam
uma entrada tipo pulso digital.
214 SENAI
Elementos Finais de Controle
Para processos lentos, como a maioria dos sistemas térmicos, nível de líquidos e
alguns processos de pressão de grande volume de gás, o posicionador deve melhorar
a qualidade do controle.
Os posicionadores até agora mencionados são do tipo de simples ação, para utilização
em conjunto com atuadores pneumáticos de simples ação, isto é, ou com mola de
retorno ou com carga de ar, que substitui o efeito da mola. Porém, para utilizarmos um
atuador de dupla ação em controle modulado, é necessária a utilização de um
posicionador também de dupla ação. Tal tipo de posicionador, possui um relé de
reversão que produz uma saída balanceada, a qual pode ser aplicada a lados opostos
de um cilindro ou pistão. O relé de reversão produz um sinal invertido, aumentando a
pressão quando a saída do posicionador diminui, e vice-versa. Os dois sinais de face
oposta podem, portanto, operar um pistão ou cilindro de ação dupla, conforme o
esquema.
SENAI 215
Elementos Finais de Controle
“Boosters” de volume
Este tipo de “boosters”, pode ser utilizado para aumentar a velocidade da operação de
uma válvula de controle, conforme o esquema abaixo:
“Booster” Pneumático
216 SENAI
Elementos Finais de Controle
esse piloto possua uma grande capacidade de passagem (da ordem de 35 SCFM), o
tempo para cursar totalmente a válvula de controle é substancialmente reduzido.
“Boosters de pressão”
Os “boosters” de pressão geralmente são também de volume, entretanto, a sua
principal função é a de aumentar a pressão vinda do controlador. Na figura a seguir
vemos esquematicamente uma válvula de controle sede simples (ar para abrir), com
faixa de mola 6 a 30 psi.
A mola mais forte é para obtermos um fechamento de válvula contra uma alta pressão
à montante. Contudo, a saída normal do controlador (máximo 20 psi) não é suficiente
para abrir a válvula. Um “booster” de pressão com relação de multiplicação de 2:1
resolve esse problema, tornando o sistema operacional.
SENAI 217
Elementos Finais de Controle
Válvulas solenóides
A sua utilização principal é em aplicações de controle biestável, pilotando uma válvula
de controle pneumático, conforme figura abaixo:
218 SENAI
Elementos Finais de Controle
Transmissor de posição
O transmissor pneumático de posição é um dispositivo para indicação contínua da
posição da haste da válvula. É geralmente instalado sobre a torre do atuador, de forma
similar ao posicionador. Na realidade o transmissor de posição é uma adaptação do
posicionador. Através do braço de realimentação, ele sente a posição da haste da
válvula e transmite um sinal pneumático proporcional de 3 a 15 psi a um indicador em
lugar remoto.
Transdutores eletropneumáticos
Estes dispositivos convertem o sinal elétrico da saída de um controlador eletrônico em
sinal pneumático compatível com o atuador pneumático da válvula de controle. Estes
transdutores tanto podem ser corrente para pressão (I/P) ou tensão para pressão
(E/P).
SENAI 219
Elementos Finais de Controle
Conjunto filtro-regulador de ar
Talvez um dos acessórios mais comuns seja o filtro–regulador de ar, que é uma válvula
reguladora de pressão de ar, do tipo auto-operada, de pequenas dimensões e alta
capacidade, com filtro de ar integral.
A sua máxima capacidade de ar é ao redor de 20 SCFM. A sua função é a de fornecer
ar limpo, a uma pressão constante compatível com os limites de alimentação dos
posicionadores, “boosters”, etc.
Volantes manuais
220 SENAI
Elementos Finais de Controle
Exercícios
SENAI 221
Elementos Finais de Controle
Procedimento:
222 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 223
Elementos Finais de Controle
Alinhamento
O alinhamento do posicionador consiste no correto nivelamento do acionador a fim de
que se consiga um saída de 9 psi constante para qualquer posição da palheta sobre o
acionador.
Procedimento:
224 SENAI
Elementos Finais de Controle
9. Posicione a palheta no centro dos quadrantes. Gire o ajuste “D” (bico) no sentido
horário até o batente. Em seguida, solte-o no sentido anti-horário 1 volta e 1/2.
Obs.: Esta posição deverá ser mantida inalterada para os passos seguintes.
SENAI 225
Elementos Finais de Controle
10. Ajuste em “A” para que o sinal de saída fique dentro da faixa telemétrica, de
preferência em 50%.
Obs.: Após o ajuste, aperte a contra-porca.
11. Posicione a palheta na posição 10 do quadrante de ação direta.
12. Ajuste em “B” para uma saída de 50%.
Obs.: Após o ajuste aperte as porcas.
13. Posicione a palheta na posição 10 do quadrante de ação reversa.
14. Ajuste em “C” para uma saída de 50%.
Obs.: Após o ajuste aperte a contra-porca.
15. Repita os passos de 10 à 14 até obter repetibilidade.
Calibração
A calibração do posicionador consiste na escolha do tipo de calibração em função do
tipo de controle, por exemplo: calibração padrão direto ou reverso, split-range direto ou
reverso.
Procedimento:
Calibração Split-Range
226 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 227
Elementos Finais de Controle
Especificação de válvulas de
controle
230 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 231
Elementos Finais de Controle
232 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 233
Elementos Finais de Controle
234 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 235
Elementos Finais de Controle
236 SENAI
Elementos Finais de Controle
21. Mat. Sede/Mat. Esfera: item a ser preenchido somente no caso de válvulas esfera.
Significa qual o material dos internos. É um dado normalmente definido pelo
usuário. Exemplo: TFE/Inox 316; Inox 316 + Stellite/Inox 316 com cromo duro, etc.
22. Mat. Eixo/Mat. Disco: item a ser preenchido apenas para as válvulas borboleta.
Significa qual o material dos internos. É um dado normalmente definido pelo
usuário. Exemplo: Inox 316/Aço carbono WCB; Inox 316/Inox 316, etc.
23. Stellite no/tipo: item a ser preenchido apenas para as válvulas globo. Significa se há
ou não necessidade de endurecimento por Stellite no obturador e caso afirmativo
qual a parte endurecida do mesmo. O fato de o obturador necessitar de
endurecimento por Stellite, é um dado que tanto o fabricante quanto o usuário
facilmente podem definir. A principal dificuldade está quanto à definição do tipo de
revestimento, ou seja, sobre quais partes do obturador será depositado o Stellite.
Esse dado varia de aplicação para aplicação, e cabe principalmente ao usuário
definir, face a anterior experiência, sobre quais partes do obturador deve ser
depositado o Stellite. Exemplo: Sim/A; Sim/F; etc.
24. Tipo de Guias: significa onde é guiado o obturador, esfera, disco ou qualquer que
seja o elemento vedante. É um dado definido pelo fabricante em função do tipo de
válvula selecionada. Exemplo: superior ou inferior; sede; gaiolas superior e sede,
etc.
25. Mat. das Guias: significa qual o material utilizado nas guias do obturador. É um
dado definido basicamente pelo usuário em função da aplicação, caso contrário o
fabricante poderá especificar os seus materiais padrões. Exemplo: Inox 17-4PH;
Inox 440C; etc.
26. Reserva.
27. Reserva.
28. Reserva.
SENAI 237
Elementos Finais de Controle
32. Código da Mola/Curso máximo: significa qual o número do código que identifica a
mola a ser utilizada no atuador e qual o máximo curso do atuador. É um dado
definido pelo fabricante após o dimensionamento do atuador. Exemplo:
05.01.054/2”, etc.
33. Reserva.
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Elementos Finais de Controle
SENAI 239
Elementos Finais de Controle
240 SENAI
Elementos Finais de Controle
SENAI 241
Elementos Finais de Controle
242 SENAI
Elementos Finais de Controle
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Elementos Finais de Controle
Referências Bibliográficas
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